Potens Summi escrita por Samantha


Capítulo 22
Que merda está acontecendo?


Notas iniciais do capítulo

Alice Black Potter e Miss Riddle, obrigada por comentarem ♥
Espero que gostem desse capítulo.
Boa leitura e não se esqueçam de ler as notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/657032/chapter/22

Trid já havia comido uma tigela de cereais e se preparava para a segunda quando Draco e Zabini sentaram-se para tomar café na frente dela, Guadalupe e Isabelle.

— Bom dia. – resmungou Draco.

— Voltou a falar comigo, flor? – perguntou Astrid, irônica.

— Foi mal pelo outro dia. Eu não estava assim só porque você estava andando com a Sangue-R...

— Malfoy. – alertou Astrid, em tom cortante.

— ...Granger. Isso é problema seu, você anda com quem quiser. Eu estava tendo problemas pessoais e descontei meu mau humor em você. Espero que não tenha ressentimentos.

— Relaxa, cara. – Astrid finalizou o assunto – E então, preparados para o jogo de semana que vem?

— Mais do que nunca. – o loiro disse, enchendo uma xícara com chá.

— Eu estou quase... – disse Zabini, lançando um olhar malicioso para Belle – Só vou precisar de um beijo antes do jogo, para dar sorte.

— Tem várias garotas por aí, divirta-se. – disse Isabelle com indiferença.

— Qual é, Isabelle. Quando vai parar de bancar a difícil? – perguntou Blaise – Isso com certeza me excita, mas um dia vai ficar chato.

— Espero que fique chato logo, porque eu não aguento mais. – resmungou a garota.

Blaise fez-se de ofendido, servindo-se de um biscoito:

— Certo, Isabelle Lawrence. Como quiser... Mas saiba que quando quiser voltar para mim vai ser tarde demais. Estou te dando uma última chance...

Guadalupe, que não havia se manifestado até então, soltou seus talheres e olhou feio para Blaise:

— Por Merlin, Zabini. Cala a boca, ok? Não entendeu que ela está cheia de você? Deixa a gente tomar café em paz, caramba!

Blaise e Draco se entreolharam, surpresos. O loiro olhou para Astrid com as sobrancelhas erguidas. A garota sorriu:

— Obrigada por dizer o que estava preso em minha garganta, Lupe. – as duas fizeram um hi-five.

— Escuta aqui, o que você tem a ver com isso? – perguntou Zabini, cerrando os dentes – O assunto é entre mim e Isabelle, e acho que ela sabe muito bem falar por si mesma.

— Eu já falei, mas você não quer escutar meu bem. – disse Isabelle, mordendo uma torrada.

— Saiba que tem garotas que adorariam me ter como você teve, Lawrence. – Blaise parecia prestes a soltar fogo pelas narinas - Mas eu estou aqui, pedindo a você que repense sua decisão.

— Não há o que repensar, Blaise.

Zabini se levantou, cerrando os punhos:

— Isabelle, eu juro, pelo amor de Merlin que...

Guadalupe se levantou também, colocando as mãos na cintura:

Usted sabe cuál es su problema? Nunca se deja de hablar de lo increíble que eres, cuando en realidad eres un idiota!

Isabelle se levantou também, colocando a mão sobre o ombro de Lupe e olhando para Blaise com indiferença:

— Já entendeu que não queremos você aqui ou quer que a gente desenhe com os punhos na sua cara?

Draco Malfoy se levantou:

— Blaise, é melhor você ir, cara.

Astrid se levantou também. Todos olharam para ela, mas a garota se limitou a dar de ombros:

— Nada a declarar, só não queria ser a única pessoa sentada.

— Isso ainda não acabou. – Blaise saiu do Salão Principal com passos firmes.

Draco riu, revirando os olhos. Despediu-se das garotas e saiu também. Isabelle esperou que os dois estivessem fora do Salão para se sentar e dizer:

— Não aguento mais esse cara.

— A gente também não. – Astrid se sentou também e encheu a boca de cereal.

— Valeu por me defender, garota. – Isabelle disse, antes de terminar de beber seu suco de abóbora - Hoje eu estava estranhamente sem criatividade para ofender o Blaise. Falando em ofender, eu e Parkinson ainda não trocamos faíscas hoje. Onde será que ela se meteu? Está estragando minha rotina.

Sapphire veio correndo da porta e parou ofegante em frente as garotas:

— Dormi demais. Temos aula do Snape agora. – disse Lupe – Vamos logo, eu não quero receber detenção.

