Potens Summi escrita por Samantha


Capítulo 15
Lupus Feminam


Notas iniciais do capítulo

Aeeeeeeeeeee o/ Capítulo novo chegou! Esse tá polêmico kdrjgkdjsg
Boa leitura!



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Astrid pousou, carregando sua Cleansweep debaixo do braço. Estava caminhando animadamente até a arquibancada quando sentiu alguém cutucar seu ombro: Virou e se deparou com Draco de braços cruzados, analisando-a com um olhar crítico. Pigarreou antes de falar.

— Você foi bem lá. Você é ágil e acho que dá para o gasto... Mas eu faria muito melhor.

— Ah, sei... – Astrid respondeu ironicamente – Foque apenas em apanhar o pomo, Malfoy. E tente não se distrair com a Cho Chang voando perto de você, porque Liam disse que a primeira partida será contra a Corvinal.

— Eu estou mais preocupado em me distrair vendo você voar. – Draco disse, abrindo um sorriso malicioso.

Astrid revirou os olhos.

— Tem medo que eu caia da vassoura enquanto não estiver olhando?

— Tenho medo que eu caia da vassoura enquanto estou te olhando. – ele piscou.

Bruce, que passava por ali com passos calmos, assobiou alto e riu.

— Boa, Malfoy!

 Draco xingou-o e Astrid gargalhou alto.

— Ótima técnica de conquista, Draco. Devia escrever um livro... Mas por enquanto, concentre-se apenas em nos ajudar a ganhar os jogos. – ela bagunçou seus cabelos loiros, fazendo-o revirar os olhos sem evitar um pequeno sorriso.

Astrid despediu-se do rapaz e correu até a saída do Campo de Quadribol, onde Belle e Guadalupe a esperavam.

— Menina, foi demais! – Lupe abraçou-a com força – Aproveita que está no time e me conta: O Liam Winston é mais bonito ainda quando está voando?

— Para de fogo, garota. – Astrid franziu a testa repentinamente – Onde está Rachel?

— Disse que precisava vomitar e saiu correndo. – disse Isabelle rapidamente – Você sabe, ela não está muito bem hoje.

— Eu disse que era melhor levá-la para a Enfermaria... – disse Lupe.

— Rach sabe se cuidar, relaxem as duas. – respondeu Belle, em um tom não muito convincente – Ela é meio orgulhosa, prefere cuidar de si mesma sozinha.

— Se você está dizendo, eu acredito. – Lupe deu de ombros.

Pois eu não acredito, pensou Astrid.

Isabelle, Guadalupe e Astrid voltaram para a Sala Comunal conversando sobre assuntos banais. As duas primeiras se largaram em um sofá qualquer e continuaram as fofocas, enquanto Trid subia para tomar um banho.

Entrou no banheiro e trancou a porta. Caminhou até o chuveiro e ligou-o. Cansada, sentou-se no piso e deixou que a água quente caísse em sua cabeça e escorresse por seu corpo. Imediatamente pensou em Aurelia – sempre que ela tinha um pouco de sossego para pensar, era o que lhe vinha à cabeça –, em Alvo Dumbledore e no teste que a aguardava. Seria ela a Potens Summi? Se sim, que habilidades grandiosas ganharia?

Essa era a única parte que a animava de alguma forma: Saber que talvez seria a herdeira de dons únicos. Sentia que uma parte de seu coração desejava isso, mas não podia se culpar. Quem não desejaria?

Animalium.

Uma voz suave sibilou em sua mente.

Um arrepio percorreu a espinha de Astrid. Esfregou o rosto e tentou afastar os pensamentos, sentindo-se desconfortável. A ganância não a levaria a lugar algum.

Continuava sentindo certo desconforto, mas logo percebeu que o motivo era um ponto em sua perna esquerda que começara a formigar levemente. Deu de ombros, tentando se convencer de que era por conta do esforço físico causado no teste de Quadribol.

Depois do banho, se trocou e foi até o Salão Principal, onde Isabelle, Lupe e possivelmente Rachel estariam almoçando. Chegando lá, encontrou as duas amigas, mas nem sinal de Rach. Perguntou até mesmo para Draco e Blaise, mas eles também não a haviam visto.

