Os 7 Pecados Capitais escrita por Talyssa


Capítulo 15
Esclarecimentos e mentiras


Notas iniciais do capítulo

E começam os mistérios de novo! Espero que curtam :D
Obrigada pelos comentários, visualizações, favoritos... Por tudo!
Beijinhos ♥



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Casa do Cascão, quarta-feira, 01h15min

Cascão ficou olhando para o celular concentrado na última mensagem do Cebola que dizia que Magá tinha terminado com o Quim por ele, seria verdade mesmo? Magá nunca tinha dito nada, era fato que nos últimos tempos estavam mais próximos do que jamais tinham sido, mas será que Magali estava confundindo tudo? E ele? Seria confusão também? Afinal, tomara a iniciativa de beijar a menina... E ela correspondeu! Será que era o suficiente para comprovar o que o Cebola lhe disse? Eram muitas dúvidas e nenhuma certeza, só poderia saber de verdade quando perguntasse para a própria Magá e lhe faltava coragem.

Se a resposta fosse negativa ele poderia dar um jeito de desconversar e fazer tudo ficar numa boa. Porém, se fosse positiva, o menino não sabia qual seria a atitude certa a tomar, teve vontade de beijar Magali, mas não estava nada preparado para ter um novo relacionamento tão cedo.

Sua única certeza é que não voltaria com Cascuda. Até poderia sentir falta da namorada, seria normal, mas passara apenas um dia e já sentia-se mais livre, a cobrança da parceira controladora de tantos anos, muitas vezes o aprisionava de certa forma, já não podia ser ele mesmo sem levar broncas em cima de broncas.

Decidiu fazer um exercício mental para pensar melhor sobre a ex-namorada, uma vez tinha lido se uma pessoa sentia-se em dúvida sobre o companheiro, era só pôr num papel os momentos mais felizes do seu último mês. Cas até pensou em pegar o caderno e escrever, mas pensar dava menos trabalho, então começou a falar consigo mesmo.

“Um momento feliz... Hum... Ah! Com certeza o dia em que eu e a Cas saímos pra patinar foi muito bom... Não, espera, era a Magá. Mas no dia em que fomos ao parque de diversões e foi super bacana, a Cas foi super fofa e... Não, não, a Cas teve que ficar estudando, fui com a Magá e a Mô. Ah, mas sem dúvida a primeira apresentação que fiz de um trabalho na faculdade, que só fiz pra não levar bomba logo no primeiro semestre, foi um dia feliz, eu tirei 7! Uia, a Cascuda também não tava lá... Só a Magá e o Cebola. Teve também aquele dia do futebol que... Não. E aquele outro que... Não, foi a Magá também!”.

Cascão ficou sério e finalmente se deu conta (Aleluia!) que a Magali ocupava todos os momentos felizes daquele mês, tinha tentado sair com a Cas várias vezes, mas ela sempre estava ocupada de mais estudando, ou muito cansada, ou já ia dizendo que não queria se estressar já supondo que ele chegaria atrasado. Então, declarou a si mesmo o fim definitivo do namoro.

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Casa da Magali, quarta-feira, 01h

Mônica decidiu dormir na casa de Magali, acordaria cedo, assim que ela saísse para a faculdade. Dormia em um colchão de ar ao lado da cama de Magá, por isso, não demorou a perceber a inquietação.

– Magá, tá acordada?

– Ai, ami, desculpa... Te acordei?

– Não, relaxa, não tava conseguindo dormir também... Tá pensando no Cas, né?

– Ahãm... Como será que vai ser amanhã? Será que ele vai fingir que não aconteceu nada? E eu o que vou fazer?

– Ué, não fala no assunto se ele não falar. Pelo menos não ainda... Ele pode estar confuso, por causa do recente fim de namoro, então dá um tempo pra que se recupere e depois é trabalhar, ami!

– Trabalhar? Como assim?

– Ir à luta! Batalhar pelo que tu quer, claro.

– Certo... Então... Você vai trabalhar pelo Cê?

– ...

– Mô?

– Isso é diferente, Magá.

– Eu sei... Desculpa! Mas tava aqui pensando... Você falou com ele depois de tudo o que aconteceu?

– Não. E nem preciso ouvir desculpas, arrependimentos e blá blá blá.

– Lembra que você disse que faria qualquer coisa pra eu te perdoar?

Mônica ficou sentada no colchão e olhou pra Magali com uma expressão suicida.

– Calma! Eu não vou te fazer falar com ele...

– Então o que é?

– Você só precisa ouvir a versão dele dos fatos... Mas através de mim! Simples. Consegue me escutar? Tá me devendo uma, lembra?

– ...

Magali sorriu e interpretou o silêncio como um sim, quem cala consente, e antes que a amiga mudasse de ideia começou a contar a versão do Cebola e da Denise, tudo bem detalhado.

– É sério? Sério que você quer que eu acredite nessa história maluca? Miga, cê tá louca?

– Eu sei que é difícil, Mô, mas lembra do que eu disse... Já aconteceram tantas coisas estranhas...

– Então um gêmeo maligno tomou o lugar do Sr. Cebolácio fazendo com que ele me traísse? – disse a dentucinha com uma grande ironia na voz.

– Não, eu expliquei que ele era ele, mas pensou que a Denise fosse você. Mas poderia ser, ué. Já aconteceu algo parecido.

– Ahãm, eu e a Dê somos igualzinhas! Acho melhor a gente ir dormir, ami...

– Tudo bem, você já me ouviu... Então... Boa noite!

– Boa noite!

Magali não sabia, mas só o que Mônica queria era que aquilo tudo que tinha ouvido fosse verdade, não tinha pessoa no mundo que mais queria acreditar. Porém, qual era a chance daquilo acontecer? E mesmo que fosse real, não mudava o fato do Cebola ter estado com outra.

