Céu e Mar escrita por ParkBruh


Capítulo 9
Capítulo IX - Caindo em direção a morte (parte I)


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui esta outro capitulo.
Espero que curtem.
A demora faz parte de ser um autor não?
Alem disso, nem faz tanto tempo assim u.u
Boa Leitura
Eu mesma dei uma revisada, pois não consegui falar com minha beta.



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Capitulo IX – Caindo em direção a morte (I)

 

  Nunca acreditei que alguém ouviria minhas preces e viesse me ajudar. Senti uma onde de alivio invadir meu corpo quando a voz de Hermes chegou a nós, claro que poderia ter sido pior caso meu amigo não impedisse Tálassa de chegar a mim naquele momento tão constrangedor que eu estava passando. Lembrar do olhar intenso que aqueles belos olhos azuis lançavam em minha direção, de como minha deusa vinha com graciosidade pra mim... Só isso me faz pirar, faz meu coração acelerar e... Melhor nem comentar essa parte.

  Dei um olhar inseguro em direção a Hermes, já que não faço idéia do motivo dele estar aqui e talvez nem queira saber. Às vezes saber demais é seu grande ponto fraco, sendo que os inimigos podem se aproveitar disso e você nem percebi.

  Tálassa permanecia parada, mas lançava um olhar mortal na direção de nosso convidado inesperado, olha que qualquer um morreria só de receber o mesmo olhar que meu amigo mensageiro ta recebendo nesse instante. Antes meu coração podia sair pela boca, só que agora parecia estar no ritmo calmo que sempre esteve antes de conhecer minha miss beleza.

  Um suspiro foi tudo que dei antes de pronunciar as palavras que acalmariam a ira da Tálassa.

  - O que veio fazer aqui a essa hora da manhã, Hermes? – perguntei calmamente. Meu olhar encontrou-se outra vez na dona da casa, e ela me fitava de novo com aquela intensidade absurda de manter contato.

  Nossa troca de olhares chamou a atenção do deus dos ladrões; acho que devemos estar parecendo algo como um casal apaixonado, o que não é tão ruim já que estou completa e perdidamente apaixonado por ela e parece que tenho meus sentimentos retribuídos. Respirei fundo, voltando o olhar pra nossa inesperada visita; ele estava muito intrigado com nossa troca de olhares, isso podia notar só pelo brilho em seus olhos. Hermes podia ser o deus da curiosidade não? Pense em um cara muito curioso e zombeteiro. Se quiser ser um ladrão amável, seja filho de Hermes.

  Voltando ao nosso café-da-manhã, parece que teremos companhia essa manhã tão agitada que estamos tendo. O aroma que vinha da cozinha e permanecia no corredor é muito bom, talvez seja por isso que meu amigo esta aqui ou ele tem mesmo uma entrega a fazer.

  - Tenho um recado a fazer à senhora Tálassa – disse Hermes, sorrindo. Não sei exatamente o porquê, mas estou com um péssimo pressentimento diante desse olhar tão... Ansioso?... É, acho que posso chamar assim. Céus! Estou mais do que perdido! Devia lembrar que alem de mensageiro, Hermes é fofoqueiro (n/a: rimou o/).

  Creio que a raiva da nossa anfitriã tenha passado, pois ela voltou pra cozinha. Acho que ouvi alguns resmungos, nada que não se possa ignorar. Suspirei aliviado e fiz um gesto para meu amigo também se dirigir a cozinha onde eu sabia que estaria a melhor comida que já provei (depois da mamãe, é claro). Ao entrar na cozinha, me deparei com uma cena tão comum e natural que cheguei a ficar muito surpreso, pois tudo em minha vida é tão complicado. Tálassa colocava a comida na mesa como uma mãe, Hermes sentou na primeira cadeira que viu e começou a conversar com a dona da casa de maneira tão casual que... É meio estranho dizer, mas estávamos parecendo uma família.

  Sentei na mesma cadeira; creio que posso chamar de minha, já que costumo sentar aqui diariamente. Pus meus olhos no que tinha a minha frente, tendo uma bela visão. A minha frente tinha as melhores guloseimas que podem imaginar. Chá, torradas, bacon, geléia, biscoitos de chocolate e outras comidas que se pode ter na refeição matutina. Ah sim! Não posso esquecer-me das panquecas molhadas por cauda de chocolate.

