A New Story About Bellarke escrita por Honey


Capítulo 6
Good Morning, Rebel King




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Uma semana depois

Sentada numa mesa com Finn e Raven ao seu lado, Clarke nunca se sentiu tão covarde.

Ela não teve coragem suficiente para contar tudo, quando Raven a chamou para jantar, e agora ela tinha que ficar frente a frente com a pessoa que ela mais odiava no mundo por mais duas horas, fingindo que não o conhecia.

O restante dos amigos de Raven e Bellamy eram incríveis. Wick, Jasper, Monty, Harper e alguns outros dos quais Clarke não lembrava direito os nomes. Bem diferente de Bellamy, eles foram muito legais com ela. Mas isto não mudava o fato de que ela se sentia em um purgatório.

Ela não conseguia mais ficar naquela mesa, não quando tudo que queria fazer era virá-la em cima de Finn.

— Bellamy... – Clarke chamou, baixo, enquanto os outros conversavam animadamente na mesa. Bellamy, que estava sentado ao seu lado, se virou para ela, franzindo as sobrancelhas. – Me leva para casa?

Ela se sentia bem idiota em ter que depender dele para voltar para casa, mas não podia ir sozinha. Eles estavam bem no centro da cidade e ela não fazia a mínima ideia de como chegar em casa. Definitivamente não podia simplesmente ir pedindo informação na rua de como "chegar à casa do Bellamy", mas também não conseguia falar com Raven de novo e mentir na cara dela sobre aquela situação.

— Não pode esperar um pouco? – ele falou, parecendo irritado. – Ainda tenho que falar com a Fox.

Clarke estava na mesa por trinta minutos e já sabia que o objetivo principal da noite de Bellamy era dormir com a tal de Fox. Isso a fazia querer vomitar.

— Esquece. – bufou, se levantando. – Eu me viro.

— Por favor, você não tem a menor noção de como chegar em casa. – ele revirou os olhos.

Todos na mesa riram daquilo, exceto ele. Clarke sabia que eles estavam brincando, mas ainda se sentiu mal com aquilo. A garota tentou esconder o fato de que estava corando violentamente e caminhou rumo ao banheiro.

— Clarke, espera. – Bellamy pediu, se levantando e indo atrás dela, mas a loira continuou andando.

.

Ela encarava seu próprio reflexo no espelho do banheiro, parecendo observar outra pessoa.

— Não aguento mais isso... – murmurou, antes de ligar a torneira e sentir a água gelada entrar em contato com seu rosto.

Ela ouviu a porta se abrir atrás de si, sem se virar, encarando justamente quem ela queria no espelho.

Finn entrou no banheiro, sem dizer nada. Ela também não se pronunciou, apenas continuou encarando o reflexo do moreno no espelho. Ele carregava uma cara de culpado no rosto, mas, definitivamente, não de arrependido.

— Eu sinto m... – ele começou a dizer, colocando uma mão na nuca.

— Não. – ela se virou, colocando uma mão na frente do corpo. Sentia seu interior queimar de raiva, cada vez que olhava para ele. – Não ouse dizer que sente muito.

Eles não se comunicavam por olhares por que não tinham e nunca tiveram amor o suficiente para fazer isso. Uma troca de olhares entre eles sempre foi simples, mas, agora, Clarke não tinha nada ali além de ódio.

— Clarke, eu sei que isso não é justo com você e nunca foi, mas... Eu não tinha a menor ideia de onde você estava, depois que saiu de casa e nunca ia imaginar que...

— Justo? Quem é você pra me dizer o que é justo? – ela sorriu, secamente, o interrompendo novamente. Balançou a cabeça. – Quando eu penso que eu já te defendi da Glass e do Luke, ou de qualquer um... Eu destruí minha amizade com eles por sua causa. Eu destruí a minha vida por sua causa!

Ele passou as mãos pelo rosto, respirando fundo:

— Eu sei que eu sou um idiota e mereço tudo isso, mas, por favor, me deixa ajudar. Eu vou fazer tudo o que for preciso para melhorar toda essa situação.

Ela mordeu o lábio, sentindo um nó se formar em sua garganta. Ela não podia chorar, não na frente dele, não antes de dizer tudo o que queria.

— Não! Não quero completamente nada que venha de você, além de distância. – ela finalmente se virou, olhando para ele. Se direcionou até a porta, estava tão perto de finalmente sair daquele lugar sufocante. – Agora somos eu e o Jake. E eu não preciso de mais nada, se eu estiver com ele.

— Clarke, espera. – ele tentou segurar o braço dela, quando ela caminhava até a porta. – Eu... Eu amo você. E eu sei que você não acredita nisso agora por que eu realmente não te dei reais motivos antes. Mas você é uma garota incrível e não merecia nada disso que está passando agora. Eu sinto muito, por favor, me perdoa.

