Potens Summi escrita por Samantha


Capítulo 14
Madre de Dios... Isso é tão estranho.


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOI!
Novamente, desculpem pelo atraso. Estou com um bloqueio horrível. Eu sei o que tem que acontecer na história, mas estou tendo problemas para conectar tudo... Enfim, tive um surto de inspiração e aqui está mais um capítulo!
Prometo que irei postar pelo menos um por mês. Espero que gostem desse aqui. Queria agradecer a Alice Prince, Miss Riddle e a alguns leitores que conheci via Facebook o/ Por Merlin, eu sei que sou lerda mas tentem não desistir de mim e da Trid. Beijão!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/657032/chapter/14

Minerva e Astrid fizeram todo o percurso - Hogsmeade até a torre no segundo andar em que se encontrava a sala de Alvo Dumbledore, em Hogwarts – em um silêncio incômodo e constrangedor. Segundos antes da professora abrir a boca para dizer a senha da sala do diretor, a passagem se abriu por dentro, revelando uma estudante magricela que descia a escada em espiral, de cabelos castanho-escuro repicados e olhos negros, extremamente familiar a Astrid. Contudo, sua pele estava levemente pálida e haviam bolsas escuras de olheiras em baixo de seus olhos.

— Rach? – Astrid ergueu a sobrancelhas.

Ao notar a presença da amiga, Rachel ficou paralisada no meio da escada com uma expressão assustada.

— Trid, eu...

— Me desculpe, estamos com pressa. – Mcgonagall interrompeu educadamente – Boa noite, senhorita Darling.

Rach acenou cordialmente para a professora, desceu os degraus restantes e saiu o mais apressadamente que pôde, voltando seu olhar para o chão. Astrid anotou mentalmente que mais tarde, no dormitório, iria perguntar o que havia acontecido ali.

Astrid nunca havia estado no escritório de Alvo Dumbledore: Era uma interessante sala redonda com algumas janelas. Muitas das paredes estavam decoradas com retratos de pessoas que pareciam ter sido importantes, provavelmente antigos diretores. Viu também, em cima de um armário, o Chapéu Seletor. Desviou o olhar do objeto rapidamente ao sentir que ele havia sorrido para ela.

— Minerva, senhorita Black. – Dumbledore sorriu – A que devo a honra da visita?

McGonagall fez um gesto para que Astrid esperasse ali e caminhou até Dumbledore. Passou um minuto – que para Trid, pareceu uma eternidade – cochichando algo para o diretor, fazendo com que sua expressão se tornasse séria.

— Certo, Minerva, obrigado por avisar. – disse Dumbledore.

— Deixo o caso com você agora, Alvo. Eu realmente preciso voltar aos meus afazeres. – disse Minerva e, com um aceno de concordância do diretor, saiu da sala em silêncio.

Dumbledore analisou Astrid por cima de seus óculos de meia lua e voltou a sorrir amigavelmente.

— Sente-se, senhorita Black. - a garota se ajeitou em uma poltrona – Chá? Suco de abóbora?

— Não, obrigada. – Astrid mordeu o lábio – Podemos ir direto ao assunto, senhor?

— Tudo bem. – Dumbledore suspirou – Minerva me contou que a senhorita estava na companhia de Aurelia Oberlin nesta tarde, o que me deixou extremamente intrigado. Há algo que queira me contar, senhorita Black?

Astrid se mexeu na poltrona, mordendo o lábio inferior.

— Apesar de seu pai ser um Black, sempre soube que ele era diferente... Que tinha boas intenções. Conquistou minha confiança muito rapidamente, se posso admitir. Grande aluno, Sirius Black. Ele e James Potter eram constantemente vistos nesta sala, fosse para serem elogiados como alunos e grandes jogadores de Quadribol, fosse por indisciplina como Marotos. Era como eles costumavam se chamar... E não é que o nome pegou? – Dumbledore disse com carinho – É bom ter amigos leais para se apoiar nos momentos felizes, assim como nos difíceis.

Astrid sorriu, pensando em como seu pai devia ter sido feliz com seus amigos em Hogwarts. Contudo, esse não era o assunto.  Sabia de toda a sua fama como boa pessoa, mas.... Seria sensato confiar em Dumbledore?

