Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 41
Capítulo Quarenta e Um




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Eu me sinto péssima, estou com frio, mas não tanto como antes.

Abri os olhos lentamente, a primeira visão foi de uma parede, onde estava pendurado um quadro com escritas japonesas, não sei dizer o porquê, mas, sinto meu corpo levemente descansado, embora com calafrios constantes. Quando minha cabeça se move um pouco e ouço um leve suspiro.

Imediatamente meus olhos saíram daquele lindo quadro e foram para meu travesseiro que se mexe, um braço, um pescoço e... A cara do Diego dormindo?! Levantei com um pulo, confusa e desacreditada, eu estava dormindo com ele? Por quê? E o que ele faz apenas de cueca? Dessa vez um forte arrepio me tomou todo o corpo.

Eu não me lembro de nada depois do que houve na sala de estar.

Olhei para onde estava deitada e havia uma marca vermelha com o formato do meu rosto em seu braço, ai caramba. Por quanto tempo eu fiquei ali? Levei minha mão até meu rosto o esfregando com força— Então você acordou. — disse Mônica estrando com uma mala enorme nas mãos.

— Ah, bem.. — um flash de tudo que eu disse me veio a mente, virei meu rosto envergonhada.

Acho que eu exagerei lá embaixo, mesmo estando certa, devo sempre manter o respeito. Minha mãe ficaria muito brava comigo!

— Sra. Mônica, eu... — quando sua mão vem até minha testa, gentilmente.

— A febre ainda não baixou? — disse para si mesma— Não entendo, esses remédios não falham.

Ela começou a checar sua mala procurando algo, coloquei a mão em meu rosto e pude sentir que estava quente, ainda sentia calafrios, mas não como antes, devo ter ficado assim depois que vi onde estava dormindo, e com quem...

Senti meu rosto ferver— Eu queria me desculpar por antes. — falei baixinho— Não devia ter falado daquela maneira.

— É, não devia mesmo. — disse mandona— Aqui.

Estendeu a mão com um copinho de remédio, olhei para aquilo e em seguida para ela— Acho não que é necessário... — até porque essa quentura não é febre.

— Acha que não sei o que estou fazendo? — perguntou cética— Apenas tome logo.

— Tudo bem. — peguei o copinho e engoli tudo de uma vez.

O gosto era bom, devolvi para ela que mantinha sua atenção em mim, como se estivesse me avaliando— Então você gosta do meu filho?

— Não— respondi no automático. — Quer dizer..

— Não? Então por que está com ele?

— Eu gosto sim—essa mulher é muito esperta— Não existe outra razão para estar com ele sem gostar dele, certo? — falei tentando parecer convincente.

Na verdade existe, e é exatamente por essa outra razão que estou presa a ele— Eu não sei dizer, Erika— ela disse meu nome?— Mas sinto que algo está errado.

Ela fitou-me como se pudesse ver no meu interior, qual o problema com essa família afinal? Todos eles são tão julgadores e parecem enxergar através de mim, e isso não me agrada.

— Não tem nada de errado, talvez seja pelas experiências anteriores que teve com as várias namoradas do seu filho— falei sarcástica abraçando um travesseiro.

— Pode ser que sim, pode ser que não, por que o tom de deboche? — retrucou irritada.

Estamos falando alto e fazendo barulho, por que esse idiota não acorda e me ajuda aqui? Ela começou a organizar alguns itens de sua mala e tentei desviar minha atenção para a janela, o tempo lá fora estava ótimo, uma leve brisa adentrou o quarto me fazendo tremer, levantei para fechá-la, então fui até onde estava Mônica e me abaixei pegando o edredom. — O que foi?

—Nada, só vou tirar do chão. — e talvez me cobrir.

— Bom, depois eu volto.

— Obrigada. — agradeci jogando o edredom em cima do Diego.

Ela olhou sobre os ombros, inexpressiva e então saiu, peguei meu celular e havia trinta mensagens não lidas de ontem, vinte e cinco eram da Leticia e as outras da minha mãe.

Letícia me perguntando como eu estava e querendo saber tudo sobre a tal viagem, e minha mãe sendo apenas mãe, dizendo para tomar cuidado e não ficar doente.

Tarde demais mãe.

— Mas o que é isso? — gritou indignado. — Estou quase derretendo aqui e ainda me jogam essa coisa em cima, querem me matar? — falou encarando-me.

— Deixa de frescura. É só um cobertor.

— Só um cobertor a panaca diz—disse jogando no chão— Isso porque não é você que está toda suada e fedendo. Como se não bastasse a tocha humana grudada em mim.

Novamente o sangue fluiu para meu rosto— Quem é tocha humana?

— Você!

— Ora, se estava tão ruim assim por que não saiu? — esse cara sendo sempre um imbecil.

— A cama é minha— disse deitando novamente— E você veio toda dengosa e tremendo pro meu lado, me abraçou com tanta força— riu— Fiquei com pena de jogá-la no chão.

— O que? Eu não estava dengosa e nem abracei você com força seu- seu gigolô.

— Por que tá gaguejando? E me abraçou sim, ou acha que eu coloquei você em cima de mim, com esse tempo quente? Poupe-me guria. — falou rindo.

Esse idiota deve estar se divertindo com tudo isso, mas ele com certeza mentiu, eu não estava dengosa e muito menos o abracei, eu... Será que fiz isso mesmo? Então porque eu estava ali quando acordei— B-bom, eu não me lembro de nada.

— Que conveniente... —disse desdenhoso.

— É verdade, se eu fiz tudo o que disse foi sem intenção alguma, eu estava fora de mim. Deve ser algum efeito dos remédios que sua mãe me deu.— eu espero que sim.

— Não seja ridícula, culpando os remédios, assuma as consequências por suas ações— falou sério com aquele olhar— Até porque foi muito bonitinho, parecia até uma menina. — sorriu gentilmente.

— Eu sou uma menina— gritei irritada— E pare de falar besteiras. — fiquei de costas para voltar a pegar o edredom.

A verdade é que não o quero me vendo assim, ele está me deixando com vergonha, se perceber isso vai pegar no meu pé e não me deixará em paz.

Ainda não acredito que fiz essas coisas, logo com ele, antes fosse com sua mãe, ou até seu pai, se bem que isso seria bem ruim, mas Diego é do tipo de pessoa que não quero vendo minhas fraquezas, de maneira alguma. Ele pode se aproveitar ou agir feito um sádico como nesse exato momento. Pensando nessas coisas agarrei-me ao cobertor apertando com força.

Respire, não perca o controle.

— Erika.

O ignorei, escuto-o levantando e vindo até mim, mil coisas passavam pela minha cabeça, mas o mais importante... —Vem— disse gentil.

Ajudou-me a levantar, me conduziu até a cama e nos sentamos, eu sentia o peso de seu olhar em mim, mas não olhei para ele, estava fixamente prestando atenção naquele quadro.

— Não precisa ficar assim, é melhor você deitar.

— Não quero deitar. — respondi com certa ignorância, mas sentia sua voz amável.

E é isso o que mais me irrita, toda essa bipolaridade...

— Ah! Você tem uma pinta na orelha— exclamou surpreso tocando meu rosto.

Foi ai que eu finalmente o encarei, incrédula com suas atitudes, ele olhou-me expressando um sorriso gentil, então começou a acariciar minha orelha— Você é frágil Erika, mesmo querendo demonstrar o contrário, preciso tomar mais cuidado— pausou pensativo— Esse é o problema quando se brinca com vidro, eu sempre quebro.

 

 

[...]


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