Hello, mrs. Death. escrita por Marcela Dias


Capítulo 6
Nada como o azar.


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey, gente! Esse capítulo não ficou tão bom quando eu esperava e queria, mas prometo MESMO melhorar... Só apresento meus gêmeos a vocês e espero que gostem deles!

Quero agradecer do fundo daminha alma a Pixie que comentou e me fez querer escrever dando meu melhor a esse capítulo e a girlhemmings que é minha melhor amiga e não fez mais que a obrigação dela comentando ksialskslslsk

Enfim, vão ler! Boa leitura, até lá em baixo!



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A morte parecia silenciosa. Uma amiga silenciosa. Ela parecia estar agindo assim nos primeiros minutos. Até que Susie ouviu vozes fracas. Seria mesmo o pós-morte? Existia mesmo isso de vida após a morte? Como era possível ela ainda estar pensando se afinal estava morta? Seu cérebro não parara de funcionar? Como ela podia estar ouvindo vozes? Ela estava no fundo do mar? Infinitas dessas perguntas ecoavam dentro do cérebro dela.

As vozes se tornaram mais audíveis à medida que ela fora ficando consciente. Susie percebeu que podia abrir os olhos e, ao fazer isso, se arrependeu profundamente. Ela estava deitada e encarava um teto branco. Correu os olhos pelo cômodo e viu que estava em um quarto muito parecido com o seu da faculdade, só que sem o papel de parede floral, esse era azul.

– Ela acordou. – Disse uma voz familiar. A voz de um deles. De um dos gêmeos.

– Onde eu estou? – Susie percebeu que sua voz havia saído muito rouca e meio falha.

– Ainda na Terra. – Um dos gêmeos – o que estava em pé e mais próximo dela – sorriu para Susie e ela sentiu paz naquele sorriso. Era meio tímido mas suave e encantador. – Só por curiosidade, de que tipo de música você gosta? – Susie ficou confusa.

– O que está acontecendo? – Indagou ela começando a sentir seu corpo protestar com dores.

– Pare com essas perguntas clichês. – Disse o gêmeo que estava calado até então sentando na poltrona próxima a outra cama. Em seguida, ele também sorriu, mas esse sorriso transmitia adrenalina, sarcasmo e uma onda de positividade. Susie encolheu-se com o que sentiu. Era como se os sorrisos dissessem a Susie que era quem.

– Por favor, me digam que eu morri. – Pediu a garota.

– Suicidas são hilários, amo salvar esses. – Disse o mesmo gêmeo fazendo seu irmão lhe lançar um olhar de aviso. – Tudo bem, Greg, foi mal.

– Então, Susane – falou o gêmeo mais próximo de Susie. – Sou Gregory Johnson e esse aí – Ele disse gesticulando para o irmão sentado na poltrona. – É o Vicent, meu gêmeo, como dá pra perceber.

– E por que vocês me salvaram? – Indagou a morena.

– Não íamos deixar uma morte acontecer na nossa frente, Susane, desculpe.

– O único problema nisso tudo, meninos, – Disse Susie se sentando na cama. – é que eu não queria ser salva. Mas como podemos perceber, nem pra morrer eu tenho sorte. – Bufou a morena. – Gregory encarou Susie com certa curiosidade e Vicent começou a rir. – Afinal, onde está todo o mundo?

– No iate, se divertindo. – Gregory respondeu dando de ombros mas a confusão permaneceu no rosto branco de Susie. – Você caiu, pulamos na água com a desculpa que íamos apenas dar um mergulho, cortamos a corda – com uma faca que achamos no iate – que estava presa no seu tornozelo, te pegamos, nadamos até a praia, te colocamos no jipe que viemos, te trazemos de volta pro campus e agora você está no nosso quarto, Susane.

– Não estávamos longe demais da praia pra vocês me carregarem? – Quis saber ela e Gregory logo negou com a cabeça. Susie assentiu para ele e em seguida levantou-se da cama.

– Aonde você vai? Fique por mais algum tempo, deve estar cansada. Deite-se. – Falou Gregory se pondo na frente dela. Susie bufou, contou mentalmente até dez tentando impedir a manifestação de sua raiva e quando falou, sua voz parecia calma.