— Mas a gente mal se sentou... – resmungou Astrid, de boca cheia.

— Eu gostaria muito de saber para onde essa comida toda vai, você é tão magrela. – observou Isabelle – Enfim, vamos logo.

Lupe e Sapphire foram na frente. Belle se levantou e puxou Astrid junto, que se sentiu de coração partido ao ver sua tigela de cereal sumir da mesa junto com todas as outras coisas que estavam sobre ela.

~x~

Os dois primeiros tempos de Peter haviam sido de Transfiguração com a Grifinória. Ele estava indo em direção à biblioteca para pegar um livro que McGonagall havia sugerido mas, subitamente, mudou seu rumo para a Enfermaria. Pete não havia visitado Rachel desde o dia em que discutira com Astrid na biblioteca. Não era por falta de vontade, é claro; Madame Pomfrey o havia expulsado naquele dia.

Eles não eram íntimos, nunca foram; contudo Peter sentia o desejo de vê-la. Achava-a peculiar, graciosa, e ainda era estudante de latim. Ah, o latim... Além do mais, Rach era uma das melhores amigas de Astrid e poderia lhe dar alguma pista do que a irmã tanto queria esconder.

Esticou o pescoço para dentro da Enfermaria procurando algum sinal de Madame Pomfrey, mas não a encontrou. Tudo limpo. Caminhou confiantemente até o pequeno quarto onde Rachel se encontrava. Abriu a porta e direcionou seu olhar para a garota.

Rachel Darling dormia tranquilamente naquela cama de hospital. Ainda possuía alguns hematomas, mas seu rosto transparecia calma. Peter deixou um sorriso escapar. Decidiu não a acordar, quem sabe voltaria uma outra hora...

— O que você está fazendo aqui? – Peter pulou de susto ao ver Sapphire sentada em uma cadeira no canto do quarto.

— Por Merlin, garota! Eu não tinha te visto aí. – o garoto levou a mão ao lado esquerdo do peito.

— Essa eu nunca ouvi. É como entrar em uma loja e não notar um armário gigante à venda. – Sapphire riu - Depois que você veio aqui na segunda feira, Madame Pomfrey decidiu não deixar Rachel sozinha. Ela precisou sair e eu tinha um horário livre antes do próximo tempo, então me pediu para ficar de olho.

— Você não vai contar a ela, vai? – perguntou Peter.

— Claro que não, relaxe. – ela cruzou os braços – Mas você não respondeu minha pergunta. O que faz aqui?

Peter mudou o peso de um pé para o outro.

— Sabe o que é? Eu...

— Peter? – Sapphire e Pete se viraram para uma sonolenta Rachel, que agora estava de olhos abertos e coçava os olhos.

— Valeu por acordá-la, idiota. – resmungou Sapphire.

 - Oi. – ele disse, acenando.

— Eu disse para você não vir aqui. – Rachel, com um pouco de esforço, sentou-se.

— Foi mal, mas é que eu preciso saber o que está havendo. – Peter disse, frustrado – Eu não aguento mais ser poupado dos segredos! Eu quero ser parte disso tudo, quero ajudar.

— Você precisa de um pouco de paciência, Peter Black. – Rach disse, cruzando os braços – Há algumas coisas que você precisa saber, eu concordo, mas são difíceis de contar. Nos dê mais um pouco de tempo...

— Não precisa dizer mais nada. – disse Pete - Vocês não confiam em mim, eu sei. Mas eu precisava tentar... Ainda tinha esperança que você me dissesse algo.

— Não é falta de confiança, por Merlin, Peter! É medo, ok? – disse Rachel, cerrando os dentes – Medo de sermos julgadas por essas coisas. Sim, eu tenho a porra de um segredo para falar, mas antes eu preciso de coragem para abrir a boca e dizer. E depois que eu disser, Peter Black, não tem volta.

Ele assentiu em silêncio, mordendo o lábio inferior.

— Conversaremos na semana que vem, está na hora de você ir agora. – ela disse firmemente.

— Eu te acompanho. – Sapphire caminhou com o garoto até a porta do quarto e completou, antes de fechá-la em sua cara – A gente se vê por aí.

Peter ficou parado em frente à porta, levemente chocado. Não queria ter deixado Rachel naquele estado... Ele havia exagerado. A garota tinha razão, Pete precisava ter paciência e esperar que as garotas se sentissem confortáveis o bastante para contarem o necessário.

O garoto ficara um bom intervalo de tempo parado ali, encarando silenciosamente a porta de madeira. Saiu de seus devaneios quando ouviu Rachel dizer de dentro do quarto:

— Acho que ele já foi. 

