Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 42
Capítulo Quarenta e Dois




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Eu sentia minha orelha queimar onde ele tocava, e novamente, o que já não é mais novidade, eu sabia que meu rosto estava vermelho, com certeza ele está vendo isso, até porque seria impossível esconder a essa altura. — Acha que vou me quebrar? —falei cortando o silêncio.

Ele está bem perto de mim, e não pude desviar a atenção dos seus olhos, eram tão bonitos e intensos, mesmo esse cara sendo um completo canalha, sua beleza é inegável, eu sempre me pergunto o fato dessas garotas se interessarem por ele, mas no fundo eu sei desde o momento em que o vi naquele corredor.

Se não tomar cuidado, você vai se apaixonar!

— Não acho, tenho certeza— suspirou se afastando— Isso já teve início, inclusive.

— Como assim? — questionei tentando me recompor.

— Me explica então essas reações estranhas. — falou prostrado em minha frente.

Ele notou, isso tá tão visível assim? É claro que está, fico agindo como maluca.

Permaneci calada, tentando olhar para qualquer outra coisa que não fosse o corpo apenas de cueca do Diego— Isso começou no hotel, e agora aqui novamente... —disse pensativo—Pode ser ansiedade, um ataque de pânico, talvez timidez e vergonha.

Virei meu rosto para o lado carrancuda, me irrita o fato dele me “enxergar” com tanta facilidade assim, enquanto vivo horrores apenas tentando me conter e passar despercebida.

— E você é um sabe tudo, né? — retruquei.

Ele olhou-me impassível— Tanto faz, acho que está na hora de ser mais sincero com você.

Sincero? Até parece...

— Eu só trouxe você pra perto de mim porque é assim— abriu aspas com as mãos, sorrindo feito uma criança— E com isso quero dizer que não é igual a todas as outras que conheci, pelo menos até agora. — deu de ombros.

— O que mais? — perguntei.

Já que ele quer falar, então vamos ouvir, da mesma forma que antes me fez perguntas tentando descobrir mais sobre mim, tudo o que me contar agora, será útil para saber mais sobre ele. E enquanto o tempo vai passando, mais tranquila fico para pensar melhor— Como já deve ter notado, as mulheres gostam de mim, com muita facilidade inclusive... —disse andando de um lado para o outro no quarto— Minha aparência, o dinheiro, influência social, algumas até me procuram porque gostam de receber ordens, serem submissas... Se é que me entende. — falou usando um tom irônico.

— É claro que entendo, pois é o que tenta fazer comigo! — retruquei irritada.

— Acho que eu simplesmente peguei o costume de sempre estar por cima. — riu.

Idiota, pode ser impressão minha, mas tudo o que diz parece ter duplo sentido, como é possível existirem mulheres dispostas a aturar os absurdos dele por pura... vontade?

— Alguns dizem que eu tenho tudo o que alguém poderia querer, sem ter o que reclamar dos meus pais, sempre me deram carinho e atenção, bens materiais, pode parecer a vida perfeita. — pausou voltando para o meu lado— Mas eu me sinto incompleto, vazio.

Novamente meu foco voltou para seus olhos, era como se me hipnotizassem— E o que falta?

— Diversão e pessoas que me aceitem pelo que sou, e não pelo que tenho ou aparento ser— riu— Eu nem sei porque tô te dizendo essas coisas, mas eu não costumo levar a sério pessoas interesseiras, eu apenas me aproveito delas, as deixando pensar o contrário.

—Eu também não sei porque tá me dizendo essas coisas— me afastei desconfiada— Independente do que seja, nada do que você tenha me interessa, se é o que quer saber.

Era só o que me faltava ele pensando que quero alguma coisa dele...

— Eu sei, e aí voltamos para o começo, do porquê te trouxe pra perto de mim— sorriu sincero.

— Sei... — murmurei receosa.

Bom, até aí nada de surpreendente na minha opinião, a típica história do garoto rico e bonito, que sempre teve de tudo, mas no fundo se sentia vazio, em busca de um grande amor ou um sonho que o preencheria tornando sua vida perfeita. Se entendi bem ele se aproximou de mim porque eu me mostrei indiferente... As pessoas sempre querem o que não tem, neste caso alguém que fosse neutro ao que ele é.

Talvez ele não seja tão ruim assim, eu sei que já cogitei essa possibilidade antes, mas... Tudo o que ele diz e faz, apenas ajudam para que o odeie sem pensar na situação como um todo, tá bem, ele é um canalha, tarado, aproveitador e esnobe, se acha o espertão e senhor todo poderoso, isso pode ser apenas uma tentativa falha de saciar o seu “vazio”.

— Mas lembre-se— o encarei— Se começar com essas besteiras e agir feito uma paspalha sempre que eu “mexer” com você, é melhor dar um jeito nisso, porque não tenho paciência.

— Ah é claro, sua majestade... — falei com desdém.

— Estou falando sério— disse deitando e se espreguiçando lentamente— Não preciso de pessoas instáveis, não quero me decepcionar por ter escolhido você. Então controle suas emoções, porque eu odeio me arrepender.

— Até parece— exclamei indignada— Você é muito ridículo, sabia?

Exatamente, odeio admitir, mas ele está certo, tenho que parar com essas “crises”, seja vergonha, ansiedade, ou que for, afinal ele não merece isso. Não merece todas as sensações que sinto, sejam elas boas ou ruins.

Falando em sensações ruins já faz um tempinho que sinto meu estômago reclamar, uma leve sensação de enjoo me veio no meio da conversa com Diego, eu até pensei que fosse por causa dele, de tão nojento que é, mas deve ser outra coisa. Levei minha mão direita até minha barriga e comecei a massagear levemente. —Ei— sinto Diego me cutucar com o pé, eu estava sentada na beirada da cama.

— Hum? — olhei para ele mal humorada.

Já não falou o suficiente?

— Vamos transar? — disse indiferente.

— QUE? — gritei ficando de pé. — Você perdeu o juízo ou tá de brincadeira comigo?

— Nenhuma das opções, eu estou entediado e você fazendo uma careta feia, nós dois sairíamos ganhando— pausou fitando-me dos pés a cabeça— Eu ficaria bem mais relaxado, e te garanto que quando eu terminar você vai se sentir bem melhor. —riu com um olhar malicioso.

— Olha só, eu quero que você..— espera, isso deve ser mais um dos seus joguinhos, ele sempre me diz que não tem interesse algum por mim, está me testando pra ver qual a minha reação, levando em conta o que disse sobre controlar as emoções— Ok, eu aceito. — sorri. Acho que consegui parecer convincente. É como viver em um teatro, atuando conforme as falas do outro personagem.

Ele me encarou com um leve brilho de surpresa nos olhos, levantou-se vindo na minha direção, mas o que ele..? Diego me pegou pela cintura, e foi direto ao meu pescoço beijando aqui e ali, até que sinto sua mão enrolando meu cabelo e puxando para baixo— Eu estava brincando, CARA— gritei desesperada— Tira sua mão daí.

— Tsc, eu devia saber— resmungou me soltando seriamente— Sorte sua que eu também estava brincando, do contrário eu iria até o fim.

Meu coração estava quase parando e sentia meu corpo frio, isso me pegou de surpresa, alisei meu cabelo tentando consertar o emaranhado de fios em pé deixados por ele.

 

Esse idiota pegou na minha bunda... E ainda diz que tava brincando?

 

 

[...]


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