– Primeiro: Vou embora daqui e não interessa a vocês meu estado de saúde, Segundo: vocês são malucos e Terceiro: Não me chamem de Susane. – Os gêmeos sorriram e se entreolharam, voltando seus olhares para Susie em seguida.

– Tudo bem, vá. – Gregory falou saindo do caminho. Susie saiu pisando duro do quarto deixando a porta aberta de propósito, bufou mais uma vez e continuou andando decidida a chegar a seu quarto rápido.

A morena se jogou em sua cama assim que a porta bateu atrás dela ignorando totalmente Mack lendo alguma coisa na outra cama. A voz da garota veio alguns minutos depois.

– Chegou cedo, hein? E trocou de roupa também, por quê? – Susie congelou-se na cama. Ela não havia trocado de roupa em momento nenhum.

– O quê? – Berrou ela pulando abruptamente para frente do espelho e observando sem acreditar a ausência de seu vestido branco substituído por uma calça jeans clara e larga e uma blusa de uma banda qualquer. – ELES NÃO FIZERAM ISSO! Não... N-não, NÃO! Que estúpidos idiotas nojentos! – O ódio e o desespero subiram a cabeça dela. Os gêmeos haviam trocado sua roupa. O nojo que ela sentiu de si mesma veio logo depois à tona. Suas roupas íntimas também não eram as mesmas. Eles tinham a estuprado? Não, não, não! sua mente gritava. Susie sentiu suas pernas tremerem freneticamente e o suor frio na superfície de sua pele escorrer. O grito que saiu de sua garganta foi ensurdecedor e ela caiu de joelhos ao lado da cama.

– O que aconteceu, Susie? Qual o problema? – Mack já estava bem ao seu lado abraçando-a.

– Você sabe quem são os gêmeos Johnson? – Foram as únicas palavras que Susie conseguiu formar. Mack a encarou confusa em pânico devido ao ataque de sua colega de quarto.

Quem? Eu acho que não... Devem ser calouros e eu não conheço calouros. Mas porquê? Eles fizeram algo com você? – Susie aquietou-se por alguns minutos e se recompôs em seguida, soltando-se de Mack e negando com a cabeça.

– Vou tomar banho, Mack. – Disse ela tentando esconder seu desespero.

O banho foi muito mais demorado que o normal, pois ela não aguentava olhar pro próprio corpo, queria lavar-se com ácido. Quanto mais se esfregava, mais se sentia suja.
E apenas horas depois que ela realmente tomou alguma coragem para voltar ao quarto dos gêmeos.

– O que diabos vocês fizeram comigo? – Gregory e Vicent Johnson não pareciam surpresos, nem assustados, muito menos culpados quando Susie irrompeu aos gritos pela porta do quarto deles naquela noite. – Vocês me estupr...! – Susie foi interrompida quando Gregory soltou uma exclamação e Vicent direcionou um olhar sinistro à ela.

– Susane, não seja estúpida, só trocamos as tuas roupas. – Falou Gregory em suave e calmo tom.

– PARE DE ME CHAMAR DE SUSANE! – A raiva começava a tomar conta de cada nervo de Susie quando ela urrou, sentiu as pernas vacilarem e a cabeça martelar.

– Calma aí, garota. – Vicent disse levantando-se de sua cama, indo em direção a morena e abrindo um sorriso que a fez encolher-se. – Não fizemos nada demais, não é como se nunca tivéssemos visto uma garota despida antes.

– Eu posso processar vocês, seus nojentos! – Urrou Susie.– Não toque em mim! – Disse ela se afastando de Vicent quando o mesmo ia pegar em seu ombro.<–/p>

– No momento, você pode se acalmar e se sentar na poltrona enquanto pego suas roupas. – Disse Gregory resolvendo voltar a falar e se dirigindo ao banheiro. Susie sentou na confortável poltrona azul perto da escrivaninha marrom.

– Tenho azar até pra morrer. – Resmungou ela pra si mesma.

– Eu te entendo. – Vicent falou se intrometendo.

– Você e o seu irmão são completamente loucos. – Falou ela tentando controlar sua raiva.

– Loucura é apenas uma questão de ponto de vista.

– E o meu com certeza é que vocês são loucos. – Susie disse impaciente.

Alguns segundos depois de silêncio, Gregory voltou com uma bolsa com as roupas de Susie e a entregou.

– Obrigada, mas vocês definitivamente não deviam ter feito o que fizeram. Posso muito bem denunciá-los. – Disse ela tentando manter a calma.

