Quebrados escrita por Ellen Cravina


Capítulo 9
Primeiro NÃO


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal atrasadooooo!
Meu presente é este capítulo hahaha
Boas festas e até o ano que vem! uhuuuu!



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Desde que a minha mãe morreu, o meu interesse por homens nunca foi tão forte ao ponto de sair correndo atrás de um ou me apaixonar loucamente e não suportar viver. Não, homens nunca foram algo tão interessante assim ou melhor dizendo, eu nunca quis que algum entrasse em meu coração. Eu nunca quis perder ninguém depois de Thomas, então ninguém poderia entrar seriamente em minha vida. Mas este homem, o que me olhava tão amavelmente e que sussurrava o meu nome várias vezes repetidamente em meu ouvido, acariciava o meu rosto com as mãos macias e forte, que me tocava como se eu fosse frágil e me segurava como se eu fosse fugir... Ele, ele estava me deixando abrir as portas do meu quebrado coração lentamente para sair correndo e perder-me loucamente em seus olhos azul oceano e jogar-me desesperadamente em seus braços de ferro. Este homem, que comigo em seu colo ainda pedia permissão para me tocar, este homem, por ele eu sofreria um pouco.

–Eu gostaria de poder te dar mais, Sofia, muito mais minha pequena. - Seus olhos brilhantes pediam desculpas silenciosamente, ao contrário dos lábios que rudemente invadiam a minha boca e reivindicavam a minha língua sem piedade, desgrudando apenas para falar. - Eu quero que você seja minha. - O fervor em seus olhos fazia ficar difícil de recusar. Senhor, era difícil dizer qualquer coisa com aquele ser humano sem camisa e me olhando como se eu fosse a reincarnação de uma musa! - Você vai ser a minha futura esposa, Sofia? - Ele estava sexy e sério, mas foi quando eu entendi. Era um verdadeiro pedido de casamento, essa porra não era um contrato... Era um pedido de verdade!

–O quê?! - Levantei em um pulo de seu colo, nua. Preocupação bateu em seu rosto de imediato e ele agarrou a minha mão, possivelmente pensando que eu fugiria.

– Eu não quero que você me responda agora.

–Dante, como?! Você ficou louco?! - Ele se levantou e eu precisava sair daqui, dessa sala, eu precisava me afastar dele, mas era impossível com ele me prendendo forte em seus braços. - Eu não posso, eu preciso...

–Sofia, se calme. - A voz autoritária do meu homem me fez endurecer... DEUS! Eu estava chamando ele de MEU HOMEM?! Senhor, eu precisava mesmo de ajuda! - Está tudo bem, respire fundo. - Fiz o que ele pediu e relaxei um pouco. - Isso meu amor, respire. - Ele me chamou de "meu amor"?! Eu ia perder alguns parafusos hoje... Olhei-o confusa. - Pare de pensar, Sofia. Apenas respire.

Eu estava aconchegada em seu peito e apenas respirando, deixando-me sentir o calor do corpo próximo ao meu e sendo mimada por aquelas mãos que afagavam as minhas costas e os meus cabelos.

Quando eu já não estava mais em euforia, consegui falar novamente, olhando o rosto tão bonito e perfeito que ele tinha, aqueles cabelos desgrenhados tão macios e as covinhas mais lindas presas na bochecha. Dante era lindo, ele era de matar em dez mil vezes com o sorriso mais sexy que eu já vi em todo o homem.

–Eu ainda não posso. - Sim, eu falei. Eu recusei esse pedaço de tentação e mesmo assim ele não me afastou, apenas continuava me olhando determinado.

–Eu sei que você ainda não pode. - O beijo em minha testa foi doce e as palavras ainda mais . - Eu vou te esperar. Vou esperar você se recuperar.