Parecia que tinha acabado de fechar os olhos quando Magali a sacudiu delicadamente pelos ombros, já era de manhã e a amiga tinha que ir à faculdade. Mônica levantou um pouco sonolenta, mas olhou para a Magá e viu como o pijama estava balançando no seu corpo, estava cada vez mais magra, como conseguia isso era um mistério! A amiga deu-lhe um abraço de bom dia e então ela pôde ver de mais perto seu rosto na luz, era sinistro, os vasos sanguíneos estavam dilatados, como se estivessem desenhados.

Magali deve ter notado a expressão da amiga, que apertava os olhos para enxergar melhor, por isso, deu um jeito de ir logo ao banheiro tomar banho e fazer sua maquiagem matinal. Mô preferiu ficar calada e após Magá sair do banho, foi sua vez. Elas desceram para o café e, como sempre, a gulosinha comeu como se toda a comida do mundo fosse acabar, nem esperou a Mô acabar e correu para o banheiro dizendo que iria escovar os dentes.

Mônica seguiu a amiga até o quarto sem que ela percebesse, encostou o ouvido na porta do banheiro e ouviu alguém vomitando lá dentro. Saiu da porta e resolveu esperar na sala.

Quando Magá estava pronta, elas saíram em direção ao ponto de ônibus.

– A comida não te fez bem, ami? – questionou Mônica olhando preocupada para a amiga.

– Hãm? Como assim?

– Bem, é que eu ouvi você vomitando, logo depois do café...

– Ah, foi é? Bom, acho que eu comi muito e acabei não aguento tanta comida.

– Hum... Tem certeza que não precisa de ajuda? Um remédio? Sei lá.

– Desencana, ami, já estou me sentindo muito melhor e até posso...

Magali interrompeu a caminhada e a fala, Cascão vinha com a mochila nas costas na direção das meninas.

– Quer dizer que a senhorita não ia passar lá em casa hoje? – perguntou com um sorriso matreiro.

– Ih, Magá, não vou poder esperar o ônibus contigo. Lembrei que... Que... Que tenho que colocar o lixo pra fora? É, é isso... O lixo! Tchau, fui. – Mônica saiu de cena o mais rápido possível com essa desculpa super fajuta.

– Oi, Magá, de boinha? – Cascão perguntou levantando uma das sobrancelhas e dando um beijo no rosto da menina.

– Er, tô bem sim... E você?

– Digamos que o dia amanheceu tão bom que dá até vontade de te acompanhar pra aula.

– Acompanhar? Você não ficar na sua aula? Cas, você sempre quis esse curso de educação física...

– Correção, eu só queria mais tempo pra jogar futebol! – disse o menino com os olhos fechados e o dedo indicador levantado.

– Certo, certo. Mas você precisa estudar, garoto, se não leva bomba!

– Eu sempre me dou bem, garota, no fim eu nunca reprovo.

Magali resolveu não insistir no assunto, Cascão nunca admitiria estar errado e os dois ficariam atrasados para a aula se continuassem discutindo ao invés de pegar o ônibus. Ela suspirou aliviada quando em nenhum momento do dia o Cas tocou no assunto do beijo, mas será que não queria mesmo falar sobre isso?

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Denise acordou, se arrumou toda e correu para a casa da Carmem, ignorando a dor de cabeça que só aumentava e um desconforto no abdómen, precisava saber de tudo sobre a noite passada em primeira mão para atualizar seu blog que já estava atrasadíssimo.

Tocou a campainha, se identificou e pediu para falar com a amiga, depois de muito insistir para acordá-la, dizendo que era um assunto urgente, conseguiu entrar na casa, pelo visto, a segurança estava dobrada na mansão.

Entrou no quarto da Carminha e viu a amiga só com os olhos de fora e o corpo inteiro em baixo das cobertas. Começou o seu interrogatório sem fim sobre a noite do crime, Carmem queria muito contar tudo para a amiga, mas não podia correr o risco de ter sua armação descoberta, acabou decidindo por contar a versão que Toni a fez decorar.

Denise tinha um ótimo sensor para mentiras, mesmo para as mais bem contadas, afinal, tinha anos de prática no assunto, sentiu que o seu estava apitando.

– Hum, quer dizer então que a senhorita e boy magia do mal estão se pegando?

– Ai, amiga, só foi ontem!

– Então vocês saíram pra dar uma voltinha no jardim no exato momento em que invadiam a casa?

– Sim. – falou Carmem fingindo que era óbvio.

Denise mordeu o canto do lábio, pensando, sua cabeça ficava a mil quando queria descobrir alguma coisa importante, se não quisesse o mundo da moda, ficaria muito bem fazendo jornalismo, mas achava que com exceção do âncora do jornal das 20 horas, jornalistas não apareciam o suficiente.

Queria continuar raciocinando, mas sua vista embaçou e ela ficou tonta, acabou tendo que se apoiar na cômoda para não ir ao chão. Carmem assustou-se e levantou da cama muito rápido, num só instante já estava ao lado da amiga, amparando-a. Sentou-a na poltrona e tocou em sua testa, estava com febre.

– Ami, o que tá acontecendo? Você tá se sentindo mal?

– Tio, chama o veterinário, que essa menina tá doente, tá até pensando! – falou com voz fraca, porém irônica Denise– É claro que não tô bem, né kirida.

– Espera que eu vou chamar alguém pra ajudar, fica aí! – disse Carmem já correndo porta a fora.

Dê queria dizer que era óbvio que estando daquele jeito não iria a lugar algum, mas acabou desmaiando antes de conseguir.


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Notas finais do capítulo

O que será que tá acontecendo com Denise? Apostas?
Beijos :*



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