Contemplou o diretor com uma expressão pensativa, como costumava fazer antes de dizer algo importante a alguém. Notou que o homem era alto e bem magro, com cabelos grisalhos bastante longos e uma barba da mesma cor e tamanho. Possuía um nariz longo e levemente retorcido, e, por trás de seus óculos de meia lua, olhos azuis brilhantes que cintilavam com um ar de bondade.

Astrid respirou fundo e desatou a falar. Contou tudo o que sabia e tudo que havia lhe ocorrido, desde o sonho com a sala cheia de esferas (contudo, não mencionou o nome de Tom, pois queria ter mais informações concretas até que se sentisse confortável para falar sobre ele. Quando pensava no rapaz e seu aspecto gelado, sentia um calafrio percorrer por sua espinha) até suas últimas palavras com Aurelia. Dumbledore foi um bom ouvinte, prestando atenção sem dizer uma palavra.

Quando Trid terminou seu relato, ele se manifestou.

— Você acredita que é uma Potens Summi, senhorita Black?

— Já me perguntaram isso, mas a resposta nunca mudou. Sinceramente? Eu não sei. – ela disse, envergonhada.

O diretor suspirou.

— Direi a verdade: Tudo o que me contou é extremamente importante. Aurelia é uma grande amiga e é realmente a bruxa com poderes extraordinários tão temidos, contudo, ela está envelhecendo, o que significa que os poderes de Potens estão começando a se manifestar na próxima jovem sucessora. Sinceramente, não acredito que Aurelia deixaria alguém chegar tão perto da verdade e do conhecimento desta raça se não possuísse uma boa certeza de que é a pessoa certa.

O coração de Trid bateu rapidamente.

— Então, você acha que eu sou uma?

— As chances me parecem grandes, senhorita. – disse Dumbledore – Mas precisamos ter certeza.

A jovem assentiu timidamente.

— Como faremos isso?

— Existe um tipo de teste que pode comprovar se o sangue raro de uma Potens Summi corre por suas veias. Não vou mentir, talvez seja doloroso. – disse o diretor seriamente – Entretanto, nas circunstâncias atuais, é necessário.

— Nas circunstâncias atuais, senhor...? – Trid franziu a testa.

— Estamos passando por tempos difíceis, senhorita Black. A discrição deve ser nossa aliada. O Ministério tem os olhos postos em Hogwarts agora e, com o seu conhecimento, mesmo que seja pouco, sabe que seria terrível se o Ministro e os funcionários da Seção de Controle do Uso Indevido da Magia encontrassem Aurelia ou desconfiassem de algum aluno. – Astrid engoliu em seco - Além do mais, Você-Sabe-Quem retornou e seria de ótimo uso para ele ter alguém com os poderes de Aurelia para lutar pela sua causa, o que é alarmante. Não posso obriga-la a nada...

— Farei o que for necessário, senhor. – Trid disse, tentando soar confiante – Eu também preciso do resto das minhas respostas. Quando posso fazer o tal teste?

— É bom ouvir isso, senhorita Black. – Dumbledore disse suavemente – Vejamos... Me encontre daqui a uma semana na Torre de Astronomia, neste mesmo horário. – Trid concordou – Sobre as suas respostas, você as terá, eu lhe prometo, não precisa procurar por elas sozinha. Falar com Aurelia foi muito arriscado... Para vocês duas.

Astrid se levantou e abriu um pequeno sorriso. Apertou a mão do diretor e se preparou para deixar a sala, quando ouviu o homem dizer:

— Ah, um pequeno detalhe, senhorita Black... Espero que mantenha em sigilo a pessoa que viu sair daqui minutos antes de você. É um assunto complicado.

Astrid assentiu e deixou o escritório em silêncio, mas com pensamentos agitados.

~x~

Os testes para a entrada de novos membros no time de Quadribol da Sonserina seria realizado naquela manhã de domingo. Astrid havia dormido cedo (literalmente, quando chegou no dormitório apenas cumprimentou as colegas de quarto – demorando-se um pouco mais na vez de Rachel e lançando lhe um olhar significativo – e caiu no sono) e fizera Lupe prometer que não a deixaria dormir nem cinco minutos a mais.

