Jockers escrita por KxZim


Capítulo 10
♠ Ás de espadas parte I




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E depois daquela carta me aparecer, eu fiz o meu turno pensativo. As pessoas entravam, me falavam onde queriam ir e eu levava. As coisas estavam legais demais para ser comigo.

O dia passou que eu nem vi. Algumas vezes passava dos pontos sim, mas tudo normal. Parei algumas vezes para poder comer e descansar mas, voltava logo a trabalhar, iria ganhar um extra. Talvez para comprar mais cervejas e um baralho novo para jogar com os meus amigos. Céus. Só queria que essas cartas parassem de me atormentar.



♠♣♥♦



Fui para casa andando, o ás de espadas estava no bolso de trás da minha calça. Junto com um bilhete do dono da Táxi's. Iria entregar para Reita quando o turno dele acabasse. Agora eu precisava descansar, não iria ver ninguém, não queria. Meu corpo ainda doía.

Mas como eu disse..Se fosse fácil, não era comigo.

O telefone tocou. E eu atendi.



–Alô?

Uru?–A voz era de Yuu.

–Oi.-Respondi com o coração na boca e a mão no peito.

O que foi? Tá passando mal?–Ele respondeu e eu ouvi no fundo um “cleck”

–O que você quer?

Tem um rapaz aqui no meu escritório que se diz ser “O sr mensageiro das cartas”

–Que horas são, Takashima?

Seis da manhã. De um Domingo.

–Eu to morto de sono, isso é pegadinha?-Respondi, caindo em meu sofá.

Vem logo, ou vou mandar ele embora.



Desliguei o telefone e fui.

Ou tinha alguém que realmente era o dono das cartas, ou era só uma pegadinha de mau gosto daquele retardado. Eu não queria ve-lo. Não queria saber de ninguém mas talvez ele soubesse de algo.



Não demorei para chegar no local de trabalho da minha mãe, que era na verdade um estabelecimento do cara que eu, vamos colocar assim, estava saindo.

Subi até seu escritório e quando me deparei com ele, lá estava uma cabeleira estranha, pior que a do Ruki quando ele se empolga.



–Ele se diz o dono das cartas. Ele não fala direito nosso idioma, ele é um Coreano que estava de passagem. Mas pode ser que não. -Disse Yuu apontando para ele.

–Eu não conheço ele, Yuu me deram mais uma carta.-Disse, sentando ao lado do rapaz que eu não sabia quem era.

–Ele quer ser chamado por G. -Disse o segurança em seguida.

–G? Não sei quem é.-Tirei a carta do bolso e mostrei para ele-Foi você que me mandou isso?

–Não.-Ele disse claramente.-Eu não. Mas ele manda cartas.



E aí, todos nós ficamos quietos.



–Ele quem?-Yuu cortou o silêncio.

–Não. -Ele fez uma pausa- Nem sei. Ele só manda. E a gente faz.



Era convicto. Ele não ia falar, e ele também não sabia muita coisa. Céus, eu queria dormir. Eu queria um café, qualquer coisa menos estar ali. O cara era um maluco que falava estranho. E não tinha nada a agregar para nós.

Até ele abrir a boca novamente.



–Faça o que. -Pausa- A carta pede. Você vai descobrir.

–Mas o que eu tenho que fazer?-Me inclinei na poltrona e observei o rapaz.

–Seguir as ordens. De baixo para cima.-Ele sorriu. -É só isso que sei.



E foi assim que o dia começou. Um maluco sabia algumas coisas, Yuu não sabia de nada e definitivamente não era ele que me mandava as cartas. Ou sua atuação era de nível SS e eu era o idiota que estava deixando tudo acontecer debaixo do meu nariz.

Depois que todos nós fomos embora, Yuu me deixou na porta de casa, convidei para entrar só por educação e, não deveria ter feito aquilo.



To arrependido.



Entramos e tomamos café, conversamos pouco e, percebi que ele também estava cansado.



–Fica por aqui. Depois você vai embora. Eu durmo no sofá.

–Não.-Ele me encarou-Você pode dormir comigo na sua cama.-Ele sorriu com malicia.



–Se for só pra dormir, não tem problema.



Levantei. Andei até minha cama, e tirei aquelas roupas de ontem. Yuu veio atrás, e fez o mesmo. Mas quando eu fui pegar meu pijama, minhas mãos foram seguradas e meu sangue ferveu.

Ele, novamente, me beijou e eu retribuí. Sei lá, não me pergunte, eu apenas retribuí tudo o que ele fez. O único problema era que minha cama não era nova o suficiente pra aguentar dois caras praticamente do mesmo tamanho e do mesmo peso em cima dela.

E quase caímos, pra valer, no chão. Conseguimos acabar antes que as madeiras arrebentassem. Mas valeu a pena. Conseguimos dormir igual a duas pedras.



Porque eu deixo isso acontecer?



♠♣♥♦



Horas se passaram e, foi Yuu que me acordou. Eu resmunguei e não quis levantar.



–Tem alguém na sua porta.-Ele disse perto do meu ouvido. Meu corpo arrepiou e eu puxei o travesseiro para cima da cabeça.

–Não quero ir atender.-Disse sonolento.

–Tá. Eu vou.-E ele se levantou.



Me dei conta de que estava na minha casa, com um cara maluco e pervertido comigo. E estávamos pelados, até então.

Acordei imediatamente e vesti a primeira coisa que minhas mãos pegaram. Minha calça. Corri até a porta mas, era tarde demais.



–Pois não?-Yuu disse ao abrir a porta.

–O..Oi?-Era Reita. E ele estava sozinho.-O..Uru tá em casa?

–Ele está dormindo. Você é..?-Aoi simplesmente tomou conta da situação.

–O Reita, o amigo dele.-Akira nunca fica sem jeito dessa forma. Mas eu queria ver até onde aquilo ia.

–Eu aviso para ele quando acordar que você passou aqui.



Ficou um silêncio dolorido entre eles e se despediram. Yuu voltou para dentro e me viu entre a sala e a cozinha.



–Era seu amigo, acho que ele queria falar com você.

Não me diga.

–Tudo bem, depois eu passo lá.



Tomamos café, vi que horas eram e Yuu se mandou em seguida. Disse que ia aparecer depois mas que me ligaria primeiro. Meus horários ainda eram bem confusos nesse emprego. Talvez tivesse chegado a hora de pedir um horário fixo para o grande chefe do Táxi's Viagens.

Mas isso seria conversado com Reita também. Afinal de contas, agora iríamos usar uniformes amarelo e azul e estava no bilhete dentro da minha calça.

Mas depois eu iria até lá.

Queria ficar sozinho, somente eu e minha carta. Meu ás de copas.


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Notas finais do capítulo

Obrigada ler :)
Teve a participação de um coreano. Sabe quem é?
G-dragon o



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