– Mas você não vai. – Disse Vicent, abrindo o seu sorriso.

– E o que te garante disso?

– Você gosta da gente. – Susie se tornou incapaz de falar, as palavras lhe foram tomadas brutalmente. Então, ela fincou seus pés no chão enquanto segurava uma bolsa firmemente no braço direito e encarava dois garotos com rostos completamente iguais. Gêmeos. Era verdade, Susie havia gostado deles, da sensação que eles passavam pra ela de segurança e mistério. Isso a atraia para eles, como se ela fosse um imã pra os garotos. Como se de repente ela quisesse estar aonde eles estavam, mas ela mal os conhecia e isso tornava uma verdade dolorosa para ela. Uma verdade que ela estava disposta a ignorar, pois ela ia sendo atraída para eles involuntariamente e apesar de não querer assumir mesmo que estava gostando da sensação, ela sabia da verdade, sabia que gostava.

Ela piscou voltando a realidade.

– Está vendo, Greg? Ela não negou. – Vicent sorria debochado para o irmão.

– Vocês são completamente iguais. – Susie disse, finalmente, depois de lutar tanto com si mesma para recuperar a voz que ainda a traiu, saindo rouca. Ela sentou-se novamente na poltrona depois de alguns minutos em pé e os rostos idênticos viraram-se para ela.

– É – Afirmou Vicent. – Nós ouvimos muito isso, só a nossa família é acostumada.

– Nem todos eles, alguns primos distantes ainda se assustam quando vêem a gente.– Disse Gregory, argumentando.

– Como é possível vocês terem a mesma heterocromia? – Ingadou Susie. – É raro demais.

– Você é a primeira pessoa que sabe o nome da nossa doença. – Gregory falou surpreso.– E é raro, não impossível.

– Nossa mãe achou que fosse grave quando percebeu. – Falou Vicent, debochado. – Até o médico tranquilizar ela.

– Por que vocês me salvaram? – O clima ficou pesado quando a pergunta de Susie ficou pairando no ar, até Gregory responder querendo encerrar o assunto que acabara de começar.

– Já discutimos sobre isso, Susane. – Disse ele. Susie então resolveu não tocar mais no assunto, ao menos por algum tempo. Mas ela não ia esquecer, com certeza não iria.

Susie se levantou da confortável poltrona minutos depois pois queria sair daquele ambiente o mais rápido possível.

– Aonde você vai? – Quis saber Vicent.

– Para longe desse quarto. – Respondeu ela indo até a porta. – Mas, a gente se vê por aí. – O último vislumbre que ela teve dos rostos idênticos naquela noite de terça era tranquilo.

As aulas se iniciariam oficialmente dali a uma semana. Susie teria de agir rápido e manter os gêmeos longe dela. Eles eram a falha de seu plano, o único porém é que ela havia gostado de falhar. Teria que se controlar, manter a concentração, não poderia jamais dar algum espaço para distrações, mesmo quando as distrações gritavam para ela. E a certeza que ela tinha, era que seria muito mais que difícil.

– Qual é o teu problema, Susie? – Mack já estava ficando trêmula de raiva quando Susie finalmente a ouviu, assim que ela percebeu que já estava em seu quarto encarando o nada.– Estou falando com você!

– Oi! Desculpe, Mack. – Respondeu ela. – Você tem que se acostumar com o fato que eu me distraio muito rápido. – Mack fez uma careta e xingou baixo. – Mas o que você tinha para me falar?

– Estava perguntando por quê você chegou mais cedo da praia, qual foi o motivo do seu chilique quando chegou aqui e para aonde foi com aquela cara assassina depois que me largou aqui no chão. – Disse Mack pelo o que parecia a terceira vez.

– Ah... – Começou Susie. – Desculpe. Eu não queria ficar naquele ambiente. Álcool, música eletrônica. Adolescentes bêbados. Pedi para voltar. E eu estava brava com Annie, ela acha que pode me obrigar a fazer o que ela quer. – Mentiu Susie no modo mais convincente que conseguiu. E deu certo ou ao menos pareceu , pois Mack não fez mais perguntas, apenas assentiu e deu de ombros.