Belle disse-lhe novamente, com impaciência, que Rachel estava bem e que logo estaria de volta. Astrid não lhe deu ouvidos e saiu com passos rápidos do Salão, repentinamente se sentindo irritada e sem fome.

Começou a procurar Rachel pela enfermaria. Perguntou para Madame Pomfrey se ela sabia de algo, mas a mulher disse que não e expulsou-a rapidamente do local, alegando que não era hora para visitas.

Já estava cogitando voltar para o Salão Principal quando virou em um corredor qualquer e sentiu a perna voltar a formigar. A cada passo que a garota dava, hesitante, o formigamento aumentava, como se milhões de pequeninos insetos andassem por aquela área de seu corpo. Se apoiava na parede enquanto caminhava, visivelmente desconfortável.

Parou em frente a um local onde o formigamento em sua perna se tornou quase impossível de suportar: O Banheiro feminino do segundo andar, ou Banheiro da Murta que Geme, como Harry havia chamado a garota que fora morta -  por um Basilisco há anos atrás – quando lhe contava sobre suas aventuras.

Entrou no local com passos desajeitados. Estava vazio, mas parecia intacto. Provavelmente haviam mandado consertar quaisquer danos causados anos atrás. Astrid largou-se no chão, esfregando a perna com as mãos. O local do formigamento ganhara cor avermelhada, deixando-a nervosa.

— Você não deveria estar aqui. – quando Astrid ouviu a voz, o formigamento cessou instantaneamente.

— Rach? – Trid sentiu um alívio imediato, soltando um suspiro.

A porta do primeiro sanitário se abriu. Rachel saiu e fechou a porta com cuidado, caminhando lentamente até Trid. A garota magricela não se atrevia a olhar para Astrid, parecendo levemente envergonhada.

Abriu a boca para dizer algo, mas desistiu, sentou-se no chão perto de Astrid Black e desatou a chorar o mais silenciosamente que pôde, soluçando. Escondeu o rosto pálido com as mãos.

— O que houve com você?

A garota tentava dizer algo, mas parecia tão desolada e fraca que parecia impossível. Respirou fundo e se esforçou para transmitir uma frase que fizesse sentido:

— É uma doença, Trid. Não tem cura.

— Eu não entendo...

Astrid se arrastou para mais perto de Rachel, franzindo a testa em perplexidade. Aproximou-se para abraçá-la. Quando os corpos das duas garotas se tocaram, Astrid gritou.

Sentiu um baque quando seu corpo desabou no chão. De repente, não estava mais no banheiro do segundo andar, com Rachel em seus braços. A jovem feiticeira estava caída no piso escuro do que parecia ser uma simples sala de estar, com poucos móveis e iluminada com velas. Olhou para a sua esquerda e viu um pequeno rádio sobre uma mesinha de madeira, ao lado de um sofá preto. Levantou-se, levemente tonta, e olhou para sua direita viu uma mulher - branca, de cabelos castanhos escuro, nariz pontudo e sobrancelhas finas acima de um par de olhos cor de amêndoa -  sentada em uma poltrona, olhando fixamente para Astrid com uma expressão magoada. Acariciava a barriga de grávida com carinho.

— Olá? – disse Astrid, franzindo a testa.

Trid entendeu que não era ela o motivo da tristeza da moça quando a mesma simplesmente se levantou e passou por seu corpo sem que ela sentisse nada, como se fosse um fantasma. Com o ato, Trid soube que estava em uma visão, provavelmente na cabeça de Rachel, que fora a última pessoa que ela havia tocado antes de parar naquela sala.

Astrid virou-se, curiosa, para ver quem a mulher contemplava com tanta mágoa. Na porta da sala um homem estava parado, com os grandes e machucados braços cruzados. Era alto, forte e magro, com cabelos castanhos desbotados, bigodes da mesma cor na face carrancuda e uma aparência lupina.

— Fenrir. – disse a mulher com uma voz fraca – Por favor, me deixe ficar...

— Já disse. Nossa diversão acabou. – ele a olhou com indiferença – Teríamos continuado a nos ver, você ainda dá para o gasto, se não estivesse carregando uma criança na barriga. Mulher estúpida.

