Os 7 Pecados Capitais escrita por Talyssa


Capítulo 24
A Virada


Notas iniciais do capítulo

Primeiro queria me desculpar por demorar a postar o capítulo, não administrei o tempo corretamente e acabei atrasando aqui :$
Depois gostaria de avisá-los que eu não faço o curso de direito, portanto, as punições e penas aqui citadas obviamente são fictícias para que eu possa dar prosseguimento à história.
Outra coisa é o fato do capítulo estar um pouquinho mais longo do que a maior parte das vezes, foi maus também, acabei me empolgando rsrs
Por último, espero que curtam o capítulo ♥



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O dia da balada passou e Mônica havia cedido aos encantos do ex e acabara o beijando, mas como tinha prometido, foi mesmo o “Só hoje!”, porque depois de lá os dois voltaram aos contatos de sempre, apenas quando estavam na mesma rodinha de amigos. Não era por vontade do Cebola, claro, o menino tentava de todas as formas reconquistar a amada, mas ela não havia dado mais uma brecha se quer.

Parecia que aquilo havia acontecido há muito tempo, o que a afligia agora era o resultado do julgamento de dois amigos que tinha sido marcado para aquele dia, quando todos souberam o que havia acontecido com a ONG, não conseguiram acreditar que a Carmem e o Toni estivessem envolvidos naquilo, na verdade, o Toni até que sim, mas a Carmem? As meninas tinham conseguido falar com a garota e ela parecia realmente arrependida, mas infelizmente aquilo não mudava nada. Acabaram combinando de esperar o resultado da sentença no lado de fora do tribunal, para dar apoio para a amiga.

Dentro do tribunal, Carmem e Toni estavam muito nervosos, cada um acompanhado de seus advogados e da família, os Frufu’s nunca abandonariam a filha naquele momento, apenas queriam que ela pagasse pelo que havia feito, o mesmo valia para os pais do Toni, que também estavam lá para dar forças ao filho.

O julgamento não durou horas, na verdade, as partes apresentaram suas acusações e defesas, os réus e testemunhas deram seus depoimentos, as provas pró e contra os garotos foram apresentadas e no fim a sentença fora proferida.

Como eram réus primários e havia o DVD entregue pela defesa, onde o Feitosa assumia que ele e apenas ele havia desviado o dinheiro da ONG para sua conta pessoal e que os garotos tinham sido responsáveis em lhe colocar lá dentro, o juiz compreendeu que por mais que a intenção dos garotos houvesse sido ficar com parte do dinheiro, a transação não havia sido realizada e os dois não tinham feito parte da ação concreta do desvio, portanto, a pena seria de dois anos de reclusão, com possibilidade de cumprir pena em regime aberto dentro de oito meses, caso atestado bom comportamento.

Durante o regime aberto, os dois teriam que prestar trabalho voluntário nas comunidades mais atingidas pelo seus atos. No fim do julgamento, Mônica, Magali, Aninha, Marina e Isa foram avisadas sobre o resultado, deram um abraço em Carmem e prometeram que iriam visita-la sempre que possível, não abandonariam a amiga naquele momento difícil.

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Enquanto tudo acontecia no tribunal, Denise estava isolada dos amigos e cada vez ia entrando mais em depressão, se negava a consultar psicólogos e só queria ver mesmo os pais. A notícia da condenação de Carmem e Toni a deixou boquiaberta, queria muito está com a amiga naquela hora, mas mal podia se amparar, quanto mais amparar outra pessoa. Por mais que aprontasse com a Carminha, a menina gostava muito da amiga de infância e jamais imaginou que um dia ela estaria dentro de uma penitenciária.

Aquele foi um dos primeiros dias de sua vida que pensou mais em outra pessoa do que nela mesma, quando percebeu isso até assustou-se, estava acostumada em passar hora após hora sentindo auto piedade e perguntando a Deus o porquê de aquilo tudo está acontecendo com ela; mas se viu naquele momento orando para que Ele desse forças para Carmem, Toni e suas famílias, porque realmente necessitariam; aquilo mexeu um pouco com ela e fez com que acabasse tomando uma decisão.

