Danos permanentes? escrita por Julie Mellark


Capítulo 7
Capitulo 7 - Lutar até não poder mais


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui com capítulo fresquinho pra vcs

14/6/17 editado.



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Quando estava na escola James orgulhava-se de ter amigos tão bons quanto ele em arquitetar planos, a inteligência sendo usada para algo mais útil que decorar feitiços e maneiras corretas de usar um bezoar com certeza eram parte de seu orgulho.

Quando decidiram que se chamariam Marotos a travessura da vez foi chegar no cabeça de Javali e pegar umas cervejas amanteigadas, tudo na clandestinidade. James havia deixado o dinheiro em cima do balcão e usou sua capa da invisibilidade para tal artimanha, lembrava-se claramente de voltar e ficar comemorando com os amigos até tarde, e no dia seguinte, de perder a hora para a aula de Runas Antigas. Mas tudo havia válido tão a pena! Ele descobriu mais uma passagem secreta no castelo e com a ajuda de Pirraça, voltou sem ser visto, tudo um sucesso, sem machucar e incomodar ninguém!

A mais pura alegria de uma criança que alcançou seu objetivo, a adrenalina que surgia sempre que pensava que podia ser pego fora da cama tarde da noite e a maneira que seus amigos olhavam para ele, como se ele fosse capaz de tudo e mais um pouco. James gostava disso e com certeza ele se orgulhava disso.

Pelo menos o James de 13 anos se sentia assim.. O James de 22, mal sentia algo.

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Sirius sempre gostou de Lily, ela era uma garota inteligente, rápida, fiel e leal. Quando James e ela começaram a sair o amigo ficou meio indisponível e ele sentiu-se com certo rancor da garota, claro que ele sabia que sentia-se com ciúmes da atenção que agora era redirecionada, mas com o tempo Lily ganhou o coração de Sirius, ela se tornou a irmã que ele não teve, algumas vezes até mesmo a mãe, e então ele disputava com James a atenção de Lily e a presença dela na vida dele se tornou essencial.

Quando no último ano ela deixou James sem nenhuma explicação e sumiu, Sirius nunca disse a ninguém mas ele ficou tão destruído quanto James, a garota que havia conquistado espaço em seu coração havia ido embora e ele nunca soube o que aconteceu.

Entretanto te-la de volta não mudou o fato que Sirius confiava nas habilidades da baixinha ruiva.

Quando ela disse que seu plano para contra-atacar Voldemort envolvia procurar uma flor no meio de uma montanha em algum lugar da Escócia, nenhuma parte dele disse que isso não daria certo, e Sirius se odiava por isso.

— Me explica de novo, estamos aqui porquê mesmo? No meio de uma nevasca e no meio do nada? - James perguntou enquanto batia os dentes

Lily bufou enquanto olhava para baixo com a ajuda da varinha que brilhava vermelho pelo feitiço localizador.

— Pela Bromélia Estrelinia, que apesar do nome desaparece todas as noites, mas é mortal durante o amanhecer. Vamos usá-la no ataque.

É claro que o plano era mais do que a tal flor com fama de mortal, envolvia toda a Ordem da Fênix, Aurores confiáveis e até mesmo alguns alunos em Hogwarts já que os filhos de alguns comensais ou parentes próximos ainda estavam na escola, a fofoca podia ser uma arma poderosa.

Madame Pomfrey fez o que pode e enviou alguns pacotes de poções preparadas com o que restou na estufa da escola mas não era o suficiente para suprir a necessidade do hospital. As estufas de Hogwarts também haviam sido envenenadas.

O Glamour, feitiço usado para disfarce, estava sendo utilizado por todos aqueles que faziam a segurança do hospital, a tal ponto que nem mesmo quem era da Ordem sabia mais quem era quem.

