A New Story About Bellarke escrita por Honey


Capítulo 2
Beautiful Welcome




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Clarke podia jurar que estava sonhando, assim que o carro de Octavia parou na calçada. A Blake simplesmente a deixou ficar em sua casa, sem nem perguntar nada, depois de todos os anos. Aquilo era loucura.

Ela nunca achou que o reencontro com a amiga de infância fosse ser desse jeito: debaixo de um frio estupidamente congelante e uma estrada completamente molhada.

— Você deve estar congelando! – Octavia falou, saindo e batendo a porta do carro. Ela correu até Clarke e abraçou forte, envolvendo a amiga nos braços.

Elas ficaram muito tempo assim, apenas aproveitando a companhia uma da outra. Quando se separaram, enquanto Clarke colocava seu casaco, Octavia viu Jake nos braços de Byrne e sorriu:

— Ele é lindo. Qual é o nome?

— Jake. – Clarke respondeu, sorrindo. Ela pensava que seria um bom jeito de homenagear seu pai e, no fim das contas, os dois se pareciam um pouco.

....

Clarke colocou Jake, que dormia calmamente, no colo, o aninhando em sua jaqueta por um tempo. Ela só estava fazendo isso, morar de favor na casa de alguém, por ele, porque o amava e seu filho era sua principal prioridade agora.

— E o pai? Ele não deveria estar com você? – a morena perguntou, um tempo depois que elas entraram no carro. Ao perceber a expressão no rosto de Clarke, Octavia balançou a cabeça. – Desgraçado.

A loira mordeu o lábio, focando na estrada:

— Olha, podemos não falar sobre isso agora? Você merece saber de tudo, eu sei, mas prometo que vou contar mais tarde. – ela fez uma pausa, limpando a garganta. – E eu também não vou ficar muito tempo na sua casa. No máximo, um mês, pelo menos até eu conseguir um emprego e arrumar um lugar. Não quero incomodar.

Octavia reduziu a velocidade, para que elas pudessem conversar melhor e sem acordar Jake.

— Clarke, você só tem 17 anos, certo? Pensa bem: Que tipo de negócio ia contratar alguém com essa idade, que acabou de ter um filho? Eu já disse, não tem problema, pode ficar lá o tempo que quiser.

A loira fechou os olhos por um tempo, descansando a cabeça no banco. Fazia uns bons dias que ela não dormia e seria bom deitar em algum lugar que não a fizesse se lembrar de Finn.

— Sua mãe mora com você? – ela perguntou, querendo mudar de assunto.

— Mora, mas ela está viajando agora e não deve voltar tão cedo, então... – ela umedeceu os lábios, parecendo que estava prestes a dar uma má notícia. – Mas o Bellamy também mora lá. E ele... Bem, ele é legal, mas pode ser bem difícil de lidar as vezes.

Clarke tinha vagas memórias de Bellamy, o irmão de Octavia. Todas as vezes que ela ia à casa dos Blake, era por causa de sua mãe, que queria falar com a mãe dos dois, Aurora. E, como ela passava a maior parte do tempo lá no quarto de Octavia, raramente via o rapaz.

Mas aturar Bellamy não podia ser pior do que morar na antiga casa onde ela ficava com Finn. Nada era pior do que aquilo.

(X)

Clarke teve mais certeza ainda que estava sonhando quando viu a casa dos Blake. Eles haviam se mudado, já que a velha casa deles era pequena demais, então simplesmente foram para a maior casa da rua e, provavelmente, da cidade inteira.

A garota não sabia direito como descrever a casa, mas, se existisse uma Casa Branca em Walden, seria a deles. Fora o enorme quintal, que se estendia para a piscina e o jardim. Clarke contou dez cômodos e mais uma garagem, que devia caber uns três carros.

— Olha, pode deixar as malas comigo. – Octavia garantiu, abrindo o portão da garagem. Ela jogou a chave da porta da casa para Clarke. – Pode ir.

Enquanto a Blake pegava suas coisas, Clarke olhou para a casa, que mais se parecia uma mansão, e desviou sua atenção para Jake. Seria esse o novo lar deles?

Depois de atravessar o enorme quintal, ela chegou até a porta. Girou a chave na maçaneta e finalmente entrou, ainda se impressionando com a beleza da casa.

A sala era grande, como tudo ali, e os corredores que levavam aos outros cômodos eram longos e majestosos. O interior da casa se parecia com um castelo, dos livros que ela lia.

— Finalmente... – ela se sentou no sofá, com calma e respirou fundo. Colocou Jake do seu lado, sorrindo para seus olhos azuis. – Essa é nossa casa nova. É menos do que você merece, mas... É tudo que eu consegui por agora.

Assim que escutou os passos de Octavia atrás dela, disse, sem se virar para a garota:

— O, eu tenho que comprar algumas coisas pra ele. Se você não se importar, eu acho que...