— Você precisa dizer logo, Rach. Quanto mais tempo esperar, pior. – Sapphire falou. – Precisamos da ajuda dele.

— Espere só essa semana infernal passar e eu pensarei no assunto, prometo. – disse Rachel determinadamente – Quando o ciclo vai acabando, eu fico mais calma. Eu cheguei a te arranhar ontem ou algo do tipo?

— Não, você estava tranquilíssima ontem; mas demorou a dormir. Quando te trouxe para cá ontem já eram cinco da manhã e eu estava exausta. Dormi tanto que perdi a hora, não sei como a Belle acordou no horário certo.

— Só mais alguns dias, e então só terei que ir àquela droga de Casa dos Gritos no mês que vem. – disse Rach, confiante.

— Só mais um pouco. Aguente firme, magricela.

Peter terminou de ouvir o relato com os olhos arregalados. Saiu dali na ponta dos pés e, ao passar pela porta da Enfermaria, desatou a correr.

Quando finalmente parou, perto do Salão Comunal da Corvinal, disse para si mesmo o único pensamento que corria por sua cabeça naquele momento:

Que merda está acontecendo?

~x~

O último tempo do quinto ano havia sido de Feitiços. Só de pensar nos deveres que tinha acumulado para o fim de semana, Isabelle Lawrence já se sentia exausta. Talvez copiasse de Astrid ou de Lupe depois... Eram apenas detalhes.

Caminhava pelo corredor com passos largos e uma postura relaxada, como sempre fizera. Olhou para o fim do corredor e viu Patricia Lewis, do sétimo ano, caminhando em sua direção com um largo sorriso.

 Patricia era uma bela jovem de dezessete anos: pele bronzeada, alta (mais ou menos 1,70), com um corpo curvilíneo e longos cabelos castanhos que desciam em ondas. Isso somado a sobrancelhas bem feitas, um par de cintilantes olhos castanhos, um delicado nariz e lábios finos faziam com que ela se parecesse com uma Barbie morena e se tornasse uma das garotas mais belas de Hogwarts, segundo uma lista que os Sonserinos faziam e estavam sempre atualizando.

Belle sentiu o rosto ruborizar levemente quando a garota parou em sua frente e apertou-lhe a mão:

— Isabelle Lawrence? – a loira fez que sim com a cabeça – Você deve me conhecer, sou Patricia Lewis. A Festa Secreta de Halloween anual está chegando e você e suas amigas estão totalmente convidadas.

— Anual? Por que eu nunca soube disso? – perguntou Isabelle, com uma expressão pensativa.

— Só alunos do quinto ano para cima podem ir, então acho que isso é novo para você. – disse Patricia – Seria legal se vocês fossem. Até mesmo a grandalhona que acompanha vocês, ela podia ajudar na segurança, todo ano tem briga...

— Se ela for, vai para se divertir. – interrompeu Belle – Eu sei o que deve pensar dela, como todos os outros... Mas a garota é gente boa.

— Certo, certo. Se você diz... – a garota mais velha disse com impaciência – Enfim, obviamente será no dia 31 de outubro, depois do jantar no Grande Salão. Ainda não temos certeza sobre o local, mas logo te avisarei.

— Beleza, vou falar com as garotas. Valeu, Patricia.

— Pode me chamar de Tricia. – a aluna do sétimo ano deu-lhe uma piscadela e acrescentou, antes de dizer – A gente se vê por aí.

Belle observou Patricia se afastar com um sentimento estranho dentro de si. Riu para si mesma, afastando quaisquer pensamentos. Continuou seu caminho em silêncio no corredor vazio. Quando estava prestes a descer para as Masmorras quando sentiu alguém segurar seu pulso com firmeza.

— Oi. – disse Zabini, sorrindo. – Bela noite essa, concorda? Por que não damos um passeio?

— Garoto, você se esqueceu da conversa de hoje? – perguntou Isabelle, revirando os olhos – Me deixa em paz.

— Pare de frescura, Isabelle. Você pode pelo menos jantar ao meu lado no Salão Principal?

— Blaise, é sério. Até gostei do que a gente teve, mas não foi nada sério e já foi o bastante para mim. – Belle tentou dizer em tom paciente – Além do mais,  não sei se estou com vontade de ter um relacionamento agora. Para falar a verdade, estou um pouco confusa. Você não entenderia...

— Vamos lá, Lawrence...Pare de mentir. – Zabini aproximou-se dela lentamente – Você já deve ter arranjado outro. Qual é o nome do cara?

