Sonho x Realidade escrita por M1ssingN0


Capítulo 24
Capítulo Vinte e Quatro




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BII BII. Eles chegaram... Olhei lá para baixo, da janela do meu quarto, a figura alta e esguia de Diego aparentemente emburrado a minha espera. Finalmente as férias começam hoje e meu martírio também, é difícil acreditar como essas duas semanas passaram tão rápido.

Letícia conseguiu cumprir seu dever com sucesso, ou melhor seu castigo. Lukas passou em física e ficou super feliz de a ter esse tempo todo ao seu lado, o ensinando enquanto ele a paquerava e como ela me disse, tirava sua paciência, sobrando uma menina irritadiça e histérica. Tenho de admitir que foi bem difícil lidar com ela por esses dias, mas eu também não fiquei para trás.

Diego também se encarregou de fazer de meus dias um inferno, como se não bastasse essa viagem com ele e sua família a força, passei por maus bocados, aturando suas exigências idiotas e caprichos. Tive vontade de enforcá-lo quando me pediu para ir buscar uma encomenda de doces durante o intervalo, fora da escola, em uma confeitaria na cidade vizinha. Foi um sacrifício convencer seu Pedro a me deixar sair, corri feito uma maluca, peguei a encomenda e quando entreguei para ele, mandou-me dar a uma menina do terceiro ano.

Eu te odeio.

Apanhei minha mochila com roupas e tudo que preciso para passar uma semana, fechei a porta do meu quarto e desci as escadas em direção ao grande castigo que me esperava lá fora. Mas de tudo isso eu diria que a pior parte foi explicar aos meus pais que não viajaria com eles, foi uma grande comoção que minha mãe fez, depois de um longo sermão e uma pequena conversa com meu pai, conseguiram entender.

Eu disse a eles que passaria uma semana na casa de praia de um colega, que convidou Letícia e logo ela me convidou para ir, minha mãe disse algo sobre “fase rebelde” de que não dei muita importância, afinal não faço essas coisas por querer. Eles cancelaram a viagem e decidiram passar essa semana em que vou estar fora em um hotel no litoral.

Quando abri a porta e avistei Diego carrancudo parado feito um poste, não soube o que pensar. Seu pai estava dentro do carro ao volante, então não vamos com o motorista? — Como se atreve a demorar tanto? — sussurrou impaciente ao aproximar-me.

— Não demorei nem cinco minutos. — sussurrei irritada. — Bom dia senhor diretor. — sorri forçadamente ao cumprimentá-lo.

— Bom dia Erika. Não estamos na escola, pode me chamar de Henrique. — sorriu de volta.

Olhei para dentro do carro em busca de uma figura feminina, que no caso seria a mãe de Diego, mas não havia ninguém além do diretor, hesitei por um momento. — Por que parou? — disse Diego beliscando minhas costas.

— Aí. — gritei dando uma cotovelada com força nele.

Sentei-me a uma janela, e Diego sentou-se a outra, havia um grande espaço entre nós, mas acho que o fato do carro ser enorme só faz parecer ainda mais distante, o diretor virou-se para trás e nos encarou confuso— Que distância toda é essa?

Diego e eu nos olhamos calados, tentando disfarçar o desagrado, quando ele se moveu vindo para perto de mim, ao meu lado. Perto demais.

— Eu não sabia que eram tímidos. — sorriu seu pai ligando o carro.

— Senhor, posso fazer uma pergunta?

— Claro— respondeu.

— Pensei que sua esposa também iria. — se bem que ela não estar aqui me acalma um pouco.

— Ah sim. Ela nos espera lá— sorriu.

Então ela foi na frente? Como devo agir quando encontrá-la? Não faço ideia de que tipo de pessoa ela é, e se for de personalidade questionável como o filho? Isso seria terrível.

Olhei para Diego que mantinha sua face imóvel, sem expressar nada, estava parecendo um robô, quando sinto sua mão passando por minha perna, o encarei incrédula. Ele não virou seu rosto em minha direção, então fitá-lo com raiva não fará efeito. Então decidi dar uma cotovelada nele, nem tão forte, nem muito fraco, finalmente chamei sua atenção, ele encarou-me com desdém beliscando minha perna.

Quando dei por mim estávamos “brigando” como duas crianças, ele dando-me beliscões enquanto eu tentava arranhá-lo, e vezes ou outra dando-lhe socos. Tudo em silêncio para que seu pai não nos notasse. Pensando nessas coisas, em tudo isso, sinto um grande aperto no coração, quase deixei escapar um choramingo audível.

Onde isso vai parar?

[...]


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