Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 25
Capítulo Vinte e Cinco




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Depois de três horas de pequenas conversas desagradáveis com Henrique, e troca de “agressões” com Diego dentro do carro, chegamos a Maresias, soube que é uma das melhores praias de São Paulo. Pelo que pude ver o lugar é bem movimentado e bonito, não posso negar, eu adoro o mar. Fico grudada a este pensamento na esperança de amenizar as coisas ruins que terei de enfrentar.

Cinco minutos passando por ruas aleatórias, aparentemente chegamos a casa deles, e era incrível, enorme e parecia tirada de uns dos filmes que já vi— Chegamos. — disse o diretor desligando o carro.

Diego apressou-se em sair também, até que enfim ele saiu de perto de mim, e com isso também chegou minha insegurança, é como entrar em um novo planeta alienígena, onde não entendo o idioma, costumes e tudo mais. O diretor saiu do carro e foi em direção ao seu filho falar sobre alguma coisa, eu continuei parada e inerte.

Quando ouço seu pai falando que ia checar um problema com o caseiro e se afastou, Diego soltou um grande suspiro entediado e virou-se para mim— Saia logo.

Não me movi um centímetro sequer enquanto meus olhos avaliavam todo o local ao redor, as casas seguiam um padrão de igualdade em tamanho e elegância. Realmente é como outro planeta.

— Vamos logo— ordenou puxando-me bruscamente para fora do carro. — Não se cansa de ser uma paspalha, né? — indagou pegando minha mochila e jogando-a em mim.

Diego fechou a porta com violência e saiu andando portão adentro, virou seu rosto em minha direção aborrecido— Não me faça ir até aí buscar você.

O idiota está de péssimo humor hoje, não posso dizer que estou melhor que ele, caminhei parando ao seu lado, ele pegou minha mão e me guiou até a entrada. Quando entramos deparei-me com uma sala gigantesca e aconchegante, e em um dos sofás estava sentada uma mulher, alta, magra, com cabelos negros lisos na altura dos ombros, nos vendo ali parados abriu um enorme sorriso e veio até nós— Meu filho, estava com saudades. — disse abraçando Diego calorosamente.

— Faz apenas três dias que não nos vemos, mãe. — resmungou insatisfeito.

— E você deve ser Erika. — olhou-me cuidadosamente— Prazer em conhecê-la.

— Prazer em conhec— fui interrompida quando ela me abraçou também.

Olhei para Diego assustada que não deu a mínima, ela então me soltou sorrindo novamente.

— Você é bem diferente das garotas com quem meu filho já namorou antes— não me diga— Mas todas elas eram interesseiras de carteirinha, sem falar em como eram supérfluas. — sorriu gentilmente.

— Mãe não começa. — falou Diego irritado.

— Ora, começo sim— o fitou séria, porém seu sorriso continuava— Todas elas foram-me muito desagradáveis, mas esta aqui— apontou para mim— Aparenta ser diferente.

— Hum... Obrigada. — sorri sem jeito.

— É claro que as aparências enganam, então esperarei para ver. — sorriu sua mãe.

Nossa... Ela é tão afiada quanto o filho.

Após mostrar-me toda a casa, o que levou em torno de quarenta minutos muito estressantes com Mônica e Diego discutindo a todo o momento por besteiras, sim, seu nome é Mônica. Notei que eles têm uma relação não muito saudável por assim dizer, ela é muito apegada ao filho e ele não dá a mínima. Me senti completamente fora de lugar em meio aos dois, minha vontade era de largar minha pesada mochila e sair correndo.

Depois ela me levou até onde eu poderia chamar de meu quarto, era enorme com uma cama de casal e vista para o mar, embora eu dissesse que dormir em um colchão no chão era o suficiente para mim, sendo que era assim quando passava a noite fora na casa dos meus parentes. Mônica me deu duas opções, usar o quarto de hospedes ou ficar com Diego em seu quarto. — Não, obrigada. Mas prefiro ficar com o quarto de hospedes.

— Tudo bem. Sinta-se a vontade para arrumar suas coisas e se quiser, descansar antes do almoço. — sorriu indo embora.

Fui em direção a enorme cama e joguei-me em cima dela, era tão macia, o clima estava agradável e ótimo para dormir um pouco.

Até que Mônica não é tão ruim assim.

Deitei-me de bruços pensando o que faria nos próximos cinco dias, espero que passe rápido— Então quer dizer que prefere o quarto de hospedes a ficar com seu namorado?

Olhei Diego parado a porta com uma cara de poucos amigos— Com certeza. — afirmei cobrindo meu rosto com um travesseiro.

— Minha mãe veio falar comigo dizendo que sua atitude foi muito estranha, e perguntou se algo aconteceu. — ouço seus passos pelo quarto.

— Apenas diga que nada aconteceu— respondi debaixo do travesseiro.

— Deixa de frescura— exclamou tirando o travesseiro de mim— Eu não quero que faça coisas desnecessárias. Todas as mulheres que já apresentei aos meus pais e foram passar a noite lá em casa, ficaram no meu quarto. — disse com tom orgulhoso.

— E o que isso me interessa? — perguntei com desdém.

— Que você não vai fazer diferente.

— Nem pensar, já basta tudo o que terei de aguentar. Ficar no mesmo quarto que você é pedir demais. — afirmei sentando de frente para ele.

— Não ligo pro que você quer— disse sério— O que eles vão pensar vendo que estamos dormindo em quartos separados?

— E eu sei lá garoto, qual o problema afinal? — onde quer chegar com isso?

— Olha, você não sabe o que faço para eles não ficarem no meu pé... É muito cansativo quando meus pais têm “dúvidas”. E além do mais eu já disse ao meu pai certas coisas sobre nós.

— Que tipo de coisas? — perguntei desconfiada.

— Nada importante— deu de ombros— Apenas que já dormimos juntos. Por isso digo que quartos separados não vai rolar.

— Que? — gritei atônita— Tá de brincadeira, como pôde dizer isso?

— E daí? Isso é natural entre casais, não enche o saco. — disse com desdém.

— Inacreditável, o que eles vão pensar de mim? — perguntei a mim mesma. — Que vergonha.

— Vergonha? — sorriu debochado— Deveria ficar contente, eu escolho cuidadosamente o tipo de mulher com quem vou dormir, não são todas. Embora no seu caso seja uma mentira.

— Pro inferno você e suas besteiras, idiota. Não quero que saia por aí dizendo essas coisas sobre mim. — falei irritada— Se me provocar pode se arrepender.

— Ah é? — sorriu encarando-me— Te espero no meu quarto.

Deixou o aposento levando minha mochila consigo, ele é pior do que pensei, muito pior.

Você vai ver, Diego. Se quer bancar o idiota, também vou entrar nessa brincadeira.

[...]


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