Acordei com o Sol na minha cara, nossa que bela maneira de começar o dia.
Fui tomar café da manhã parecendo um zumbi, ainda de pijama. Até parece que eu ia trocar de roupa para tomar café, eu iria querer ficar bonita para quem? Para o Carl? Há eu cuspo na cara do Carl. Na verdade essa é uma ótima ideia, a adicionei na minha lista de afazeres.
Chegando no saguão atraio vários olhares , aposto que eram de inveja para cima da minha pessoa.

– QUE É NUNCA VIRAM ALGUÉM DE PIJAMA NÃO? - gritei irritada, imediatamente todos viraram para frente começando a comer.

Me sentei na mesa do lado do Noah me perguntando se Thomas não tinha acordado ainda.

– Belo jeito de arrumar amigos - falou uma garota loira rindo.

– Fazer o que? Eu não sou uma pessoa sociável - falei dando de ombros.

– Gostei de você, prazer me chamo Beth - falou esticando o braço para apertar a minha mão.

– Sonya - digo apertando a mão dela.

– Ah, então vocês são as pessoas novas que o Rick trouxe ontem? - perguntou ela olhando para mim e para o Noah.

– Somos sim - responde Noah animadamente.

– Ei, Noah, a Carol tá chamando todo mundo para ler na biblioteca - fala uma garotinha loira muito fofa.

– Já vou Mika, tchau gente - fala indo em direção à garotinha, ui já shippei.

– Tchau - falamos juntas.

– Oi gente - cumprimenta Thomas com cara de sono - Por que você está de pijama? - me olha confuso.

– Preguiça - dei de ombros.

– Certo - fala revirando os olhos - E você é quem? - fala olhando de forma curiosa para Beth.

– Sou Beth - fala corando e estendendo a mão para ele.

– Thomas - fala ignorando a mão dela e se sentando do meu lado.

– E-eu tenho que ir, o Rick tem que comer preciso pegar a Judith - fala gaguejando e saí correndo em seguida.

Olho feio para Thomas e ele finge que não ver começando a comer.

– Isso foi rude - falo.

– E isso não é problema seu - revida.

– Custava ser educado com ela? - pergunto.

Ele não fala nada só afirma com a cabeça. Bufo e vou em direção à saída afim de arrumar alguma coisa para fazer.

Logo de longe vejo Carl trabalhando na horta, não resisto e vou mexer com ele.

– Virou fazendeiro foi? - pergunto irônica.

– Não enche - fala rolando os olhos.

– Olha, quando você disse que era útil não sabia que era tanto - zombo me lembrando do ele disse ontem - Você sabe fazer mais o que? Catar côco de porco?

Ele olhou para mim pela primeira vez hoje e riu.

–Você ta ligada que ainda ta de pijama né?

– Tô, por que? Tá com inveja do meu pijama da Sonserina? - pergunto sorrindo passando a mão no pijama verde que eu tenho desde do meu aniversário de 12 anos ( eu não cresci muito em 2 anos ).

– Até parece.

– Vou fingir que acredito, tchau menino do campo! - me despeço sorrindo.

– NÃO ME CHAME ASSIM - grita, mas eu já estou longe o bastante para responder.

Entro no meu dormitório e pego uma muda de roupa, vou em direção ao banheiro para tomar um banho.

Deixo a água fria relaxar meus músculos e fico pensando em como a minha vida mudou drasticamente em 2 anos. As pessoas que eu perdi, as coisa que eu fiz. Eu nunca irei me perdoar por não ter sido forte o suficiente para não ter conseguido salvar minha mãe, foi por minha causa que ela morreu e eu nunca consiguirei me perdoar.

Rapidamente enxugo as minhas lágrimas que insistiram em cair e saio do banho me amaldiçoando por ser tão fraca.

Visto rapidamente minhas roupas e saio do banheiro.

Fui procurar Beth para me desculpar pelo comportamento escroto de Thom, viro o corredor e minha cara foi ao chão.

Uma garota loira estava num canto colocando ratos numa caixa, eu já vi essa garota, ela desde que a gente chegou só anda "agarrada" com Noah e a Mika.

– O que você está fazendo com isso? - pergunto me aproximando.

Ela me encara assustada e começa a gagueijar coisas desconexas.

– Esquece, não quero saber - virei e voltei a procurar Beth.

Eu sei que eu deveria ter investigado mais o motivo que uma garotinha teria uma coleção de ratos mas estava com preguiça, e eu tinha uma leve impressão de que ela não iria falar a verdade. Além de que não era problema meu, ela não é minha filha.

Virei mais uns dois corredores, começando a achar que eu estava perdida até que vi uma cabeleira loira.

– Beth! - chamei aliviada por ter achado ela.