Rachel não parecia muito melhor, sua aparência era a mesma do dia anterior. Lupe e Astrid tentaram convencê-la a ir para a Enfermaria, mas Rach disse que estava bem e que iria passar em alguns dias. “Confiem em mim, logo mais a Rachel tagarela volta”, Belle confirmou. Guadalupe e Trid trocaram olhares desconfiados, mas decidiram não discutir.

As garotas chegaram no Salão Principal bem na hora em que o café da manhã foi conjurado na mesa. Sentaram-se (perto dos trasgos Crabbe e Goyle, que já estavam prontos para devorar o que vissem pela frente) e logo começaram a se servir, famintas.

— Bom dia, Belle. – Blaise Zabini surgiu (sabe-se lá de onde) com Draco Malfoy e sentou-se na frente da loira, abrindo um sorriso malicioso.

Draco sentou-se sem dizer uma palavra, apenas acenou com a cabeça para as garotas, que sorriram.

— Ah, não... – a garota sussurrou para si mesma – ‘Dia, Zabini.

— Zabini? Ah, vamos lá, querida. Sobrenomes são para conhecidos. – o jovem encheu sua xícara de chá - E você sabe que nos conhecemos muito bem.

Rachel riu pelo nariz, Belle chutou sua canela discretamente debaixo da mesa.

— Fato que é bem desagradável no momento. Estou tentando comer sem vomitar, obrigada.

— Ah, qual é? Vai dizer que não sente a minha falta? – o rapaz pegou uma colher com açúcar, colocou dentro da xícara, tirou-a e depois levou à boca, lambendo-a – Daquilo que fizemos no...

— Ele está tentando sensualizar com a colher? – Astrid perguntou para Lupe com uma careta, que assentiu.

Madre de Dios... Isso é tão estranho.

— Esse é o seu melhor truque? - Belle gargalhou alto – Arrasou, cara. Agora para de ser nojento e me deixa tomar café.

— Você se faz de difícil mas adoraria me ver todinho coberto de açúcar...

— Quando será que ele vai parar? Estou ficando perturbada. – Rachel sussurrou para Lupe.

— Obrigada, mas eu estou muito bem assim. – Belle mordeu sua torrada - E se eu quisesse adquirir diabetes eu iria atrás de métodos menos estranhos.

Blaise olhou para seu amigo em busca de ajuda.

— Draco...

— Para que tá feio, Blaise. – Malfoy se pronunciou – Já deu, amigão.

Dez minutos depois, todos já estavam no Campo de Quadribol. Lupe, Belle e Rachel se sentaram na arquibancada para torcer para a amiga. Draco e Blaise já eram da equipe (apanhador e artilheiro, respectivamente) mas tinham que participar do treino de qualquer forma.

— Espero que você seja boazinha, pelo menos. Não vá me decepcionar. – Draco piscou para ela e subiu com sua vassoura.

Trid riu e se equilibrou em sua velha Cleansweep e subiu com ela até onde os outros jogadores e candidatos estavam dispostos em um círculo. Ela reconheceu o rapaz monitor que havia a guiado para a Sala Comunal em seu primeiro dia em Hogwarts. Ele voou com sua Nimbus 2001 para o centro do círculo e sorriu, passando a mão pelos cabelos negros.

— Bom dia a todos, eu sou Liam Winston, goleiro e capitão do time de Quadribol da Sonserina. Agradeço a todos por virem participar do nosso processo de seleção. Infelizmente, sabem que não há lugar para todos então apenas os melhores poderão fazer parte do time. Temos quatro vagas disponíveis, duas para artilheiros e duas para batedores. Boa sorte a todos!

Os testes para artilheiros aconteceram rapidamente: Trid fez sete gols em cinco minutos (com muito esforço, é claro, pois Liam era um excelente goleiro. Aliás, o capitão havia ficado impressionado com sua agilidade e elegância em cima de uma vassoura, palavras do próprio), sendo a primeira a ser escalada. A última vaga para artilheiro foi dada a um tímido – porém extremamente rápido – segundanista de cabelos negros e olhos azuis elétricos, Thomas (Tommy, como era chamado) Jewerly.