Mais tarde naquela mesma noite de terça, o celular de Susie apitou várias vezes seguidas indicando mensagens novas em um aplicativo de seu celular. Ela estava no banheiro na hora, mas logo saiu para verificar o que era e percebeu também que Mack não estava mais no quarto.

As mensagens eram de Annie. Susie se esqueceu completamente de avisar a irmã que tinha voltado para a Warford e o desespero correu pelo corpo dela.

A mensagem mais antiga, de uma hora e meia atrás não se comparava nada as mais recentes.

Susie, aonde você está? Não estou te achando aqui na praia!” - 7h00PM

Susie? Me responda! Ninguém te viu no iate! Por favor... AONDE VOCÊ ESTÁ?!” - 7h18PM

A terceira era um áudio de 40 segundos. A brisa forte de Tybee Island e os soluços de Annie não permitiu que Susie ouvisse tudo com nitidez, só o que ela ouviu foi:

Susane... Pelo amor de Deus, me dê algum sinal de vida, estou preo... Nenhum dos meus amigos te viu, me responde... Estou desesperada... Me atende, cara... Não sei o que eu faço!... Tchau, tô te procurando pela praia toda.” - 7h38PM

Susie, cadê você, irmã?” - 7h45PM

O NOSSO PAI VAI ME MATAR! Sou um lixo de irmã mais velha”– 7h58PM

QUE DROGA, SUSANE, ESTOU PENSANDO BESTEIRA!” - 8h20PM

E ainda para completar a situação da agora aflita Susane, haviam 26 chamadas perdidas de Annie, 5 de um número desconhecido e 10 de outro número desconhecido.

Susie respirou fundo, discou o número da irmã e levou o celular ao ouvido. Ela atendeu ao segundo toque.

SUSANE JADE MITCHELL, VOCÊ QUER ME MATAR DE PREOCUPAÇÃO, GAROTA? – A voz da irmã mais velha de Susie tremia mas um alívio ficou nítido em seguida. Annie berrou alto o suficiente para quase encobrir a música eletrônica e os risos de adolescentes de fundo.

– Me desculpe, Annie, sério. – Pediu Susie. – Fiquei entediada e voltei para cá, se acalme. Só esqueci de te avisar que tinha voltado. Desculpa, de verdade.

Você saiu nadando? Estávamos em alto mar! Com quem você voltou? Sozinha? – O vestígio fortíssimo da antiga preocupação de Annie veio à tona quando ela voltou a falar e começou seu interrogatório pra Susie.

– Não estávamos em alto mar, estávamos bem perto da praia ainda. E não voltei sozinha, voltei de jipe com uns gêmeos primos de um amigo seu, um tal de Robert.

Ah, sei quem são... – A voz dela mostrou uma mera ponta de nojo e depois voltou ao normal. – Tudo bem, tudo bem! Não faça mais isso, Susie, por favor. Fiquei desesperada. Enfim, já que você deu sinal de vida, tem algum problema eu ficar por aqui? A festa ainda não acabou e...

– Tudo bem, Annie, sem problemas. – Disse Susie interrompendo a irmã. Annie parecia satisfeita.

Obrigada, Susie. Te vejo amanhã ou mais tarde, ok? Tchauzinho.

– Claro e desculpe mais uma vez, tchau. – E ela desligou bufando. Mack entrou no quarto instantes depois.

– Susie! Tem uma festa mais tarde, estava pensando em irmos, vai ser...

– Acho que pra mim já deu de festas hoje, Mack. – Disse Susie cortando a empolgarão da colega de quarto. Mack deu de ombros.

– Tudo bem, mas eu vou. – Falou ela pegando sua toalha e indo para o banheiro. – Vou me arrumar. – Susie assentiu para a garota.

Depois que Mack havia saído avisando de que não sabia que horas voltava para Susie, ela foi até o refeitório para comer alguma coisa e depois retornou ao seu quarto, exausta do seu segundo dia na faculdade e ávida para dormir.

Susie adormeceu em pouco tempo na sua segunda noite longe de seu pai e só despertou um pouco quando Mack chegou bêbada de madrugada, mas logo as duas estavam novamente em um sono profundo em suas devidas camas.


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Notas finais do capítulo

E aí? Me digam que está ao menos razoável! Gostaram dos meus bêbes Johnson? Espero que sim! Agora que estou de férias, vou postar mais, ok? Até breve, beijão! E comentem para me dizer suas opiniões.



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