Danos permanentes? escrita por Julie Mellark


Capítulo 6
Capítulo 6 - O que é cruel e onde estão as poções


Notas iniciais do capítulo

Euuu não demorei tanto assim vai

14/06/17 editado!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/657229/chapter/6

atualmente

Era tarde e a reunião acontecia á horas na sala de reuniões dos Aurores, uma sala relativamente maior que o cubículos que todos os Aurores ocupavam, Alastor Moody estava delegando as tarefas e o número de pessoa ia diminuindo a cada missão que os Aurores recebiam.

— O departamento de transportes mágicos foi comprometido, e isso era uma informação sigilosa até a confirmação dos fatos, ou seja todo o Ministério da Magia já está sabendo. O velho Beggins estava enviando a localização de cada bruxo que aqueles cretinos Comensais pediam, ele é claro estava sobre a maldição Imperius, mas não impede que mais alguém no departamento de transportes não esteja colaborando com Voldemort, portanto já abri um inquérito. - Alastor Moody ia dizendo enquanto seu olho mágico observava cada um da sala como se pudesse vê-los nú. E Sirius realmente achava que ele pudesse. - McKinnon, você e Longbottom estão nesse caso, quero que cuidem dessa situação, quero um relatório a cada 48 horas e não quero mais nenhuma missão arruinada por que aqueles patifes Comensais saberem exatamente onde estamos e que horas vamos chegar, fui claro?

— Sim chefe, vamos Frank! Ainda quero passar na padaria, preciso de um chá forte se vou ter que lidar com toda a papelada do Departamento de Transportes. - Marlene disse se levantando e dirigindo a porta com Frank em seus calcanhares.

— Potter e Black, quero vocês no St. Mungus, vocês vão me enviar um relatório a cada 12 horas, não vão sair do hospital e não me interessam como farão as rondas, vocês se organizem, as coisas parecem calmas por lá mas isso nunca é um bom sinal, agora andem sumam logo da minha frente. - Moody começou a balançar a mão num gesto para expulsa-los.

James fez uma careta quando ouviu sobre sua tarefa mas não disse nada e saiu pela porta, Sirius no entanto parou com a mão maçaneta e virou-se para encarar o chefe

— Sabe isso foi cruel, com a Lily no Hospital e tudo o mais

— Então você acha que eu sou cruel Sr. Black?

— Eu.. E-eu nao, quer dizer sim... Não! - gaguejou Sirius constrangido

— Eu não sou cruel Sr. Black. Cruel foi o Sr. Stell chegar em casa depois de um dia de trabalho para encontrar a casa pegando fogo e a sua filha viva e em chamas, simplesmente por serem nascidos-trouxas. Cruel é a jovem Dorcas Meadowes ser torturada até a loucura e ser encontrada morta com os dois irmãos mais jovens que ainda não haviam nem mesmo concluído os estudos. Eu não sou cruel Sr. Black eu sou razoável, a guerra é cruel. - Alastor usou o tom de voz feroz que teria feito um garotinho se agachar no chão e chamar pela sua mãe.

— Claro senhor, peço desculpas - e finalmente saindo porta á fora Sirius soltou o ar que nem mesmo sabia estar segurando

Seguiu até o elevador onde encontrou com James esperando por ele pacientemente. James notou que Sirius estava com o rosto pálido contrastando com os cabelos perfeitamente ondulados e hidratados que caiam em cascata ao redor de seus olhos.

— Você está bem cara? Demorou um bocado lá - James disse entrando no elevador com Sirius seguindo seus passos logo em seguida.

— Estou sim cara, o Moody só estava sendo razoável. - Sirius fez uma careta

Todos conheciam os longos e destrutivos sermões que Alastor Moody era capaz de fazer quando estava sendo razoável, eles eram realmente poderosos às vezes

— Oh! Bem, cara eu sinto muito - James disse olhando o amigo em um claro gesto que dizia que realmente se lamentava.

Sirius pensou na guerra e em como ela tinha afetado ele e todos que ele amava ou conhecia. Pensou em Régulus e como ele tinha desaparecido a quase um ano, ele teve notícias que o caçula dos Black tinha retornado à razão e decidido sair do grupo de seguidores de Voldemort mas ele sabia que ninguém saía, não vivo. E agora a família dele tinha um túmulo vazio no cemitério St. Louis onde eles fingiam que Régulus estava, pensou em Dorcas e na face pálida e desnutrida que ele tinha encontrado ao entrar em sua casa, pensou em Stell vendo a própria filha gritar em agonia enquanto morria e ele não podia fazer nada além de olhar e vendo James agora, ele não pode deixar de pensar que nunca mais iria ver os brilhos nos olhos e o sorriso que James uma vez lhe dera quando eles concluíram o Mapa do Maroto. A guerra era cruel .

— Pois é cara eu também sinto muito.

******

Ela nunca havia sido uma pessoa matinal, quando estava de férias e passava os feriados em casa com os pais ela tinha uma regra: nunca antes das onze.

O pai dela costumava dizer que não tinha nada que valesse a pena aguentar o mal-humor de uma ruiva bruxa e de um metro e cinquenta e sete de altura, e era assim sempre que alguém a acordava cedo.

