Danos permanentes? escrita por Julie Mellark


Capítulo 12
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Desde o dia que Lily Evans decidiu sair do pais com Alice, ela havia enfrentado o perigo algumas vezes, tinha lidado com comensais, com caçadores de recompensas, com trouxas desprezíveis, com os desafios de ser uma mãe tão nova e tão desamparada, que Lily gostava de pensar em si mesma com um novo poder, o de não perder a cabeça diante de uma situação como a que ela se encontrava agora, seu filho nos braços, uma comensal totalmente descompensada mentalmente apontando uma varinha pra ela e totalmente desprotegida.

 E por mais irônico que fosse estava presa em sua própria casa, casa essa que de tão segura ninguém sabia onde ficava, a não ser é claro por Alice e esse era o único fio de esperança em que Lily se agarrava.

 

 

— Nem pense em fazer qualquer gracinha sua sujeitinha de sangue ruim ou o próximo feitiço vai pra esse ratinho no seus braços, está entendendo

 

Lily não disse nada, aos poucos levantou-se do chão e pressionou tão forte Harry contra seu corpo que estava com medo de machuca-lo

 

— Bela, por favor! Ele é só um bebê, é uma criança e não vai machucar ninguém - Lily se surpreendeu com seu tom de voz baixo, quase como um sussurro.

 

Por um segundo Lily achou que tinha convencido a comensal que mal piscou enquanto olhava para a ruiva, até que ela explodiu em gargalhadas, como se Lily fosse o ser mais engraçado é desprezível do mundo 

 

— Sujeitinha de sangue ruim, quem você acha que é para se dirigir a mim? Você vai aprender a respeitar seus superiores, pedirei ao mestre pessoalmente para ser eu a pessoa quem vai te ensinar o seu lugar. - o sorriso de Bellatrix era insano

 

Lily sentiu o sangue gelar, ela percebia agora, ninguém viria, ela esteve se agarrando ao fio de esperança de que Alice viria ao seu encontro ao receber Neville, mas Alice não tinha vindo, ou não chegaria a tempo e ela seria levada a Voldemort, e Harry estaria cara a cara com Voldemort e tudo que ela sempre quis evitar estaria acontecendo, a profecia iria se realizar e não havia nada que Lily pudesse fazer agora, não sem uma varinha.

 

Mas então Lily se lembrou, de uma tarde especialmente tediosa, quando estava no fim da sua gravidez e a sua bexiga não permitia grandes movimentos, de um livro velho que ela estava lendo, sobre a história da essência da magia e ela teve uma idéia que tinha 70% de chances de dar errado, mas o que é a vida sem riscos não é mesmo?

 

Lily se moveu em direção a Bella, ciente de como a distância entre elas estava diminuindo e em um gesto de coragem ou burrice ela colocou Harry em um berço, não se lembrava a qual dos meninos pertencia, e virou-se para Bellatrix de quem agora estava muito próxima 

 

— Sabe Bella, eu sempre gostei muito de ler, e tem um livro em particular que é bem antigo, e eu acho que você gostaria dele

 

— Você realmente é petulante não é mesmo sangue ruim? Desistiu de morrer pelo menino? Sempre soube que no fundo você era uma garota diferente dessa pose de boa menina - cantarolou Bellatrix venenosa.

 

— Ah! Vamos lá Bella você sabe que eu não faria isso com o garoto e até o fim da noite nós duas sabemos que você estará presa e eu terei ido embora. Mas voltando ao meu livro, o assunto era bem interessante - Lily sorriu falsamente ao parar de frente a mulher -  sobre a história da magia, entende? Não sobre as guerras mágicas, descobertas, avanços mágicos ou qualquer coisa do tipo, mas sim da magia mais pura, mais antiga e intocada, ela falava do princípio.

 

Com pouco menos que um metro de distância entre ela e Bellatrix rezou para que desse certo e não fosse apenas um livro maluco.

 

— E daí? Agora mova-se ou vou matar você antes de pegar o garoto - rosnou Bella que parecia ter ficado levemente interessada no que Lily tinha a dizer e ainda mais insana.

 

— E daí Bella querida que é um livro bem antigo tão antigo que não haviam varinhas. Mas havia mágica - Lily não conteve o sorriso irônico enquanto via o rosto confuso de Bellatrix tentando processar a informação, mas antes que conseguisse ela esticou o braço em direção a mulher morena e buscou dentro de si toda a força e adrenalina que possuía e gritou - ESTUPEFAÇA - sentiu uma energia diferente e mesmo assim familiar percorrendo seu corpo e saindo em forma de luz pela sua mão, era quente e parecia queimar os nervos de seu braço enquanto faziam o caminho direto do seu coração para a ponta dos dedos.

 

A mulher morena caiu desacordada no chão e Lily correu até Harry e carregando o menino no colo seguindo em direção às escadas ofegante parou antes de começar a descer os degraus e virou-se para o corpo da mulher que na estava acordando aos poucos.

 

— E daí que eu não preciso de uma varinha pra fazer mágica, vaca! 

