Danos permanentes? escrita por Julie Mellark


Capítulo 13
Capítulo 13 - As coisas que fazemos por aqueles a quem amamos


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEIIIIIIIIIIIIII

eu não ia, mas eu começei a receber uma chuva de comentarios no outro site que eu posto as historias. e CARAMBA algo ligou dentro de mim a inspiração voltou e cá estou eu.

ENTÃO REVIEWS são MUITO IMPORTANTES!!!

conheçam minhas outras fics em andamento:

My dear 80's -> é uma UA de JILY que a lily não é meramente uma aluna cdf certinha e james não é um galinha popular. É nos anos 80. então tem muitaaaa coisa boa.

C O R A G E M -> É meio que uma JILY também. Lily e James aparecem 16 anos depois da 'morte' deles no meio do Beco Diagonal, em plena segunda guerra bruxa, com o Harry caçando horcruxes, É MUITO BOA. leaim!



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Quando tinha 14 anos James começou a notar as garotas, ele se achou um pouco tardio, pois aos 12, Sirius tinha chegado um pouco vermelho e ofegante no dormitório que dividiam e tinha confidenciado a James que havia dado seu primeiro beijo, e Remus aos 13, levou uma garota para a Casa de Chá Madame Puddifoot. 

Mas, James só havia percebido que garotas são legais aos 14 anos. Então só naquele ano ele levou três garotas diferentes para um passeio em Hogsmeade seguido de uma sessão de amassos na torre de astronomia. Ainda não era o bastante, ele queria fechar o ano escolar do quarto ano, com quatro garotas. Foi aí que James chamou a Lily. Ela disse não.

 

Foi a primeira vez que Lily Evans fez algo que surpreendesse James Potter.

 

—-x--

 

Alice achou que fosse vomitar ou desmaiar, o que viesse primeiro. A sala estava completamente destruída, dois homens estavam caídos em um canto, sangue fresco em volta dos dois, fazia uma poça de sangue enorme manchar o carpete. Alice fez uma careta para isso, mas não comentou

 

— Certo, os quartos ficam naquela direção - usou o queixo para indicar as escadas. Olhou ao redor e viu Remus e uma mulher loira que Alice não sabia quem era - Vocês dois, Remus e…. ahn, você aí, isso, fiquem com a sala. Se algum deles acordar ou mais alguém chegar, nos avisem. - Remus e a mulher-loira-que-não-sei-o-nome foram para a direita e ficaram em guarda com as varinhas para cima - Lily deve estar lá em cima, vamos.

 

— Alice, você não é uma Auror mais. Deixa que eu dou as ordens por aqui. - murmurou James assumindo a liderança do grupo e se encaminhando para as escadas com o resto da Ordem em seus calcanhares

 

— Inferno, seu ingrato - sibilou Alice, girando os olhos e seguindo atrás de James, que parecia se lembrar da casa totalmente.

 

—ESTUPEFAÇA - alguém gritou no andar de cima, e uma pequena explosão seguida de um baque forte, foi ouvida. James se pôs a correr até o andar de cima. Quando viu Lily, ela parecia ter ido ao inferno e voltado, seus cabelos estavam mais desgrenhados do que de costume, sua roupa coberta de sangue, ela tinha um corte enorme na bochecha e seus braços apresentavam muitas marcas avermelhadas, mas ela parecia não notar, com um embrulho em seus braços ela corria em direção a eles. Subitamente ela parou e quando James achou que ela ia atingi-lo com um belo soco de direita…

 

— James? - sua voz saiu falha e o moreno sentiu seu coração afundar. Ela olhou para ele por um instante engolindo em seco, e desceu o olhar para o pequeno embrulho em seus braços. James quase podia ouvir os pensamentos da mulher a sua frente disparando a mil milhas por segundo. Mas, então tão rápido quanto tinha vindo, ela se foi, olhou para baixo e focalizou Alice, desviando das pessoas na escada. Ela encontrou a amiga - Como foi que aconteceu? Como nos encontraram? 

 

— Depois te explico Lily, você parece que vai desmaiar, mulher. Vem, vamos embora - E puxando Lily pelo pulso, seguiu até a rua.

