- Vocês não imaginam a dor terrível que estou sentindo, nem sei o fazer por isso estou rindo para esquecer um pouco essa dor, mas é impossível. ~Disse Ivana enquanto apertava o banco do carro e dando leves gritos.

    Ivana de repente foi sentindo as contrações um pouco mais fortes e não sabia dizer o que era normal ou não, porque nunca havia sentido aquilo. E então foi ficando cada vez mais forte e ela sem saber como disfarçar aquilo para si mesma começou a gritar desesperada e Alonso se desesperou mais ainda.

    Ivana: - EU VOU MORRER, EU VOU MORRER ALONSO.

    Dona Isabel: - Calma minha filha, isso é normal você vai parir um bebê.

    Ivana continuava aos berros e Alonso não conseguia dizer uma palavra e ao chegar ao hospital, ele desceu as pressas e a pegou no colo e subiu a escadaria. Ele entrou rapidamente e já foi explicando pela primeira pessoa uniformizada que ele viu e então a colocou em uma cadeira de rodas para levá-la para sala e Alonso nem Dona Isabel puderam os acompanhar, poucos minutos depois um médico passou com toda pressa para a sala onde haviam levado Ivana. Alonso sentou-se em um sofá da recepção e tentou se acalmar.

     Enquanto isso na sala de parto, Ivana se contorcia de dor e já havia sido deitada na maca com as pernas para cima. Um enfermeiro se posicionou entre suas pernas e mediu a dilatação, comprovando que já estava em 10 cm e era a hora certa de parir. Havia quatro estagiários na sala observando o parto e o médico então assumiu o lugar do enfermeiro e começou a pedir para que Ivana fizesse força para empurrar o bebê. Passaram-se 1 hora e Ivana se esforçava, gritava e suava demais e no momento era sem resultados, quando de repente o bebê começou a coroar e todos os enfermeiros da sala comemoraram, mas então ele voltou. A cabeça do pequeno bebê vinha e voltava, fazendo com que o médico se assustasse um pouco. Percebendo que continuava se repetindo e que Ivana estava ficando fraca demais para continuar fazendo força suficiente, ele resolveu investigar o que estava acontecendo e gritou.

    Médico: - ARRUMEM UM ANESTESISTA COM URGÊNCIA, VAMOS TER QUE PARTIR PARA UMA CESÁRIA. BEBÊ ESTÁ COM O CORDÃO ENROLADO NO PESCOÇO.

    Na sala então começou uma movimentação grande e Ivana ouviu o que o Médico disse e se desesperou mais ainda, sendo consolada por uma enfermeira que estava estagiando no local.

    Enfermeira: - Calma moça vai dar tudo certo. Esse caso acontece várias vezes.

    Mas esse consolo de nada adiantava, a dor que Ivana sentia pelo parto se misturou com o choro e ela ficava cada vez mais fraca. O anestesista estava demorando um pouco por causa do trânsito e todos tentavam acalmar Ivana depois do grande anúncio feito pelo médico, mas de repente os gritos dela pioram, reclamava de uma dor insuportável que começara a sentir na região pélvica e logo acabou desmaiando. A pobre enfermeira se assustou muito com aquilo e então resolveu olhar entre as penas de Ivana para ver o que estava acontecendo e se deparou com uma quantidade grande de sangue que derramava por entre suas pernas e gritou desesperada pelo médico que já entrou correndo com o anestesista que acabara de chegar. Ele aplicou em poucos minutos e logo começaram a cirurgia de cesariana.

    Na sala, Alonso estava um pouco mais calmo, havia sido consolado por Dona Isabel que sabia sobre parto. Quando eles se depararam com a enfermeira vindo em direção a eles, Alonso já se levantou eufórico.

    Alonso: - Meu filho nasceu? Já posso vê-lo?

    Enfermeira: - Preciso que fiquem calmos. A sua esposa teve que ser submetida a uma cirurgia de cesariana por complicações na hora do parto.