  - Vai ficar olhando ou irá comer? – perguntou Tálassa, irritada.

  Revirei os olhos e comecei a devorar tudo que era oferecido. Deuses! Isso é realmente bom! Nunca provei nada que pudesse me levar ao céu de maneira tão diferente de como imaginei (pensei que explodiria outro vulcão e assim pararia nos domínios de Zeus).

  Engraçado. Apesar de ter começado a comer primeiro, fui o último a terminar. Hermes e Tálassa terminaram antes, mas tiveram a bondade de me esperar; claro que ela ficou me chateando, dizendo que eu perderia pra uma lesma. Sabe, é constrangedor ver o modo que meu amigo mensageiro notava como nos aturávamos de maneira tão familiar, como se ambos pudéssemos ser verdadeiramente uma família comum e feliz. Doce ilusão. A vida de um meio-sangue – no meu caso, imortal – nunca é um país das maravilhas.

  Quando terminei, fiz questão de lavar e guardar a louça para dar um descanso a Tálassa. Ela pediu pra Hermes a acompanhar até a sala enquanto eu ficaria ali na cozinha arrumando e limpando tudo que estivesse desorganizado. Deu um pouco de trabalho, molhei até minha camisa, mas consegui deixar as coisas limpas e cheirosas. Dei uma última olhada na cozinha, verificando se não me esquece de nada e fui pra sala onde sabia que aquela chatinha e o mensageiro estariam conversando seja lá o que for.

  Ainda bem que esses meses que fui obrigado a passar aqui me ajudaram a decorar todos os corredores, quartos, janelas e varandas da casa. Tudo esta gravado em minha mente, por isso sei exatamente onde aqueles dois estariam. Encaminhei-me para segunda porta a direita do corredor onde aquela maluca tentou me seduzir, e, como eu previra, ali estavam os dois deuses olhando um envelope pequeno, chegando nem a parecer uma carta. A caneta que estava na mão de Tálassa já era muito conhecida por mim. Consegui notar as duas cobrinhas se enroscando nos dedos dela, sabendo que era Martha e George. Como sempre ouvi a briga dessas duas cobras irritantes, mas ignorei isso. Toda vez que nos encontramos o George pergunta sobre ratos ou porquinhos da índia (longa história sobre os porquinhos).

  Aproximei-me furtivamente, sendo que sai muito bem sucedido. Os dois em notaram minha presença ou talvez tenham ignorado minha entrada. A carta já estava aberta, os dois apenas olhavam uma frase curta, e, por incrível que pareça, eu já sabia que era de Poseidon, meu pai. Quando coloquei a cabeça perto do ombro da ‘miss’ beleza, vi uma frase um tanto confusa. Pra mim pelo menos era não sei pra esses dois.

 

  Já esta na hora. Entregue a ele.

 

  Muito bem, eu chamo isso de confuso e bizarro. Entregar o que? Do que meu pai esta falando? Só pode ser uma brincadeira bem estranha ou esses dois aqui sabem de algo e não querem me contar sabe-se lá o que seja. Acho que eles sabem mesmo, pois o rosto da Tálassa esta meio pálido, acho que ela esta assustada ou pode estar passando mal.

  Quando eu ia perguntar o que estava querendo dizer nessa carta à maluca soltou um berro. Certo, tenho que se lembrar de tampar os ouvidos quando ela faz isso, pois eu digo logo, é terrível ouvir essa coisa gritando as piores pragas. Ouvi o nome de Poseidon no meio, então minha dedução esta correta. Foi meu pai que escreveu esta mini mensagem.

  Tálassa pareceu um vulcão preste a entrar em erupção quando saiu soltando fumaça por todo o cômodo. Olhei assustado pra Hermes e vi que ele estava no mesmo estado que eu, ou seja, completamente assustado. Ainda ouvíamos os gritos de fúria que nossa amiguinha soltava, sendo que meu nome foi parar no meio da gritaria e não fiquei confortável quando ouvi uma ameaça de morte misturando meu nome e do papai. Anotação mental: nunca diga palavras grosseiras a Tálassa a não ser que não tenha amor a sua vida.