O dia seguinte era de mais uma sessão de quimioterapia, aquilo sim era desgastante, mas a menina já estava acostumada. Até então tinha se negado a cortar os cabelos, mas eles estavam caindo num ritmo alucinante, não ia ter como mantê-los.

– Dê, está na hora de ir, pronta? – perguntou sua mãe batendo na porta calmamente.

– Tô sim, mãe... Será que a gente pode passar num lugar antes de ir ao hospital?

– Meu amor, por enquanto, visitar sua amiga está fora de questão, já avisei, deixe para semana que vem, pois daremos uma pausa na quimio e você estará mais forte.

– Eu sei... Não é lá que quero ir. Prometo que não vai custar.

Um silêncio se fez do outro lado da porta e a resposta veio em seguida: - Tudo bem, Dê, a gente pode ir desde que não nos atrasemos muito. – ultimamente os pais não negavam os pedidos da garota.

Minutos depois elas deixavam a casa, entraram no carro e partiram, a mãe de Denise perguntou onde a menina queria ir e ela apenas se limitou a indicar direções. Foi uma surpresa quando pararam em frente a um cabelereiro especializado, a mãe entrou em lágrimas ao entender o que a filha queria fazer.

Elas entraram no salão e se dirigiram à recepcionista, não tinham hora marcada, mas ao explicarem a situação, a mulher encontrou uma vaga na agenda do cabelereiro.

– Oi, lindas! O que as traz aqui? Meu nome é Pierre e vou servi-las como rainhas. – disse o homem com um sorriso encantador.

– Olha só, eu até queria ser tratada como a rainha e tals, mas acho que não tenho tempo pra isso não, viu gatz? – respondeu impaciente Denise.

– Desculpa, Pierre, minha filha anda meio para baixo desde que... Bem... Desde que...

– Desde que eu descobri que estava doente. Mas ele já sabe, mamãe, desencana! Quando podemos começar? – disse a menina para o homem que olhava as duas.

– Venham por aqui, eu garanto que tenho as me-lho-res da cidade! – falou o moço com a empolgação aumentando.

Ele sentou Denise em frente a um espelho e trouxe um mostruário com algumas dezenas de perucas, os olhos da menina brilharam como há muito tempo não faziam.

– Oh-meu-Deus! Eu quero experimentar todas!!!!! – e deu várias palminhas, por um momento esquecia-se o que estava fazendo ali.

Denise experimentou perucas loiras, morenas, ruivas, com cabelos longos, médios, curtos, todos os tipos de penteados; a mãe da garota já nem queria que aquela prova toda acabasse, não via aquela felicidade há algum tempo e sentia falta da energia da filha na vida da família. Depois de algumas brincadeiras e risos, a moça finalmente se encantou pelo o que ela disse ser o cabelo mais lindo de todos ali.

– É essa aqui, mãe! – falou com os olhos brilhando em direção à peruca de cabelos ruivos do tamanho e da cor exata dos seus.

Dona Danusa e Pierre riram e disseram que aquela era a escolha perfeita, mas que tendo se decidido por qual peruca usar, chegava a parte mais dolorosa, era hora de se despedir dos seus próprios cabelos.

Denise respirou fundo e deu uma última olhada em suas madeixas no espelho, prometeu a si mesma que ficaria curada e veria seus lindos cabelos crescerem fortes novamente. Quando Pierre terminou com a tesoura, chegaria a parte mais cruel, o rapaz disse que ela não precisava raspar, pois perceberia bem menos a queda agora, mas ela entendia que uma hora ou outra teria que abdicar até do último fio, então fez o pedido.

– Eu mesma posso fazer isso? – pediu um pouco sem graça, a confiança que era sua marca registrada agora rareava.

– Claro, querida. Mas cuidado para não se machucar. – o rapaz ofereceu a máquina com um sorriso encorajador e bondoso, sua mãe fez o mesmo e estava muito emocionada.

