B. A. D -Hiatus escrita por mazu


Capítulo 6
Sacrifício em vão




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Paramos e finalmente alguém tira minha venda. Vejo o Senhor Lay parado na minha frente.
—Bem-vinda de volta. -Ele diz e dá um passo pro lado para tirar a venda do A. Delta e Zeta não estão por aqui, devem ter sido levadas de volta.
A entrega a maleta pro Senhor Lay e logo atrás dele vejo Kate vindo na nossa direção. Ela estava segurando todos os itens que pedimos antes de ir. Junto com ela um homem de uns 30 anos com olhos e cabelos castanhos vem vindo, ele até que é bem bonito.
—Olá crianças, muito prazer. Sou Jared Duquette e sou o Diretor. Muito obrigado pelo o que fizeram, não sabem o quanto significou pra nós. O Presidente vai ficar muito orgulhoso. Kate providenciou os presentes de vocês, aproveitem. -O homem diz depois pega a maleta da mão do Senhor Lay e volta pra dentro.
—Aqui estão as coisas que pediram. -Kate diz entregando nossas coisas. A coloca o relógio no pulso, eu prendo os grampos no cabelo e o D põe o MP3 no bolso.
—Agora vão tirar esses coletes e guardar as armas... Bom trabalho. -Ela diz e também volta pra dentro.
—Hey. -Escuto o D sussurrar pra mim e pro A. -Vamos sair desse inferno, eu prometo à vocês. Vamos fugir, mesmo que seja a última coisa que eu faça na vida.
—E como faremos isso?
—Só observem.
Ele sussurra e os guardas começam a nos guiar pra dentro. D foi o último a passar e antes que a porta se fechasse ele deixou um de seus sapatos lá. Ele tem um plano... Será que vamos conseguir?
—Hey babacas! -D diz chamando a atenção dos guardas que caminhavam à nossa frente. -Vocês não recolheram toda a munição.
D carrega a metralhadora e eu e A só conseguimos nos abaixar antes dele começar a atirar.
—ANDEM! -D grita e nós dois corremos em direção à porta.
Quando a atravessamos vemos uma imensidade de guardas nos esperando. Ainda tinhamos as 30 balas dos cartuchos que estavam nas armas então A puxa a metralhadora e começa a atirar enquanto eu faço o mesmo. Eles não esperavam que ainda estivéssemos armados então conseguimos acabar com eles.
D se junta a nós e começamos a correr em direção ao portão, ele é bem alto mas dá pra pular.
—PAREM OU EU VOU ATIRAR. -Escuto um dos nossos intrutores gritar. Eu não olho pra trás, apenas corro. De repente escuto vários tiros e começo a chorar lembrando do Nu. Eu e A alcançamos o portão e quando me viro pra trás a cena que vejo me destrói. D está caído no chão, com as roupas todas manchadas de sangue. Dou um grito muito alto e A me puxa pra gente escalar o muro. Escuto outro tiro e esse quase que acerta a minha perna. Depois que eu e A conseguimos atravessar o portão ficamos alguns segundos pra acreditar se era verdade. Tudo o que vemos na nossa frente é um extenso corredor então começamos a correr.
—Quantas balas você tem? -A pergunta.
—5 e você?
—6.
—Vamos ter que nos virar.
Depois de alguns segundos chegamos numa espécie de pátio gigante, mas muito gigante. Nele haviam várias pessoas andando pra lá e pra cá. No meio do pátio havia o que parecia ser uma nave, gigantesca, e alguns homens usavam cordas para andar por cima dela, todos com blocos de notas nas mãos. Á esquerda haviam o que pareciam ser selas, são 3 e em cada uma há uma criança que aparenta ter entre 5 a 6 anos de idade. Eu e A ficamos encarando aquilo sem entender. De repente, uma das crianças some do nada, a outra começa a levitar e a 3° me encarava seriamente.
—Fuja, rápido. Eles estão vindo, moça. -Escuto uma voz na minha cabeça, seguro o pulso do A e começamos a correr. Que merda de lugar maluco é esse? Onde estamos?
No meio do caminho somos barrados por 2 homens que atravessavam com uma maca. Nela estava deitado um ser estranho, não sei explicar, parece humano mas não é. O QUE TA ACONTECENDO?
Eu e A voltamos a correr sem nem olhar pra trás. Depois de algum tempo chegamos num salão estranho. Nele haviam várias coisas que pareciam armas e bombas. Além de imagens de alguns líderes religiosos, nazistas e ditadores. Haviam algumas mesas com papéis em cima, todos muito bem cuidados.
—O que é isso? -Pergunto enquanto A pega um deles.
—Documentos. De vários países, não só os Estados Unidos, tem França, Alemanha... Rússia.
—Deixe isso, temos que achar um jeito de sairmos daqui.
Quando íamos voltar a correr percebemos que estamos cercados. Seguranças enormes estavam ao nosso redor, usavam coletes e tinham armas melhores que as nossas.
—Sou muito otimista mas...
—Devemos nos entregar. -A completa e põe as mãos atrás da cabeça. Faço o mesmo e ele me encara enquanto os seguranças se aproximavam.
—Você acha que estamos na...
—Área 51?... Acho. -Ele responde. -Quer dizer... Tenho quase certeza.
Os seguranças tiram nossas armas e nos algemam.
O caminho de volta foi silencioso, as pessoas que trabalhavam ali pareciam querer nos ajudar mas não faziam nada. Dessa vez o portão pra Muda Agen está aberto. Posso ver em cima dele "Muda Agen Akademi" escrito com letras muito frescurentas e cheias de voltinhas, uma grande inimiga da minha dislexia. Quando entramos a primeira coisa que vemos é um segurança saindo levando D junto, ele o carregava como se estivesse levando o lixo pra fora. D está mole, não o vejo respirar. Ele se foi. As lágrimas voltam a rolar pelo meu rosto. Porque tudo isso num dia só?
A parece estar inabalado e isso me irrita. Quero esganá-lo, batê-lo e machucá-lo pra ver se esse infeliz sente alguma dor ou pelo menos muda essa expressão de merda. Os seguranças entram em Muda Agen e nos levam até as celas. Um homem já de idade com os cabelos grisalhos nos prende, cada um em uma cela, e depois todos saem.
—O que você acha que vai acontecer conosco? -Pergunto limpando as lágrimas.
—No ruim, ruim mesmo... A gente morre.
—É sempre ótimo conversar com você. -Digo irônicamente e me sento no chão daquele cubículo.
Continuo a chorar sem me importar se o A vai me achar uma otária ou algo do tipo, estou triste.
—Olha... Se acalma, tá bom? Vai dar tudo certo. Eu sei que tá acontecendo muita coisa mas você tem que ser forte. -Ele diz e eu acabo me irritando.
—Forte? Forte igual a você? Obrigada mas ainda sou humana. Não cheguei no nível robô.
—Olha eu ainda não sou um robô. -Ele responde com a voz fraca. -Eu tenho sentimentos, só não gosto de demonstrá-los. Eu não gosto de parecer fraco.
Tenho certeza que ele está chorando, posso ouvir daqui.
—Eu achei por um momento que conseguiríamos. Eu estava tão esperançoso. -Ele diz e começa a chorar mais.
—Se eu parar de chorar você para também? -Pergunto.
—Paro.
—Então tá bom... 3, 2, 1.
Limpo as lágrimas com as mangas e os soluços param.
—Nós vamos ficar bem? -Ele pergunta.
—Vamos... confia em mim.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Sério. Ahsushsh



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