— Blaise...

Ele chegou perto da garota o bastante para sussurrar em seu ouvido:

— Eu perguntei o nome do cara.

Os olhos de Isabelle se encheram de lágrimas, mas ela não saberia dizer se eram de ódio ou medo:

— Não tem cara nenhum. E se tivesse, não é da sua conta. – a garota disse com a voz trêmula – Solta meu braço, beleza?

— Nada disso. – ele disse secamente - Eu não vou sair daqui enquanto não me dizer com quem você anda se engraçando.

Isabelle tentava se soltar, mas o rapaz era muito mais forte do que ela. Antes que ela pudesse tirar a varinha do bolso, ele segurou seu outro pulso.

— Zabini, está me machucando. Vamos parar com isso.

O garoto riu sarcasticamente, incrédulo:

— Você é uma vadia mesmo, não é? E nem tem coragem de admitir.

Uma voz feminina falou atrás dos dois, fazendo com que Blaise soltasse os pulsos de Belle por um instante:

— Você é um otário e nunca o vimos ter coragem de admitir. – Maria Guadalupe apontou a varinha para o rapaz e conjurou o feitiço – Everte Statum!

Blaise Zabini foi jogado violentamente no ar e caiu a poucos metros dali. Lupe caminhou até ele com passos firmes:

— O que você vai fazer? – perguntou Belle.

— Você achou isso suficiente para o que ele te fez, minha amiga? – disse Guadalupe.

— Achei pouco. – resmungou a loira.

— Eu concordo. – quando Blaise estava prestes a se levantar, a latina deu-lhe um soco no rosto.

— Espera aí! Só você vai se divertir? - Isabelle correu até lá e, quando o rapaz tentou se levantar de novo, chutou seus países baixos com um grande sorriso no rosto.

As duas garotas fizeram um hi-five.

— É isso que fazemos com pervertidos. – disse Guadalupe, cerrando os dentes – Da próxima vez que mexer com ela, eu juro que te castro, seu nojento. Vamos jantar, Isabelle?

— Vamos, estou morrendo de fome. Valeu de novo. – a loira sorriu para a amiga – Ninguém nunca socou um cara por mim... Foi demais! Você arrasou.

— É isso que fazemos uma pela outra, certo? – Lupe retribuiu o sorriso.

— É, certo. – Belle concordou, passou o braço atrás do ombro da morena e as duas rumaram para o Salão Principal.

~x~

Astrid estava totalmente sem fome. Depois das aulas, foi direto para o dormitório. O local estava vazio, pois as garotas haviam ido jantar. A jovem simplesmente se jogou em sua cama e fechou os olhos, se sentindo cansada.

Deve ter tido um dia e tanto, não?

Trid levantou da cama com um sobressalto ao ouvir uma voz masculina. Franziu a testa e olhou para os lados: Homens não podiam entrar ali, contudo ela podia jurar que tinha ouvido algo.

Eu estou falando com você mesmo, loira!

O som vinha da cama de Isabelle: Algo debaixo das cobertas se mexia. De dentro delas, saiu o gato branco e gorducho de sua colega de quarto.

— Sr. O’Donell? – perguntou Astrid.

Finalmente alguém me respondeu! Vocês humanos são tão mal-educados, tão cheios de si...

A garota respirou fundo, tentando se acalmar:

— É que grande parte dos humanos não entende o seu idioma. Eu acho que sou uma das poucas que entende... Na verdade, não faço ideia de como estou conseguindo fazer isso.

Entendo... O idioma humano é muito peculiar. Para ser sincero, vocês são muito estranhos. Vocês fazem coisas horríveis, tipo tomar banho.

— Isso é muito para a minha cabeça... – Astrid se sentou, fechando os olhos, massageando suas têmporas – Eu estou falando mesmo com você?

Com quem mais estaria, humana tola? Está vendo mais alguém aqui além de mim?

— Acho que meu Animalium está se desenvolvendo! – Astrid não pôde deixar de sorrir, animada – Que maneiro... Será que consigo falar com outros também? Acho que vou tentar com a minha coruja da próxima vez.

Humana, pode me trazer uma rosquinha quando sair? Agradecido.

— Pode me chamar de Astrid. – a garota disse, se sentindo um pouco idiota por estar realmente conseguindo falar com o gato – E sim, eu quebro o seu galho.

Parece que seremos bons amigos, Astrid.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Sr. O'Donell ganhou minha simpatia, adorei ele!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Potens Summi" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.