 

— Ei, vocês duas. - Disse James seguindo-as - Lily, você me deve uma explicação - ele finalmente olhou para o embrulho nos braços dela. Engoliu em seco e sentiu como se tivesse tentando engolir um Goles - uma baita explicação

 

— James - foi um leve sussurro, mas ele escutou. - mais tarde - prometeu.

 

O embrulho nos braços de Lily começou a se movimentar e então um choro de criança tomou a rua silenciosa, Lily começou a balançar a criança freneticamente na tentativa de acalmá-la, mas não foi possível. Os outros membros da Ordem fizeram um círculo ao redor dela, como se ela estivesse carregando uma bomba próxima a explodir, sentindo-se mais cansada do que o normal, ainda sentia o liquido quente escorrendo lentamente pela ferida do seu abdômen e com uma criança chorando em seus braços, Lily nem ouviu quando Alice berrava:

 

— É só um bebe, frangotes 

 

Na verdade Lily tinha o olhar preso acima da orelha de James, na entrada da casa que agora estava arruinada, um vulto parecia cambalear pelas escadas, ninguém mais parecia estar prestando atenção, e foi questão de segundos até Lily perceber a figura erguer o braço da varinha.

 

Sem pensar ela praticamente jogou Harry nos braços de James e empurrou o homem para o lado, assumindo seu lugar, antes da maldição atingir seu coração e ela cair dura como uma pedra no chão.

 

—-x--

 

Para Sirius, crianças sempre tinham sido um mistério, ele tinha um irmão mais novo, mas, como a diferença de idade era muito pouca, Sirius nunca tinha lidado com crianças antes. 

Eis o que ele sabia sobre crianças: ela comem, dormem, cagam e mijam. Pronto! era tudo que sua vasta sabedoria neste ramo lhe proporcionava.

 

— Lene, achou que o Neville aqui precisa ter a fralda trocada - murmurou enquanto sentia um cheio forte e azedo infestar a sala da enfermaria em que eles estavam 

 

— E o que diabos eu tenho haver com isso? - resmungou Lene, dando um passo para trás ao sentir o cheiro que emanava da fralda - tem que trocar a fralda dele, parece estar mais suja que o banheiro masculino do quinto andar 

 

— Bem, sim - disse Sirius erguendo o garoto e indo em direção a Marlene, que instantaneamente deu mais um passo para trás - pensei que você pudesse fazer isso? - perguntou inseguro

 

— Eu não sei fazer isso. Faça você - disse Lene se sentando em um cadeira á sua direita e cruzando as pernas - não é por que sou uma mulher que eu sei fazer isso, sei tanto quanto você. E, uma vez que é você com a criança no colo, ela é sua responsabilidade, Black. Se vire 

 

— Argh! - resmungou Sirius

 

E foi assim que Sirius Black trocou a primeira fralda da sua vida, a primeira de muitas.

 

—-x--

 

Lily podia ouvir, sentir e ver tudo ao seu redor. Como mera expectadora.

Ela sentiu quando a luz azul atingiu seu peito, ela sentiu seu coração diminuir as batidas, sentiu quando seu corpo encontrou com o asfalto, ouviu alguém gritar seu nome, sentiu o perfume amadeirado misturado com cigarros quando James pegou-a em seus braços, ela sentiu seu umbigo puxar quando ele aparatou com ela, reconheceu a Ala Hospitalar de Hogwarts, sentiu a presença de meia dúzia de bruxos olhando para ela quando finalmente fora deitada em um dos leitos hospitalares, ouviu quando alguém perguntou se ela estava morta, mas não ouviu a resposta, ela estava ali, queria gritar para que ouvissem sua voz, queria levantar daquela cama e mostrar que ela estava bem, nem com dor mais ela estava.

 

Mas, de algum modo ela podia sentir tudo isso e ao mesmo tempo, não sentir nada. Seu corpo não respondia aos estímulos que ela tentava mandar de seu cérebro. A conexão com o resto do seu corpo foi cortada.

