POV’S Hunter

Blake está tão...estranho!

Sei lá, sua atitude, seu jeito, ele parece...mais feliz. Talvez tenha escutado meu conselho de se declarar para Ana.

Bem, o fato é que o meu maninho estava encostado na parede perto da porta da Oficina, com uma expressão pensativa, como um cão de vigia defendendo território. Me aproximei dele e o cutuquei no ombro. Blake levantou o olhar e me encarou, e até se olhar parecia diferente...parecia...

...vivo.

–Hunter, tudo bem?-chama Blake, me arrancando dos meus pensamentos- está com uma cara de idiota maior que o normal...

Reviro os olhos, fazendo Blake soltar uma curta e rápida risada.

–Sabe, Blake, eu estou notando que você anda...diferente...-comecei.

Ele ergueu uma sobrancelha.

–Um diferente bom ou ruim?-questionou meu irmão.

–Você anda mais alegre e menos sarcástico e grosso, então, eu presumo que isso seja um grande avanço-comentei, rindo.

Blake fez uma careta.

–Eu não acho que eu esteja diferente...-falou ele, na defensiva.

–Ah, está sim-insisti- é a Ana que faz isso com você!

Ele franziu a testa.

–A Ana?-perguntou ele- como ela faz isso?

–Ah, Blake, é difícil explicar-comecei- é uma coisa que a Charlotte me explicou ser o tal de “Amor”...

–Quando foi que você e a Charlotte conversaram?-perguntou meu irmão, de testa franzida.

–Quando eu falei que precisava de ajuda com uma garota-respondi- depois da festa na piscina, sabe?

–Mas bem, continue, Hunter, o que é esse tal de...amor?–perguntou Blake, testando a palavra.

–Bem, a Charlotte me explicou que o “Amor” é um sentimento muito forte que você sente por outra pessoa...-comecei- você está sempre pensando nessa pessoa, você se levanta e o primeiro pensamento que vem a sua cabeça é aquela pessoa, quando você dorme, você sonha com essa pessoa, você quer sempre estar ao lado dela, quer abraça-la, beijá-la...um sorriso da pessoa faz você delirar, um olhar diz mil palavras, só de estar perto da pessoa, você fica com borboletas no estômago!

Blake pensou um pouco, coçando o queixo.

–Hunter?-chamou ele.

–Sim, Blake?-perguntei.

–Acho que gosto da Ana...-falou ele, por fim- gosto não, amo...

–E eu acho que amo a Chica...-eu comentei.

–E o que fazemos agora?-perguntou meu irmão.

–Ué, vamos falar com a Charlotte-sugeri, como se a resposta fosse óbvia- garotas entendem outras garotas. Podemos pedir conselhos a ela...

Blake assentiu.

–Vamos?-convidou ele.

–Vamos-respondi.

POV’S Charlotte

Eu estava conversando com Jéssie, num canto mais afastado dos outros animatronics. Ana havia saído com Vaneloppe, sem dar explicações. Eu estava narrando sobre minha estranha conversa sobre o “Amor” com Hunter e como eu havia ficado meio...mexida com tudo aquilo. Jéssie limitou-se a suspirar.

–Charlie, é óbvio que você está caidinha pelo Hunter-respondeu Jéssica no fim da minha narração, mexendo distraidamente no celular.

Eu pisquei, sentindo o rosto queimar.

–Eu não estou caidinha pelo Hunter!-falei, tentando não chamar atenção- ele é um robô!

Jéssie limitou-se a me lançar um rápido olhar, antes de voltar a digitar em seu celular.

–Charlie, você tá gostando dele-repetiu ela- aceita que dói menos!

–Não, eu não aceito!-exclamei- tudo bem a Ana gostar do Blake, os dois se amam e tudo o mais, mas eu não estou afim do Hunter!

Jéssica revirou os olhos, digitando freneticamente em seu celular.

–Aliás, com quem você tanto fala nesse celular, hein?-perguntei, tentando mudar de assunto.

–Meu irmão, dã-respondeu Jéssie, sem tirar os olhos do telefone.

Revirei os olhos.

–Olha, Jéssie, seu irmão é um surtado esquisito-confessei- o PG é muito, muito, muito esquisito mesmo!

Jéssie baixou o celular lentamente e me encarou, séria.

–Não chame meu irmão de esquisito-pediu ela, a voz calma, mas firme- ele é meu irmão, Charlie. Você gostaria que eu começasse a falar do Jeremy de modo ofensivo?

Instantaneamente, percebi que eu estava agindo como uma boba por falar mal do irmão de uma das minhas melhores amigas no mundo.

–Não, Jéssie, eu não gostaria que você falasse do Jeremy de modo ofensivo-respondi- desculpa, amiga, me exaltei...

