Uma Escolha Perfeita-Interativa escrita por Hana Haruki


Capítulo 5
Diamante Bruto


Notas iniciais do capítulo

O COMEBACK DO COMEBACK

Primeiramente, muito obrigada a Niibiful, Letty Akabane, Kokoro Tsuki, Yas Keehl, Guilty Pleasures e Heiwas por comentarem no capítulo anterior (e por toparem embarcar comigo de novo nessa aventura, no caso das 4 primeiras) ♥ Principalmente à Letty e à Yas, que conversaram muito comigo sobre a fanfic desde que o último capítulo foi postado, trocamos ideias e elas me ajudaram muito mesmo.

Agora sobre as explicações: eu estava atolada nas obrigações do mundo adulto. Felizmente, agora as coisas finalmente deram uma aliviada e pretendo voltar a escrever.. Boa leitura, pessoal e desculpa o hiato (de novo ai ai) ♥



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No capítulo anterior...

No dia seguinte, Haruki entra no vestiário para tomar banho depois de uma de suas aulas. Ela vai até uma das pequenas “cabines” — na verdade formada por divisórias que ficavam na altura do pescoço. — e pendura a toalha em um pequeno gancho, mas antes de ligar o chuveiro, escuta uma voz ecoando, aparentemente vindo de poucos metros dali. Uma garota cantando. Ou melhor, uma garota cantando bem.

Agora…

Hana rapidamente sai da cabine — sem se importar em deixar suas coisas lá. — e caminha em direção à voz. Chegando mais perto, consegue identificar a música como “Listen”, da Beyoncé.

— Bom gosto... — murmura consigo mesma.

Haruki passa por mais uma das divisórias do vestiário e enfim avista a dona de uma das melhores vozes que já tinha ouvido: uma garota de cabelos verdes e compridos e que possuía quase a mesma altura que ela. Estava de olhos fechados, deixando a água cair sobre sua cabeça, então não havia notado a presença da loira.

Ela seria perfeita para as Stars, pensou e em seguida teve um breve momento de epifania. Talvez aquela garota — aquela voz. — fosse o que ela precisava todo aquele tempo. Se a convencesse a entrar para o grupo, certamente Samantha e as outras a perdoariam pelo erro na apresentação de abertura. Hana então se aproxima.

— Você precisa fazer o teste para as Stars!

A garota grita e rapidamente desliga o chuveiro, tirando a toalha do gancho e se cobrindo com ela em seguida. 

— Quem é você?! — estava visivelmente assustada, mas Haruki pareceu não notar.

— Já faz parte de algum clube? — ela ignora a pergunta de início e entra na cabine ao lado, ficando de frente para a esverdeada. — Meu nome é Hana, eu sou caloura do teatro e faço parte de um grupo à capela chamado Stars. Já ouviu falar? — ela despeja as informações rapidamente, fazendo a garota apenas piscar e absorver tudo durante alguns segundos.

— J-Já, todo mundo conhece.

— Ótimo! — Hana exclama e se aproxima, fazendo a outra se afastar. Estava extremamente desconfortável por estar conversando só de toalha com alguém que nem conhecia. — Nós estamos precisando de novas integrantes e... Nossa! Sua voz é divina!

— O-Obrigada — ela pega as suas roupas e começa a vestir com pressa.

— Eu posso conseguir um teste pra você, o que acha?

— Desculpa, mas eu tenho que ir — agora vestida, a esverdeada pega a mochila e sai da cabine a passos largos, seguida por Hana. Ela não desistiria tão facilmente. — E não quero entrar no grupo de vocês!

— Por que não? Nós somos legais! Apenas considere. Pelo jeito que você canta, deve amar música tanto quanto eu — Haruki para de segui-la quando chega na porta do vestiário e de lá grita: — Nós precisamos de você! — a garota para de repente, mas continua de costas para Hana. — Pense na possibilidade de fazer algo a mais com o seu talento!

A de cabelos verdes apenas balança a cabeça negativamente, como se tivesse acabado de ouvir a ideia mais absurda da sua vida, e volta a andar pelo corredor.

Shirou entra na quadra de tênis e permanece em pé perto da entrada, com os braços cruzados. Tinha certeza de que encontraria Hiroto ali, pois sabia que, embora não competisse mais, o esporte continuava a ter um efeito terapêutico para Kiyama e era comum que ele praticasse quando estava com raiva.