 

Sentiu algo gelado percorrer seu corpo quando Madame Pomfrey apontou a varinha para ela, e começou a murmurar os encantamentos de cura, só para logo em seguida fazer uma careta e balançar a cabeça negativamente. Sentiu quando as pessoas ofegaram em volta dela, e finalmente não sentiu mais nada. Foi puxada para uma escuridão vazia e fria. Onde não tinha ninguem, nem Alice ou James e principalmente Harry.

 

—-x--

 

James depositou Lily na cama da Ala Hospitalar, tinha pensado em ir para o St. Mungus, mas não tinha certeza de que lá já era suficientemente seguro para Lily estar. Ela tinha pulado na frente dele, para bloquear um feitiço que ele não escutou qual foi, nem de onde veio. Desde então, ela tinha ficado imovel, com os olhos vidrados. James até achou por um momento horrível, que ela tinha se ido. Mas, ao colocar o ouvido entre seus peitos ele havia ouvido o leve batimento que ela ainda tinha.

 

— Oh! Lily - disse Alice que tinha lágrimas escorrendo pelo rosto. Enquanto em seus braços estava uma criança perfeitamente aninhada e que finalmente tinha parado de chorar. James franziu a testa, nem mesmo se lembrava de ter entregado a criança para Alice.

 

— O que houve James? - perguntou Marlene se aproximando do moreno com uma ruga de preocupação. O moreno meramente balançou a cabeça, retirou os óculos e apertou a ponte do nariz com os dedos com os olhos fechados.

 

— E-ela está morta? - ouviu Sirius dizer tremulamente

 

— Temo que ainda não, senhor Black, ainda não - Disse Madame Pomfrey

 

— Por que ela está assim? Parece petrificada, mas, não está. Já tentei o Finite - disse James indo até o lado da cama de Lily e pegando em suas mãos, agora pequenas e geladas. Se esquecendo de toda dor e sofrimento que havia experimentado quando ela tinha lhe abandonado.

 

— Não sei senhor Potter, nunca vi nada parecido, tem certeza que não ouviu qual feitiço foi lançado? - Disse Madame Pomfrey rasgando a blusa de Lily, expondo seu sutiã verde claro simples e um corte grande e profundo na barriga que sangrava levemente.

 

— Não, foi um feitiço silencioso - disse roucamente, se forçando a olhar Lily nos olhos novamente, parecia errado olhar para o corpo dela assim quando ela estava deitada, imovel, quase morta. Ainda segurava a mão dela, quando a curandeira disse:

 

— Me de licença Sr Potter, preciso me certificar de que a Senhorita Evans está oxigenando corretamente

 

James finalmente soltou a mão de Lily e foi para o lado de Remus que colocou a sua mão gentilmente em seu ombro, apertando-o amigavelmente. A curandeira apontou a varinha para Lily e uma luz branca, pálida e fraquinha começou a brilhar antes de falhar uma vez, duas e na terceira finalmente se apagar.

 

— Oh! Essa não - disse a mulher levando a mão á boca, todos em volta puxaram o ar fortemente chegando ao comum entendimento sobre a reação da curandeira, ela olhou em volta e viu que James Potter parecia bem abalado, quase sem cor nos lábios, foi a primeira vez em um ano que ela via uma reação humana em James. Apertando os lábios em uma linha única, ela tomou fôlego para falar - Sinto muito informar, mas, eu não acho que a Senhorita Evans vá ficar conosco até a próxima noite.

 

Era possível ouvir as batidas dos corações de cada um na sala, ninguém ousou respirar. 

Então como se fosse um ultraje todo aquele silêncio, como se quisesse dizer algo. Um gritinho agudo ecoou no ar, seguido de um choro escandaloso.

 

Harry Potter finalmente, se fez presente. E não parou de chorar pelas próximas horas

 

—-x--



— Devia ser eu Sirius, eu - disse James que agora puxava os cabelos, enquanto andava de um lado para outro - Ela entrou na frente. Por que maldição, ela foi fazer algo estupido como isso?

 

Sirius não soube responder o amigo, então alcançou seu braço e o puxou fortemente para um abraço, James lutou no início, mas Sirius não afrouxou o aperto, até que ele cedesse e finalmente soluçava em seu ombro.