–Recuperar? O que você está falando, Dante? - Meu olhar de incerteza o fez rir. - Eu estou ótima, não estou doente, Kannenberg. - Franzi a testa, percebendo as suas palavras. - Por acaso você está me chamando de louca por ter te recusado? - A risada ficou mais alta e considerei isso um sim. - Eu não sou louca, meu querido, eu estou apenas te dizendo NÃO. Pode ser o seu primeiro não, mas mesmo assim é um NÃO. - Espetei o meu dedo em seu peito, muito séria.

–Não, minha belle, esse não foi o meu primeiro não. - Eu duvidava disso... Ele ainda não parava de rir. - Você é muito engraçada, mas louca nunca. - E deu um selinho em meu dedo, calando-me com o mesmo tom tranquilo que usava quando explicava coisas como "por que os dinossauros não existem" à Dyl. - Sofia, eu quis dizer no sentido de se recuperar de perder o pequeno Thomas, minha belle. Eu sei que é difícil perder uma criança e que você o amou como a um filho, além de você tê-lo perdido da pior forma possível. Eu sei que deve ser estranho ficar noiva de um homem que conheceu à pouco tempo, mas eu vou te esperar. Eu quero que você confie em mim, que você saiba que eu vou sempre estar aqui. Eu não quero que você se afaste, nunca. Depois do contrato, eu quero que você continue na minha casa. Apenas me deixe tomar conta de você. - Uma lágrima desceu dos meus olhos e ele a enxugou, beijando a linha salgada que se fez.

Cacete, por que ele tinha que ser tão irresistível? Esse homem sabia me deixar sem palavras... Como ele podia dizer essas coisas se ele não me conhecia direito? Eu precisava de tudo o que ele falou, mas como? Eu não ia conseguir fazer isso... Não com ele ou com qualquer outro homem, mas por que ele me tocava de uma forma tão profunda e acolhedora?

–Por que você quer tomar conta de mim? - Foi a primeira coisa que saiu da minha boca.

–Porque eu não quero te perder. - Foi o sorriso mais sincero que ele já me mostrou, o mais vulnerável. - Eu simplesmente não quero te perder como eu perdi a minha esposa. - Arregalei os olhos com a menção da minha irmã. Era a primeira vez que ele falava dela e eu não ia terminar perguntando o que aconteceu com ela, não quando ele estava se abrindo comigo e seria até injusto...

Toquei o rosto dele e queria confortá-lo de alguma forma. Ele estava se arrependendo de alguma coisa que o machucava muito, pois era a mesma expressão que tinha quando me abraçou em frente ao portão de casa. Ele estava sofrendo, sentindo a falta dela, era isso.

–Eu não vou perguntar sobre ela, Dante. - Ele acenou. - Você não pode tomar conta de mim, eu sei que você quer e eu também gostaria. Mas, eu não posso me casar. Isso eu não posso. Eu adoro o seu filho, ele é a criança mais linda depois de Thomas, mas eu não posso tomar o lugar da sua esposa e eu não posso ser a mãe de Dyl. Eu não vou conseguir fazer isso de novo, ter a responsabilidade de amar e ser uma mãe de novo e saber que posso perdê-lo a qualquer momento. Isso eu não posso, por isso não posso me casar com você.

Eu não queria ver o rosto de decepção dele, porque eu sei que estava ali quando o homem sentou no sofá. As minhas palavras provavelmente acabaram com ele, porque foi o não mais bem explicado que ele já levou em toda a vida e ele não podia rejeitar. Eu me virei e fui colocar as minhas roupas. Eu não sabia o que estava se passando na cabeça dele, ele não disse nada e o silêncio pairava no ar.

–Eu a perdi, porque eu não a protegi direito. Esse foi o meu erro e sempre será a minha culpa. - Ele estava se referindo à ela. O som de sua voz era quase inaudível quando falou com a cabeça baixa, apoiada nas mãos. - Eu estou te perdendo? - Levantou os olhos para mim, mostrando o quão frágil eu podia deixá-lo. Eu não queria ver aqueles olhos tão quebrados, tão destroçados e pedindo por ajuda. Deus, como eu queria tirar a dor deles.