Com base no quanto o ruivo estava suado, imaginava que ele deveria estar ali há um bom tempo, mas rebatia as bolas com a rapidez de quem havia acabado de começar. O albino espera por alguns segundos até que o amigo note a sua presença, logo em seguida desligando a máquina que lançava as bolas.

— Oi — Shirou acena. — Posso falar com você?

Hiroto balança a cabeça, confirmando. Se aproxima de um dos bancos, de onde pega uma garrafinha de água antes de se sentar ao lado de Fubuki. Só ao fazer isso se deu conta de que realmente precisava fazer uma pausa.

— Eu notei que você anda meio incomodado esses dias… — Fubuki começa e Hiroto para de beber água para olhar para ele.

— Tá tão na cara assim? — o albino confirma e põe uma mão sobre o ombro do amigo, como se dissesse que ele podia contar o que aconteceu, se quisesse. Hiroto fica em silêncio por um tempo, pensando em como começar a falar sobre aquilo. — Então, tem uma garota… Que, pra falar a verdade, eu nem conheço muito bem — franziu a testa ao dizer aquilo. Odiava o fato de se deixar abalar tanto por alguém que conhecia há tão pouco tempo. —, mas queria conhecer — admitiu. — Acontece que ela escondeu um pequeno detalhe...

— Que seria?

— Ela é uma Star! — se virou para Fubuki, esperando que ele ficasse espantado com a revelação, mas a expressão de Shirou continuou a mesma.

— Entendi… E o que você vai fazer?

— O que eu vou fazer? — o ruivo repete a pergunta, surpreso, como se a resposta fosse óbvia. — Ah, Fubuki, o que se pode fazer nessa situação? Acho que só vou deixar pra lá.

Shirou voltou a cruzar os braços, levemente inconformado com o amigo por desistir tão facilmente.

— Na minha opinião, não faria mal nenhum você tentar ver o lado dela — Hiroto transferiu o olhar do chão para o albino novamente, dessa vez sem acreditar no que estava ouvindo. — Imagina o que você faria se a situação fosse inversa. 

— O lado dela? Eu sou a vítima aqui, tá bom? — Fubuki revirou os olhos. — Eu fui sincero o tempo todo, era só ela ter me contado desde o início.

— É mesmo? — arqueou uma sobrancelha. — E o que você faria se a conhecesse sabendo que ela faz parte das Stars?

— Nada! — Kiyama dá de ombros. — Quer dizer, não faria diferença.

— Nem você acredita nisso, Hiroto.

Ele revira os orbes esverdeados, pela segunda vez naquele dia levemente surpreso com o quanto o albino o conhece. Era engraçado pensar que, quando conheceu Shirou, não imaginou que os dois se tornariam tão próximos.

Kiyama terminava de organizar os papéis em cima da mesa para finalmente poder sair do auditório. Estava animado com os novos integrantes da Kappa e, principalmente, com a liderança que tinha acabado de assumir. 

Não que não esperasse por isso — nem que não planejasse ser o líder do grupo em algum momento. —, mas não imaginou que estaria à frente de tudo tão cedo.

Deveria estar sozinho, sabia disso, mas ouviu o som de passos vindo do palco e notou o rapaz de cabelos cinzentos olhando para ele.

— As audições acabaram há… — Hiroto conferiu o relógio em seu pulso. — uns 20 minutos. Que pena. Tenta de novo ano que vem — lançou a Fubuki um sorriso cínico e se virou, indo em direção à saída.

— Espera!

Shirou pediu, mas Kiyama continuou andando e levantou o braço, apontando para o relógio. O rapaz fechou as mãos em punhos e começou a cantar, mesmo que o líder — aparentemente. — não estivesse dando importância.

Hiroto, no entanto, o analisava mesmo que ainda caminhasse para a porta do auditório — a 

qual chegou a abrir, mas permaneceu imóvel, ainda de costas para Shirou.

Fubuki parou de cantar e esperou por alguma reação do ruivo, que enfim se virou novamente para o palco e sorriu. Dessa vez não cinicamente, mas de maneira genuína.

Na época, viu potencial em Fubuki e foi por isso que o deixou entrar no grupo. Ele simplesmente era bom demais para ser ignorado. E não demorou muito para notar que o albino podia trazer equilíbrio. Sabia que ele era observador, racional e extremamente confiável — o tipo de pessoa que alguém como Hiroto precisava ter por perto.

