Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 44
Capítulo Quarenta e Quatro




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— Di-Diego! — tentei libertar-me de suas mãos.

— Hmmm— resmungou mudando o local do meu rosto, agora bem perto da boca.

Meu Deus, estou sendo abusada por ele, de verdade.

Seu peso sobre mim dificultava e muito as coisas, quando deixei o desespero um pouco de lado pude notar um cheiro característico em seu hálito, em um mesmo movimento que o dele, peguei seu rosto e aproximei meu nariz de sua boca— Eu sabia. — exclamei cheia de razão— Você bebeu cerveja?

— O que é você, um cão? De verdade parece um animal selvagem. — bufou conformado tentando voltar ao que estava acontecendo “antes”. Mas eu fui rápida e empurrei ele para frente o fazendo cair de costas no sofá, tirei suas pernas de cima de mim ficando em pé.

— Chega das suas palhaçadas, seu gigolô! — apontei para ele já sem fôlego. — Você já não brincou o bastante com a cozinheira?

— Ahh qual é— suspirou frustrado— De verdade que não quer nada? Comigo? Sério? — indagou incrédulo.

— Ainda tem dúvidas? Pare de falar como se fosse o último biscoito do pacote.

— Eu não sou o último, sou o único! — sorriu galanteador.

Mas que cretino... — Se tentar algo novamente, não responderei por meus atos.

— Vai me dizer que não gostou?

— Se eu gostei? Parecia minha cachorra me lambendo— afirmei entre risos— A diferença é que ela não fedia a cerveja, eca.

Seu semblante mudou instantaneamente, deve ter ficado irritado, ou decepcionado, vendo sua reação apenas me fez rir mais, fui até o banheiro lavar meu rosto e ao olhar-me no espelho estava parecendo uma pintura borrada e malfeita, com o cheiro de cerveja impregnado em meu nariz.

Não sei porque, mas... Isso não me deixou nervosa como eu esperava. Quase tive um infarto de apenas estar no quarto de hotel, habitando o mesmo espaço, agora ele estava em cima de mim, me beijando a moda dos cães. Esse pensamento me fez rir novamente, qual o problema comigo?

Após lavar o rosto abri o gabinete abaixo da pia a procura de bandagens para o bobão, ele estando certo ou errado a culpa foi minha por fazê-lo sangrar, encontrei algodão, álcool e uma caixinha de band-aid ainda lacrada— Diego vamos tratar dessa orelha.

Quando cheguei ao sofá ele estava... Dormindo? Tá de sacanagem! Como ele consegue fazer isso? Essa mudança abusiva de atitudes extremas e inesperadas e.. — Você é um idiota! —bufei irritada.

Peguei um pedaço de algodão encharcando de álcool, acomodei a pequena bolinha fofa e gelada em meus dedos e com a outra mão tirei do caminho os fios de cabelo que estavam na frente da ferida, com muito cuidado e atenção limpei o local, sem que Diego sequer percebesse.

Mentira!!

Forcei o algodão com tanta força e brutalidade que na mesma hora Diego abriu os olhos ficando em pé, novamente praguejando vários palavrões— Mas que- DROGA é essa? — disse massageando a orelha com a mão dentro da camisa.

— Estou desinfetando a ferida, oras. — falei entre risos.

— Desinfetando? Sabe o que é acordar com a sensação de estarem perfurando sua orelha com um prego quente? — indagou nervoso puxando-me pela gola da camiseta.

—Deixa de draminha, senta aí pra acabar logo com isso. — exclamei com desdém encarando-o nos olhos.

O que está acontecendo comigo? Parece que fui dominada por uma energia cheia de coragem, nem olhá-lo cara a cara me fez fraquejar. E isso é ótimo.

Com evidente desgosto ele fez o que eu disse, sentou-se infeliz e suspirando— Seja mais cuidadosa dessa vez. — me alertou autoritário.

Novamente formei outra bolinha de algodão em seguida molhando com álcool, com a mão esquerda levantei seu cabelo, e recomecei o ato de limpeza em meio a esse silêncio todo, mexi meus dedos sentindo como os fios eram macios— Nossa, seu cabelo é bem legal. — exclamei surpresa comigo mesma.

— Bem diferente do seu, né? — sorriu de lado com tom orgulhoso.

— Fala assim, mas sei que está exagerando, mesmo eu não tratando e usando produtos caros como os que você usa meu cabelo não é tão ruim.

Falando isso o local e todo sangue seco já estava limpo, e um calor repentino e fumegante subiu a minha cabeça. Eu sabia que tinha algo errado...

— Que expressão é essa? — perguntou sério— Sua cara tá vermelha, e a respiração... Não me diga, tocar meu cabelo excitou você? — disse rindo balançando a cabeça.

— Que? — tirei a mão do cabelo rapidamente— Nada disso imbecil, até parece.

— Me explica sua respiração ofegante de repente e esse rosto vermelho, eu sabia que era impossível alguém continuar normal depois de mim. — afirmou com extrema confiança.

Estava me preparando para retrucar quando minha visão ficou turva, pousei as mãos sobre as pernas respirando fundo, definitivamente tem algo errado. — Tá, deixa pra lá.

Levantei com cuidado e a passos lentos fui até a cama, preciso deitar, sinto que posso desmaiar a qualquer momento, e isso é estritamente proibido com Diego aqui, bêbado ainda por cima— Olha quem diria, já até foi pra cama— disse ironicamente.

Simplesmente o ignorei deitando de lado frente as janelas, a noite estava clara e enxergava algumas estrelas, quando de repente tornou-se muito difícil manter os olhos abertos, um cansaço absurdo passou pelo meu corpo, sendo quase impossível raciocinar— Ei. — gritou Diego com a voz longe, bem longe...

—Tá bom, tá... — murmurei.

—Mas o que— a voz se aproximava— Que foi? — senti sua mão sobre minha testa. — Você não tá com febre, estranho. — exclamou curioso.

Eu sentia meu corpo mole, flutuando e sonhos instantâneos, flashes de imagens e acontecimentos aleatórios dominaram meu subconsciente, eu me via no topo de uma enorme escadaria, observando uma figura masculina e séria no final da mesma, ele falava coisas, eu não era capaz de ouvi-lo, mas podia sentir suas palavras.

Uma horrível sensação apertou meu coração fazendo-me ficar de joelhos, então o homem deu-me as costas indo embora, eu gritei seu nome, mas ele não ouviu, fiquei sem voz, sem ar e no completo desespero, quando o cenário foi se escurecendo em volta de mim, com dificuldade me levantei para ir atrás dele e tropecei, estava prestes a sentir o impacto...

Abri meus olhos assustada com aqueles famosos pulos que damos ao sonhar uma queda, Diego estava parado a minha frente fitando meu rosto— Você tá com uma cara horrível.

— Quanto tempo eu dormi? — perguntei limpando o suor da testa.

— Sei lá, dez minutos. — disse imparcial.

Dez minutos? Aquele sonho pareceu levar horas, e tudo se movia mais lento que o normal.

— Acho que os remédios da minha mãe estão fazendo mal a você. É melhor parar de tomá-los.

— Talvez... — eu não tinha pensado nisso dessa forma— Acho que alucinei um pouco.

— Um pouco? Bem que achei estranho, você com essas atitudes... — disse sério— Não agindo como a menininha receosa de sempre, até que não foi de todo ruim. — sorriu.

Independente do que seja, quero que acabe logo, quero voltar para casa.

 

E quem era... O homem do meu sonho?

 

 

[...]


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