— Uma criança que também é sua, Fenrir Greyback! Fizemos juntos. – ela disse, com os olhos cheios de lágrimas – Fizemos com amor...

— Amor? – Greyback riu ironicamente, sua voz era similar a um latido – O que você sabe sobre isso, Olivia? Essa coisa de amor não existe. Você é apenas uma mulher fraca e carente, que se satisfaz se jogando nos braços do primeiro homem que encontrar.

— O que eu sei sobre isso, você pergunta? Eu sei que se isso não fosse amor, você teria se cansado e me matado após a primeira noite em que nos deitamos. Mas não, deixou-me ficar. E, apesar da frieza que me tratou quando soube que estava esperando uma criança sua, deixou-me viver sob seu teto. – ela disse em tom suplicante – Eu sei o que você é, mas isso não te torna mal.

— Eu deixei-a ficar porque, quem sabe, você gerasse um garoto saudável que fosse como eu. Eu precisava de um companheiro, um amigo. Eu o levaria comigo e viveríamos juntos, caçando longe daqui. – ele disse em tom seco – Mas você foi à vidente e meu temor se confirmou: É uma menina estúpida e magricela como você.

— Rachel precisa de um pai, Fenrir. Você pode ser bom para ela.

— E ainda escolheu um nome horrível para a vadiazinha que vai nascer.

Olivia recuou um passo, deixando a primeira lágrima escorrer em seu rosto. Fenrir Greyback avançou até ela com passos firmes. Passou a mão com unhas amareladas e afiadas lentamente pelo rosto da mulher.

— Olivia Darling, entenda. Mulheres só servem para uma coisa: Gerar novos seres. Eu queria um garoto, mas nem isso você consegue fazer com seu útero de merda. Contudo, eu sou misericordioso. – ele finalizou, em tom cortante – Vá embora dessa casa e eu a deixarei viver para criar a criança. Faça isso... Ou eu mato as duas bem aqui.

A mulher arregalou os olhos, incrédula e aterrorizada.

— Greyback...

— Você tem dez segundos. Vou começar pela criança.

Olivia lançou a Fenrir Greyback um último olhar de decepção e saiu correndo pela porta que o lobisomem entrara sem olhar para trás.

Trid a seguiu na mesma velocidade. Enquanto Olivia corria ofegante e sem rumo pela floresta, a jovem olhou para o céu sem estrelas e ouviu um uivo lupino cortar o silêncio daquela noite de lua cheia.

Astrid abriu os olhos, sentindo o rosto suado e a respiração ofegante. Rachel se desvencilhou da garota rapidamente, esperando que Trid corresse ou começasse a gritar.

— O que houve comigo?

— Seus olhos estavam brancos como cal. – Rachel narrou com mágoa – Você não queria me soltar. Eu não sei como... Mas você usou legilimência sem ajuda de nenhum feitiço. Você só me tocou.

Astrid abriu e fechou a boca várias vezes antes de dizer, cautelosamente:

— Rach, eu não tive a intenção...

— É, eu sei. Mas agora você conhece a minha família. A covarde Olivia Darling e o assassino Fenrir Greyback. – Rachel interrompeu-a – Vai, pode correr. Faça um escândalo. Me chame de aberração.

Astrid olhou-a com doçura e disse determinadamente:

— Eu não vou correr e muito menos gritar, Rachel. Nos conhecemos há pouco tempo, mas posso afirmar com toda a certeza que você não é uma aberração.

— Apareça na Casa dos Gritos hoje ao anoitecer se quiser mudar de ideia. – Rachel disse secamente.

Astrid finalmente se deu conta do que havia visto. Lembrou-se do que Fenrir disse, e também do dia em que a viu sair da sala do Diretor. Não precisou se esforçar muito para ligar os pontos,  e então sua ficha caiu. Rach, que havia notado sua repentina expressão de surpresa, riu sarcasticamente. Abraçou os joelhos e manteve os olhos fixos no chão quando disse:

— Meu pai conseguiu parcialmente o que queria... Eu não nasci um garoto, mas herdei a maldita doença dele.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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