 

— Senhor Potter creio que o senhor tenha a resposta para essa pergunta - Disse Dumbledore, olhando-o por cima dos pequenos óculos - Foi a própria Lily quem te disse.

 

James se soltou do amigo por um instante e quando ia abrir a boca para perguntar do que o professor estava falando, uma memória lhe atingiu.

 

— Eu não tenho muito a falar, eu sei que foi errado e eu sei que fui péssima pra você, tudo que eu tenho a te dizer é sinto muito,e que eu realmente espero que um dia você me perdoe e me entenda – Lily se aproximou mais dele e tocou um fio de cabelo que caia por sua testa  – Apenas lembre-se do que nós somos capazes de fazer por aqueles que amamos. – E dizendo isso ela virou-se antes que ele pudesse ver seus olhos marejados, pegou a capa na arquibancada e colocou o capuz, naquela noite ela aparatou sem olhar para trás.

 

James sentiu o peso das últimas descobertas lhe atingindo finalmente, e deixando a máscara de durão que tinha assumido no último ano cair, ele sentiu as lágrimas mais grossas insistindo em derramar-se, mesmo piscando fortemente para impedi-las. Lily. Desaparecimento. Lily desaparecendo. A carta. Lily se despedindo daquela maneira vaga e fria que não se parecia nada com a Lily que ele conhecia. Lily reaparecendo. Lily linda, reaparecendo. As memórias. As crianças. Aquele menino. Os cabelos de James. Os olhos de Lily.

 

— Onde ele está? - disse se recuperando e enxugando as lágrimas, olhou ao redor, e além de Lily deitada palidamente na cama, só estavam ele, Sirius, Remus e Marlene no quarto. Cada um deles se olhou, imaginando de quem James estava falando - Onde está? Preciso vê-lo - disse as duas últimas palavras num sussurro, com a garganta fechando.

 

— Oh! vou procurá-lo. Alice saiu para tentar acalmá-lo - e Marlene saiu correndo da enfermaria a procura da amiga, voltou poucos minutos depois. E não foi a porta abrindo que anunciou sua chegada, foram os gritos e choramingos do menino no colo de Alice, que parecia exausta

 

— Shhh… Por favor Harry, por favor, a Tia Alice está tão cansada - ia dizendo a garota quando entrou na enfermaria. Mas, a criança não cedia e parecia gritar a plenos pulmões cada vez mais alto.

 

— O que há de errado com ele? - Perguntou Remus, vendo que James parecia ter sido petrificado. - É normal? Ele está assim há um bom tempo

 

— Um pouco normal - cedeu Alice, tentando colocar um bico de plastico que Lily insistia em dar para Harry, para acalmá-lo. Ela disse que chamava chupeta, mas o garoto que geralmente se acalmava com o apetrecho meramente o expulsou de sua boca e continuou chorando - Não tão normal, assim.- suspirou -  Ele está com febre, esteve doente na última semana. Provavelmente só quer a mãe dele - disse ninando o garoto freneticamente, os gritos estavam quase deixando-a maluca.

 

— Faça-o parar! - disse Sirius colocando as mãos em cima das orelhas para abafar o som 

 

— Oh! grande idéia Black, por que será que eu não tentei isso antes? - disse Alice secamente - fique a vontade para tentar se quiser

 

— Me dê ele - disse uma voz rouca, a esquerda de Alice. 

 

A mulher não disse nada, mas levantou uma sobrancelha. Foi em direção ao homem e depositou o garoto em seus braços.

 

James aninhou o bebe em seus braços. Era a segunda vez que o segurava, na primeira ele não prestara muita atenção. Mas, agora podia ver. O formato oval do rosto, o nariz ea boca tão parecidos consigo mesmo. Os cabelos espatados na parte de tras, cabelos tão negros quanto o seu proprio.

 

— Oi, é realmente bom finalmente conhecer você - disse James baixinho sem se importar estar sendo observado.

 

Como se tivesse um botão de desligar, a choradeira cessou, e o garoto olhou com intensidade para o homem á sua frente, os olhinhos vermelhos e brilhantes depois de tanto chorar, o nariz avermelhado na pontinha. Ele parecia adorável.