Ela suspirou, mas assentiu, sorrindo um pouco.

–Certo, PG tem suas maluquices as vezes...-admitiu ela.

Sorri. Quando eu estava prestes a abrir a boca para continuar minha conversa, ninguém menos do que Wolff surge atrás de Jéssie. Ele acena para mim e sorri para Jéssica, que fica um pouco vermelha.

Espera aí...

A Jéssie ficou...

...vermelha?!

Ou, foi só o Wolff chegar e...

Espera, se foi só o Wolff chegar...

Isso significa que...a Jéssie...o Wolff...AI, MEU DEUS! ELA GOSTA DELE!

Jéssie deve ter sacado que eu havia sacado que ela estava gostando do Menino-Lobo-DJ, pois me lançou seu melhor olhar de “Cala a boca, sua louca!”.

Jéssie sorriu para Wolff, que devolveu o sorriso.

–Ei, olá, menina!-cumprimentou ele.

–Oi, Wolff!-cumprimentei, dando pulinhos.

–Olá, Wolff...-falou Jéssie.

–Hey, Jéssie, eu quero jogar aquele jogo do seu celular-pediu o Wolff.

–Ah, claro!-exclamou Jéssie- vem, vamos lá jogar!
Wolff assentiu, sorridente, e começou a arrastar Jéssie para um canto afastado. Suspirei, meio triste.

Por quê todo mundo está achando seu par ideal e eu continuo...sozinha?

POV’S Vaneloppe

A cara de Víncent...oh, deus, não teve preço!

Ele parecia estar tendo um tique nervos grave! Apertava a taça de vinho com força, como se quisesse quebra-la. Olhava para Michael como se quisesse esganá-lo ali mesmo, mas havia forçado um sorriso amarelo.

–Meus...parabéns ao...-começou ele, engolindo em seco-...ao...casal...-Víncent fez uma careta, como se tivesse comido algo azedo.

Michael, vermelho, exibia um sorriso vitorioso.

–Ah, obrigado, Víncent!-falou meu irmão, provocativo.

Víncent abriu um sorriso meio...psicopata. Ainda apertava sua taça de vinho de modo compulsivo.

Eu segurei meu riso, mas logo, eu gargalhava loucamente.

Eu tinha uma risada estranha, sabe? Fina, esganiçada, louca, tipo uma hiena, sabe?

Resumindo, uma risada “Cellbits”.

Depois de me estabilizar, eu voltei a minha postura séria...o.k., eu estava sorrindo.

–Eu...vou resolver umas coisa...na Oficina...-falei, rindo baixinho.

Quando eu já estava saindo, minha mãe se levanta num pulo, sorrindo.

–Filha, fique conosco!-pediu ela- temos que comemorar essa notícia...FANTÁSTICA!

Soltei uma risada sufocada estranha.

–Ah, claro, sim, temos que comemorar o casamento...-eu disse, tentando não morrer engasgada com a minha risada.

Meu pai sorria, feliz da vida.

–Eu sempre soube que esse dia chegaria!-exclamou ele.

–Também sempre sonhei com esse tão esperado dia!-concordou Fazzbear.

Víncent ainda estava tendo um tique nervoso.

–Eu...simplesmente...estou...muito...feliz!–exclamou Víncent, entre dentes.

Michael estava com as orelhas vermelhas de tanta vergonha. Anne olhava para o chão, tão envergonhada quanto meu irmão. Os dois ainda estavam de mãos dadas.

–Hã, mãe, pai, podemos conversar com vocês só um pouquinho?-perguntou Michael, vacilante.

Mamãe sorriu.

–Já sei!-anunciou ela, entre gritinhos- decidiram comprar uma casa para morarem juntos!

Mich corou mais.

–Não!-exclamou ele.

–Vão fazer uma lua-de-mel antecipada?!-exclamou minha mãe, feliz.

–NÃO, MÃE!-falou Mich, o rosto ultrapassando cinquenta tons de vermelho.

Pobre Michael, logo iria começar a desprender fumaça do seu rosto!

–Então, o que é?-perguntou minha mãe, confusa.

–Venham aqui na Oficina bem rápido, por favor...-chamou Michael.

O papai ficou com uma cara estranha. Então, engessou um falso sorriso no rosto, se virou para Fazzbear e Víncent e disse:

–Aguardem um minuto, sim?

Fazzbear e Víncent assentiram.

Então, fomos nos dirigindo até a Oficina. Quando papai estava com a mão na maçaneta, ouvimos um grito:

–MINHA PAQUERA! AQUELE INFELIZ ROUBOU!-era a voz de...Víncent?- MINHA VIDA É UMA MER...-Víncent soltou um palavrão alto.

Eu olhei para Michael, tentando sufocar o riso.