Denise acionou a máquina e começou pela lateral da cabeça, por cada mecha que caía ela prometia que teria forças para enfrentar o tratamento, que deixaria de ter medo, que não precisava enfrentar tudo sozinha, tinha seus pais e decidira procurar seus amigos. Ao acabar de raspar tudo, não tendo restado um só fio, pegou a peruca das mãos de Pierre e a colocou.

– Força na peruca, gatz! Eu vou bater cabelo até o fim! – disse sorrindo à mãe e ao rapaz, essa seria sua promessa final naquele último dia do ano.

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Os últimos dias do mês de dezembro passaram como um furacão, quando todos se deram conta já chegava o dia da virada. Como era de costume, as famílias passavam o Natal cada uma em sua casa, mas no Ano Novo os velhos amigos se reuniam na casa dos Frufu e levavam os filhos para a comemoração.

Infelizmente aquele fim de ano seria diferente dos outros, os pais de Carmem e Toni não teriam os filhos ali, mas nem por isso deixaram de convidar os amigos, a vida continuava. Haviam ido visitar os dois no Natal e naquele dia, levaram todos os garotos da turma e eles almoçaram com um numa data e com o outro na seguinte, todos vinham cumprindo a promessa de não deixar a Carminha e o Tonhão de lado, afinal, eles estavam pagando por seus crimes e isso era suficiente.

O pai de Carmem conseguiu um jeito de ajudar as famílias prejudicadas, não como deveria ter sido, mas pelo menos todos teriam comida e companhia naquele fim de ano.

Às nove horas todos começaram a chegar na mansão, uma mesa enorme havia sido preparada no jardim externo da casa, na beira da piscina e a decoração, como sempre, estava fantástica, tudo muito iluminado e em tons de branco e prateado.

Os adultos logo sentaram-se a mesa e começaram a colocar o papo em dia, sentiram falta do Denilson e da Danusa, mas estes iriam levar a filha Denise para passar o fim de ano no interior com a avó, fora esses convidados, todos os outros estavam presentes e a festa começou a ganhar forma com os risos e conversas.

Os jovens preferiram reunir-se mais perto do DJ contratado que já começava a soltar as primeiras músicas, estavam todos muito bem vestidos e alegres, Aninha, Titi, Marina, Franja, Isa, Xaveco, Nimbus, DC, Ramona, cuja a mãe se recusara a ir novamente, Cascuda, Quim, que viera passar o fim de ano com a família, Magali, Cascão, Cebola e Mônica.

A turma dançava e cantava animada ao som das músicas, nem mesmo Do Contra poderia ser contra àquela empolgação toda, afinal, era mais um ano que chegava ao fim e ele estava muito feliz com a namorada, mesmo que ultimamente sentisse que a menina escondia algo importante dele, mas não iria forçá-la a falar.

Marina e Franja, muito conhecidos por terem dois pés esquerdos para o bailado, mostraram que estavam indo muito bem nas novas aulas de dança e simplesmente deram um show, os amigos ficaram surpresos com a evolução do casal, com toda certeza tinha sido ideia da Marina, porque se dependesse do Franja, estariam enfiados 24 horas no laboratório, mas nem sempre fazendo experiências, claro.

Titi e Aninha por mais incrível que parecesse não estavam brigando naquela noite e olha que a menina estava com um vestido curto e super linda, mas aparentemente o namorado percebera que não adiantava ter tanto ciúmes, ela sempre o respeitara e o amava muito, então preferiu curtir o momento sem dar piti.

Nimbus tentava impressionar Isa com suas mágicas que nem sempre davam certo e a garota terminava rindo bastante, mas aquilo era o suficiente para o menino que tinha a atenção daquele público com um sorriso tão cativante, ela era uma ótima espectadora e companhia, pena que tinha namorado.