E, apesar de ter começado dessa forma, desde então Shirou tem sido, não apenas seu amigo, mas quase uma espécie de psicólogo — embora não tenha se formado ainda. — e, indiscutivelmente, seu braço direito em tudo.

— Agora você entende porque ela preferiu não contar.

A voz de Shirou o trouxe de volta à realidade e só então ele se deu conta de algo, cruzando os braços.

— E por que você parece estar do lado dela? 

— Porque alguém precisa ser a pessoa sensata por aqui e porque eu quero que vocês se entendam. Olha, eu falei com ela ontem na festa — foi a vez do ruivo arquear a sobrancelha, surpreso por saber que os dois se conheciam. — e ela tá se sentindo mal com tudo que aconteceu e... Sente sua falta.

Kiyama desvia o olhar para o chão, sentindo um arrepio estranho na boca do estômago. Ainda que não tivesse a intenção de admitir — nem para si. —, passar os últimos dias sem ao menos saber como Haruki estava era, além de estranho, muito incômodo. Precisou se segurar para não perguntar a Fubuki sobre ela.

— Então por que não veio falar comigo?

— Deixa eu ver... — o albino põe a mão abaixo do queixo, fingindo estar tentando lembrar de algo. — Talvez porque você tem evitado ela? Porque não foi à festa ontem? Parece que ela esperava conversar com você lá.

Hiroto não responde, apenas cruza dos braços e continua olhando para o chão, então Fubuki continua:

— Bom, eu só sei de uma coisa: você querendo ou não, Hana é uma Star e você vai ter que lidar com isso se gosta dela.

Enquanto o rapaz se levanta e começa a caminhar em direção à saída, Kiyama sente suas bochechas esquentarem com a frase. Ele se apressa para responder antes que Shirou saia da quadra:

— E quem disse que eu gosto dela?

O albino para no portão e arqueia a sobrancelha mais uma vez, levemente descrente com a pergunta que acabara de ouvir.

— É sério isso?

Hiroto fica ainda mais desconcertado ao notar que provavelmente não tinha o controle sobre a demonstração de suas emoções que costumava ter — ou imaginava que tinha. Ou talvez Fubuki o conhecesse bem demais e mentir para ele fosse inútil.

Sem esperar resposta, Shirou vai embora e deixa o ruivo sozinho novamente, imerso em suas palavras.

— O que você tem?

A pergunta a assustou levemente e só depois disso percebeu que não estava tão envolvida com o momento presente quanto deveria estar.

— Estou pensando — o rapaz de rabo de cavalo e cabelos azuis continuou a encará-la com as sobrancelhas arqueadas, indicando que ela continuasse. — O que você faz quando quer tentar algo novo, mas tem medo?

Ele deu de ombros.

— Se eu quiser mesmo, vou lá e faço.

— Sei, assim como conhecer pessoas novas? — ela cruzou os braços.

— É diferente. Isso eu não quero mesmo ter que fazer.

— Ok — a garota passou a mão pelo cabelo esverdeado e se ajeitou na cadeira da sorveteria. — E se eu não souber se quero realmente tentar essa nova experiência?

Ichirouta deu de ombros mais uma vez. A forma como ele tratava todas as suas respostas como óbvias demais a irritava um pouco, mas era algo que ela conseguiu relevar durante todos aqueles anos.

— É simples. Não tente.

A garota voltou a cruzar os braços, já começando a se zangar.

— Era pra você me dizer “Você só vai saber se tentar” ou alguma outra frase clichê!

Kazemaru parou de tomar seu sorvete e sorriu. Passou alguns segundos em silêncio, como se estivesse analisando a garota e toda a situação, até responder:

— Hum… Você parece alguém que quer sim se aventurar nessa “nova experiência”, seja lá o que isso for — ele se inclinou para frente, falando com mais seriedade: — Sei que você costumava deixar de fazer algumas coisas por medo de tentar, mas é uma nova fase. Você finalmente está na faculdade também e esse é o momento em que experimentamos coisas novas. Se você quer tentar, tem meu apoio — pôs a mão por cima da dela e sorriu de maneira terna. — Desde que não seja algo perigoso ou estúpido.

A mais nova deixou escapar uma risada.

— Não é perigoso, mas talvez seja estúpido para os seus conceitos.