 

— Oh! Prongs, ele gostou da sua voz, continue - Disse Remus sorrindo

 

— O que eu sou suposto a falar? - pergunto James levantando o olhar do garoto

 

— O que você quiser - respondeu Alice - Você é o pai dele

 

E como se tivesse levando um soco no estômago James pareceu despertar com essas palavras, ele tinha subentendido isso desde as memórias de Neville, mas, ouvi-las dita em voz alta parecia fazer tudo ficar real demais.

 

— Como assim pai dele? - Perguntou Sirius - E o que você quer dizer com ele quer a mãe dele?

 

— Caramba Padfoot! Você ainda não entendeu nada? Não viu como o garoto é a cara do James - exclamou Remus

 

— O QUE? -  Sirius ainda estava muito confuso, ele não esteve na penseira, nem tinha ido resgatar Lily junto com o melhor amigo, nem mesmo tinha dado uma boa olhada na criança no colo de James - James não tem filhos. Você tem Prongs? - perguntou Sirius indo finalmente para o lado do amigo e pousando o olhar no bebe pela primeira vez - Pelas barbas de Merlin! É igualzinho a você, exceto os olhos…

 

— Tem os olhos da mãe - disse Alice

 

— Lily - sussurrou Sirius, finalmente juntando todas as peças.

 

— Q-quando foi que vocês descobriram? - perguntou Marlene, um pouco pálida. Se dirigindo a Alice

 

James parou de olhar para a criança no seu colo, ela era incrivelmente leve. Seu dedo indicador havia sido capturado pelo bebe que prendia fortemente em sua pequena mãozinha. Prestou atenção, ele também gostaria de saber.

 

— Naquela noite, a do ataque na casa dos Lysander - disse Alice - quando fomos para o St. Mungus fazer a avaliação após sermos capturadas e resgatadas. Em meio aos resultados dos exames, descobrimos - disse Alice que agora mantinha seu próprio filho nos braços. Quando ela tinha pegado-o James não saberia dizer.

 

— Por que vocês foram embora? por que não ficaram? ou contaram para algum de nós? Frank e James tinham o direito de saber - disse Remus

 

— A profecia - disse Alice simplesmente - quando estávamos no hospital, Lily esbarrou com Sibila Trelawney, ela fez a profecia ali mesmo. Lily ficou desesperada, fez as contas e viu que o nascimento era algo perto do final de Julho. Quando ela veio me contar, eu também tinha acabado de descobrir a gravidez. - Alice deu de ombros, como se essa fosse apenas uma revelação qualquer - Então nós fizemos uma escolha, abandonamos, nossas vidas, amigos, pessoas amadas, e nos escondemos para proteger os meninos. Com alguma sorte eles nasceriam, antes do tempo ou no começo de agosto. Então nós iríamos voltar. Era esse o plano. Mas, aí… - a voz de Alice morreu

 

— Eles nasceram no final de Julho, e vocês tiveram que continuar escondidas - disse Marlene, completando o raciocínio da amiga. Tudo fazia sentido agora.

 

Alice apertou os lábios em uma fina linha, e suspirou - Neville nasceu dia 30 de Julho - ela olhou para James agora - Lily tentou de tudo, ela se recusou a fazer força para deixá-lo nascer, foram 20 horas de contrações, eu nunca vi alguém ser tão forte - disse Alice olhando para James

 

James sentiu um certo alívio e esperança crescendo em sí - Q-quando ele nasceu? - perguntou hesitantemente - deu certo?

 

Alice deu um sorriso triste e balançou a cabeça - Lily ficou em trabalho de parto por 20 horas, se recusou a fazer força até que o relógio batesse meia noite. Mas… bem, o médico a informou que se ela não começasse a fazer força imediatamente, a criança ia ficar sem ar e ela iria perder o bebe. Ela não teve escolha - disse Alice tristemente

 

— Quando Alice? - voltou a perguntar James, sentindo a esperança se esvair

 

— Lily deu a luz às 11:54 da noite do dia 31 de Julho - informou solenemente

 

Todos da sala ofegaram com o reconhecimento do que aquilo significava. Harry era uma das crianças que se encaixava na profecia.