O esquema de segurança que Lily havia montado com James chegava a ser surreal, Sirius tinha que admitir que eles formavam uma bela dupla, entretanto o plano demorou horas, os dois não concordavam em nada e só discutiam, no começo James até mesmo se recusou a ficar no mesmo cômodo com a ruiva. No fim Sirius deu graças a Merlin que eles saíram vivos e sem arranhões com um pergaminho cheio de anotações e um plano.

Lily havia lembrado da flor que Sirius gostava de chamar de Dama do dia seguinte, já que os efeitos que ela causava eram parecidos com o que ele via nas mulheres com quem ele dormia e não lembrava o nome no outro dia.

Mas o que ele podia fazer? Ele sempre teve a memória fraca, não tinha culpa alguma. E mesmo assim elas insistiam em fazer um drama furioso, jogando coisas e gritando quão canalha ele era. Claramente isso foi antes de Marlene McKinnon.

Acontece que a Bromélia, ao ser preparada com muito cuidado é o ingrediente principal de uma poção que Lily havia inventado, Lily disse que a flor se transformava até mesmo em mortal para algumas pessoas, a poção tem uma reação peculiar ao entrar em contato com a Marca Negra que todos os seguidores de Voldemort possuem no braço, ela faz com que o medo aflore e se aposse da pessoa afetada, que todos os seus piores pesadelos venham a tona.  Não qualquer medo, o medo mais entranhado na essência de cada um, o próprio mal encarnado sendo sentido em todas as veias do seu corpo.

Depois de pronta a ruiva disse que iria espalhar borrifadas por todo o hospital e quando o ataque acontecesse grande parte dos Comensais seriam atingidos logo no Hall de entrada. Sirius perguntou como Lily sabia de tudo isso, como ela poderia ter certeza de algo que ela mesma criou iria funcionar.

— Eu testei e acebei vendo com meus próprios olhos Sirius, é como ver alguém sob o efeito do Cruciatus, exceto que não é dor física e sim mental.

Ela não disse quando ou com quem e nem mesmo porquê precisaria de usar algo assim, e Sirius não sabia se queria mesmo saber.

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— O que estamos esperando para começar a reunião dessa vez? - perguntou Ludo Bagman irritado

— Só mais um minuto, por favor. Lily logo estará aqui, ela deve ter tido alguma problema, mas ela virá. - disse Alice sorrindo nervosa enquanto consultava o relógio de pulso.

— Talvez ela tenha esquecido - Disse uma senhora ruiva com um bebê que dormia no seu colo

— Ou talvez ela não venha mesmo, quem sabe ela tenha desaparecido de novo - para surpresa de Alice foi Frank quem disse com um tom de rancor, sem tirar os olhos da mesa, nunca olhando para ela. - Só que dessa vez você não foi junto.

O clima pesou ainda mais com esse comentário, e Alice podia sentir todos os olhares sendo voltados para ela.

— Desculpe, quem fugiu? - perguntou a senhora ruiva, ela era nova na Ordem e não aparecia muito nas reuniões por causa dos filhos, se Alice não se enganava ela era esposa de Arthur Weasley. Das poucas vezes que viu a senhora se simpatizou com ela, parecia boa mãe e sempre prestativa mas nesse momento Alice só queria que ela calasse a boca.

— Não é nada disso.  Apenas vamos esperar a Lily que jé dev- Alice estava dizendo quando James a interrompeu com uma risada irônica.

— Oh! Me desculpe, mas você dizia que não é nada disso? Então no último ano vocês estavam bem debaixo do nosso nariz e nós não vimos? - James perguntou irônico enquanto se levantava e atravessava a sala até chegar na garrafa de whisky e se sentava de novo, enchendo seu copo - O que foi? Será que Lily esteve em casa todo esse tempo escondida debaixo da cama e eu não vi?

— Sr. Potter, controle-se - Alastor repreendeu

— O que foi? Eu não falei nada de mais, nós estamos aqui sentados todos juntos reunião após reunião e ninguém pergunta absolutamente nada, nem um de vocês está curioso para saber o que houve nesse um ano? Porque nem mesmo a morte da Dorcas, a nossa amiga fez com que elas voltassem, eu juro que não entendo - James disse encarando Alice friamente enquanto tomava o copo com a bebida de uma única vez.

