Os 7 Pecados Capitais escrita por Talyssa


Capítulo 23
Superações


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente!
Vem pra mais um capítulo? *-*
Beijooooos ♥



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As expressões de seu Antenor e dona Lurdinha não poderiam ser de mais surpresa, a mãe do garoto parou o bolinho a caminho da boca e seu pai quase cai da cadeira.

– Como assim já tem um emprego? – perguntou o homem incrédulo no que acabara de ouvir.

– Só um emprego, ué. – respondeu Cascão tentando mostrar indiferença, porém, falhando miseravelmente.

– Emprego, emprego? – foi a vez de sua mãe perguntar.

– Sim, um emprego! Quer dizer... Bem... Não é um emprego que se diga “Nossa, que empregão!”, mas é um emprego que vai dar pra pagar minha faculdade.

Agora sim o pai caiu da cadeira e ainda levou a esposa junto. Cascão levantou depressa para ajudar os pais a se levantarem e eles perguntaram ainda do chão.

– Isso é alguma piada?!

– Não, eu realmente consegui trabalho. É lá na padoca, pó perguntar pro seu Quinzão e ele vai confirmar. – respondeu oferecendo a mão primeiro à mão e depois ao pai para ajuda-los.

Os três sentaram-se a mesa novamente para ouvir os detalhes do que o filho lhes contava. Cas contou que passara a semana inteira saindo muito cedo e chegando muito tarde porque estava em busca de trabalho e não estava sendo fácil conseguir, além disso, explicou que estava envergonhado desde a última conversa.

Os pais do garoto ouviram tudo com lágrimas nos olhos, não esperavam que o filho reconhecesse o erro e muito menos que tivesse coragem para pegar no pesado, era a segunda vez que sentiam orgulho verdadeiro do menino, sabiam que ele tinha errado em não estudar, mas talvez aquele banho de água fria da repetição do semestre tivesse o despertado. A cena que se seguiu depois da conversa foi reconfortante para o coração daquela família, todos selaram a paz e o novo recomeço com um abraço forte, Cascão começara a crescer, pois, aquele que nunca cai, jamais aprende o que é levantar.

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Cas estava muito feliz no seu novo trabalho, por mais que precisasse acordar cedo e pegar no pesado o dia inteiro, pelo menos todo mês teria seu dinheiro; grande parte dele seria para pagar a faculdade, mas depois que contou a seus pais sobre o trabalho, eles apreciaram seu esforço e avisaram que iriam contribuir com metade da mensalidade.

O menino estava de férias, após a notícia da reprovação veio o recesso de final de ano, então ainda podia sair a noite com os amigos, trabalhava de segunda à sexta até às seis horas, nos fins de semana seu Quinzão ganhava a ajuda de uns sobrinhos, por isso dava folga para Cascão e Aninha.

Eram quase três horas da tarde e o movimento da padaria estava mais tranquilo, por isso, Cas lanchava com Aninha tranquilamente no balcão. O movimento na porta chamou atenção do garoto, ao virar deu um enorme sorriso, Magá entrava procurando por alguém e quando bateu os olhos no amigo, achou quem procurava e se dirigiu a ele.

A menina deu um grande abraço no sujinho que corou.

– Caraca, Cas, fiquei sabendo que você tá trabalhando aqui agora. Como assim? Explica aí! – falou com um enorme sorriso.

– Nossa, véi, será que ninguém acreditava que eu fosse capaz de trabalhar? – disse o Cas coçando a cabeça.

– Na verdade, eu acreditava, sempre acreditei em você... – respondeu Magali corando e os dois ficaram se olhando muito próximos.

O copo que Aninha segurava caiu da mão da garota e se espatifou em mil pedacinhos.

– Ai gente, desculpa... Ai... Sério, é que eu, bem, é que eu me distrai. – se desculpou Aninha ficando muito vermelha e já recolhendo os pedaços do copo do chão.

Seu Quinzão, assustado com o barulho, veio ver o que estava acontecendo, ao chegar viu Cascão e Magali ainda próximos.

– Mas tu de novo, menina? – disse olhando para Magali. – Estou a começar a desconfiar que tu só queres apaixonar-te por funcionários da padaria para comer de graça.

A garota só faltou morrer de vergonha, corando furiosamente.

– Er... Seu Quinzão, não é isso... É que...

– É que nada! A maga só veio tomar um suco e já até pagou. – Cascão defendeu a amiga mesmo mentindo um pouquinho – Espera um instante que já vou providenciar o seu suco, Magá. – voltou a última parte apenas para Magali e saiu para pegar um suco de melancia inventado na última hora.

– Aqui, bebe. – disse empurrando o suco para a garota.

Quando seu Quinzão se afastou Magali tirou o dinheiro para pagar o suco, mas Cascão recusou na mesma hora, dizendo que era por conta dele.

– Bom, eu vim aqui pra dizer que tomei uma decisão... Irei fazer acompanhamento psicológico com um amigo do papai. – falou a menina com um sorriso.

– Caraca, Magá, que bom! Eu tava torcendo muito por isso. – respondeu o menino empolgado.

– Nossa, véi, será que ninguém acreditava que eu fosse capaz? – disse a garota parafraseando a fala do amigo de algumas horas atrás.

Cascão riu e respondeu: - Eu acreditava, sempre acreditei. – e roubou um beijo da boca da menina.