  Quando pensei estar mais calmo, ouvi algo se espatifando no andar debaixo. Ouvi os berros furiosos de Tálassa, mas fiquei me perguntando uma coisa. Porque os gritos? Ela gostava muito sabe lá o que seja ou é outra coisa que a agonia?

  Outro berro.

  Mas dessa vez eu notei algo mais importante. Choro. Sim, ela estava chorando, e estava tentando abafar com os vidros se quebrando. Não agüentei muito, fui correndo pra onde quer que ela esteja.

  Não vou negar que não notei o olhar de Hermes em mim, mais é nessas horas precisamos realmente ignorar as coisas inúteis a nossa volta e se preocupar com as mais importantes, que nesse caso é Tálassa chorando.

  Mesmo que a casa seja grande, eu consegui achar onde ela estava se acabando toda. O rosto molhado de lagrimas e sangue, a mão esquerda tinha uns cortes, a direita estava bem encharcada de sangue. Os cabelos dela estavam muito parecidos com um ninho de rato e os gritos vinham com mais fúria a cada minuto.

  Corri na direção de Tálassa, pois ela já ia ferir-se outra vez ao quebrar com as próprias mãos um prato de porcelana.

  - ESTA MALUCA?! – gritei, tirando o prato das mãos dela antes que algo pior acontecesse. – Para com isso! Vai se machucar mais! Pare, por favor – implorei dessa vez. Pelos Deuses, ela estava fora do controle.

  Não sei se minha voz chegou para o cérebro dela, mas ela parou. Aqueles olhos azuis me olharam, pareciam estar agoniados e ela me abraçou, chegando há sufocar um pouco pelo aperto. A respiração dela estava acelerada, notei que ela ainda chorava e pior que soluçava também. Comecei a acariciar os cabelos dela, tentando de alguma maneira deixá-la mais calma; acho que não era uma boa idéia que Hermes a visse assim, toda descabelada e muito semelhante a uma louca.

  - Percy! – chorou Tálassa. Ok, essas lagrimas já estão me molhando demais. Vou pedir novas blusas a ela ein. – Por favor, não vá.

  Agora fiquei totalmente confuso. Ir? E pra onde eu iria... Ah! Então é por isso que ela esta chorando? Porque em breve estarei partindo, que em breve terei que voltar para Nova York e lutar contra Ares, o idiota. Mas ela esta chorando por mim? Bom, até fico contente pela preocupação, só que esse jeito que Tálassa esta assusta qualquer um, até mesmo Zeus ficaria assustado.

  Afastei-me com delicadeza, tirando algumas sujeiras do rosto dela, e a puxei para daquele cômodo cheio de cacos de vidro e porcelana. Fiquei aliviado em ver como ela aceitou que eu a conduzisse até a sala onde não havia mais Hermes, estava somente eu, Tálassa e a carta com a mensagem estranha. Um deus é bem ocupado, não me surpreende que meu amigo mensageiro já tenha partido pra fazer seu trabalho.

  Graças a Poseidon tinha uma caixinha de primeiros socorros ali. Eu nunca tinha cuidado de feridas ou coisa assim, pois sempre era minha mãe que tinha as mãos milagrosas e tinha bastante experiência nesse assunto. Até que me sai bem pra primeira vez. Primeiro pedi a Tálassa pra limpar o rosto no banheiro do corredor; fiquei aliviado em ver que ela ainda estava me obedecendo. Poucos minutos depois ela voltou já menos suja de sangue e só as roupas tinha aquele liquido vermelho. As mãos estava apenas com cortes inflamados, mas ainda dava preocupação em ver rosto dela parecendo de defunto.