A regra não valia para Hogwarts, não que ela gostasse de acordar todos os dias com os primeiros raios de sol entrando pela janela, mas ela tinha um compromisso com a escola e consigo, ela devia se esforçar sempre mais, nunca era o bastante, não para ela a nascida trouxa.

Lily só não imaginava que fosse conhecer alguém que a faria acordar de madrugada e não sofreria nenhuma consequência, e ainda alguém que fosse capaz de fazê-la querer ficar acordada a noite toda.

Mas aí a Lily conheceu o Harry.

********

— Ei Evans, você tem alguma poção Tira-Sonho no seu armário? O hospital ficou sem

— Mesmo? Sinto muito não tenho, o paciente do 3º andar usou todo meu estoque essa semana - Lily disse para o atendente na porta enquanto se inclinava sobre um senhor trazido há alguns meses com Síndrome de Leão-da-montanha.

A tarde no hospital estava calma, não havia ataques há dias, mas Lily e Alice suspeitavam que desde o ataque ao hospital as pessoas estavam com medo, e mesmo doente evitavam o hospital.

Ela gostava de trabalhar, sempre tinha sido um escape, quando decidiu não ser uma mulher do lar, mesmo após ter abandonado James ela sabia que não dava pra voltar a ser uma Auror, não nas condições atuais dela mas como se recusava a ficar parada, ela decidiu que tentaria salvar algumas vidas e foi assim que deu entrada no curso de Medi-bruxa ainda enquanto morava na França.

Mas trabalhar ultimamente significava encontrar com James ou Sirius em um ou outro corredor fazendo a ronda dos andares, nem mesmo na sala de refeições ela ficava livre da presença dos dois, Alice não sofria tanto, nunca foi tão ligada à nenhum dos dois mas ela era grata a isso, pelo menso alguém na casa estava cem por cento alerta e não divagando se encontraria com eles no corredor do banheiro.

Era bom saber que eles estavam bem, saber que tinham seguido sua vida mas encontrá-los sem poder dizer o quanto ela sentia falta deles, sem poder abraçar bem apertado e dizer que ela nunca quis ir embora era insuportável.

Cada vez que eles a viam fingiam que ela não estava lá, ela preferia que eles gritassem com ela.

— Doutora Evans, pode buscar pra mim uma Poção para os ossos? - pediu Dothy uma velha medi-bruxa

— vai remendar ou fazer crescer ? - Lily perguntou gentilmente, sabia que mesmo que houvesse elevadores no hospital era difícil para uma velha senhora se locomover tanto assim e admirava que a idosa não tivesse abandonado a profissão em tempos tão difíceis.

— Fazê-los crescer, o jovem Patrick aqui tentou crescer alguns centímetros antes do tempo e a poção não deu muito certo - ela disse levemente irritada indicando um menino na cama ao lado, que parecia ter se contorcido e estar sem ombros

— Claro Dothy, vou buscar

O elevador era muito solicitado no hospital, então às vezes Lily preferia usar a escada, e a sala de armazenamento de poções ficava apenas dois andares para baixo.

Quando chegou abriu a porta que dava para o andar viu James e Sirius conversando baixo inclinados um para outro como se tivessem contando segredos ou planejando a nova marotagem, ela sorriu com a lembrança e Sirius pareceu notar por que aos poucos virou a cabeça para vê-la e ficou olhando para ela, James seguiu o olhar do amigo e adquiriu uma cara totalmente neutra e sem expressão ao vê-la.

Respirando fundo como se não fosse nada Lily seguiu até a porta próxima da onde estavam encostados e ela entrou sentindo sua nuca formigar com o olhar que eles lhe deram.

Seguiu roboticamente no escuro, já estava tão familiarizada com o local que não se incomodou em acender a luz, foi até a terceira prateleira e esticou a mão para pegar a poção roxa, mas sua mão encontrou apenas o ar, estranhando ela usou a varinha para acender o quarto e perdeu o ar, sentiu os pulmões arderem e então sua cabeça começou a trabalhar e todas as peças fizeram sentido.

— Oh merda!

Ela correu em direção às estufas, no andar de baixo, pegou o olhar questionador de Sirius e James mas eles não á seguiram.

Como ela esperava não havia nada lá, apenas vasos de terra vazios e o cheiro de plantas mortas e em decomposição, o cheiro de mofo era conhecido de Lily, sempre presente em estufas mas o vazio e falta das plantas não era correto, e o cheiro adocicado de veneno corria pelo ar, tudo estava errado mas ao mesmo tempo tudo fez sentido.

E então ela correu para fora da estufa, explodindo de dentro da porta, arfando ruidosamente ela chegou no corredor a fim de encontrar os dois amigos ainda parados no mesmo lugar.

E de fato eles estavam mas havia uma mulher, muito bonita que parecia estar gritando com James, e quando uma ruiva saí correndo pelo corredor de um hospital você para até mesmo uma briga para ver.

