Bellamy era um idiota.

Ele se sentia um idiota e agia como um idiota.

Tentou ao máximo segurar sua raiva e resistir a todos os impulsos que o mandavam arrebentar Finn até que não sobrasse nada daquele maldito, mas, toda vez que olhava para Clarke, ele se lembrava do quanto ele merecia aquilo. Bellamy sabia que a loira não gostou nem um pouco do que ele fez, porém ele faria de novo e de novo, se pudesse.

Sentia uma dor incômoda no rosto, mas podia ser pior do que um soco. Levar um soco valia muito a pena, se ele conseguiu fazer aquele estrago em Finn.

— Só pode ser brincadeira comigo. – o moreno bufou, assim que ouviu o choro de Jake, por volta de 02:00. Ele podia simplesmente ignorar, mas, depois de um tempo, se tornou irritante o suficiente para tirá-lo da cama.

Ele saiu do quarto, furioso, pensando em acordar Clarke. Mas mudou de ideia, sabendo que, se eles se encarassem, teriam que conversar e ele não queria dar mais nenhuma explicação sobre o que aconteceu. Então, resolveu fazer uma lista mental:

1) O bebê não ia parar de chorar até que alguém o acalmasse.

2) Se Bellamy entrasse naquele quarto, provavelmente acabaria por matar o bebê com a sua ótima habilidade com crianças.

3) Ele não queria acordar Clarke.

4) Volte ao item 1.

Assim que Bellamy entrou no quarto de Clarke, mesmo que ainda nervoso. Porém, sentiu toda sua raiva se esvair aos poucos, quando viu a loira dormindo encolhida na poltrona, provavelmente havia pego no sono.

Ele foi até o berço, onde o bebê chorava como se não houvesse amanhã. O Blake nunca fez nada daquele tipo, o que deveria fazer? Cobrir o garoto com um cobertor e dar mamadeira?

— Ok, garoto... – o Blake falou, tirando o bebê do berço e o colocando em seu colo com o máximo de delicadeza que conseguiu. Ele pegou uma manta do berço e o envolveu com ele, pensando se isso resolveria. – Eu não faço ideia de como trocar fralda, só pra avisar, espero que não seja isso.

Agora eu estou falando com um bebê, Bellamy pensou, revirando os olhos.

Ele começou a balançar lentamente o garoto no colo, tentando imitar o que fazia com Octavia, quando ela tinha a mesma idade que ele. Passava muito tempo cuidando da irmã, quando ela era bebê, então ela e Jake não deviam ser muito diferentes.

Já que, supostamente, o bebê fosse recomeçar a chorar se saísse de seu colo, ele se sentou na cama, mantendo o pequeno corpo encostando a seu peito.

— Espero que você não seja babaca igual ao seu pai. – o rapaz disse, se permitindo dar um pequeno sorriso. Ele acariciava o braço de Jake lentamente, ainda hesitante com o contato tão próximo. – Eu podia te ajudar com isso, mas... Sua mãe não me escuta muito, não é? Então, é com você, Jake.

Blake se lembrou de uma festa que tinha para ir àquela noite e que Murphy ficaria extremamente puto, se soubesse que ele desistiu de uma sexta à noite, apenas para ficar com uma garota qualquer e um bebê.

Ele não saiba o porquê, mas não via daquela forma. Não via Clarke como uma garota qualquer. Quando olhou para a loira, dormindo como se não devesse se preocupar com nada no dia seguinte, e para Jake, que se acalmava aos poucos em seu colo, pensou que "perder" uma noite não o mataria.

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— Por que você não foi na festa ontem? Tá maluco? – Murphy perguntou e, como Bellamy esperava, parecendo furioso.

Bellamy ficou sabendo que Murphy teve todo um trabalho de arrumar uma garota para ele e, então, ele simplesmente faltou a festa da qual eles falavam há semanas. Obviamente, o melhor amigo estava puto da vida.

— Eu tive que tomar conta do Jake. – Bellany se sentou no sofá, distraído.
Quando ele acordou, ainda no quarto de Clarke, a loira e o filho não estavam mais lá. Bellamy pensava em qual teria sido a reação dela, quando o viu dormindo em sua cama e segurando Jake. Talvez ele não tivesse ficado muito feliz com isso.

— Me diz que "cuidar do Jake" significa que você bateu num cara chamado Jake, não que você ficou cuidando do bebê da Clarke. – Miller bufou, como se tivesse perdido totalmente a fé no amigo.

— Se serve de consolo, o cara que eu bati ontem se chama Finn. Mas, é, Jake é o filho da Clarke. – Bellamy falou, de deboche, recebendo olhares fuzilantes dos dois. – Cara, a garota tem uns 16 anos. É muito trabalho pra ela e eu queria ajudar, só isso.

— Esse não é o ponto... O ponto é: Bellamy Blake cuidando de um bebê, sexta à noite? Quando que isso iria acontecer, antes dela chegar aqui? – Murphy colocou as mãos nos ombros do moreno. – Nós vamos fazer uma festa aqui amanhã, mas, antes, você tem que terminar com ela.

Bellamy franziu a testa:

— O que? Mas ela nem é minha namorada.

— Exatamente. Se ela nem é sua namorada e já te manipula desse jeito, imagina quando você começar a gostar dela. Nós três sabemos que é isso que vai acontecer, se vocês continuarem perto um do outro.

— Isso é ridículo, mas... Vou pensar sobre a festa. – Bellamy falou e os dois confirmaram. – Falo com vocês depois.

E eles foram embora, deixando Bellamy pensando em tudo o que aconteceu com ele desde que Clarke chegou lá.

À comecar por dois dias atrás, quando ela e o Finn conversaram no shopping. E, por algum motivo desconhecido e obscuro (provavelmente projetado por Satã), eles se abraçaram. Ele sentiu que ela estava abalada demais pela "conversa" que teve com o ex, então Bellamy dormiu ao lado dela. Aquilo já era fodido o suficiente porque, assim como Bellamy tinha constantemente na memória, ele só fez aquilo com uma garota antes.

O nome dela era Lily.