 

—x-

 

Era madrugada, James não sabia exatamente qual horário era, e apesar de estar exausto, a criança em seu colo se recusava a dormir. Ele havia dado a mamadeira que Alice lhe ensinara a preparar, aprendeu como reconhecer a temperatura ideal e até mesmo trocar uma fralda. A primeira fralda que havia trocado na vida, e incrivelmente havia sido Sirius quem havia lhe explicado como fazê-lo. 

Essa memória fez as esquinas dos lábios de James levantarem levemente, com certeza ele iria encher Sirius com isso mais tarde.

James estava sozinho, sentado em uma poltrona transfigurada, com o bebe aninhado em seus braços, ele se recusava a soltar a criança e ela por sua vez se recusava a dormir, eram dois teimosos, pensou James. 

Lily permanecia deitada imovel, pálida e apenas um leve movimento do seu tórax indicava a James que ela ainda estava respirando. Seu coração pesava em saber que talvez ela não sobrevivesse, logo agora que ele a recuperará.

 

— Sabe Harry, eu vou dar um jeito de salvar a sua mãe, prometo - disse James carinhosamente para o garoto que segurava seu indicador o mais forte que conseguia - Nem que para isso eu tenha que ir pessoalmente ao inferno e voltar. 

 

O garoto fez um barulho com a boca e logo um montão de baba escorreu por seus lábios, suspirando James pegou a toalhinha no ombro e passou entre os lábios do bebe.

 

— Sabe, você é natural - disse Alice, surgindo de algum lugar, com um sorriso tímido nos lábios 

 

— Você me assustou - disse James um pouco bravo, mas baixinho.

 

Ela ignorou-o - Sério, você tinha que ver como foi o primeiro banho, Lily achava que fosse quebrar o garoto so de segura-lo, eu nem mesmo consegui dar banho no Neville, ela teve que fazer isso para mim - suspirou como se tivesse vendo a lembrança na sua frente - eu sei que você acha que perdeu muita coisa, mas ainda há uma vida inteira pela frente. E você parece ser muito bom, vai ser um bom pai para o Harry

 

James sentiu o peito aquecer com o elogio dela, e os olhos ficarem úmidos - Hmmm… Harry né? - disse para trocar o assunto - Só Harry?

 

— Só Harry - disse Alice - Lily gostava, quero dizer, Lily gosta do nome Harry James Potter - Alice pigarreou para seu erro - Mas, ela me disse que quem deveria decidir o segundo nome dele era você. Então, só Harry. 

 

— Oh! - foi tudo que ele conseguiu dizer

 

— Gostaria de saber se Frank vai ser assim, ou eu vou ter que continuar a cuidar de tudo sozinha - suspirou Alice

 

—  Ele ainda não voltou?

 

— Não. Desde que saiu da Ala Hospitalar escondido. Não faço ideia de onde ele esteja - ela bocejou longamente

 

— Ele vai voltar. Vá descansar, mulher. - Disse James - Não está com sono?

 

—  Eu deveria - concordou Alice - E eu estou sempre com sono, desde que os meninos nasceram - sorriu Alice - Você vai ver, faz parte do pacote de ser pais.

 

Ela se levantou e encaminhou-se para a saída - Ei, James

 

— Sim?

 

— Bem vindo ao clube, papai.

 

Ele sorriu quando ela fechou a porta. Gostou de como soou. PAPAI.

 

Olhou para o pequeno embrulho em seus braços e se surpreendeu. O garoto havia adormecido em algum ponto da sua conversa com Alice, ainda segurava seu dedo, como se para garantir que James não fosse a lugar algum.

 

— Boa noite Harry - sorriu levemente ao dar um beijo leve em sua testa. Olhou para o garoto em seus braços e então para Lily que parecia adormecida a luz do luar - Boa noite Harry James Potter.

 

É, realmente combinava. Harry James Potter. 

 

Lily realmente nunca parava de surpreendê-lo 


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Notas finais do capítulo

leiam as notas iniciais.

Vá conhecer minhas outras fics tbm

beijocas até a próxima


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