– Oi! - falou se virando, foi aí que eu percebi que ela segurava um bebê.

– É sua irmã? - perguntei me referindo à garotinha que estava dormindo em seu braço.

– O que? - me olhou confusa, mas depois pareceu entender - Ah não, essa é filha do Rick.

Quem diria, o capeta tinha uma irmãzinha. Eu até iria perguntar sobre a mãe dele, mas provavelmente ela deve estar morta.

Eu sei que parece que eu sou fria e sem coração dizendo isso, mas essa é a realidade em que vivemos.

– Ah meleca - exclamou Beth me tirando dos meus pensamentos, olhei para ela e tive que me segurar para não rir da sua cara de nojo e da sua blusa manchada de vômito de bebê - Você pode segurar ela para mim enquanto eu troco de blusa? - pergunta me dando a Judith.

Eu estava pronta para falar que sim, eu me importava de perder o meu tempo segurando um bebê que gostava de vomitar nas pessoas, mas ela saiu correndo me deixando sozinha com ela.

Encarei a criança, ela até que era fofinha. Tinha cabelos loiros e olhos azuis iguais aos do Rick (os olhos, não o cabelo). Fiquei meio perdida olhando para criança até que eu escuto um pigarreio (é assim que se escreve?) atrás de mim, olho e vejo Carl me olhando com raiva.

– O que você está fazendo com a minha irmã? - pergunta tirando a criança bruscamente de mim.

– A Beth pediu para que eu cuidasse dela enquanto ela ia trocar de roupa - tento me explicar, mas ele me ignora começando a conversar com a Judith.

– Essa retardada tava te perturbando? - pergunta com voz de bixa fazendo ela rir - Não se preocupe o irmão vai te proteger dessa doida.

Não digo nada só reviro os olhos e saio em direção às cercas. Afinal todo mundo tem que trabalhar.

Peguei o bastão e comecei a espetar as cabeças até que vejo Thomas vindo na minha direção com um cara que estava com um colete muito maneiro.

– Sonya, você viu o Noah? - pergunta Thom.

– Não por que? - pergunto.

– Que eu estou saindo para buscar comidas e preciso falar com ele.

– Ele deve estar por aí com a Mika - falo - E quem é você? - pergunto me referindo ao cara.

– Sou Daryl Dixon - fala

– Colete maneiro, não ta afim de me dar não? - pergunto esperançosa já sabendo qual ia ser a resposta.

– Não - fala grosso, gostei dele.

– E quando você morrer?

– Eu vou ser enterrado com ele - fala rindo da minha cara de decepção.

– É o que veremos - murmuro.

– Tchau Sô - se despede Thomas usando o apelido que ele sabe que eu odeio.

– Tchau - respondo vendo eles saindo a procura de Noah.

[...]

Depois de passar mais 2 horas fazendo espetinhos de zumbis notei que já estava de noite, larguei meu bastão e fui me arrumar para dormir.

Cheguei na minha cela e me deitei na cama.

Merda assim que eu posso não consigo dormir!

Desisti de tentar e me sentei na cama pegando um livro e uma lanterna da minha mochila.

Devo ter ficado umas meia hora lendo quando percebo que tem alguém me olhando. E adivinha quem era. Isso mesmo o capeta!

– O que você quer? - pergunto mal humorada.

– A Judith vomitou na minha cela - fala - Posso ficar na sua beliche em cima?

– Nem pensar - falo o olhando como se ele fosse louco, vai que ele tenta me matar enquanto eu durmo.

– Aonde eu vou dormir? - pergunta desesperado.

– Isso é problema seu - falo - Mas eu acho que o Noah vai deixar você ficar na dele, Thomas ainda não voltou e eu sei que ele não gosta de dormir sozinho - falo pensando no meu irmão.

– Valeu - murmura e eu finjo que não ouvi.

Coloquei o livro e a lanterna de volta na minha mochila. E me deitei novamente conseguindo finalmente dormir.

NARRADO POR CARL GRIMES

Sinceramente nem eu mesmo sabia um motivo de ter perguntado aquilo para a Sonya, vai que ela me matava enquanto eu dormia? Deve ser pelo motivo de que o dormitório dela é do lado do meu ou por ela ser uma das únicas pessoas à estar acordada numa hora dessas. Eu secretamente agradeço por ela não ter aceitado.

Parei em frente do lado da beliche de Noah, que estava dormindo, e o chamei.

– Noah - comecei a cutuca-lo com o dedo.

– Que é? - perguntou meio grogue.

– Posso dormir aí em cima? - perguntei com pena de te-lo acordado.

– Tanto faz - respondeu voltando a dormir em seguida.

Dei de ombros, ele deve esta com muito sono mesmo, e subi para a cama de cima.

Me deitei, relaxando meu corpo, e em poucos minutos adormeci.