    Alonso: - Complicações? Cesariana? Meu Deus, como ela está, está bem?

    Enfermeira: - Infelizmente devo usar a ética do meu trabalho e lhe contar tudo. O bebê estava com o cordão enrolado no pescoço e o tempo que ela levou forçando para parir, infelizmente lhe causou uma hemorragia. Por fraqueza ela acabou desmaiando e sinto muito lhe dizer, mas o estado dela é grave. A cirurgia ocorre agora.

    Dona Isabel sentou-se sem reação no banco enquanto Alonso se desmoronou em lágrimas desesperado, caiu sentado no chão.

    Alonso: - NÃO! ELA NÃO PODE MORRER O AMOR DA MINHA VIDA NÃO PODE MORRER.

    Enfermeira: - Calma senhor, ela não irá morrer. Todo cuidado está sendo tomado.

    Ela não conseguiu permanecer junto ao desespero de Alonso, pois não sabia como consolá-lo, então voltou às pressas o deixando ali.

    Enquanto na sala de cirurgia agora, o bebê já havia sido retirado e estavam costurando Ivana. Por ter ficado um tempinho fora da placenta ainda dentro do ventre de Ivana, Allan teve que ser submetido a uma inalação de oxigênio, mas com ele estava tudo bem. Já o estado de Ivana não era animador, eles haviam contido a hemorragia, mas ela tinha perdido muito sangue e permanecia muito fraca. Levaram-na para uma sala, porém não podia receber visitas. Alonso recebeu a nova notícia e seu desespero só aumentou, ele precisava ver o amor de sua vida. Acalmou-se um pouco quando recebeu a notícia que poderia ver seu filho na sala, estava limpo e permanecia inalando oxigênio. Alonso o observou tão pequeno e tão frágil. Dona Isabel o acompanhou e admirava o quão lindo era seu neto.

    Alonso: - Olhe Dona Isabel, meu filho é lindo. Tão lindo quanto a mãe. Dona Isabel, ele não pode ficar sem mãe, eu não posso mais viver sem ela. ~disse chorando e olhando para Allan.

    Dona Isabel: - Por favor, filho não pense assim. Eu também não posso viver sem minha filha, nem o Allan pode ficar sem sua mãe.

    Alonso se ajoelhou ao lado do berço de Allan e encostou a cabeça no chão chorando.

    Alonso: - Não, minha Ivana não.

    O dia amanheceu e eles permaneciam no hospital esperando notícias sobre Ivana. Allan já havia recebido alta e pela falta de Ivana, se alimentava com chá e leite da bolsa de doações que existia no hospital. Alonso estava inconsolável encostado em uma cadeira e Dona Isabel havia adormecido por remédios, quando um médico chegou e o chamou a sós.

    Médico: - Sinto muito senhor. Ela permanece desacordada e teve que ser encaminhada para a UTI, pois acabou entrando em um coma.

    Aquelas palavras caíram sobre Alonso como uma bomba e agora ele não conseguia mais chorar, não tinha reação, não tinha nada e nem sentia nada. Parece que sentia como se não tivesse vida.

    Médico: - Se quiser visitá-la.

    Alonso sem pensar duas vezes concordou. Entrou na UTI e deparou-se com Ivana pálida e fria, respirava através de um tubo e as batidas de seu coração eram representados em um retrovisor. Ele começou a chorar por vê-la naquele estado e então segurou em sua mão imóvel.

    Alonso: - Ivana, não me deixe, por favor. Eu não consigo viver mais sem você. Agora temos um filho, ele é tão lindo quanto você, acorda cosita, acorda.

    Ele sabia que ela não reagiria naquele momento, mas seu coração estava despedaçado e não sabia como reagir, só chorava e implorava a Deus que não a levasse agora.

