Os 7 Pecados Capitais escrita por Talyssa


Capítulo 10
Arrependimentos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura (:



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Mônica andava pela rua sem saber muito bem onde queria chegar, não conseguia acreditar que estava sozinha agora, é claro que tinha outras amigas, como a Cascuda, Aninha, Isa, mas nenhuma se comparava a sua amizade com a Magali. Porque tinha que ter falado tantas bobagens para a amiga? Não tinha mais com quem contar e estava muito desconfiada de tudo e de todos.

De repente se viu parada em frente ao campinho, onde muitas vezes os meninos jogavam bola, enquanto ela e Magá brincavam de casinha e boneca em baixo da grande árvore, onde tantas vezes o Cê e Cas tinham atrapalhado essas brincadeiras a chamando de baixinha e gorducha, tramando planos para levar o Sansão. Lembrando-se disso tudo ela sorriu, mas logo se deu conta que essas coisas tinham ficado para trás e que no lugar da turma feliz, estava uma turma quebrada, uma turma que ela mesma havia ajudado a quebrar. Porque não quis ouvir a explicação dos amigos? Pelo contrário, descontou neles toda a raiva que estava sentindo do Cebola.

Ficou pensando durante um longo tempo no que faria com relação à Magali e ao Cascão, se eles ainda quisessem falar com ela, decidiu que daria uma chance à explicação. Claro que se eles realmente tivessem traído a Cascuda e o Quim, ia ser muito difícil aceitar, afinal, ela acabara de ser traída e sabia como os dois amigos se sentiriam caso descobrissem um par de chifres, mas por enquanto era melhor não pensar no que poderia ser e sim descobrir o que realmente estava acontecendo entre o sujinho e a comilona.

A grande questão era como se reaproximaria do Cascão e da Magali, depois do papelão que fez com eles, é óbvio que os dois não estavam nada contentes com ela; a Mô realmente tinha exagerado, “Que droga de impulsividade!”, ela pensava, era muito difícil controlar a raiva quando ela chegava, se não fosse a Magali na hora que decidiu ir pra cima do Cascão... Se arrepiou toda com esse pensamento, poderia ter acontecido uma tragédia, graças a Deus a Magá estava lá, era uma das poucas pessoas que ainda conseguiam fazer a Mô voltar a si.

Olhou para o lado e viu quando Toni passou apressado para algum lugar, estava com uma cara que ela conhecia bem, não podia ser coisa boa vindo dele, mas não era de sua conta, já tinha estourado sua cota de problemas por um dia, havia muito com o que se preocupar e era melhor não correr atrás de mais confusão. Começou a torcer para que ele passasse reto e não a visse.

POV TONI

Tenho que chegar rápido na casa da Carmem, ela detesta atrasos e não quero chateá-la antes de colocar meu plano em prática. Só tô bolado com o Sujão, será que ele vai cumprir a parte dele no trato? Não, ele não me enganaria, do contrário vai se ferrar na minha mão.

E a Denise? Se ela pensa que vai me enrolar mais com a parte dela no plano de afastar a Mônica e o Cebola tá muito enganada! Se não conseguir, que vá se preparando pra fazer coisa pior... Ou melhor! Vai depender do meu humor. E olha quem tá ali... Acho que vale a pena me atrasar um pouquinho.

POV NARRADOR

Toni desviou seu caminho assim que viu a Mônica sentada em baixo da árvore, não ia perder a oportunidade de falar com a garota sozinha. Já a menina assim que percebeu que ele vinha chegando começou a lamentar que estivesse naquele lugar e naquela hora.

– Oi, linda. O que faz na rua essa hora, tamanha lua? – perguntou o loiro a menina sentada que o olhava nos olhos, gostava de vê-la nessa posição, se sentia maior e mais forte a vendo de cima. – É claro que não é da sua conta e acho que eu deveria te perguntar o mesma coisa. - Mônica respondeu revirando os olhos. – Calma! Não pensei que estava cometendo nenhum crime, tô só perguntando. – disse colocando as mãos para cima em sinal de rendimento. – Foi mal, ok Toni? Eu só tô com um pouco de dor de cabeça e quero ficar sozinha.

Ele deduziu no ato: ela havia brigado com Cebola, era sempre assim, ele até conhecia esse olhar. Será que a Denise já havia feito algo que ele não sabia? De qualquer maneira, tinha dado certo. – Brigou com o Cebola, não foi? – perguntou com cara de falsa pena. Mô não queria responder, mas estava desesperada para falar com alguém e acabou confessando mais ou menos o que tinha acontecido para o Toni. Provavelmente se arrependeria mais tarde, mas estava feito. Para sua surpresa, o loiro se abaixou e lhe deu um abraço, ela sentia-se tão carente, que recebeu o abraço de bom grado e começou a imaginar se o Toni finalmente estava crescendo.

Eles ficaram conversando um pouco, porém, logo Toni levantou-se e se despediu da baixinha com um beijo no rosto, dizendo que tinha um compromisso, mas que se ela precisasse conversar era só mandar uma mensagem e ele estaria pronto para ajuda-la.

Logo que virou as costas, o loiro deu um sorriso irônico, “Quem diria que a Dê seria capaz de executar o plano... Mas executou até bem de mais! Eu realmente achava que o Cebola seria mais fiel, mas com uma gata feito a Denise fica até difícil resistir!”. Ele sabia que não queria a Mônica, podia ter tantas outras garotas mais bonitas, interessantes e submissas, pra quê ia querer uma dentucinha, estressada e mandona? Toni tinha essa resposta em seu íntimo, só ficaria com a Mônica para o Cebola perde-la de vez.

