Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 40
Capítulo Quarenta




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Diego

 

Eu estava praticamente a carregando quando chegamos ao último degrau, por que essa escada é tão longa? Olhei para trás confirmando se já havíamos saído do campo de visão dos meus pais.

— E então, qual é agora? —perguntei a ela que mantinha seu rosto baixo.

— Eu não tõ muito bem... — murmurou.

Coloquei minha mão livre em sua testa e estava bem quente, então era verdade que ela está passando mal, pensei que fosse uma mentira para se livrar dos meus pais, eu já devia imaginar, foi uma história muito bem bolada para ser uma mentira vindo dela. — Como você ficou doente bobona?

Ficou em silêncio, deve estar bem ruim já que não consegue me responder como sempre faz, que seja. Fui em direção ao meu quarto com passos muito lentos pro meu gosto, essa garota tá se arrastando, chegando lá a coloquei sentada na cama, novamente conferindo sua temperatura. — Hunf, essa sua testona tá pegando fogo. — falei indiferente.

Ela me ignorou deitando-se na cama em posição fetal, quando começou a puxar o edredom e se cobrir, com um movimento brusco o tirei dela jogando o mesmo no chão— Qual o seu problema? — questionou indignada.

— Nem pensar, deve estar uns 38 graus lá fora e quer se cobrir? — um ótimo dia para ficar na praia— Fique onde está idiota, eu já volto.

Problemas e mais problemas, essa garota me traz mais prejuízos do que lucros, e isso precisa mudar... Do contrário não há motivos para mantê-la por perto com toda essa história sem sentido, desci as escadas em direção a cozinha, meu pai continuava no mesmo lugar, sentado em sua poltrona lendo. Adentrando o lugar vi a empregada preparando o almoço com minha mãe do lado, provavelmente fazendo suas exigências como sempre.

Abri a geladeira pegando o vinho— Mãe, preciso que dê uma olhada nela. — servi uma generosa taça bebendo em seguida.

— Isso não é hora de beber vinho... — disse sem desviar o olhar das panelas e da pobre empregada— O que aquela menina tem?

— Está com febre, você tem um estoque de remédios, não é? Deve haver algo que resolva. — terminei dando outro gole.

Meu pai pode ser chato, mas ele tem bom gosto quando se trata de bebidas.

— Você sempre me arrumando dor de cabeça— suspirou pegando uma maleta branca do armário— Vamos!

O simples “vamos” da minha mãe era cheio de autoridade, olhei para a moça que aparentava dar graças a Deus por ela estar saindo da cozinha— Se der uma panelada na cabeça dela talvez não te incomode tanto. — sorri.

Ela ficou vermelha e sem graça, não deve ter mais do que vinte e três anos, até que é bonitinha... E tem um corpo que me agrada, talvez eu possa me distrair com ela mais tarde.

Isso seria um ótimo passatempo para aliviar o estresse.

Enchi novamente minha taça e fui em direção ao quarto, minha mãe estava debruçada sobre a cama com a enorme mala aberta ao lado, entrei colocando minha taça sobre a mesa e tirei a camisa. Essas roupas estão grudentas e com areia. — E aí?

— Ela está com 39 de temperatura, dei alguns comprimidos, assim que a febre abaixar ela vai ficar bem— disse fitando-a deitada na cama— O que fizeram para que ela ficasse assim? — perguntou curiosa.

— Nada demais— joguei a camisa no chão tirando também a bermuda— Talvez tenha sido nossa brincadeira no mar— caminhei parando ao lado da cama— Ou ela ter dormido com o cabelo molhado... Ou talvez a enorme cesta que essa fominha engoliu sozinha, né sua tonta? Viu só no que deu ser olho grande. — indaguei puxando seu cabelo.

Olhei para minha mãe e sua expressão séria e julgadora, tsk... Eu me esqueci.

— Quero dizer, tadinha da minha linda namorada, haha..

— Não precisa fingir Diego. — disse rígida.

— Não? — será que ela já desconfia de tudo?

— Não, você sempre foi um grosso e ignorante com as mulheres— disse guardando os remédios na mala—Então é mais que óbvio que também trate suas namoradas assim. — terminou olhando-me dos pés a cabeça. — Por que está seminu na frente de sua mãe?

— Isso não é surpresa para você, dona Mônica, me viu pelado quando nasci e até meus sete anos de idade. — respondi com desdém.

— Acabei de dar os remédios a ela, daqui a seis horas se não melhorar repetirei a dose, fique de olho para ver se a febre não aumenta. — disse saindo— E mais uma coisa, nossa conversa não acabou.

Como sempre, querida mãe... Tentando ser ameaçadora quando se trata das mulheres com quem saio.

Abri uma das gavetas pegando uma cueca limpa, me trocando ali mesmo, ela está dormindo e não tem ninguém aqui que eu me importe em me ver sem roupas, aliás, pouco me importa se Erika me ver assim também, levando em conta que ela faria um escândalo irritante. Fui até a cama e me deitei— Hoje o dia está muito sem graça— bocejei sonolento.

Olhei para ela deitada de costas para mim, toda encolhida e tremendo com frio, vi a coberta ao chão no mesmo lugar onde havia jogado. Minha mãe nem teve o trabalho de tirar dali?

Novamente bocejei sentindo meus olhos arderem, eu não quero dormir, preciso aproveitar meus dias aqui como puder, já que não tenho outra escolha, escuto ela murmurando algo— O que?

— Eu... — disse mais baixo que antes.

— Que foi idiota? — indaguei irritado.

Ela então se virou para meu lado apoiando seu rosto quente em meu braço— Eu estou com frio. — exclamou sem abrir os olhos.

— Tô nem aí, se depender de mim vai congelar, não pode se cobrir estando com febre, isso só piora as coisas.

Sem se mexer permaneceu em silêncio, ela está dormindo? Não sabia que idiotas falavam enquanto dormem, o local onde estava apoiado seu rosto começou a esquentar— Sai de cima, estou morrendo de calor aqui. — a empurrei para o lado.

Quando de repente ela me abraçou, encolhendo suas pernas e me apertando com força.

Mas que droga é essa?

— Ei, tá apertando forte demais— falei tentando afastá-la.

Ela apoiou seu rosto em mim, tremendo, resmungou palavras inaudíveis ainda me abraçando. Ninguém merece, uma garota pegando fogo grudada comigo em um dia tão quente.

 

Não é esse tipo de calor que eu esperava sentir nessa viagem..

 

 

[...]


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