Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 34
Capítulo Trinta e Quatro




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— Golden Palace? — indaguei confusa.

— Espere aqui, eu já volto. — disse entrando em uma sala com paredes de vidro.

— Ele quer ficar em um hotel? —questionei a mim mesma.

Não entendo o porquê, ele sempre faz o inesperado. Bem ao lado havia a entrada para o estacionamento subterrâneo, vários carros entrando, alguns saindo, parece que o lugar é bem cogitado, sentei-me na escada e suspirei pesadamente, eu só quero dormir. — É aqui, vamos. — disse um rapaz se aproximando.

Ele estava com um garota linda e alta, parecia uma modelo, ela estava com o rosto vermelho e ambos riam sem parar, quando entraram notei a mão esquerda do cara sobre a bunda da jovem.

Sem vergonha...

— Hum... — de repente senti um arrepio, olhei novamente para o grande letreiro aceso com luzes douradas— Estou... Com um mal pressentimento.

Ele não faria isso... Faria?

Um milhão de pensamentos negativos e fantasiosos passaram pela minha cabeça, voltei a olhar o estacionamento, carros indo e vindo, havia mais pessoas entrando do que saindo, Golden Palace... Isso está estranho.

— Ei, vamos. — disse Diego parado a porta.

Olhei para dentro e o casal estava se registrando para ficar ali também, a mão daquele homem ainda estava parada lá... — Isso é um hotel, certo? — questionei duvidosa.

— Não deixa de ser. — sorriu com desdém.

— Diego... Não me diga que.

— E daí?

— O que pensa que vai fazer nesse motel? — perguntei com a voz alta.

Ele é inacreditável, eu estava suspeitando, mas agora as dúvidas se foram, esse lugar é mesmo um motel luxuoso, comecei a esfregar as mãos em volta dos braços inquieta e desacreditada.

— Passar a noite, o que mais seria? Você faz cada pergunta idiota e sem nexo que começo a duvidar da sua inteligência, francamente...

— Espera um pouco, como você conseguiu se registrar se é menor de idade, esse lugar é clandestino? Vou denunciar se não me levar de volta. — ameacei seriamente.

— Cala a boca, garota— riu debochado— É claro que não aceitam menores de idade, é por isso que carrego sempre comigo. — disse tirando algo do bolso. — Viu?

— O que tem seu RG? —tomei dele e encarei o documento. — 94? Você tem um RG falso? Eu não acredito, você te-

— Shhh sua tonta— sussurrou tapando minha boca— Escute bem, você vai ficar calada e agir normalmente quando entrarmos, se fizer alguma coisa estranha... — fitou-me ameaçador— Eu vou raspar sua cabeça.

—M-mas, eu não tenho um RG falso— gaguejei trêmula enquanto Diego me pegava pela mão.

— Isso não é problema, apenas venha.

— Espera, eles vão desconfiar, afinal não pareço ser mais velha do que sou.

— Quer calar essa boca? —ordenou irritado— Eu já sou cliente há um ano, eles já me conhecem e eu sei bem o que faço, paspalha.

Diego puxou-me com força me fazendo tropeçar na entrada, as duas atendentes junto com o casal que fazia cadastro ficaram me encarando, pude sentir meu rosto ferver de vergonha, não pelo tropicão em si, mas devido ao lugar e a situação, ele me encarou cético e envergonhado.

— Desculpem, ela está nervosa. — sorriu Diego docemente.

Então caminhou gentilmente guiando-me com cuidado, provavelmente querendo demonstrar tudo o que ele não é de verdade, um cavalheiro, entramos no elevador e ele soltou minha mão— Você está suando demais, relaxa garota. — disse limpando a mão em minha camisa que já estava seca.

—O que está acontecendo com minha vida? — choraminguei olhando no espelho.

— Isso é ridículo, você tem um ataque de pelanca por qualquer porcaria. — falou irritado.

— Eu não tenho ataque de pelanca por qualquer porcaria— retruquei— Você que parece viver em um mundo sombrio.

Diego riu com o que eu disse e ficou quieto, saímos no sexto andar e o corredor estava vazio— Será que somos os únicos neste andar? — murmurei duvidosa.

— Até parece— sorriu— Aqui, quarto 45B. — tirou uma chave do bolso abrindo a porta. — Cara, eu preciso de um banho.

Fiquei parada a porta olhando tudo lá dentro, para minha surpresa o quarto era totalmente “normal”, talvez eu tenha fantasiado demais... Imaginando uma cama redonda e esquisita com controle remoto e um teto espelhado— Você parece surpresa. — exclamou Diego ligando a enorme tv.

— Bem, não é exatamente como eu imaginei... — adentrei fechando a porta rapidamente.

— O que você imaginou?

— Nada que te interesse. — bufei caminhando até a janela. — Nossa, a vista é linda.

Uma brisa leve e fresca tocou meu rosto ainda salgado do mar, a sensação era ótima, olhei para baixo e pude ver a enorme avenida de cima, com toda aquela gente e luzes piscando.

— Toma. — disse Diego atrás de mim.

Senti algo sobre minha cabeça— Ei, que isso?

— Eu quero que lave minhas roupas para tirar toda areia, afinal a culpa é sua por eu estar nessa situação. — disse desabotoando sua bermuda.

— Mas o que— virei meu rosto para janela— Deveria tirar as roupas no banheiro, seu idiota. — sinto sua bermuda sendo jogada em minha cabeça também.

— Nunca viu alguém se despindo na sua frente? — disse com ar debochado— Você é mesmo uma criança, eu vou tomar banho.

Escuto seus passos se afastando e então volto a olhar o local, era bem chique, havia uma cesta de café da manhã ao lado da cama, joguei as roupas dele no chão e fui até lá. Sentei-me no tapete e peguei uma caixa de chocolates, as torradas e os sucos de frutas— Pelo menos vou matar a fome.

Coloquei um bombom na boca e esticando as pernas percebi que estava descalça... Eu andei até aqui e entrei no hotel descalça, não é atoa que o pessoal me encarou daquele jeito, devem ter pensado que sou alguma garota pobre que não tem dinheiro para comprar chinelos.

Abri outros dois bombons os devorando, respirei fundo abrindo uma caixinha de suco, coloquei o canudinho e comecei a beber, passei a mão pelo cabelo e pude sentir que estava duro e em pé, toda essa maresia e água do mar devem ter deixado essa coisa uma beleza. Encarei a camisa e bermuda jogadas a minha frente— Eu não vou lavar isso.

—Ei. — gritou Diego do banheiro.

— Que foi? — gritei abrindo o quarto bombom.

— Vem aqui. — ordenou autoritário.

Até parece.

O ignorei e continuei a mexer na cesta olhando tudo que havia ali, é isso. Vou comer tudo e não deixar nada para ele. — Eu disse para vir aqui. — gritou impaciente.

— Para que? Eu estou cansada de você por hoje.

— Se não vier aqui agora eu vou até aí te buscar, e não vai gostar do depois disso.

 

Tsk... Garoto retardado. O que é dessa vez?

 

 

 

[...]


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