Fui até o homem e sentei na frente dele, ficando cara a cara com um Dante sensível e acabado. Peguei o rosto dele entre as mãos e apertei, encarando firme os olhos azul.

–Você não me perdeu, eu ainda estou aqui. - Respondi e a sua expressão se suavizou, os olhos refletiam o meu rosto neste momento. - Eu ainda sou a babá de Dylan e vou continuar com o nosso contrato como noivos, também te tratando como meu parente, porque você é meu cunhado. Eu apenas não posso me casar com você, Dante. Você não me perdeu. - Sorri alisando o rosto dele com o polegar, sentindo que agora ele não estava tão machucado assim.

–Então eu posso tomar conta de você? - Eu franzi a testa, abrindo a boca para falar, mas ele me impediu. - Eu não vou te pedir em casamente de novo, eu prometo. Eu apenas quero tomar conta de você como parte da família, talvez como uma cunhada que precisa de ajuda? - Pensei à respeito e não era tão relevante assim, esse pedido. Ele não me queria como noiva, o que me incomodava, mas também era um alívio. Podia dar certo.

–Tudo bem. - A resposta fez ele me pegar no colo e me dar um beijo tão cálido e tão seguro, típico de Dante, que era impossível esconder o meu sorriso. - Desde quando cunhados se beijam, senhor Dante Kannenberg? - Fiz uma cara de brava e me segurando para não rir. Ele deu de ombros.

–E desde quando cunhados não podem se beijar? - Eu adorei ver o sorriso de volta em seu rosto. - Faremos como na França, o beijo é apenas uma forma simbólica de cumprimento e agradecimento. - Ele piscou para mim.

–Você é impossível, Kannenberg. - Eu ri e cutuquei a covinha em sua bochecha. - Realmente impossível.

–Eu sei, Lafayette, eu sei. - Ele mordeu o meu dedo e chupou. - Minha cunhada. - Eu simplesmente adorava aquela voz rouca e grave,delirantemente sexy que sussurrava no meu ouvido. - Eu ainda prefiro você sem roupas, minha pequena cunhada. - Revirei os olhos e tive uma boa ideia da lição que eu ia dar à ele.

–Certo, meu cunhado, agora pare de me provocar com as suas grandes mãos. - Mostrei indiferença com os seus toques, empinando o nariz. Peguei a mão que estava passando por debaixo do meu vestido e a outra que estava em meu seio, largando as duas ao seu lado no sofá. - Sem sexo e sem me tocar, entendeu? - Apontei para o rosto dele e eu acho que ele não estava me levando à sério com o sorrisinho atrevido.

–Sim, senhora. - Passou as mãos pelo cabelo, bufando e exibindo os bíceps duros. Meus dedos estavam formigando para tocá-lo. - Eu ainda posso te beijar, senhorita Lafayette? - Ergueu uma sobrancelha bem definida que marcava o seu belo rosto. Eu ia dizer que não, mas aí eu estaria facilitando muito para ele e não era essa a minha intenção. Eu queria ver ele só um pouquinho frustrado.

–Dante... - Comecei cortando toda a brincadeira dele e o seu sorriso descarado. Uma carranca apareceu naquele lindo rosto bronzeado, porque agora ele sabia que eu estava falando sério. - Eu não acho certo, então... - Isso estava ficando divertido. Dante era muito fofo quando estava frustrado, parecia uma criança emburrada. Ele cruzou os braços e esperou eu terminar. - Sem sexo, ok? - Ele acenou, resmungando um sim. - Sem mãos, ok? - Eu acho que eu vi um nervo aparecer em sua testa.

–Você quer que eu te beijei como então, como se você fosse um poste? E eu ainda acho que o poste deixaria eu tocá-lo. - Eu ameacei me levantar, mas ele me puxou para baixo. Eu queria rir tanto... - Tudo bem, tudo bem. Sem sexo, sem mãos, o quê mais? - Disse rapidamente.