Dentro da cozinha dos Kappas, Goenji se levanta e vai até a geladeira. Shuuya, mantendo a porta da geladeira aberta enquanto enche um copo de suco, olha para o amigo — que mexe no celular sem muito interesse. — e volta a se perguntar se deveria questioná-lo sobre aquilo, mas para quem mais poderia perguntar? Endou era, sem dúvidas, seu amigo mais próximo e conhecia pelo menos metade da universidade — ao passo que muitos o conheciam também. Então não poderia haver opção melhor.

— Escuta — a voz do loiro atraiu a atenção de Endou. — Você conhece as Stars, não é?

— Bom, conhecer, conhecer, eu não conheço... Só de vista. Por que?

O rapaz fecha a porta e se apoia em uma das bancadas da cozinha de arquitetura vitoriana e em tons de marrom, assim como o restante da casa.

— Queria saber o nome de uma delas. Será que você não a conhece? Ela é... — Goenji pôs a mão na altura de seus olhos. — Dessa altura.

Endou quis rir. Descrições não eram o forte do amigo.

— Você se lembra de outras características? Cor do cabelo ou dos olhos? Não tem muitas garotas lá agora, então não deve ser difícil saber.

Goenji não precisou pensar muito. Se sentiu um pouco mal por não ter reconhecido a garota que ajudou na festa, principalmente quando disse em voz alta que não prestava muita atenção nas pessoas. Não que já não tivesse ouvido aquilo de seus amigos e colegas, mas quando dito em voz alta foi como se desse conta e concordasse com aquele traço de personalidade. Talvez aquilo nunca o tivesse incomodado de fato até aquele momento.

Por isso, quando voltaram para a festa e cantaram “Don’t stop the music”, Goenji tentou gravar as características da garota de quem nem sabia o nome.

— O cabelo é loiro e os olhos são verdes.

— Tsc, tem duas loiras lá… Pode ser a Hana ou a Elizabeth — Satoru pareceu irritado por um momento por não ter a resposta para aquilo, mas logo sua expressão mudou, passando a olhar para Shuya com malícia. — Espera aí... Você tá interessado? Nunca pergunta sobre alguém.

Ok, talvez perguntar a ele não tenha sido a melhor opção. Se o conhecia bem, sabia que Endou não esqueceria daquilo tão facilmente.

— É claro que não! — agora o loiro que estava irritado. Ele bebe um gole do suco antes de continuar: — Eu emprestei uma camisa a ela na festa e não a vi desde então. Ou seja, ela continua com a minha camisa, mas eu nem perguntei o nome dela, por isso queria saber.

— Uhum. Me engana que eu gosto — Goenji revira os olhos e o moreno continua, se levantando da mesa: — Enfim, eu já vi a Hana e ela não é dessa altura — ele imitou o gesto do amigo. — Então deve ser a Elizabeth.

Shuya permaneceu calado, bebendo outro gole do seu suco e evitando olhar para Endou, que, ele sabia — por ter o visto fazer isso com os outros garotos várias vezes. —, esperava o mínimo sinal que pudesse reforçar suas suspeitas sobre um novo casal surgindo e que permitisse a ele continuar com aquelas provocações — que ainda estavam leves e inofensivas. 

— Quem diria que o cara que deixa todo mundo intrigado agora está intrigado por uma garota.

Goenji parou de beber de repente, quase derramando um pouco de suco sobre si.

— Eu não estou intrigado por ninguém! — ele deixa o copo sobre o balcão e se dirige para fora da cozinha sem olhar para o amigo. — Vem, vamos lá pra fora.

Endou ainda estava segurando o riso, mas o acompanhou com as mãos atrás da cabeça.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que a fic tem um tumblr: https://umaescolhaperfeita.tumblr.com/ onde eu posto sobre os personagens (inclusive todos já estão lá), spoilers e quando um capítulo novo vai sair (posto uma sinopse uma hora antes do cap ser postado, como foi hoje). Lá também tem os links pra outras coisas relacionadas à fic e eu planejo postar muita coisa legal lá ainda.

Eu decidi atualizar a fic tanto aqui quanto no Spirit (meu @ lá é zimablue) e quem acompanha pode comentar na plataforma que se sentir mais à vontade.

Me digam o que acharam da abordagem “amigável” da Hana e dos diálogos dos meninos ^^ Nos vemos no próximo. Um beijo, um queijo e tchau o/



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