Potens Summi escrita por Samantha


Capítulo 21
O que acontece no armário, fica no armário.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por comentar, Miss Riddle!
Boa leitura :D



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Ao sair da biblioteca com passos rápidos, Maria Guadalupe viu um vulto loiro no fim daquele corredor. Correu para acompanha-lo até que ele parasse em frente a um armário de vassouras, entrasse e fechasse a porta com força.

Guadalupe hesitou um pouco antes de abrir a porta e entrar, fechando-a com cuidado. O armário de vassouras era pequeno e escuro, mas a luz do luar iluminava o local através de uma pequena janela, fazendo com que a garota pudesse ver Isabelle sentada em cima de um banquinho velho, com as mãos e os cabelos cobrindo seu rosto.

— Você sabe que não é o fim do mundo, certo? – disse Lupe cuidadosamente – Ele vai descobrir uma hora ou outra, é só questão de tempo. Você é uma boa pessoa e sei que não fez por mal.

— Será que não fiz? – perguntou Isabelle, com a voz abafada.

— O que quer dizer com isso? – perguntou a latina, sentando-se no chão.

— Mesmo que vocês digam que sou uma boa pessoa, eu sei que é mentira. Eu faço tanta coisa ruim, Lupe... – Belle fungou – Mesmo que aquilo tenha sido sem más intenções, minha mente continua me dizendo que fiz de propósito, que foi tudo culpa minha. E se foi? E se eu estraguei tudo? Como vamos fazer as coisas funcionarem se todos continuarem brigando e escondendo as coisas um dos outros?

— Não importa o que a sua mente diz, não foi culpa sua! – Guadalupe disse – Todos estamos confusos com tudo isso, é muita coisa para digerir. Coisas ruins acontecem, mas o que não podemos fazer é ficarmos parados sem fazer merda nenhuma para consertá-las.

Lupe aproximou-se da amiga e parou de joelhos em sua frente:

— Olhe para mim, Isabelle. – a loira, hesitante, tirou as mãos do rosto e colocou os cabelos atrás da orelha – Para isso tudo funcionar devemos confiar uns nos outros. Todos temos segredos e, não sei sobre você mas, se eu tiver algum que ajude Trid de alguma forma, eu vou contar. Rach vai entender isso logo, porque não conseguiremos deixar os meninos sem saber por muito tempo. – a morena segurou suas mãos com força – Não sei o porquê disso te perturbar tanto, afinal, você é sempre tão forte e segura... Independentemente disso, se precisar de alguém para desabafar, eu vou estar aqui, Belle. Não guarde para si mesma o que te faz mal, você tem amigos para te ajudar a segurar seus fardos. Você tem a mim, ok?

Isabelle, instantaneamente, aproximou seu rosto do de Lupe e lhe beijou os lábios. Um beijo doce, inocente e molhado, de uma garota que sabia que tinha muito a revelar e que precisava de alguém que a entendesse e não a julgasse pelas coisas que fez ou que teria que fazer naquele ano. O ato foi rápido, algo de cinco segundos. Contudo, naqueles segundos, Belle conseguiu despir sua alma naquele gesto, mostrando que também tinha seu lado fraco e vulnerável. Lupe não sabia o que a Isabelle Lawrence passava, mas queria mostrar que estava ali pela amiga.

Quando as duas afastaram os rostos, Guadalupe a encarou com o cenho franzindo. Belle disse em tom baixo:

— Me desculpa, de verdade. Eu não sei o que aconteceu aqui, eu só... Fiz. Não vai acontecer de novo. – ela soltou as mãos da latina – Não conte isso a ninguém, por favor.

No voy a decir, mí amiga. É o nosso segredo.

Isabelle envolveu a amiga em um abraço agradecido. As duas se levantaram e saíram do local. Fizeram o caminho até a Sala Comunal conversando sobre banalidades. Belle parecia estar um pouco melhor, mas ambas estavam com a cabeça a mil sobre os acontecimentos dentro daquele armário de Vassouras.

~x~

Fazia um bom tempo que Astrid não visitava a Sala de Profecias, mas nada daquele ambiente havia mudado. Ela estava parada em frente a uma das muitas prateleiras do local, quando uma das bolas de cristal começara a brilhar, como se a atraísse. A garota caminhou até a prateleira com certo interesse e contemplou o objeto com curiosidade. Quando estendeu a mão para pegá-lo, uma voz conhecida disse atrás dela:

— Minha querida Astrid Black, como vai?

— Quanto tempo, Tom. – comentou Astrid - Por que me trouxe até aqui?

— Foi o combinado, certo? – disse Tom, tentando soar amigável – Você é, comprovadamente, a Potens Summi desta geração; e eu a ajudarei a aprender a usar suas habilidades.

— Ah, é mesmo. Sobre isso... – Trid trocou o peso de um pé para o outro – Não tomarei seu tempo, eu já tenho alguém para me ensinar.

Tom riu, levando uma das mãos ao queixo:

— Por acaso esse alguém tem cabelos loiros, é magricela, orgulhosa, irritante e tem uma tara por corvos?

— Certo... Você fez uma descrição muito boa. – disse Astrid, surpresa – Como sabe de tudo isso?

