POV’S Samantha

Eu congelei.

Max e Xam me encaravam, descontentes.

Xam parecia triste e muito decepcionada, e agia como se eu tivesse matado o irmão dela.

Max parecia furioso e ao mesmo tempo, triste, como se eu tivesse esfaqueado seu coração.

O mágico se apoiou em sua bengala, e pela primeira vez, percebi o quão ameaçador ele ficava naquela pose altiva e austera.

—Samantha Fazzbear- começou ele, frio feito gelo. Oh, deus, quando alguém chama seu nome inteiro, nunca é boa coisa- nosso trato não era esse.

—Mas...-comecei, mas Xam cortou:

—Não interrompa-repreendeu ela, a voz dura como aço- o nosso acordo era eu você colaborasse, e não que se entregasse de bandeja para o inimigo.

—Mas...ela ameaçou me matar!-choraminguei.

—Ela nunca disse diretamente que iria te matar-argumenta Max- e uma mera faca não iria mudar o nosso acordo.

—Mais de quarenta vidas estão em jogo, Sam-falou Xam, já mais calma, o tom de voz suave- nós lamentamos se estamos sendo muito repreensivos, mas estamos muito decepcionados, Samantha. Sabemos que você passa por maus bocados, mas é por isso mesmo que você deve ser forte. Samantha, você é uma menina extraordinária, e tem que ser mais altiva, entende?

Assinto lentamente, piscando para afastar as lágrimas.

Eu preferia que os dois estivessem furiosos, gritando comigo, xingando, atirando coisas. O modo calmo e as palavras envenenadas doíam mais...

Max pigarreou.

—Samantha, você pode ter se entregado facilmente e ter concordado em ajuda-los. Porém, eu e Xam estávamos preparados. Temos um plano reserva muito simples...

—E qual seria?-perguntei, curiosa.

Como eles sempre estão um passo à frente?

—Você disse que redesenharia nossas memórias-começa Xam- basta fingir que fez isso e nós iremos atuar como se seus poderes tivessem dado certo. É simples...

—Contem comigo!-exclamo.

Max bufa.

—Só não nos traia dessa vez...-resmunga ele, antes de bater a bengala no chão e sumir em um halo de fumaça verde.

Xam suspira, irritada, e olha para mim como quem pede desculpas.

—Lamento por Max-diz ela- as vezes ele é muito frio, mas não se engane, ele gosta muito de você, Sam...

E dizendo isso, Xam sumiu, me deixando sorrindo feito boba.

POV’S Lívia

Deus, essa tal de Samantha...insuportável. Que garota estúpida, argh...

Depois de sairmos daquele imundo porão, Víncent sorriu brilhantemente.

—E então, vamos tomar alguma coisa?-sugeriu ele.

Charlie fez uma careta.

—Não estou com vontade de beber nada...-fala Fazzbear.

Sorrio largamente, abraçando Víncent de lado e dando um sorriso sedutor.

—Ah, Víncentinho, bela ideia!-elogio.

—Não nos espere, Fazzbear, vamos demorar muito...—falou Víncent, malicioso.

Fazzbear engasga enquanto eu rio.

—Ah, Vínce, o que você está insinuando?-pergunto, fazendo beicinho- eu nunca faria nada de errado, sou uma moça tão responsável...

Víncent gargalhou alto.

—Fazzbear, estamos indo!-anunciou ele.

—Eu vou junto-resmungou Fazzbear.

—Hey, eu queria ter uma noite a sós com a minha gata!-exclama Víncent.

—Ela não é sua!-retruca Fazzbear.

Eles começaram a discutir, até que eu dou uma risada.

—Vamos, idiotas, hoje eu quero encher a cara!-falo, alegre.

Meus companheiros se calam e saímos da casa de Fazzbear e entramos no carro do mesmo.

Charlie foi na frente, enquanto eu e Víncent fomos namorando no banco de trás, algo que fez meu ursinho Charlie se contorcer de ciúmes.

Finalmente, chegamos num barzinho qualquer, o favorito de Víncent, que ele garantiu ser de qualidade. Entrando lá, o cheiro forte de álcool invadiu minhas narinas e músicas country tocaram nas caixinhas de som.

Sorri.

Eu, Víncent e Fazzbear nos sentamos em cadeiras giratórias. Fomos bebendo e tagarelando, até que a porta foi aberta e ouvimos risos.

Olhando para a porta, vi  uma família saindo. Havia um loiro mais novo que Fazzbear, e bem mais gato. Ao lado dele, uma mulherzinha qualquer. Com eles, tinha uma ruiva sem-sal e uma guria de cabelo azulado esquisito e uma de cabelos pretos, ridícula. Com elas, tinha outra, de cabelos castanhos escuros.

Reconheci a chata da sobrinha do Fazzbear, argh, que mocreia.

E ao lado dela...

Deus, minha bebida caiu no chão.

O menino era um gato, de cabelos pretos e olhos cinzas.

Que deus grego...

Vi ele rindo com Anne, a sobrinha mala de Fazzbear, e os dois se beijaram.

Então, a família saiu do bar.

Víncent tinha visto tudo e rosnou.

—Assim não dá, esse idiota rouba todas as gatas...-resmunga Víncentinho.

Sorrio para ele.

—Own, não se enciúme!-falo- eu amo você...

Ele sorri.

—Mas vamos concordar que aquele ele cara era quente...-falo.

Víncent rosna e eu dou risada.

Ah, esse trabalho está cada dia mais interessante.