B. A. D -Hiatus escrita por mazu


Capítulo 4
Sentidos


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaá, me desculpem pela demora. Tive um bloqueio criativo muito sério, mas já estou de volta. ♥



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Acordo pela primeira vez sem aquela sirene maldita. Olho ao redor e apenas D e A estão dormindo também, as outras camas estão vazias. A dorme de um jeito engraçado, ele dorme com a metade do corpo para fora.
Dou uma risadinha e ele se levanta assustado.
–Que barulho foi esse? -Ele pergunta com os olhos arregalados e coloca o óculos.
–Eu... Eu estava rindo.
–Rindo do quê?
Ele parece meio bravo agora.
–Desculpa... Eu não sabia que você era tão... alerta, durante o sono.
Ele não diz nada e se levanta da cama. Faço o mesmo e nós dois arrumamos nossas camas.
–Porque não nos acordaram junto com os outros? -Pergunto pra mim mesma e ele me encara.
–Meio óbvio, não?
Ah é, o dia de férias.
–Devemos acordar o D? -Pergunto encarando ele que continuava a dormir.
–Deixe ele.
A responde e sai do dormitório.
Eu o sigo e quando chegamos na metade do corredor ele se vira pra mim.
–Vai ficar me seguindo?
–Não tenho nada melhor para fazer.
–Vá se perder em algum lugar.
–Grosso.
–E você é a educação em pessoa! -Ele diz irônicamente enquanto se distância.
Às vezes eu tenho vontade de matar o A.
Eu pego o outro corredor, à minha esquerda e chego no jardim. Nenhum guarda me parou até agora, eles devem ter sido avisados. O jardim não é bonito, mas é o melhor lugar, a grama é de um verde acinzentado, sem vida, tem alguns bancos e algumas mesas, mais nada.
Me sento em um dos bancos e fico olhando ao redor.
Bem longe posso ver A numa quadra a céu aberto que temos aqui. Ele está sentado no chão, bem no meio dela. Fico curiosa e começo a andar calmamente até lá.
Quando já estou à uns 15 passos dele eu paro e fico o encarando. Ele parece estar meditando ou algo do tipo.
–Por quê não me deixa em paz? -A pergunta e me assusto.
–Desculpa, eu só estava curiosa sobre...
–A curiosidade é um péssimo defeito.
–Grosseria também, nem por isso fico enchendo o seu saco!
Ele abre apenas um dos olhos e me encara.
–Desde quando é tão marrenta?
–Desde quando você é tão curioso? A curiosidade é um péssimo defeito. -Repito e me sento na frente dele.
–Ok, dessa vez você me pegou! -Ele diz levantando as mãos.
–O que está fazendo? Meditando?
–Não sou religioso.
–Por quê não?
–Olhe em volta, B! Se houvesse algum deus ou qualquer coisa do tipo não acha que ele nos tiraria daqui?
–... Sua falta de fé é pertubadora!
–A sua cegueira também.
–Então me conte, garoto da ciência, no que você acredita?
Ele se aproxima ficando com o rosto muito perto do meu.
–Acredito que na primeira oportunidade que tiver eu vou matar todos esses cretinos e sair daqui.
–Como vai fazer isso?
–... A gente descobre. Então... Vai se preparar para a missão ou vai ficar me incomodando?
–Como tem tanta certeza que vão nos mandar para uma missão?
–Pense bem. Nos imagine como bombas-relógio, a qualquer momento podemos explodir e quem vai sofrer com a explosão são eles. Então é basicamente um "Vamos lhes dar um dia de folga, ai ficam felizes e vão de boa para uma missão suicida". Eles sabem que se lutarmos... Não terão chances.
–Então porque não lutamos agora? -Pergunto.
Ele põe as mãos nos meus ombros e me vira para que eu pudesse ver um dos guardas armados que andavam ali por perto.
–Seria suicídio. -Ele responde e eu me viro novamente para ele.
–Entendi... Então, mudando de assunto. Sério! O que estava fazendo? Não parecia estar treinando.
–Você que pensa! Treinar não é só dar uns tiros por aí.
–Então...?
–Eu estava treinando meus sentidos, tá legal?
–Jura? E como se faz isso? -Pergunto curiosa.
–Feche os olhos. -Ele ordena enquanto se levanta e eu obedeço -Foco... Escute tudo ao seu redor. Quando perdemos um dos sentidos os outros ficam mais aguçados. Me diga... O que está ouvindo?
Me concentro bem e posso ouvir a voz de um dos instrutores gritando lá de dentro e algumas panelas caíndo dentro da cozinha.
–Eu consigo escutar o que está acontecendo lá dentro, os instrutores, as panelas caíndo.
–Bom... Só que isso é fácil. De pé!
Ele ordena e eu obedeço. A tira uma venda do bolso e cobre meus olhos com ela.
–É simples o que vamos fazer agora. Eu vou te atacar, se não desviar e revidar... Vai sair ferida.
–Espera! Como assim?
–Já.
Ele anuncia e eu escuto seus passos vindo na minha direção. Sinto a movimentação e consigo desviar do que provavelmente era um soco.
–Espera A, não é assim que...
Sinto uma movimentação de novo e paro um chute dele com uma das mãos. Quando percebo já estou desviando e o atacando, mesmo sem ver o que estou fazendo. Ele se afasta de mim e aproveito pra respirar fundo. Quando sinto que ele está pra me atacar novamente eu desvio, porém perco o equilíbrio e caio no chão. Antes que pudesse me levantar sinto a presença dele por perto.
–Pew, te acertei. -Ele diz enquanto encosta o punho na minha barriga.
–Mas... Você não disse que eu ia sair ferida?
–Não tenho motivos pra te machucar. -Ele diz e me ajuda a levantar.
Tiro a venda e vejo que a boca do A está sangrando.
–Você me acertou... 2 vezes. -Ele comenta e eu sorrio.
–Então... Como estou?
–Pronta. -Ele responde limpando o sangue com as mangas da roupa.

Continua...


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