–Hummm... - Pensei por alguns minutos, apenas para deixá-lo com mais medo. - Sem os dedos, Kannenberg. - Olhei para a mão que me prendia como algemas em torno dos meus pulsos. - Eu disse sem mãos, não disse? - Ele recuou. Eu estava sendo muito má, mas era divertido. - Eu não quero que você me beije quando estivermos sozinhos. - Ele cerrou os punhos, provavelmente querendo me levar ao chão. Ele que era o boss e eu é que estava dando as ordens, muito irônico isso.

–Sofia, isso é um não? - Disse calmo, por incrível que pareça. - Eu estou levando outro não?

–Você disse que ia tomar conta de mim, não significa que eu deixe você ser meu amante, namorado, marido, noivo ou qualquer uma dessas colocações. - Dei de ombros. - Eu não quero que você me toque, Dante. - Acho que ouvi alguma coisa quebrar ou era só impressão minha, mas ele estava me analisando frio e cerrando os dentes.

–Tudo bem, então se afaste antes que eu mude de ideia. - Bufou e me deixou tensa. Ele estava falando sério? Agora eu fiquei confusa. Ele estava me mandando sair de perto dele?

–Dante...

Eu ia me entregar, porém ele pôs as duas mãos no meu rosto e disse:

–Eu entendi, eu vou apenas tomar conta de você. Se você não quer sexo, mãos, dedos ou beijos eu aceito. Eu não preciso de mais nada, Sofia, além de você ao meu lado é o suficiente. Está tudo bem. - Ouch, eu não esperava por isso... Uma pontada de culpa alfinetou o meu coração.

–Por que você é tão gentil comigo? - Beijei a palma da mão dele. - Eu só estava brincando, Dante. - Sorri pedindo desculpas. Como ele conseguiu me deixar tão culpada por provocá-lo? Que homem, senhor...

–Você SÓ estava brincando? - Parou por um segundo para pensar no que eu falei e recostou-se no sofá, cobrindo o rosto. - Porra, Sofia! - Ele me jogou de costas tão abruptamente contra o sofá e eu achei que ele ia gritar comigo, mas ao invés começou a fazer cóceguinhas em mim.

–Dante!!! - Gritei, contorcendo-me com os seus dedos e chorando de rir. - Pare!

–Nem pensar, senhorita. - O demônio tinha aparecido. - Agora eu vou me vingar de você, espertinha. - O seu sorriso diabólico me deu calafrios.

Deus! Ele era Dante, sem um pingo de delicadeza o homem me puxou para um beijo enlouquecedor de estremecer as pernas, fazer-me mole em um segundo e pedir por mais no outro. Como era bom estar agarrada em seus braços, saber que ele me desejava tanto e estava disposto a cuidar de mim. Mas, eu tinha um limite imposto e eu ia cumprir com isso.

–Sem sexo. - Lembrei-o, parando com os seus movimentos procurando pela minha pele nua por debaixo do vestido. Ele me olhou confuso. - Eu estou falando sério. Sem sexo, isso nós não podemos. - Eu não podia, porque o sexo poderia me mudar de alguma forma e eu não estava preparada para isso. Eu não estava preparada para sentir mais por ele agora.

Eu sei que ele me entendeu, porque apenas acenou com a cabeça e me deu um beijo na testa, levantando-se de cima de mim e me ajudando à ficar de pé.

–Eu estava falando sério quando disse que eu apenas precisava de você perto de mim e nada mais. - Os olhos firmes declaravam uma promessa. - Eu vou tomar conta de você, Sofia.

–Eu sei que você vai.


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Notas finais do capítulo

Terminei em 1 dia. Madrugando, mas terminando... É foda, inspiração só aparece tarde....Hahaha

P.s.: Estava com pouca paciência e imaginação, por isso não postei nada antes.
Escrevendo o próximooooooooo!!

Dylan vai estar no próximo!!! (/l ^.^ /l)
~~*Meu xodó vai aparecer para trazer muitos "aww's que fofo"!

Beijinhos!



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