— Não perguntamos Sr. Potter por que não é da nossa conta - Disse Dumbledore no seu tom de voz calmo de sempre.

— Não é da nossa conta? Eu ia me casar com a Alice, professor não venha me dizer que isso não é da nossa  ou pelo menos da minha conta - Frank disse claramente alterado

— Alice, por que você não nos conta nada? Onde ficaram todo esse tempo? - Marlene perguntou triste para a amiga

— Eu não! Quer dizer eu... Eu só. Olha eu apenas...

— Olha só para ela! Ela não pode nem mesmo responder onde estavam, como podemos confiar nela? Como sabemos que ela e Evans ainda são confiáveis? EU NÃO CONFIO NELAS - James estava furioso enquanto encarava cada um da sala, fechou as mãos em punhos antes de colocar mais bebida em seu copo.

— Eu confio nelas, isso não basta para vocês? - Alastor Moody interveio na discussão

— Não ouse! Jamais duvide da minha lealdade nessa guerra Potter - disse Lily da porta, acabara de chegar com o cabelo de alguém que estava correndo e as bochechas coradas.

— Não duvidar de você? Sua lealdade? Quem é você para me falar de lealdade Lily? Logo você que nos deixou, sem nenhuma explicação, um bilhete após meses te procurando, procurando Alice foi isso que você nos deixou. Logo você que fugiu no meio de uma guerra. Quem é você?

— Eu sou a Lily, só por que não sou a mesma de sempre não quer dizer que você pode duvidar de mim, você não tem o direito - os dois pareciam ter esquecido que a sala estava lotada.

— Eu tenho todo o direito, você não pode entrar aqui e decidir o que ou em quem eu posso ou não acreditar. Quem me garante que você não é uma traidora? Quem nos garante isso Evans? - o tom de voz de James era tão alto que ecoava por toda a sala e parecia acertar Lily como socos no estômago, ela no entanto permanecia com a expressão fria, e completamente intocável.

— Escute bem o que irei dizer, será apenas uma vez e nunca mais irei repetir - a mulher parada na entrada, com rosto impassível, postura reta e olhar cortante foi a mulher que Lily se tornou no último um ano e sua voz calma e fria era capaz de perfurar todos daquela sala. - No último ano, eu tive que ir embora, não interessa agora o porquê e talvez um dia eu conte, mas o que vocês precisam saber é que eu nunca parei de lutar - agora ela encarava James enquanto dava passos para chegar até ele, que também tinha se levantado da cadeira durante seu ataque de fúria. - Eu vou lutar nessa guerra, para proteger quem eu amo até meu último suspiro, eu vou lutar até não poder mais estar de pé, eu vou lutar até a minha alma desaparecer, até a última gota de sangue sair do meu corpo, até quando eu não poder mais lutar, eu vou! Porque eu tenho coisas pelas quais  se vale a pena lutar. - Lily chegou a ficar tão perto de James que ele podia contar a sardas do seu rosto, sentir a respiração dela contra seu corpo, sentir um cheiro doce que ele nunca havia sentido antes, e ver seu reflexo nos olhos verdes dela.

A única coisa que Lily podia ver nesse momento era um homem que cheirava a álcool.

— Já que todos chegamos, acho que podemos dar início à reunião, tenho algumas informações dos alunos de Hogwarts sobre o ataque que previmos - Dumbledore deu início à reunião que durava algumas horas, o ataque ocorreria logo, as medidas de segurança foram revisadas e os turnos duplicados.

Aconteceu bem no finalzinho da reunião, uma coruja cinza, chegou trazendo uma carta presa a pata direita e posou bem de frente a Dumbledore que desamarrou e logo a coruja partiu, o que indicava que não necessitava de resposta.

