A New Story About Bellarke escrita por Honey


Capítulo 9
Why Do You Do That?




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Clarke nunca tinha visto tanta gente bêbada em uma casa só. A casa dos Blake era enorme e a loira não fazia ideia que teria aquela festa naquela noite.

Ela queria falar com Bellamy sobre um assunto realmente importante, mas ainda teria que procurá-lo no meio de toda aquela multidão. De manhã, ela acordou e viu o Blake em sua cama, segurando o Jake. Aquilo era realmente estranho, já que, há uma semana, o moreno só queria distância do bebê.

A loira andava pelo quintal da casa, observando as pessoas da festa, quase tão cheias de álcool quanto os copos vermelhos que seguravam. Até aquela hora, ela não tinha visto Bellamy.

Não sabia porquê, mas uma garota passou e lhe entregou uma garrafa de alguma bebida que ela não conhecia. Aparentemente, todo mundo daquela festa queria que as pessoas não-bêbadas ficassem loucas também.

— Oi. – Clarke falou, tocando o ombro de um garoto, que estava próximo ao jardim, com seu celular nas mãos. O ruivo se virou para ela, deixando suas sardas à mostra. – Você deve ser amigo do Bellamy, será que sabe onde ele tá?

— A casa não é tão grande, princesa. Ele deve estar em algum lugar. – ele falou e Clarke cerrou seu maxilar, desviando o olhar levemente. – O que foi? Não gosta de ser chamada de princesa?

— Não por você. – ela balançou a cabeça, andando alguns passos para longe do garoto. – Obrigada, de qualquer jeito.

Quando Bellamy a chamava daquele jeito, ela não ligava muito, até mesmo gostava do apelido. Isso porque ela sabia que ele não fazia isso por maldade (mesmo que fosse para provocá-la, algumas vezes), mas esse cara...

— Espera, por que a pressa? – ele perguntou, segurando o braço dela de um jeito incômodo. – Bellamy falou de você e me deixou curioso.

Aquilo era ruim, porque eles estava no jardim e o lugar estava vazio. E ela parou para pensar naquilo...O quão idiota ela foi em ir até ali, falar com aquele garoto em especial? Pior ainda, procurando por Bellamy?

— Me solta. – ela falou, firme, sentindo o garoto apertar seu pulso. Ela conseguiu se libertar, andando para longe dele.

De repente, sentiu as mãos pesadas dele a prenderem contra o muro da casa. Ela se debateu, tentando sair de baixo dele, mas o ruivo parecia usar toda a sua força para mantê-la parada.

— Qual o problema, princesa? – ele sorriu, como se aquilo fosse a coisa mais feliz do mundo, e afastou o cabelo dela do rosto, ainda segurando os pulsos dela. A loira sentia o medo fazer um caminho tortuoso em sua coluna. – Preferia que fosse o Bellamy?

Seus lábios entraram em um contato violento com seu pescoço e a garota sentiu as mãos dele por baixo de seu short, assim como sua blusa, que estava rasgada por baixo. Ela apertou os dedos contra a garrafa, dada por uma desconhecida, que segurava.

As pernas dela pareciam gelatina e o medo devia estar exposto em seus olhos, mas ela tinha que fazer alguma coisa. Com um impulso e os olhos fechados, ela ouviu o vidro estilhaçar assim que entrou em contato com uma superfície sólida (que, provavelmente era o rosto dele). Ela empurrou o cara que estava em cima dela para longe, aproveitando um pequeno espaço para correr.

(X)

Clarke não havia reparado que sua coxa estava machucada. Provavelmente um dos estilhaços fez um corte em sua perna, mas ela tinha tanta adrenalina no corpo e estava tão chocada que mal sentiu a dor e sequer reparou no sangue que escorria pela sua perna.

— Clarke? – Octavia, que estava falando com um grupo de amigos, viu o estado crítico que Clarke se encontrava e foi até a garota. Colocou um casaco por cima de seus ombros descobertos. – Vamos, temos que dar um jeito nisso.