— VOCÊ NÃO ME LIGOU JAMIE- dizia a mulher com uma voz arrastada e dramática a plenos pulmões

— Olha estou trabalhando Mary não é uma boa hora - James dizia baixo enquanto gesticulava a saída ligeiramente corado e parecendo que ia vomitar enquanto Sirius parecia radiante com um sorriso divertido nos lábios.

A garota deu dois passos para frente e ficou vermelha até os ossos antes de gritar para o hospital inteiro

— MARY? QUEM É MARY? Eu sou a Agatha, seu grande canalha, idio...

— Ei já chega - mas a voz de Lily não foi ouvida, ou se foi ela estava sendo bem ignorada - CALEM A BOCA - A voz saiu mais alta e raivosa do que Lily havia imaginado - EU NÃO QUERO SABER DESSA GRITARIA NO MEU HOSPITAL - ela disse apontando para a mulher, sentiu seu rosto esquentar ao saber que o andar inteiro prestava atenção nela, ela se virou e disse para todos - voltem ao trabalho, todos! - quando todos voltaram aos seus afazeres ela se voltou para os três na sua frente.

— Quem você acha que é para me mandar calar a boca? Jamie diz pra ela que ela não manda - a voz da mulher parecia mais arrastada agora que Lily estava mais perto, James não ousou dizer uma palavra

— Eu querida, sou Lily Evans Auror e médica desse hospital e eu vou chutar seu traseiro se você não sumir da minha frente em cinco segundos - Lily disse sorrindo docemente para a mulher á sua frente, o tipo de mulher que você encontra todas as noites no mesmo bar mas vai embora pra cama todas as noites com homens diferentes. Não que isso fosse errado, mas um daqueles homens deveria ter  sido James, não? Sentiu o estomago revirar e virar pedra, mas ignorou a sensação como se ela não estivesse lá.

Lily não ousou tirar os olhos da mulher mas sentiu Sirius se inclinando e tapando a boca enquanto ria, James ainda parecia estar decidindo se vomitava ou desmaiava.

— Olha aqui coisinha ruiva.. - dizia a mulher depois de um momento de hesitação

— Oh não! Você não chamou ela de coisinha ruiva - disse Sirius dando um passo para trás

— Você não olha pra mim, você quem chamou ela assim - James disse dando um passo para trás acompanhando Sirius

A mulher pareceu abalada e então olhou para Lily que disse levantando a mão

— Não me faça chegar no cinco ou eu vou mesmo chutar a sua cara. Um, dois...- ela levantou dois dedos no ar, a mulher engoliu em seco e seguiu até o fim do corredor, meio correndo meio andando até desaparecer de vista

— Lily, você foi demais - Sirius disse se aproximando e abraçando a ruiva, ela foi pega de surpresa mas quase não soltou o amigo - sério mulher eu sou seu fã - o sorriso genuíno de Sirius fez seu coração acelerar e seu rosto se quebrar num sorriso.

— Eu sempre soube disso Sirius, só queria ver você admitir - Mas então o sorriso derreteu de seu rosto quando ela olhou para James e lembrou-se da mulher, mulher que ele nem sabia o nome, ele havia voltado a ser o James da época da escola? Seria possível? Ele havia seguido em frente, afinal. Foi como se o gelo fosse bombeado no coração no lugar do sangue - Potter preciso que você diga a suas namoradas que o hospital não é lugar para brigas, espero que não se repita

Foi como ver uma pessoa levando um soco, ele cambaleou e tomou o ar antes de se endireitar e responder

— Como desejar Doutora Evans - seu tom era rouco, quase como se dirigir a palavra a ela doesse e rasgasse sua garganta

— Ótimo, agora espero que vocês me sigam, tenho que mostrar algo á vocês. Temos um problema

— Quando não temos um problema? - resmungou Sirius

— Sirius, agora não - repreendeu James

— O que foi dessa vez? Qual o problema Lily? - Sirius perguntou chegando mais perto da ruiva

— Voldemort está planejando um ataque, dos grandes e ele se preparou como nunca dessa vez

— Como você sabe disso? - James perguntou profissionalmente

— Bom, St. Mungus está sobre ataque, nesse momento

— Do que você está falando Lily? - Ninguém além de Lily pareceu notar que James tinha chamado ela pelo nome

— Tenho certeza que Voldemort está preparando um ataque, alias já estamos em um. Voldemort nos deixou totalmente sem poções e as estufas, todas elas, foram envenenadas. - disse com uma urgência surgindo em sua alma, ao perceber a grandeza e maestria desse plano que deve ter durado meses até ele acabar com todo o estoque de um hospital - Ele vai fazer um ataque e não seremos capazes de lidar com as vítimas. Ele planeja isso a meses, um 'plano de longa duração' eu tenho certeza.

— O que sugere Lily? - Sirius perguntou cruzando os braços sobre o peito

Lily sentiu seus lábios se curvarem ligeiramente, à sombra de um sorriso sapeca em sua face

— Bem, ele fez a primeira jogada então eu sugiro um 'plano pra ontem'.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que acompanham e meu obrigada especial aos que comentem obrigada mesmo!

Eu tinha escrito esse capítulo e meu celular apagou, quase que não escrevi ele de novo gente, mas enfim aí está ele hehehehe