Itsumo escrita por Cactus Stories


Capítulo 4
Fim de semana com um Youkai.




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Olhei ao redor, aquele templo parecia maravilhoso, mas, ao mesmo tempo, parecia frio e sem vida, era triste, eu não conseguia entender como alguém conseguia viver ali. Então, me virei e olhei para a ameixeira, depois de uma vista triste, aquela árvore era mais do que perfeita.

– É uma árvore muito bonita. - sorri, olhando as flores caindo lentamente. - Uma ameixeira?

– Sim... - ele parecia triste com a lembrança. - Yonomori-sama adorava ameixeiras, depois que... ela se foi... essa árvore apareceu aqui no jardim, então, resolvi cuidar dela. - deu um sorriso melancólico, olhando para as flores.

– Quem é Yonomori-sama? - sussurrei, ao lado dele. - Parece ser alguém importante para você...

– Bem, como você disse, da primeira fez que a gente se viu, as cobras albinas são mensageiras divinas, - agora as coisas faziam um pouco de sentido... - eu sou servo do templo, e a antiga deusa era a Yonomori-sama, mas, ela se foi e... eu fiquei aqui...

Coloquei a mão no ombro dele, tentando consolá-lo, ele parecia realmente triste por causa disso, mas, bem, às vezes, superar é necessário, e eu falo por experiência própria. Quando minha tia morreu, eu parei de ouvir certas músicas, porque me lembravam dela, mas, hoje, eu ouço as músicas e fico feliz, afinal, aquelas músicas fizeram bem para a minha tia, quando ela ainda estava aqui.

Será que o Mizuki se sentia assim em relação à árvore? Eu espero que sim, ele se virou para mim, surpreso com a minha ação, principalmente pelo fato de que ele tinha me abraçado do nada minutos atrás, e eu tinha em afastado. Realmente me arrependi disso, ele parecia tão triste, agora. Ele sorriu fraco, olhando nos meus olhos, os olhos dele eram verdes e brilhantes, eu poderia ficar encarando o dia inteiro, eram divertidos.

– Mizuki-kun, - comentei, ainda com a mão no ombro dele. - gomen, mas... eu preciso voltar para casa, está ficando tarde, bem, deve estar, já que, pelo que eu percebi, o tempo aqui é diferente...

Os olhos dele arregalaram um pouco, e o sorriso dele se foi, dando lugar a uma feição triste, melancólica. Ele se levantou, e eu me levantei também, ainda olhando nos olhos dele, ele olhou para o chão, ansioso, parecia tentar falar alguma coisa.

– Onegai... - ele sussurrou. - V-Você não pode... ficar mais um pouco? Só um pouco, você pode escolher quanto tempo mais, se quiser, eu te levo na sua casa amanhã de manhã.

– Você quer que eu passe a noite aqui? - corei, olhando para o outro lado.

– B-Bem, é que... eu vi que na sua casa não tem ninguém e... deve ser bem solitário. - ele respondeu. - E aqui é bem solitário, também... você poderia ficar um pouco aqui, eu acho triste ficar sozinho.

E agora, o que eu faço? Seria uma grosseria eu deixar o Mizuki sozinho, depois de ele ter me ajudado, até porque, ele estava só tentando ser legal comigo, coisa que poucas pessoas que eu conheço fazem. Olhei para ele novamente, parecia ansioso pela resposta.

– T-Tudo bem, - comecei. - eu fico aqui mais um pouco, além disso, queria conversar com você.

– A-Arigatou, - ele sorriu, olhando para a árvore. - sobre o que quer conversar?

– O que vocÊ faz aqui no templo? - perguntei, curiosa para saber a resposta.

– Bem, eu limpo as coisas, deixo tudo organizado, e cuido das plantas. - respondeu, distraidamente. - Vamos entrar? Está ficando frio.

– Você faz tudo isso sozinho? - me espantei, entrando, logo atrás dele.

– Hai. - ele andou até uma sala. - Antes a Yonomori-sama me ajudava, mas agora ela não pode mais, então, tenho que me virar. Vai querer um chá de alguma coisa?

– Lie. - sorri. - Não estou com sede, arigatou.

– É mais para o frio. - ele sorriu.

– Você está mesmo com frio? - perguntei, incrédula. - Eu não estou com frio, na verdade, está uma temperatura agradável.

– Bem, acho que o fato de eu me transformar em uma cobra não ajuda muito. - ele comentou. - Cobras são sensíveis ao frio.

– Bem, então, deveria se agasalhar. - recomendei. - Se você ficar doente, quem vai cuidar do templo?


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