Octavia colocou uma das mãos da loira em seu ombro e segurou em sua cintura, dando apoio para que elas pudessem chegar juntas em casa. Não precisava realmente daquilo, Clarke ainda conseguia andar, mas ela gostou de saber que a morena se preocupava.

Assim que elas chegaram até a cozinha, Octavia trancou a porta, mantendo o interior da casa vazio. Clarke agradeceu por aquilo, não queria ver mais ninguém naquele dia.

Se virou para ela, mostrando o corte. Não era muito profundo, pelo que a Blake pôde ver, mas ainda era melhor lavar, antes que pegasse uma infecção ou algo do tipo, e limpar o sangue.

— Eu posso fazer um curativo pra você. Senta aí – ela falou, indicando a bancada da cozinha com o queixo.

— Não, eu... Eu preciso tomar um banho. Dou um jeito nisso lá em cima. – Clarke falou, tentando esconder a careta de dor.

— Tem certeza? – Octavia interrogou, franzindo a testa. Clarke assentiu, mas ela continuou desconfiada. – Clarke... Isso foi você? Você não se cortou, certo? Não estou te julgando, só quero saber pelo que você tá passando.

A loira arregalou os olhos, balançando a cabeça:

— Não! Não, eu... Eu derrubei uma garrafa de cerveja, só isso. Não é nada demais, eu estou bem, sério.

— Só quero que saiba... Que pode confiar em mim. E que você tem uma amiga aqui, independente do que aconteça. – ela se inclinou e deu um abraço na loira. – Agora, vai cuidar disso aí, se não eu termino o serviço.

(x)

Clarke se encontrava em estado vegetativo.

Ela não foi tomar banho, por mais que se sentisse suja, não fez o curativo (apenas limpou o sangue), não se deitou e não fez absolutamente nada, que não fosse ficar em pé, no meio do quarto, encarando a porta. Não esperava que alguém viesse, realmente, mas continuava ali.

Ela queria gritar, surtar, brigar, falar sobre aquilo com uma pessoa. Queria que alguém a abraçasse forte e dissesse que ia ficar tudo bem, mas, obviamente, aquela pessoa não viria. E era idiotisse acreditar naquilo.

— Clarke? – ela ouviu a voz de Bellamy do outro lado da porta trancada, parecendo preocupado. – Por que tem tanto sangue no chão?

Ela passou as mãos pelo rosto, como se quisesse retomar o controle.

— Eu vou... Eu vou limpar depois, pode deixar.

Não pôde deixar de notar o quanto sua voz parecia baixa e fraca, enquanto a dele, do lado de fora, praticamente gritava para que ela abrisse a porta.

— Não quero que você limpe, quero saber o que aconteceu. Por que tem sangue no corredor? Você se machucou?

Ela se lembrou que o garoto que fez aquilo disse: "Bellamy me falou de você". Seu sangue ferveu, ao pensar no que o Blake poderia ter falado dela e que parte daquilo poderia ser culpa dele.

— Pergunta para os seus amigos. – ela disse, soando mais fria do que realmente queria.

— O que deu em você? – se afastou da porta lentamente, cauteloso.

— Você... Você não tinha esse direito, Bellamy!

— Direito do quê? Sobre o que você tá falando? – ele franziu a testa, confuso. Bateu na porta novamente. – Abre a porta, por favor.

— Você! Isso é tudo culpa sua. – ela não sabia mais o que estava sentindo. Estava com tanto ódio de tudo aquilo, ódio dele, ódio dos garotos, ódio de sua própria fraqueza... Era difícil dizer. – Por que caralho você acha que pode dizer alguma coisa sobre mim pra alguém? Se você quer falar alguma coisa idiota com seus amigos imbecis, não me envolva nisso!

— Clarke, eu não disse nada sobre você pra ninguém. Por que eu faria isso? – ele falou, mantendo o tom de voz baixo. – Raven, Murphy e o Miller são os únicos que sabem que você tá aqui. Se alguém ficou sabendo de algum outro jeito, não faço a menor ideia, eu juro.