Na última balada que tinham ido, Cascão deu o maior fora de todos os tempos em Cascuda, por isso ela havia saído da festa tão cedo. Então a menina resolveu mudar de estratégia, ao invés de tentar reconquistar o sujinho, decidiu que tentaria enciumá-lo. Primeiro tentou com o Xaveco, mas o menino estava muito empolgado com o celular novo que nem lhe deu atenção, Nimbus só tinha olhos para a Isa, do Cebola nem pensava em se aproximar, o menino continuava na cola da Mônica, então só restara o Quim, mas o garoto estava mudado, tinha mais atitude e estava disposto a reconquistar Magali, só não contava o empecilho maior chamado Cascão, então embarcou na do ciúmes com a Cascuda.

Os dois nem sonhavam, mas Cascão e Magali se quer tinham notado a tentativa deles, no dia da balada, quando Cas se aproximou da gulosinha, eles dançaram até os pés pedirem socorro entre muitos risos e beijos, deixaram acontecer igual à Mô e ao Cebola, o famoso “só hoje”, com a diferença que o “hoje” deles acontecia dia após dia sem parar, não tinham nenhum compromisso sério assumido, mas estavam indo bem desse jeito.

Como era de se esperar o Cebola continuava a cercar a baixinha, mas ela estava cumprindo muito bem a promessa do “só hoje” do dia da balada, na maior parte dos dias preferia se manter afastada do Cê, para evitar as recaídas, porém, nos momentos em que a turma inteira se reunia ficava mais difícil e era aí que o garoto aproveitava. Aquela noite não estava sendo diferente, Mônica queria muito perdoar o ex, mas o orgulho falava mais alto, na última vez que se falaram a menina acabou pedindo um tempo para pensar e depois daquilo o Cebola mandava mensagens todas as noites, no mesmo horário para saber se algo tinha mudado, mas ela sabia que aquilo não seria para sempre, uma hora o careca perceberia que não tinha jeito e acabaria seguindo a vida, só não sabia se estava preparada para seguir a dela sem ele, precisava decidir logo.

Xaveco dançava muito sorridente com o celular na mão, conversava animadamente com alguém via whatsapp e estava nas nuvens por ser o centro das atenções do seu contato. Quase meia-noite pediu para o DJ parar a música um pouquinho e correu para reunir os amigos.

– Junta aí, galera! Tem alguém que quer deixar uma mensagem de fim de ano para vocês. - Os meninos se reuniram em volta do Xaveco e de seu celular, se surpreendendo vendo de quem se tratava a mensagem.

– Qual é dessa festa ba-ba-do, gente? Eu ainda não perdoei os coroas por terem me trazido pra esse fim de mundo! – Denise filmou o mato do lado de fora da casa em que estava. – Xenti, tá todo mundo desmaiado aqui já e não são nem meia-noite! Enfim, queria me desculpar por estar dando o desdobro em vocês por tooooodo esse tempo, mas eu precisava resolver umas coisinhas, logo logo vocês vão saber, tá... O que eu ia dizer mesmo? Ah sim! Feliz Ano Novo, cambada! Que tudo dê certo esse ano pra nós. Super beijo da única, perfeita, linda e multimídia Denise. – e concluiu a mensagem para a turma com um beijo assoprado. – Agora chega, Xaveco, não aguento mais ver a cara feia desse povo, vira isso aí pra outro lado.

A turma inteira riu e desejou à Dê um Feliz Ano Novo também, até a Mônica enviou bons votos para a garota. Não demorou muito e a contagem regressiva era anunciada, todos contaram juntos:

– 10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1... FELIZ ANO NOVO!

Fogos eram explodidos por todos os lados e a turma inteira felicitava uns aos outros com abraços e beijos, depois cada um correu para desejar felicidades, paz e prosperidade para a família. Os Frufu’s e os pais de Toni ficaram um pouco abalados nessa hora, era a primeira vez que passavam a virada do ano sem os filhos, mas foram logo acolhidos e consolados por todos os amigos que estavam presentes. Como todo começo de um novo ano, todos esperavam que aquele fosse um ano melhor que o anterior. Será mesmo que seria?


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Notas finais do capítulo

Gente, mais uma vez me desculpando pela demora!
Deixem a opinião de vocês sobre o capítulo, se puderem, claro :*
Beijos