— Creio que não temos uma boa notícia aqui - disse Dumbledore com pesar

— O que foi dessa vez? Mais uma perda? Um incêndio? Pontes sendo derrubadas no mundo trouxa? - Perguntou Sirius ansioso

— Houve um ataque sim Sr. Black, e muitas perdas devo dizer, o ministro da magia da França acaba de comunicar que o Hospital de Marselha, foi atacado

— OH CÉUS! isso não pode estar acontecendo - Alice começou a chorar e Lily abraçou a amiga, as duas estavam pálidas

— O que foi? Por que você está assim Alice? Por que ela está assim Lily? - Frank perguntou preocupado

— É que ela... Quero dizer, nós trabalhamos nesse hospital antes de voltarmos para Londres - disse Lily com pesar e certa urgência na voz - Professor poderia nos enviar depois uma lista das perdas, trabalhamos algum tempo com essas pessoas, e bem o senhor entende não é mesmo?

— Claro senhorita Evans, agora o que temos é a certeza que Voldemort sabe tanto da profecia quanto todos nós - Disse Dumbledore

— Não entendi Senhor! Qual a relação? - Perguntou Marlene

— Porque diz isso Professor? O que mais houve? - disse Lily com urgência, James percebeu que a mão da ruiva tremia e Alice parecia com alguém que iria desmaiar, mas talvez fosse apenas o copo que ele tomou, ou a garrafa inteira.

— O próprio Riddle atacou o hospital e pegou todos os documentos e registros de nascimentos do último ano - Dumbledore se recusava a acreditar que aquele garoto do orfanato tinha se transformado tanto.

— TEMOS QUE IR ALICE, AGORA - disse Lily se levantando da cadeira com um estrondo, enquanto vestia sua capa preta de qualquer jeito com Alice logo atrás.

— O que? Mas a reunião não acabou! Onde vocês vão? - Marlene perguntou

Entretanto as mulheres não responderam, entraram na lareira mais próxima e desapareceram entre chamas verdes deixando todos para trás, confusos e desconfiados.

No entanto não houve tempo de perguntas serem feitas, logo um patrono com forma de pássaro chegou cruzando a sala com uma voz grave e urgente ecoando por todos os cantos "ataque acontecendo! St. Mungus! Mandem reforços"

James se aprumou logo de cara, e estava pronto para rumar ao local de desaparatação junto com todos que se levantaram com um pulo, quando sentiu uma pontada na cabeça, a visão um pouco turva e tudo estava acontecendo muito distante dele, por um segundo ele desejou não ter bebido.

Cambaleou até o ponto e viu Sirius e Marlene desaparecendo com um CRACK, focalizou na mente o hospital, hospital que Lily trabalhava aliás, a linda Lily Evans que ele deveria chamar para sair um dia e desapareceu com outro CRACK

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Ao chegar no hospital, James presenciou uma verdadeira zona de batalha, pessoas escondidas nos balcões, vários homens com capas e máscaras pretas deitados no chão agonizando (James supunha que era efeito da Dama do dia seguinte) talvez eles fossem comensais, mas com a visão borrada James não podia dizer com certeza.

Raios de luzes de todas as cores eram disparados de algum lugar, talvez estivessem tentando acerta-lo, com alguma força e foco ele criou um escudo protetor e caminhou até o corredor principal que levava as escadas, tudo parecia controlado por aqui, talvez fosse melhor ele poupar a energia e tirar o escudo.

James lembrava que aos 14 anos ele caminhou quase três horas até chegar ao cabeça de Javali, era uma passagem nova, um túnel escuro e estreito sem luz alguma, então quando ele encontrou uma portinhola e abriu-a a luz que o envolveu foi tão brilhante que cegou o adolescente por alguns minutos.

A luz que vinha em direção de James naquele momento era tão cegante quanto, e ele sentiu uma estranha sensação de estar em casa.


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Notas finais do capítulo

Quero ver os comentários !!! Recomendações tbm não seriam ruim hehehe



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