A garota desviou o olhar. Já estava cansada de se sentir daquele jeito. Como se nunca fosse ficar segura novamente, como se toda a sua vida fosse passar por coisas como aquela e sobreviver.

Ela, tomada pela raiva, empurrou todos os livros que estavam sobre a mesa próxima à porta e derrubou os quadros na parede. Puxou os lençóis que cobriam a cama e os jogou longe. Nunca se sentiu tão louca e fora da própria mente.

Bellamy bateu na porta novamente, provavelmente atraído pelo barulho:

— Eu juro que, se você não abrir essa porta, eu vou arrombar!

Ela finalmente destrancou a porta, se afastando um pouco quando ele entrou com tudo no quarto. Os olhos do moreno se revezaram entre Clarke, que tinha marcas pelo corpo e o machucado na perna, e o quarto, que parecia ter passado no meio de um ciclone.

Clarke dava a impressão de estar tão bagunçada quanto o quarto.

Bellamy olhava para a blusa rasgada da garota e para as marcas aparentes em seu pescoço, chocado demais para conseguir dizer ao menos uma frase. Não queria que tivesse acontecido com ela aquilo que ele estava pensando, nem fodendo. Se aproximou, com cuidado:

— O que você... Por que...

A loira se sentou na cama, evitando olhar para ele. Não que ela ligasse, mas provavelmente ele devia achar que ela era a garota mais maluca do mundo.

— Por que você faz isso? – ela perguntou, olhando para ele.

— Isso o quê?

— Isso. Todos os seus amigos estão lá fora, por que você tá aqui comigo? Por que quer saber se eu estou bem? – ela olhou em volta, como se esperasse que a resposta estivesse no meio de tudo aquilo que ela jogou no chão. – Por que ao menos se importa comigo?

Ele queria abraçar a garota. Queria apertar os braços em volta dela e que ela deitasse em seu peito, até que estivesse se sentindo totalmente bem. Queria poder ter coragem de dizer isso para ela.

— Eu não sei. – ele admitiu, se sentando ao lado dela na cama. – Acho que é porque você é quase tão bagunçada quanto eu. E, diferente de mim, eu vejo alguma chance em você.

— Eu não vou ter nenhuma chance. Tudo que eu quero fazer é continuar vivendo e melhorar as coisas para o meu filho, essa é a única coisa que eu nunca vou desistir de lutar.

— Você devia parar de lutar tanto. Relaxa um pouco, deixa as coisas acontecerem por um tempo. – ele franziu o lábio. – Nós dois sabemos que muitas coisas ainda vão dar errado na vida de todo mundo.

— E por que você acha isso?

— Porque a vida é uma grande filha da puta.

Ela desviou o olhar:

— A vida não parece ser filha da puta com você.

— É, um dia desses eu te conto a história. – fez uma pausa. Pareceu querer voltar ao assunto desesperadamente, então reparou em uma coisa. – Você estava chorando?

— É, não foi nada demais, e o corte também não. Eu estou bem agora. – ela garantiu. Realmente não queria falar sobre o que houve com ele, vai saber qual seria a reação do moreno. – Por que pergunta?

— Porque eu acho que você fica linda quando chora.

Ela abaixou a cabeça, sorrindo:

— Você é um idiota.

— Não, é sério. Se você chorar todo dia, eu vou ter que te beijar.

— E, se você me beijar, eu te dou um tapa. – ela prometeu, ainda sorrindo. – Acho que eu preciso mesmo dormir.

— Ok. Eu vou tirar essas pessoas da minha casa. Encheu o saco. – ele falou, se levantando e indo até a porta.

— Espera. – ela tinha uma expressão divertida no rosto. – Eu te vi dormindo na minha cama ontem, com o Jake no colo, ou foi só sonho?

— Bem, alguém tinha que acalmar o bebê. – ele falou, colocando uma das mãos na nuca. – E, como a mãe não é responsável, o padrinho tem que agir.
Ela deu o primeiro sorriso verdadeiro do dia e, pelo menos uma vez, sentiu que realmente tinha alguém, que não estava totalmente sozinha.

— Você não é o padrinho, Bellamy.


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