— Bem, você quebrou meu coração. – ela puxou o braço de volta, fechando os olhos. Tinha que se segurar para não chorar ali, já que nunca achou que poderia falar tudo o que realmente pensava daquele jeito tão cru. – E, me desculpa, mas, quando eu olho para você agora, tudo que eu vejo é uma pessoa que eu nem reconheço mais.

Ela saiu do banheiro, andando o mais rápido que seus pés aguentavam. Só parou quando chegou ao hall lotado do shopping, onde Bellamy a esperava, impaciente.

— Onde é que você estava, garota? Saiba que eu tenho mais o que fazer do que... – então, ele percebeu que ela tinha lágrimas nos olhos. Franziu a testa. – O que foi agora?

— Nada, eu estou bem. – ela mentiu, enxugando os olhos e fazendo o possível para manter todos os sentimentos trancados dentro dela, pelo menos até poder se trancar no quarto. Mas estava difícil de esconder qualquer coisa, com Bellamy olhando fixamente para cada parte do rosto dela e com suas mãos tremendo violentamente. — Me leva pra casa.

— É sério. O que você... – ele começou a dizer, mas a garota o interrompeu.

— Bellamy... Só me tira daqui ou me fala logo como eu chego em casa andando. Eu até fico de joelhos, se você quiser.

Ela nunca pensou que ia implorar nada para ninguém, depois de todo esse tempo, mas agora estava. E era fodido o suficiente que tudo dependesse de Bellamy.

Alguma coisa na voz suplicante dela fez o Blake se arrepiar.

Ele bufou e segurou o pulso dela, puxando a garota para o lado de fora do shopping. Clarke estava tão distraída em seus próprios pensamentos que nem afastou o braço do rapaz, apenas o seguiu.

Assim que eles chegaram ao estacionamento e à frente do carro do Blake, a Griffin respirou fundo.

— Finn foi até o banheiro, me disse todas essas coisas... E-Eu devia saber que isso não ia dar certo bem antes de tudo... Por isso que eu te pedi pra ir embora, mas... Não queria atrapalhar nada, não fazia idéia que ele estava com a Raven, eu juro!

Ela não conseguia nem falar uma frase completa, sem respirar fundo nem gaguejar.

— É o Finn... Ele é o pai do Jake, não é? – Bellamy adivinhou, soltando o braço dela devagar. Ele já havia pensado naquela hipótese muito antes, desde que Raven "apresentou" o namorado para ela, mas sempre achou que fosse só uma viagem.

Ela assentiu, se sentindo ainda pior por que ele sabia. Conhecendo Bellamy como ela conhecia, provavelmente ele iria ser o primeiro a falar que a culpa foi dela por sair com o cara errado (uma vagabunda, como ele provavelmente devia pensar), além de correr até Raven e contar tudo.

— Essa é a hora que você me chama de vadia. – ela encolheu os ombros, indiferente. – Vá em frente, eu não ligo.

Já havia ouvido aquilo tantas vezes, que esperar um "se não quer engravidar, fecha as pernas, vadia" de Bellamy já nem fazia mais tanta diferença.

Ela se perguntava se, se ela fosse homem e fizesse exatamente o que Finn fez, seria tão julgada por todo mundo. É claro que não, já que era "dever dela" cuidar do que os dois fizeram, certo?

— Não era isso que ia dizer. – Bellamy falou, franzindo a testa. – Vem cá.

O Blake a puxou para perto, envolvendo os braços em volta dela.

Apertou a garota contra seu peito, uma mão acariciava os cabelos loiros e a outra segurava em sua cintura de leve, enquanto ela chorava. Queria muito prometer à ela que tudo ia ficar bem, porém não sabia se iria. E Clarke valorizou essa atitude.

Os dois ficaram muito tempo daquele jeito, até que Clarke nem estivesse mais chorando e Bellamy não estivesse fazendo aquilo só por obrigação. Eles realmente estavam aproveitando cada minuto do contato que, até então, era inédito.

— Me desculpa, eu não fazia ideia que era por isso que você queria ir embora. – ele fez uma pausa, se afastando.

Não notou o quanto estava com raiva de Finn até o momento. Bellamy queimaria aquele prédio inteiro antes de deixar aquele babaca tocar em Clarke de novo.

— Esse cara tá fodido. – ele falou, andando em direção as escadas. Clarke não tinha certeza se já tinha visto o Blake com tanta raiva, por isso segurou o braço dele, o impedindo de continuar. – O que? Vai deixar ele sair disso como se não tivesse acontecido?!

— É claro que não! – rebateu, falando num tom muito mais baixo que o mais velho. – Mas isso é problema meu. E foi minha culpa pensar que podíamos conviver nessa situação sem falar nada ou qualquer merda do tipo. É claro que eu vou ter que resolver isso sozinha.

— Você não tem que fazer tudo sozinha. – ele franziu testa.

A loira balançou a cabeça:

— Olha, eu amo a Octavia por tudo que ela fez por mim, mas... Eu não posso gastar o tempo dela comigo, nem com o Jake.

— Eu não estava falando da minha irmã. – ele falou, indo em direção ao seu carro. Clarke o encarou, sem saber direito o que dizer, enquanto o mesmo sorria.