A inveja não é querer o que o outro tem, não cobiçava a Mônica, apenas queria que o Cebola não a tivesse, isso traria prazer a ele, ver os dois sem seu objeto de felicidade, essa era a grande tragédia do invejoso.

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Casa da Magali, segunda-feira.

Assim que Mônica saiu da casa da Magali, essa sentou no sofá, colocou as mãos no rosto e começou a chorar. Cascão sentou-se do lado, passou o braço pelos seus ombros e a puxou pra mais perto, preferindo ficar em silêncio, não sabia o que dizer para consolar Magali.

Cebola ficou parado exatamente onde estava, seu primeiro impulso tinha sido ir atrás da Mônica de novo, mas sabia que ela ainda não iria querer ouvi-lo tão cedo. Também não quis sair vendo a Magá naquele estado. O Cas olhava para ele com uma cara de nem pergunta, então ele se arrastou até a poltrona e ficou esperando as coisas se acalmarem.

Quando Magali tinha chorado tudo o que podia, e não foi pouco, ela se desvencilhou dos braços do Cascão pedindo desculpas por aquilo. Ele passou as mãos no cabelo dela, colocando-os atrás das orelhas e disse que não havia sido nada de mais, que estaria sempre ali por ela e deu-lhe um beijo na testa. Cebola ficou calado na poltrona observando os amigos de canto de olho, sentia a leve impressão de que estava atrapalhando alguma coisa, mas já não podia sair dali sem ser notado, tentava lembrar quando os dois amigos tinham ficado assim tão próximos, com a cabeça unicamente na namorada,ex-namorada, se corrigiu, e em como daria um jeito de ultrapassar a barreira do cós da sua calcinha, tinha deixado de prestar mais atenção em outras pessoas.

Foi Magali que se lembrou da presença de Cebola e virou-se para ele. – Eu não quero ser grossa, Cê... Mas o que você tá fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa? – Cebola não sabia muito bem por onde começar, na verdade, não tinha como explicar o acontecido em sua casa, mas decidiu que era melhor contar a verdade, mesmo que fosse tratado como mentiroso.

Conforme ia narrando os acontecimentos daquela manhã, os amigos começavam a abrir a boca para interrompê-lo, porém, ele não deixava e seguia com a história. Começou falando da noite anterior, de como tentou ficar com a Mônica mais intimamente e de como ela o rejeitou, disse o que tinha sentido, mas pulou a parte da vontade de toma-la a força em seu quarto. Continuou falando que havia procurado a Denise para desabafar e receber uns conselhos, que ela tinha ido ao seu quarto, mas que do nada tinha sentido algo muito estranho no quarto e já não era Denise na sua frente, mas sim a Mônica, na hora pensara que era um sonho, daqueles que as pessoas e cenários se transformam rapidamente, por isso, acabou cedendo aos caprichos do seu corpo e como ela não o afastou, eles acabaram partindo para algo mais íntimo, até que a Mô verdadeira irrompeu no quarto e os flagrou juntos.

A compreensão começava a passar pelo rosto da Magá e do Cas, agora eles entendiam o porquê da amiga falar com eles daquele jeito, na verdade, ela estava falando tudo o que queria ter falado para o Cê. O que eles não entendiam era porque o careca tinha feito aquilo. Essa história de Denise não ser mais Denise, de ser sonho, enfim, parecia uma mentira muito mal inventada.

Cascão era amigo do Cebola, melhor amigo, mas não iria passar a mão na cabeça dele de jeito nenhum, mais tarde ele receberia o puxão de orelha merecido depois de explicar muito bem o que tinha acontecido de verdade.

Magali já estava com a cabeça na amiga, ela deveria estar se sentindo muito mal quando veio a sua casa e acabou vendo mais traições, pelo menos do seu ponto de vista; quanto ao Cebola, a história era muito difícil de engolir, mas ela sentia que tinha uma verdade naquilo tudo, muitos diriam que era por ela ser boba e enxergar o bem em todo lugar, entretanto, Magá tinha o dom de identificar mentiras à distância e não lhe parecia que houvesse alguma no que o Cê estava contando, restava saber o que de fato aconteceu para ele sentir-se assim. Pelo que ele havia explicado, não tinha tido tempo para falar com Denise e a deixou se arrumando no seu quarto, enquanto saia correndo atrás de Mônica. Então, para descobrir bastava ir ao encontro de Denise, antes do Cebola, não perdeu tempo e mandou uma mensagem pedindo que ela lhe encontrasse imediatamente em sua casa, iria ajuda-la se não tivesse culpa, caso não fosse, Magali tomaria aquilo como uma confissão e ajudaria pessoalmente a Mô a acabar fio por fio com aquelas marias-chiquinhas.

Eles contaram ao Cê o que tinha acontecido quando Mônica chegou na casa da amiga, como tinha entendido tudo errado e descontado neles a mancada do namorado. Também disseram que o Cascão havia terminado com a Cascuda e que por isso ele estava na casa de Magali, distraindo-se um pouco. Magá preferiu omitir o término com o Quim, isso poderia gerar muitas perguntas às quais não tinha certeza da resposta.

Depois de algum tempo de todas as explicações, os meninos começavam a se despedir, mas a campainha desatou a tocar como se algum desesperado tivesse a tocando sem parar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, muitos beijos



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