 

Desceu as escadas correndo, sem olhar exatamente onde estava pisando, e trombou com algo, ou melhor alguém. Querendo que esse pesadelo tivesse fim, ela juntou toda sua força em um gancho de direita.

 

Quando já estava pronta para dar um soco na pessoa. Olhou em confusão.

 

— James?

 

—------//---//--------

 

 

(Algum tempo antes)

 

Alice esperava no mínimo algumas perguntas, mas o silêncio que se seguiu foi estranho até para ela, que já tinha imaginado a situação em que contava sobre seu filho de mil maneiras diferentes

 

Decidindo saber qual seria a reação de Frank ela virou-se para ele 

 

— Eu não sei se você entendeu, mas o

Longbottom quer dizer que ele também é seu filho - tato nunca tinha sido o forte de Alice.

 

O homem olhou em confusão para ela, e então para a criança em seu colo e de novo para ela, e então quando parecia pronto para falar algo, desmaiou.

 

— Sério Frank? - disse  Alice, e olhando para Neville - Meu filho é o seu pai. - disse balança do a cabeça e virando-se para Dumbledore, ignorando a Ordem, eles pareciam com medo do pequeno Neville, mas Alice decidiu não dar importância a isso agora - Dumbledore, acha possível vermos a última memória do Neville? Não sabemos qual situação a Lily se encontra, mas se acharmos algo nas lembranças de Neville podemos nos preparar 

 

— Oh claro, Senhorita Evans realmente se arriscou mandando o menino dessa maneira, vou pegar a Penseira - quando Dumbledore se foi em direção do armário, Alice de virou para Marlene que verificava se Frank estava bem.

 

— Como ele está Lene? - disse Alice levemente preocupada

 

— Só desacordado, deve ter sido um choque e ele teve uma queda de pressão, vai ficar bem, logo deve acordar. Ei, vocês dois, sim, vocês mesmo Bagman e Fletcher levem Frank para a ala hospitalar, é melhor ele acordar em uma maca do que no chão frio do diretor - a morena demandou e seguiu para Alice - então, algo que você queira nos contar Lice? - disse apontando para Neville, mas tinha um sorriso nos lábios.

 

— Isso é real mesmo? - disse Sirius se aproximando e pegando a criança do colo de Alice. Ele também não tinha tato nenhum 

 

— Isso não, esse sim! É uma criança Sirius não um boneco - disse Remus que tinha se aproximado dos três amigos.

 

James permanecia calado, com uma carranca no rosto e perdido em pensamentos, até que Dumbledore voltou com a Penseira flutuando ao seu lado

 

— Devo alerta-los, memórias de crianças tão novas são, como posso dizer, turvas, mas vocês vão entender o quer quero dizer - e dizendo isso se aproximou de Sirius que brincava com Neville em seu colo, a varinha foi para próximo de sua têmpora e enrolou um fiapo de substância meio gasosa meio líquida na ponta da varinha e jogou na Penseira 

 

— Não vamos todos, não cabemos, eu vou, e James você venha comigo e vocês tomem conta do meu  filho- Alice olhou rapidamente para Sirius, Marlene e Remus que ainda estavam envolta de Neville e puxou James pelo braço em direção a Penseira, James parecia fora de órbita, mas se tratando de Lily, ela confiava plenamente no homem.

 

James não disse nada e apenas obedeceu a mulher e mergulhou logo em seguida nas memórias de um bebê. 

Ele percebeu que estava aí uma coisa que não acontecia todos os dias, ver o mundo pelos olhos de uma criança tão nova. O mundo ao redor de James parou de rodar  e ele pode perceber o que o diretor quis dizer, a imagem tinha um sinal ruim, elas oscilava algumas poucas vezes. 

 

A imagem de uma sala se formou, era pequena, mas parecia arrumada e aconchegante tinha uma lareira ligada e uma poltrona. James localizou a cadeira verde que havia aparecido no escritório de Dumbledore minutos atrás, ela flutuava envolta de uma mulher ruiva, os cabelos ruivos ainda molhados caindo pelas costas, Lily, que parecia estar escolhendo um livro da estante, ela parecia feliz de ter encontrado, olhou para o relógio de pulso, sentou-se na poltrona, olhou novamente para cima, e parecia satisfeita ao encontrar um Neville quase desacordado, e enfim olhou paro livro.

 

— Então, é aqui que vocês moram? - perguntou James, falando pela primeira vez desde que a criança tinha aparecido no escritório, ele olhou para Alice, que estava dando voltas no cômodo, como se estivesse procurando algo que nem mesmo ela sabia o que era, mas parou quando James falou com ela

 

— É aqui sim. Sabe achei que você fosse fazer algumas perguntas, dar algumas broncas, quem sabe alguns gritos, qualquer coisa,  o Frank desmaiou, mas ele teve alguma reação, você não disse nada desde que descobriu sobre isso - disse Alice, levantando uma sobrancelha em questionamento.

 

James não respondeu de imediato, mas deu de ombros - Não é o momento certo ainda 

 

— Certo, falando em momentos certos, eu acho que não é bem isso o que estamos procurando, a Lily só tá lendo um livro, não tem nada de perigoso isso, será que vai demorar muito? 