  Depois que as feridas estavam limpas e desinfetadas, coloquei uma pomada e curativo. Tempo não é problema, então eu decidi que a ajudaria a fazer o almoço. Não agora, é claro, só que depois ela precisaria de ajuda. Como não tinha muito que fazer, resolvemos brincar de xadrez. Não que eu detestasse o pobre jogo, mas é horrível perder toda hora pela Tálassa, que é profissional nesse troço. O humor dela melhorou assim que ganhou a primeira partida, e voltou a ser a mesma Tálassa irritante e maluca de sempre. Ok! Já estou perdendo a paciência em vê-la gargalhar de mim por ter um péssimo desempenho em xadrez.

  Ficamos brincando dessa porcaria até que eu explodi de raiva depois da vigésima derrota seguida. Essa maldita ficou rindo da minha cara, chegando a cair no chão rindo de maneira desesperada. Juro que ela me lembrou da Ayllin rindo daquela vez que ela me tirou da depressão, embora eu não estivesse com raiva, raiva da minha irmã, só estava chateado dela ter pegado minha espada, Contra Corrente, sem pedir permissão.

  Como já estava passando da hora do almoço, fizemos algo rápido. Tinha lasanha (n/a: meu prato preferido *---*) guardada na geladeira, então colocamos pra esquentar. Depois de esquentar, comemos rápido e, como eu queria revanche, voltamos a jogar xadrez.

  Dessa vez consegui ganhar dez partidas enquanto Tálassa ganhou onze. Para ver se ganhava ou empatava, resolvemos que valeria dois pontos quem ganhasse essa. Ficamos jogando, perdi vários peões, minha torre e meu bispo. Ela perdeu um bispo, um cavalo e alguns peões. Claro que a rainha é a melhor peça, então essa maldita rainha tirou quase toda minha tropa. Estava difícil ver quem ganharia, mas por fim eu consegui dar cheque mate.

  Já estava de noite. Nem tínhamos percebido de tão entretido que estávamos. Mais uma coisa realmente incomum aconteceu essa noite, e talvez fosse meu maior erro ou quem sabe meu melhor sonho.

  Devia ser onze em ponto, tudo é bem silencioso aqui. Eu não consegui dormir, estava acordado. A porta do meu quarto se abriu, e eu sabia que era Tálassa, mas o problema é como ela estava vestida. Tudo bem que eu nunca tinha visto o pijama dela, só que essa... Como posso chamar... Ah! Vamos chamar de mini-vestido, que não pegava bem. Oi! Será que ela não percebeu que eu sou um homem? Pelos deuses! Não faz bem um garoto ver uma garota assim. Certo, é comum – ou não – ver uma ereção matinal, mas assim não dá! Saia daqui criatura! Vou logo dizendo que eu não me responsabilizo por meus atos.

  Essa teimosa subiu na minha cama. Ai, ai. Isso não vai pegar bem. Pelos deuses, não faz exatamente bem excitar um homem. Principalmente: um homem bem necessitado como eu.

  Bem... O que eu posso fazer? Pai, eu preciso do senhor!

oooOooo

Narrado por: Reia.

 

  Estava quase na hora. Eu sabia que o Percy retornaria amanhã, portanto eu teria que aguardá-lo. Os preparativos estão quase prontos, só falta à peça principal para meu jogo acabar e eu conseguir a vitoria. Em breve tirarei Cronos do Tártaro, e assim voltaremos a reinar como reinávamos antes daquela loucura que meu pobre marido fez. Cronos, meu amor, porque fez aquilo aos nossos filhos? Poderíamos estar vivendo ainda como uma bela e feliz família. Ainda estaríamos reinando, nos amando. Por favor, meu querido espere apenas uns anos, pois logo retornara. Estou apenas contando com aquele pivete do Percy.

  Retorne logo, Perseu Jackson. Pois é você que ajudara meu plano de trazer o reinado dos titãs de volta. Logo. Apenas um dia. Zeus e Hera aguardem para a surpresa final. Pois o que aguarda vocês não é nada mal, mas é muito melhor do que as torturas de Hades. Sim, é muito pior que as torturas de Hades. Eu mesma jogarei os olimpianos na maior escuridão do tártaro.

  Aguardem. Apenas um dia...     

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Sei que falei que esse seria o ultimo, mas decidi fazê-lo em duas partes.
O proximo finaliza e depois vem o epilogo.
Beijão a todos! ;*