— Eu conheço Aurelia Oberlin, talvez até mais do que você. – disse ele, casualmente – Já nos esbarramos por aí.

— Então sabe que ela é uma bruxa muito capaz e que pode me ensinar bem.

— Sei, de fato. – Tom concordou – Contudo, ela não irá explorar ao máximo suas habilidades e disso eu tenho certeza.

— Por que diz isso?

— Porque ela tem medo, minha bela Astrid. – disse Tom friamente – Tem medo que você chegue ao auge de seu poder e ela, por ser a Potens Summi anterior, seja desintegrada em pedaços. Por que acha que ela procurou por você? Oberlin é controladora, acredite, eu a conheço. Ela quer te manter na linha, quer ter o controle de tudo. Agora me diga, você é livre?

Astrid não respondeu; estava perdida em pensamentos. Como Tom poderia falar de Aurelia daquela maneira? A garota a conhecia e tinha certeza de que a senhora só queria ajudar. Bem, era o que ela pensava, pelo menos.

— Sei que você deve estar confusa... Estou aqui para ajudar. – disse Tom, aproximando-se dela e segurando suas mãos. – Olhe, você pode aprender o básico com ela se quiser, a escolha é sua. Mas caso queira expandir seus limites e ter todo o poder que desejar... – ele aproximou-se o bastante para sussurrar em seu ouvido – Me encontre aqui.

Astrid não respondeu novamente. Ela precisava de tempo para meditar sobre tudo aquilo.

— Suas mãos estão sempre frias. – a garota disse, e fechou os olhos antes de perguntar – Você está morto, Tom?

Ele riu roucamente antes de sussurrar:

— Estou em busca da minha eternidade, Astrid Black.

E simplesmente se desfez em sua frente, se tornando fumaça, palavras vazias ao vento. Astrid também sentiu que estava sumindo rapidamente, como se sua existência fosse desligada. Instintivamente, fechou os olhos e deixou que aquilo a tomasse, até que conseguisse abrir os olhos novamente e se encontrar em carne e osso, deitada em sua aconchegante cama em um dos dormitórios femininos da Sonserina.

Não estava ofegante como das outras vezes. Algo extremamente peculiar dentro de si a mantinha calma. Esticou o braço e pegou seu relógio em cima da cômoda: notou que havia acordado meia hora antes do habitual.

Aproveitou o tempo livre para refletir sobre sua semana: Já era sexta feira.

Na segunda feira, depois da reunião na Biblioteca, Trid havia se despedido de Harry e ido para o Salão Comunal de sua casa. Alguns minutos depois, Guadalupe e Belle chegaram e a loira garantiu que estava tudo bem com ela, pedindo desculpas por dizer o que não devia. 

A semana havia corrido relativamente bem. Astrid procurou Peter para pedir desculpas. Ele as aceitou, mas a garota percebeu que o irmão estava tratando-a com um pouco de frieza, como se estivesse magoado. O rapaz havia pedido um tempo para pensar, e Trid o respeitou.

 A fase da lua cheia acabaria no domingo, então a transformação de Rachel cessaria logo e ela teria alta da Enfermaria. Quando ela estivesse melhor, as duas conversariam e decidiriam definitivamente se contariam o segredo aos meninos ou não.

Isabelle passara a semana fugindo de Zabini e discutindo com Pansy Parkinson, como sempre. Guadalupe, Trid e Sapphire (que havia começado a andar com elas) se divertiam muito com as discussões, mas muitas vezes tinham que intervir para que as duas não arrancassem os cabelos uma da outra; o que quase havia acontecido na terça feira.

Os gêmeos Weasley pareciam ocupados naquela semana (algo a ver com suas novas criações para as Gemialidades Weasley), mas Fred sempre tirava alguns minutinhos de seu dia para conversar com Astrid ou tirá-la do sério. Na quarta-feira à tarde, no intervalo entre suas aulas, os dois foram à Cozinha e encheram os bolsos de bolinhos.

No jantar de quinta-feira, Harry lembrou as garotas que a reunião da AD havia sido mudada para sábado, por conta de alguns imprevistos. Astrid prometeu que iria e suas amigas concordaram em comparecer também.

— Eu vou tomar banho primeiro. – resmungou Belle enquanto levantava da cama, tirando Trid de seus devaneios.

— Bom dia para você também. – disse Guadalupe, com o rosto no travesseiro – E tira a droga do seu gato da minha cama, obrigada.

— Ah, então foi aí que o Sr. O’Donell dormiu. – ela disse, caminhando até a cama de Lupe, pegando o animal branco, peludo e gordo e colocando-o no chão. Ela disse ao gato, com uma voz sonolenta – Suba na cama da Lupe sempre que quiser, meu amor. Você é quem manda aqui.

Guadalupe xingou Isabelle em espanhol e ela entrou no banheiro rindo. Astrid riu também. Levantou-se sem dificuldades e decidiu que não iria pensar no sonho com Tom até sua próxima reunião com Aurelia, afinal, ela merecia viver uma semana inteira normalmente. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Deixem nos comentários se puderem!
Beijos o/



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