 

James novamente não respondeu, mas não foi preciso, Lily levantou os olhos da sua leitura e parecia um pouco preocupada, Neville estava aparentemente dormindo, e James não sabia como você poderia estar nas memórias de alguém que estava dormindo, mas isso não importava no momento, Lily seguiu para as escadas que James só notara agora, ele percebeu que ela conferiu a varinha no bolso de trás e seguiu subindo, ele e Alice foram atrás dela. Lily chegou no corredor e entrou em um quarto, com a cadeira flutuante em seu encalço, mas antes que James pudesse entrar foi detido por Alice que bloqueou sua entrada: 

 

— Você agora vai precisar não surtar ok? Eu vou precisar que você seja exatamente sem reação como você está até agora, por favor não seja o Frank - disse desesperada, James franziu a testa para esse comportamento.

 

E sem esperar uma resposta ela entrou no cômodo, James percebeu, era o quarto do menino, era cheio de nuvens mal feitas e desordenadas de tamanhos e formas diferentes, era aconchegante e tinha dois berços. Dois berços. Por que raios tinha dois berços? 

 

James observou, Lily caminhou até o segundo berço, e se debruçou.

 

— Ah, oi você...finalmente no vemos, você dormiu o tempo todo. - a Lily da memória sorriu carinhosamente, James conhecia esse sorriso, ela costumava dar esse sorriso para ele todos os dias, sentiu algo se aquecer e dar cambalhotas dentro dele, então James seguiu o olhar da ruiva, havia outro menino, era mais miúdo que o outro e tinha um montão de cabelos a mais que Neville, inegavelmente negros, a bochechas rosadas e o nariz, James conhecia aquele nariz, mas os olhos, tão verdes quanto de Lily, o que os olhos de Lily tinham haver?

 

Então as peças de juntaram, o jeito que Lily olhava para o menino, os olhos, mas os cabelos, esses foram como um soco no estômago de James, e de repente ele entendeu Frank e tudo que ele queria fazer era imita-lo para acordar em uma maca na ala hospitalar.

 

— Não pira James, vai ficar tudo bem - Alice acalmou o homem que estava cambaleando um pouco.

 

Mas então a Lily da memória ficou atenta e séria de repente - Harry fique bem quietinho querido, mamãe já volta - e desapareceu pela porta

 

— James fale algo, precisamos segui-la, se mexa 

 

James apenas olhou para ela, ele parecia pálido e desconcertado, dizendo apenas duas palavras saiu correndo pela porta - Mais tarde!

 

 Alice assentiu e correu também, ao chegar no final da escada ela também pode sentir que tinha algo errado. Uma batida muito forte veio da porta, Lily correu até Neville e levou a cadeira flutuante até a mesinha de centro, deixou o menino invisível e foi até a porta com a varinha em punho. - Pois não? Perguntou a voz de Lily pela fresta da porta e James e Alice não puderam ver quem era, mas identificaram a voz em seguida 

 

— Então querida não vai deixar uma velha amiga entrar? - Bellatrix Lestrange, essa voz era a facilmente reconhecível e então a porta explodiu levando Lily para o chão e surgindo alguns cortes na sua pele.

 

James não se lembrava de ter se sentindo tão incapaz  em toda sua vida. Enquanto mais alguns Comensais apareciam, mais Lily se machucava, e tudo que ele queria era sair agora dessa memória e ir vê-la, e ver se ela estava bem, e tinha o menino, James balançou a cabeça expulsando o garoto de seus pensamentos e observou quando a Lily da memória derrubou os últimos dois homens que espalhavam o sangue pelo carpete

 

— Ah fala sério, eu amava esse carpete, olha só vamos ter que jogar tudo fora - se lamentou Alice

 

Então eles viram o que Lily estava prestes a fazer, ela retirou o feitiço de desilusão de Neville, e antes que Bellatrix pudesse fazer qualquer coisa - você vai dar uma volta querido, avise a mamãe que tia Lily precisa de ajuda - James sentiu um aperto com o sorriso fraco de Lily, a última coisa que ele viu, antes de que a ruiva gritasse - Portus- e com um clarão e puxão no umbigo ele fosse levado de volta ao escritório de Dumbledore. James achou que precisaria de tempo para assimilar as coisas, mas assim que bateu os pés não chão frio de Hogwarts, ele via claramente o objetivo, Lily.

 

— Vamos, sabemos onde ela está, e quem está com ela, temos que ir Alice, agora. - James ofegou, a corrente de acontecimentos dos últimos minutos, mesmo que tenha deixado-o atordoado, ele era um auror, ele sabia separar as coisas. -  Sirius e Marlene vocês ficam aqui com o menino, o resto da Ordem, vem comigo e com Alice. Dumbledore vamos precisar que abra o caminho para aparatarmos, Alice nos mostre o caminho.

 

Ninguém contestou as Ordens de James, Dumbledore balançou a varinha enquanto todos davam as mãos e Alice desaparatava na rua de sua casa.


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