POV’S Freddy

No meio dos shows, Charlie saiu da pizzaria. Franzi a testa enquanto cantava, com medo de estragar a apresentação. Mas a insistente perguntava martelava em minha mente:

Que diabos Fazzbear foi fazer?

Quase errei a letra da canção algumas vezes, mas tudo bem. Bonnie e Chica também pareciam intrigados com isso.

Aliás, hoje era um dia lotado. Fazzbear nunca perde a chance de lucrar sobres as custas dos fregueses. E então, no dia em que ele tem mais chance de deixar seus clientes lisos, ele some, sem mais nem menos?

Alguma coisa está errada.

Decidi ignorar e esperar meus shows acabarem.

Fazzbear não voltou mais.

Logo, a pizzaria se esvazia e as luzes são apagadas. O desprezível do Víncent e os funcionários vão embora e, assim que todos já foram, os vigias aparecem.

Trocamos rápidos cumprimentos e fomos hoje para a “Magic World”, a sala de Max e Xam.

Todo dia, nos reuníamos em uma sala diferente e hoje, era o dia de conhecermos a sala dos irmãos mágicos.

Quando chegamos lá, todos os outros estavam presentes.

“Magic World” parecia um grande teatro antigo. O piso era todo de veludo vermelho. Várias poltronas vermelhas ocupavam o lugar, em filas e filas, como num cinema. As paredes eram num tom de bege brilhante. Lá no teto, via-se aqueles estranhos espaços onde as pessoas importantes ocupam seus lugares. No teto, um lustre brilhante. E logicamente, de frente para as poltronas, um grande palco de madeira escura, com cortinas escarlate decoradas com estrelas que brilhavam no escuro.

Eu tenho que admitir, o lugar era bem sofisticado.

No palco, eu vi Max e Xam retirando um monte de equipamentos para seus shows, como um baú todo acorrentado e cheio de cadeados, um grande tanque de água fechado e uma caixa grande, vermelha e decorada com estrelas, repleta de facas, serrotes e machados encravados na madeira.

Xam acenou alegremente para mim e os vigias, sorrindo. Max limitou-se a dar um breve aceno de cabeça. Os irmãos trocaram rápidas palavras, então, Xam desceu do palco, deixando Max arrumando tudo.

Ela veio até nós, sorrindo. Sorri de volta.

—Olá, pessoal!-cumprimentou ela- estávamos só esperando por vocês!

Chica sorri.

—Todos chegaram?-pergunta minha amiga.

Xam assente.

—Alguns estão explorando a sala-explica ela- querem que que vá chama-los agora?

Eu assinto.

—Sim, Xam, por favor-peço.

Ela sorri e pede que esperemos um pouco, pois ela pode demorar um pouco. Eu e os outros nos sentamos em algumas poltronas e começamos a conversar.

Chica tagarelava sobre seu relacionamento com Hunter, mas minha mente vagava longe. Meus pensamentos iam e voltavam para Víncent e Fazzbear e para o maluco plano de Springtrap.

Tantas chances de falharmos...tantas chances de perdermos alguém...

As infinitas falhas do plano corroíam minha confiança por dentro.

Foi então que Chica parou de falar. Surpreso, eu encarou-a, saindo de meus pensamentos. Eu encarou-a.

—O que houve, Chica?-questiono, curioso.

—Você não ouviu?-perguntou ela, chocada.

—Ouvi o quê?-perguntei, mas confuso, meu cenho se franzindo.

—Aquele som-diz Bonnie, suas orelhas de coelho se contraindo- como se algo tivesse quebrado...

Antes que eu pudesse perguntar do que diabos eles estavam falando, Max aparece de novo, descendo do palco, enquanto praguejava baixinho.

Tinha o semblante sério.

Ele parou de frente para o nosso grupo.

—Se não for muito incomodo, saberiam dizer-me onde está a minha irmã?-pergunta ele, apressado.

—Ela saiu para chamar os outros-quem responde é Ana.

Max solta um palavrão numa língua que não conheço.

—O que houve?-questiona Charlotte.

—Ballon Boy foi brincar no meu caixão de pregos...-explica Max- e acabou prendendo o braço nos pregos...

—Espere, você disse caixão de pregos?-pergunta Jéssie, de olhos arregalados-pra que diabos você tem um caixão cheio de pregos?

—É para um número meu, senhorita Tsukino!-responde Max- mas bem, sou mágico, não médico, e preciso de Minum para me ajudar!

—Minum?-pergunta Foxy- oras, marujo, pra que cargas d’ água você quer vê-lo?

—Eles são, basicamente, médicos de animatronic-corta Max- mas bem, Michael ou Vaneloppe, onde estão eles?