Ele entrou no carro e ela entrou logo em seguida, surpresa por tais palavras vindas dele que, há semanas, foi o primeiro a dizer que não queria a garota em sua casa.

— É, mas não se iluda só por que eu disse isso. Tem uma longa fila na sua frente, Griffin. – ele falou, trazendo seu lado idiota de sempre, fazendo-a dar um pequeno sorriso.


(X)

Era a primeira vez que Bellamy estava ansioso para falar com Clarke.

Logo depois que eles foram para casa, a loira disse que queria ficar sozinha e, sem dizer mais nada, levou seu filho até a piscina. E ela continuava lá, provavelmente pensando em um jeito de se livrar da conversa que Bellamy queria ter com ela.

— Tudo bem, O, eu já estou descendo. – o moreno ouviu a voz dela, no corredor. Ela estava saindo de seu quarto, já que tinha colocado Jake na cama, indo em direção as escadas.

Bellamy segurou o braço da loira, fazendo-a se virar:

— Temos que conversar.

Os dois entraram no quarto do Blake, que já não estava muito arrumado. Ele geralmente nunca arrumava o quarto, então, a "paisagem" ali não costumava mudar muito. No máximo, Raven ia dormir ali e o forçava a fazer a cama.

— Quer parar de me puxar? – ela cruzou os braços, quando ele se sentou na cama. – E eu achei que não quisesse que eu entrasse no seu quarto.

Ele franziu a testa:

— Por que acha isso?

— Porque você deixou bem claro, assim que eu eu cheguei. – revirou os olhos. A garota se rendeu, sentando-se um pouco afastada dele na cama. – Enfim... Sobre o que quer falar?

— Quero te perguntar uma coisa, mas não precisa responder, se não quiser. – ele avisou, enquanto ela franzia a testa, um pouco desconfiada. – O Finn já te obrigou a fazer alguma coisa?

Ela corou instantaneamente, parecendo pega de surpresa. Mesmo que soubesse que Bellamy não iria falar nada demais (principalmente por que ela não se importaria de verdade, se ele falasse), era meio complicado tocar no assunto, principalmente com um homem.

— Não. Não aconteceu desse jeito. – ela disse, com honestidade. – Mas não foi completamente do jeito que eu queria, também. Sei lá, eu só não soube dizer não.

Eles conversaram por mais algum tempo, até Clarke ter uma de suas crises de dor de cabeça. Ela se lembrava que a enfermeira Byrne disse que ela poderia sentir muito isso nos próximos meses, porém que a dor podia ser só psicológica.

— Você devia deitar. Parece que precisa dormir um pouco. – ele falou, franzindo os lábios.

Ela olhou para a cama dele algumas vezes, hesitante:

— Deitar... Tipo, na sua cama?

— Não tem nenhuma doença aí, Clarke. Eu arrumo depois de usar... Bem, na maioria das vezes. – ele sorriu, fazendo a loira revirar os olhos. – Você não já colocou o garoto para dormir? Não precisa nem voltar para o quarto.

Ela se deitou, pensando o quanto seria estranho dormir sozinha, sem Jake. Eram naqueles pequenos momentos que ela percebia o quanto odiava ficar sozinha; já havia passado quase a vida inteira sozinha.

Bellamy caminhou em direção a porta:

— Se precisar de alguma coisa, eu vou dormir na...

— Não, espera! – ela falou, sem pensar. Ele se virou, franzindo a testa. – Eu sei que é idiota, mas... Sabe, você pode...

Ele estreitou os olhos:

— Ficar com você?

Ela assentiu e ele deu de ombros. Foi até o outro lado da cama e subiu, deixando um espaço pequeno entre os dois. Ele permaneceu sentado, enquanto a loira se encolhia nas cobertas.

— Quer uma história de dormir também, Princesa? – brincou, arqueando as sobrancelhas. Ela riu, de olhos fechados. – Deixe-me ver... Os três porquinhos viciados em cocaína, a princesa stripper ou o boneco que fazia...

— Definitivamente não. – a loira balançou a cabeça, sorrindo. Ela desviou o olhar, pensando se deveria agradecer à ele por alguma coisa. O moreno a fez se sentir muito bem pela primeira vez na maior parte do dia e isso era novidade para ambos. – Boa noite, Bellamy.

(X)

Clarke acordou, sentindo um peso sobre seu corpo.

Ela abriu os olhos, vendo um braço musculoso ao redor da sua cintura. Levou alguns segundos até lembrar que havia dormido na cama de Bellamy na noite interior e o braço que envolvia sua cintura era dele. Suas bochechas ficaram quentes, assim que ela sentiu a respiração dele na sua nuca. Não queria sair dali, mas também não podia ficar até que ele acordasse.

Provavelmente ele tinha se esquecido que ela havia dormido ali também ou a abraçou enquanto estava dormindo e nem mesmo reparou. Mas, ainda assim, era estranho.


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