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Era sexta-feira, dia da turma se reunir, dessa vez seria numa balada muito famosa e comentada por todos do bairro. Magali estava se arrumando na casa de Mônica, tinham roupas e maquiagens, tudo espalhado pela cama, por mais que começassem a se vestir cedo, sempre se atrasavam. O combinado era que o Cas passasse de táxi para busca-las e todos rachariam a conta, só tinham mais vinte minutos até o horário acertado.

Mônica colocou um vestido preto, colado no corpo até o meio das coxas, completou o visual com um colar dourado que ia até um pouco abaixo dos seus seios, realçando o tomara-que-caia em formato de coração, pôs um salto alto e uma maquiagem em tons de marrom esfumado nos olhos, com uma boca vermelho-vinho.

Magá optou por uma roupa na qual conseguisse dançar muito estando confortável, por isso preferiu uma calça jeans, que realçava seu bumbum, junto com um corselet preto e rosa, pôs um super salto quinze e deixou o cabelo completamente solto, destacou seus olhos apenas com lápis e rímel, deixando a boca num vermelho de tom mais vivo.

Assim que se arrumaram ouviram uma buzina de carro do lado de fora, se despediram da dona Luíza e do seu Souza e saíram de casa. Mônica estancou na porta quando viu de quem era o carro e fuzilou a Magá com os olhos, mas decidindo que nada atrapalharia sua noite pegou na mão da amiga e caminhou até o carro.

– Calaca, Mô... Você tá malavilhosa! – disse o Cebola esquecendo-se de corrigir a dislalia. Cascão olhava com a mesma cara de bobo para a Magá.

– Magá vem atrás comigo?... Er... Eu queria conversar... Algum problema a Mô ir na frente Cê? – disse o Cas com a cara mais deslavada do mundo, estava claro que tinha combinado tudo com o Cebola. Mônica cerrou os olhos para os três amigos e sentou-se no banco da frente. A primeira coisa que viu foi a correntinha com o coelho pendurada no espelho retrovisor, preferiu olhar para o outro lado.

A viagem seguiu praticamente muda, Cascão e Magali conversavam baixinho no banco de trás e Mônica respondia as tentativas de conversa com o Cê com simples monossílabos. Ao chegar na boate, os quatro foram atrás do resto da turma, estava lotado, mas conseguiram encontra-los reunidos onde era de praxe, perto do bar.

Estavam Aninha, Titi, Xaveco, Isa, DC, Ramona, Nimbus e Cascuda, novamente estranharam a ausência de Denise, que não perdia uma festa se quer, mas agora estava mais desaparecida do que a água na Cantareira. Cumprimentaram todo mundo e foram logo pegar algumas bebidas para esquentar o corpo, além disso, quando Magá viu Cascuda toda trabalhada no luxo e no brilho deixou esvaziar um pouco da esperança de ficar com o Cascão naquela noite.

– Obrigada, falsiane! Táxi, né? – disse Mônica cerrando os olhos para a amiga.

– Ami, eu juro que não sabia! Tinha combinado virmos de táxi com o Cas, eu juro!

– Seeeeei... Mas o teu castigo tá bem ali e já vai começar a se atirar, ó lá! – falou Mônica olhando na direção da Cascuda, que nem perdeu tempo e já dançava perto do Cascão, o garoto, por sua vez, tentava se sair, muito sem graça.

– Ai, ami, se ele quiser ficar com ela não posso fazer nada...

Paracatasgraças! Vai ficar aí olhando ou vai à luta?

– Nem vem, Mô, eu só vou dançar, afinal, vim aqui pra isso e não pra ficar mendigando o Cas. – falou e já foi puxando a amiga para o centro da pista.

As duas dançavam loucamente ao som de um trance louco que animava a galera, não demorou muito e Magá sentiu uma mão em sua cintura, virou rapidamente para trás para mandar a pessoa ir embora, mas deu de cara com o Cascão que segurava sua cintura e uma latinha de cerveja na outra mão; Magali olhou em volta e não encontrou mais a Cascuda, sorriu aliviada e continuou dançando de costas para o Cas.

Mônica riu e balançou a cabeça ao som da música vendo a amiga feliz, fez gestos avisando que iria ao banheiro, quando a amiga fez menção de acompanha-la, a menina disse que não era preciso e foi sozinha. Passou uma água no rosto e enxugou com uma toalhinha de papel, pensou no Cebola, o menino estava lindo com aquela camisa pólo branca e calça jeans, estava morrendo de vontade de beijá-lo, mas não ia ceder, seria forte.

A garota saia do banheiro em direção aos amigos que estavam perto do bar, antes de chegar alguém a puxou e a prendeu contra uma parede. A menina sentiu um alívio quando viu que era Cebola, mas então lembrou que o Cebola não podia mais pegá-la daquela forma.

– Eeeei! – protestou contra o aperto do garoto. O menino era só um pouco mais alto do que ela, mas o suficiente para que ela tivesse que erguer sua cabeça para olhá-lo.

– Não finge que você não sente saudade, Mô, por favor, não mente pra você e nem pra mim... – disse com os olhos fechados, inspirando o cheiro da garota que há tanto tempo não sentia tão perto.

– Cê... Olha... Eu não consigo... – mas já fechava os olhos também, deixando a saudade falar mais alto.

– Não tenta ir contra o que a gente sente... Vâmo curtir só o hoje. – e baixou mais um pouquinho a cabeça, deixando a boca bem pertinho, mas não chegando lá, queria que a garota aceitasse e tomasse a iniciativa. – Não pensa...

– Só o hoje. – a menina respondeu e o beijou.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Se sim ou não, ficaria feliz se pudessem deixar suas opiniões



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