—Ah, só chegam daqui a pouco-diz Mike- eles passaram para buscar a irmã de Jeremy e Charlie no caminho e ficaram presos no trânsito...

Max pragueja outro palavrão em sua estranha língua.

—Que língua é essa que você tanto?-pergunta Chica, curiosa- eu nunca a ouvi na vida!

—Élfico...-responde Max- bem, se me derem licença, preciso encontra Minum.

E Max se retira.

Todos damos de ombros e voltamos a conversar, mas eu ainda meditava sobre o plano.

POV’S Minum

Eu e Plus estávamos explorando a estranha sala dos irmãos mágicos. Max e Xam tinham artefatos malucos, intrigantes e misteriosos, mas interessantes.

Minha irmã Plus havia arrumado umas pilhas no meio das tranqueiras mágicas, e agora estava louca de pedra.

Pulava, gritava e dançava sem parar. E toda vez que um cara passava, ela ia atrás dele, fazendo comentários indelicados e...ousados.

Digamos que quando ela mexe em pilhas demais, fica um pouco...sem-vergonha.

Revirando os olhos, continuei a passear e deixei a louca pulando por aí.

Foi então que o Blake passou por perto.

Eu sorri e acenei para ele, pois eu o achava um cara simpático. Blake deu um meio sorriso e deu um leve aceno de cabeça, antes de vir até mim. Ele olhou para Plus, que agora estava importunando o tímido Jason.

Não sei o que diabos ela falava, mas devia ser vergonhoso, pois o menino corava como nunca.

—O que diabos deu na sua irmã?-perguntou Blake, intrigado.

Soltou um suspiro.

—Ela brincou com pilhas-respondo.

Blake franze a teste, confuso, e me encara.

—Como assim?-pergunta o lobo negro.

—Toda vez que a Plus mexe em muitas pilhas, ela fica tarada e histérica-explico.

Blake solta uma breve risada.

—Isso é sério?-pergunta ele.

—Veja você mesmo!-aponto para minha irmã, que agora aprontava com o gato Felix.

Blake a encarou por mais tempo. Felix estava rosnando e parecia prestes a arranhar a cara da minha irmã louca.

Eu soltei uma risada, mas ela morreu no meio do caminho e acabei engasgando.

—Tudo bem?-Blake questiona.

Forço um sorriso.

—Tudo-minto. Uma estranha fraqueza toma conta de mim e logo tenho que me apoiar em Blake para não cair.

Plus, por outro lado, estava mais energética ainda. Alguns raios de eletricidade azul começaram a se desprender dela.

Imediatamente, ela parou de flertar (para o alívio do gato Felix, que se mandou na primeira oportunidade) e olhou para mim.

Era hora da distribuição de energia.

Plus veio até mim, ligeira, as faíscas e raios um pouco mais fortes. Eu já nem sentia mais as minhas pernas e depositava todo o meu peso em Blake, que parecia preocupado. Minha irmã me deu sua mão.

Instantaneamente, me senti muito melhor. A fraqueza se foi e logo eu já estava bem, como se tivessem injetado energético no meu sistema. Plus estava mais calma e as faíscas haviam parado.

Blake parecia confuso.

—O que diabos foi isso?-pergunta ele- uma hora, ela estava soltando raios e você estava parecendo um cadáver, e agora...tá tudo bem?

Eu e Plus trocamos olhares, antes de sorrirmos, meio encabulados.

—É um defeito de fábrica...-explico- Plus produz muita energia e eu perco muito rápido. Se eu não absorver a energia extra de Plus, ela sobrecarrega o sistema dela e eu fico com o meu sistema travado por inteiro...

Blake assente. Sorriu e estendo a mão.

—Obrigado, Blake!-agradeço- se não fosse você, eu estaria caído no chão há muito tempo!

Ele dá de ombros e aperta minha mãe, dizendo que não era nada. Quando Blake vai embora, um nome veio a minha mente.

Ana Schmidt.

Foi então que ouvi alguém gritar meu nome e saí de meu torpor. Eu e Plus nos viramos e vimos Max, o mágico.

—O que houve, Max?-pergunto, vendo a expressão séria dele.

—Ballon Boy perdeu um braço e precisamos que você o recoloque! –explica Max, apressado.

Assinto.

—Onde ele está?-pergunto.

—Nos bastidores-diz ele- vão, eu encontro vocês depois! Xam e eu precisamos resolver um assunto...

Plus franze a testa.

—Para onde você vai?-pergunta minha irmã.

—Quando eu chegar, explico tudo-corta Max, misterioso.

Mal sabíamos que ele e Xam iriam visitar Samantha Fazzbear.