      ~~~~~~~~~~~~~~~ Uma semana e três dias depois ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

     O tempo foi passando e Ivana permanecia na UTI, Alonso levou o pequeno Allan para casa e o alimentava com um leite especial. Todos os dias visitava Ivana mais de uma vez e sempre levando Allan para vê-la, mesmo sendo um recém-nascido que agora era o único motivo que Alonso tinha para se manter vivo e em pé, pelo fruto do amor dos dois.

    Certo dia Alonso estava com Allan na UTI visitando Ivana, assim como todos os dias. Colocou o pequeno em seu carrinho e sentou-se ao lado de Ivana para conversar com ela.

    Alonso: - Ah meu amor, você precisa despertar para ver como seu filho cresce lindo e como parece com você.

    Ele segurava fortemente sua mão quando sentiu que ela se mexeu. No primeiro momento ele se assustou, mas logo viu que ela tentava abrir os olhos. Alonso então saiu gritando pelos corredores atrás de um médico que veio rapidamente tirar os aparelhos de Ivana.

    Ivana: - Ai, minha cabeça está doendo. 

    Alonso: - Meu amor, que linda está.

    Ivana: - Alonso. Onde eu estou?

    Alonso: - Você está no hospital meu amor e acabou de despertar.

    Ivana: - Cadê meu filho, ele não está aqui? ~Disse ela passando com a mão pela barriga.

    Alonso sorriu e então virou-se e empurrou o carrinho para perto da cama de Ivana e retirou o forro que o cobria.

    Alonso: - Ele não está aí, porque ele está aqui meu amor. Veja como ele é lindo. Allan Hugo Dorantes Peñalvert.

    Ivana levantou um pouco a cabeça e observou aquele bebê lindo deitado com uma chupeta na boca. Ela o olhava completamente apaixonada e um sorriso lindo surgiu em seu rosto.

    Ivana: - É o nosso filho Alonso? Como ele é lindo, queria tanto pegá-lo em meus braços.

    Médico: - Não senhora mocinha, você precisa ficar sem fazer esforços pelo menos até amanhã. Aí terá o resto da vida para segurar esse pequeno.

    Ivana: - Meu Deus, ele é tão lindo. Parece um boneco. Meu filho. ~Disse enquanto lágrimas desciam pelo seus olhos.

   O medico se aproximou de Ivana e tirou alguns aparelhos que tinha em seu corpo e aplicou soro em sua veia, logo saiu e disse para Ivana não fazer esforço.

   Ivana: - Já que ele saiu você me dar o meu filho? Por favor Alonso! ~Implorava.

   Alonso: - Eu acho que... ~E em tão Alonso foi interrompido pelo choro de Allan.

   Ivana: - Está vendo Alonso? Ate ele quer vir para meus braços, deixa de ser mau!

   Alonso: - Tá bom Ivana, mas você tem que ter cuidado, afinal, ele é um recém nascido.

   Ivana: - Não, não Alonso! Ele é um homem de 32 anos! HAY POR FAVOR.

   Alonso sorriu e se aproximou do carrinho, pegou Allan que estava chorando e colocou delicadamente nos braços de Ivana. Allan ao sentir o calor de sua mãe finalizou o choro e fez Ivana se emocionar, ela estava chorando de alegria, não podia crer que já era mãe e entre outros fatos emocionantes.

   Ivana: - Ele é tão lindo, parece um bonequinho indefenso. ~Disse enquanto passava o dedo sobre o cabelo de Allan.

   Alonso: - E com o tempo essa beleza só vai aumentar. ~Falou enquanto se sentava na cama, ao lado de Ivana.

   Ivana: - Isso é verdade, eu estou me sentindo realizada! Mas me diz Tesoro, o que aconteceu com vocês enquanto eu estava aqui?

   Alonso: - Primeiramente o nosso tempo só foi para você e o Allan, na maioria das vezes que eu estava aqui o Allan também estava... E falando nisso, sua mãe está por chegar e vai ter uma grande surpresa em ver você bem, nem parece que estava em coma! E mais, Ela nesses dias me ajudou bastante, sem ela eu estaria perdido. Você não sabe a falta que me fez, a falta que fez para o Allan, para sua mãe, o seu sorriso, seus beijos. ~Disse dando um beijo na testa de Ivana.