Assim que ela se virou, percebeu que não era Octavia que estava ali.

Um rapaz, que parecia ser maior que ela, com os cabelos escuros e os olhos castanhos, também escuros, a encarava, confuso. Ele mantinha os braços cruzados, enquanto parecia avaliá-la, olhando a garota de cima a baixo.

Esse é o Bellamy, Clarke finalmente se tocou.

— É alguma amiga da minha irmã? – ele perguntou, parecendo entediado. Clarke assentiu, meio sem graça. Bellamy estreitou os olhos, finalmente notando Jake ali. – Aquilo ali é um bebê?

Antes que a loira respondesse, Octavia entrou na casa, com as duas malas nas mãos. Ela deu um sorriso nervoso, quando viu Bellamy ali:

— Então, vocês já se conheceram, que ótimo. – ela soltou as malas próximo ao sofá e se virou para Bellamy. – Quer me ajudar com o jantar?

A Blake segurou o braço do irmão e o guiou até a cozinha, fechando a porta atrás de si.

— O que tá acontecendo? Quem é aquela? – o moreno perguntou, franzindo a testa.

— Uma amiga. Uma amiga que realmente precisa da minha ajuda agora, então... Ela e o filho vão passar um tempo aqui, pelo menos até dar tempo de organizar tudo. – antes que Bellamy protestasse, ela o interrompeu. – E, não, ela não vai embora.

— E você quer colocar um bebê aqui dentro? Jura? – ele revirou os olhos, andando pela cozinha. – Por que essa garota não vai morar com os pais? Sei lá, ela não tem... Qualquer lugar que não seja aqui?

Octavia bufou. Ela já esperava que o irmão ficasse surpreso, mas ela odiava a atitude que ele estava tomando. Bellamy não fazia a menor ideia do que estava falando ou do inferno que Clarke provavelmente passou.

Ela falou, perdendo a paciência:

— A minha mãe me deixou no comando da casa, então... Pelo nosso acordo, eu posso fazer o que eu quiser aqui dentro.

— Acho que você tá esquecendo que eu sou o mais velho.

— E o mais idiota. – a menor revirou os olhos. – Você não tem que concordar. Mas, se não for ajudar, fica fora disso.

(X)

Clarke ainda não sabia o que pensar sobre Bellamy. Octavia mencionou que ele seria difícil de lidar, mas ela não achou que ela estivesse falando sério.

— Clarke, eu vou levar o Jake e as malas para o quarto de vocês, ok? – a morena falou, segurando a criança no colo e sorrindo. Ela gritou, enquanto subia as escadas. – Vocês podem jantar sem mim!

Clarke sequer sabia o que estava comendo (provavelmente era aquela comida chique, que as pessoas ricas comiam e ela nunca entendeu porque), mas estava com muita fome para questionar.

Estar na mesa sozinha com Bellamy criava um clima tenso sobre os dois, que se encaravam atentamente quando o outro não estava olhando.

— Quanto tempo? – ele perguntou, quebrando o silêncio.

Clarke franziu a testa:

— Como assim?

— Quando tempo você ainda pretende ficar aqui? – ele falou, com toda a naturalidade do mundo, enquanto terminava de comer.

Essa só podia a recepção menos calorosa de todos os tempos. Ela mal havia chegado e já queria desesperadamente sair dali, antes que Bellamy dissesse mais alguma coisa.

A loira engoliu em seco:

— Hã, eu não sei... No máximo, dois meses, eu posso me virar depois disso.

— Aposto que sim. – ele disse, olhando fixamente para ela. Por um momento, ela achou que ele ia sorrir, dizer que aquilo era uma pegadinha e que ele só estava fingindo ser um idiota. Mas, obviamente, isso não aconteceu. – E o pai? Foi embora ou vai se juntar a você e morar aqui também?

Clarke tentava ser, no mínino, educada. Diferente dele, era um princípio que ela tinha que manter. A garota já se sentia péssima em ter que morar ali de favor, pior ainda por saber que ele já não gostava dela e que estava incomodando... Mas ele realmente precisava esfregar aquilo na cara dela?

— Se você não se importa, prefiro não falar sobre isso.

Bellamy esboçou um sorriso, olhando para baixo:

— Entendi, ele foi embora.

— Isso é um interrogatório ou o quê? – Clarke se mexeu na cadeira, desconfortável.

— Seguinte: O quarto de hóspedes é no segundo andar, no fim do corredor. E, se precisar de alguma coisa com o bebê, não me procure. – ele estalou os dedos, se lembrando de algo. – Bem-vinda.

Ela se levantou, nervosa demais para continuar na mesma mesa que ele. Andou até as escadas, sentindo o olhar constante do rapaz sobre ela. Em seu primeiro dia na casa dos Blake, Clarke só tinha uma certeza:

Seu "colega de casa" era um grande babaca.


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