— Agora é a vez dos batedores. – Liam anunciou -  É o seguinte...

— Foi mal o atraso. – o capitão se virou ao ouvir uma voz feminina rouca.

Todos se viraram também, e a moça se tornou o centro das atenções.  Possuía pele negra, aparentava ter no mínimo 1,80 de altura e uns bons cento e poucos quilos. Tinha cabelos negros cacheados que caíam até a altura dos ombros, e seu rosto redondo era a moldura para um par de olhos extremamente negros e sobrancelhas grossas, um nariz achatado e lábios carnudos, formando a pitoresca obra de arte que se complementava com sua expressão facial intimidadora.

— Como a gente vai conseguir uma vaga com essa monstruosidade competindo? – disse um garoto magricela de cabelos cor de palha.

— Larry tem razão, isso é injusto. – concordou uma garota morena do lado dele.

— Basta! Nenhum de vocês tem privilégios, a garota veio aqui para tentar uma vaga e tem todo o direito, de acordo com as regras do esporte e da escola. Se forem ficar chorando que nem dois bebês estúpidos, não me deem o trabalho e já desclassifiquem a si próprios. – Liam disse secamente, e depois voltou-se para a garota – Chegou bem na hora.

A garota apenas assentiu com a cabeça e lançou um olhar irritado aos adversários.

— Como eu dizia, vai ser o seguinte: Astrid, Tommy, vocês jogarão como adversários. Tentarão marcar pontos com a Goles, mas terão vários balaços distribuídos pelo campo. O dever dos batedores, dois para cada um dos artilheiros, é manter os balaços longe de vocês e, se possível, desviá-los para o oponente. Quem cair ou desistir, está fora. Qual é o nome de vocês? – Liam perguntou para os concorrentes.

— Joanne. – disse a garota morena que havia se manifestado anteriormente.

— Larry. – o garoto de cabelos cor de palha disse.

— Bruce. – um rapaz magro e esguio de aparência asiática sorriu.

— Sapphire. – disse a garota negra.

— Joanne, Larry, fiquem com Tommy. Bruce, Sapphire, com Astrid.

— Ai, Merlin. – disse Tommy, nervoso.

— Ai, Merlin. – repetiu Astrid.

— Relaxa, você vai sair inteira. – disse Bruce simpaticamente.

— Sim. – concordou Sapphire – Só não digo o mesmo sobre os dois otários ali.

Astrid engoliu em seco.

— Só não machuque o Tommy, ok?

— Não vou tocar no gnomo, loira. Fica tranquila. – Sapphire falou, segundos antes de Liam Winston tocar o apito.

Tommy começou com a Goles. Sua velocidade era incrível, tanto que em menos de um minuto já havia tentado marcar um gol no aro esquerdo, porém Liam defendeu-o com uma das extremidades da vassoura. Astrid decolou e pegou a Goles, prendendo a respiração quando Larry mandou um balaço em direção a seu rosto. Bruce rebateu o balaço com facilidade, fazendo um sinal positivo com o polegar para a loira. Joanne repetiu o movimento com um sorriso maldoso, porém, dessa vez, mirando Sapphire.

— Ah, sua vaquinha. Você não fez isso. – ela esperou calmamente que o balaço se aproximasse, e rebateu-o com um urro.

O movimento foi feito com muita força e acertou Joanne em cheio no estômago, fazendo-a se desequilibrar e cair da vassoura. Enquanto isso, Bruce acompanhou Trid até que ela ficasse perto o bastante de um dos aros para arremessar. Liam defendeu o gol. Sapphire procurava outro balaço para acertar Larry, mas o garoto levantou as mãos.

— OK, OK. Eu desisto. Tá bom, Abominável Mulher das Neves. Fica com a droga da vaga mas não me mata, por Merlin!

Liam riu pelo nariz e apitou.

— O covarde desistiu, é? Tudo bem... Mas não se esqueça que foram dadas as mesmas chances a todos. – ele sorriu para Sapphire e Bruce – Vocês dois foram muito bons. Parabéns e sejam bem vindos ao time!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Opiniões? Sugestões? Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Potens Summi" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.