   Ivana: - Se você soubesse como estou me sentindo nesse momento, queria ter estado com vocês, vejo que fiquei um bom tempo aqui internada! Por que o Allan não aparenta ter acabado de nascer.

   Alonso: - Exatamente Ivana, você ficou aqui por 1 semana e três dias! Não foi fácil não.

   Ivana: - Tudo isso? Eu preciso sair daqui Alonso! EU PRECISO.

   Alonso: - Calma cosita, você ainda está se recuperando! Logo você estará em casa com o nosso filho, tenha paciência. ~Falou enquanto abraçava Ivana.

   A Conversa foi interrompida pela chagada de Isabel, que ficou surpresa em ver Ivana bem e acordada. Isabel foi até Ivana e a encheu de beijos e Ivana começou a chorar.

   Isabel: - Porque esta chorando minha filha? Está sentindo algo?

   Ivana: - Não mamãe, estou emocionada, por que é bom saber que sou tão amada assim...

   Alonso: - E você tinha alguma dúvida senhora Dorantes?

   Ivana: - Não, mas estava precisando desse amor todo, estou sentido um pouco fraca... E mais, estou com muita fome! E falando em fome, como o Allan se alimenta?

   Alonso:  - Calma que você já vai comer algo, creio que alguma enfermeira vem trazer. O Allan está se alimentando com leite e chá, mas agora você pode tentar dar de mamar para ele, quer tentar?

   Ivana: - Antes de tentar quero comer, ele está tranquilo e nem parece sentir fome...

   As Horas se passavam no quarto do hospital, e a conversa não parava. Se passaram um tempo e Ivana ganhou alta, a fazendo ficar feliz, afinal, ela iria sair daquele lugar ruim, sem vida. A sua chegada na casa era motivo de alegria, um momento feliz para todos, ela estava fazendo falta e estava com o seu filho e agora tudo havia mudado, estava vivendo UMA VIDA DIFERENTE.

   Alonso para comemorar a chegada de Ivana resolveu fazer um jantar especial, Isabel concordou e eles foram arrumar as coisas. Ivana resolveu ir tomar um banho e levou Allan, seria a primeira vez que ela iria ter um grande contato a sós com o seu bebê. Chegando no quarto, Ivana se despiu e logo depois tirou a roupinha de Allan, foi em direção ao banheiro, colou água na banheira e logo em seguida entrou. Ela estava radiante, com um olhar diferente, até por que agora estava realizada, já era mãe e seu filho estava ali, ao seu lado.

   Ivana colocou Allan sobre seus seios e o abraçou forte, enquanto beijava sua cabeça. Alonso então foi ver se Ivana precisava de alguma coisa e ao chegar no quarto ouviu barulhos, que vinham direto do banheiro, foi ver o que Ivana estava fazendo e se deparou com ela na banheira e Allan se amantando, uma cena simples porém linda. Ivana estava distraída com o seu pequeno e só sabia o admirar, nem havia prestado atenção em Alonso que estava na porta, parado e só observando. Ivana então começou a cantar uma musica infantil para Allan, que estava a fitando sem parar enquanto mamava, Alonso então saiu para deixar Ivana mais a vontade com seu filho e foi ajudar Isabel na cozinha. Ivana seguia admirando a beleza do seu pequeno filho e falava coisas que vinham direto de seu coração.

   - Meu filho, você é tão lindo, uma das melhores coisas que aconteceu em minha vida ou melhor, você é a coisa mais linda que eu fiz na vida, e sabe de uma coisa? Você já estava nos meus planos, e desde já me sinto a melhor mãe do mundo, me orgulho tanto de ter você, meu pequeno lindo. ~Disse Ivana enquanto paparicava Allan, que ainda estava se amamentando.