Potens Summi escrita por Samantha


Capítulo 13
Corvos são inegavelmente mais sofisticados


Notas iniciais do capítulo

Oi :D
Primeiramente... Mil desculpas pela demora. Eu tive um bloqueio criativo e não sabia o que fazer. Quando a criatividade surgiu, escrevi esse capítulo várias vezes até que ficasse mais ou menos do jeito que eu queria. Já estou trabalhando no próximo!
Queria agradecer a todos os que comentaram, obrigada, de verdade ♥ Espero que gostem. Boa leitura!



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Os dias passaram rapidamente depois da noite na Biblioteca. Astrid tentou se concentrar nos estudos (o que não era uma tarefa difícil, visto que Isabelle e Lupe, as menos interessadas em enfiar a cara nos livros, passavam bastante tempo falando de garotos ou saindo com eles – Belle havia se cansado de Blaise, contudo ele ainda mandava alunos do primeiro ano irem até ela com bilhetes e chocolates -, sobravam apenas Trid e Rachel, que adiantavam seus deveres, estudavam o necessário e faziam suas visitas noturnas às cozinhas de Hogwarts para roubar doces. Os elfos domésticos gostavam muito das duas moças). Ela não queria pensar em seus problemas até que o dia do passeio para Hogsmeade chegasse, Harry tampouco.

As aulas de Umbridge eram monótonas e totalmente teóricas, o que a grande maioria dos alunos não aprovava. Hermione comentara com Astrid que não estariam devidamente preparados para os N.O.M.s se as aulas continuassem daquele jeito, e ela tinha total razão. As aulas mal haviam começado e Harry já havia pego detenção com a sapa velha por falar sobre o retorno de Lord Voldemort. Era inevitável que ele havia regressado, mas alguns ignorantes se recusavam a aceitar o fato. Astrid já havia discutido com alguns sonserinos naquela semana, muitos deles questionavam sua lealdade a casa por verem-na andando constantemente com Potter e seus amigos. Trid os ignorava e esperava que Draco e suas amigas -  as únicas pessoas em quem ainda depositava alguma confiança - não a confrontassem sobre sua opinião.

Dias antes do passeio para Hogsmeade, Harry, Rony e Hermione contaram para a garota sobre a iniciativa de Potter passar a dar aulas práticas de Defesa Contra As Artes das Trevas para os alunos interessados. Astrid apoiou-o e concordou em participar da primeira reunião, que, coincidentemente, também seria no Cabeça de Javali. Por sorte, seu encontro com Aurelia Oberlin aconteceria depois disso (segundo um misterioso memorando que surgira em seu livro de História da Magia na véspera do passeio – provavelmente fora um truque de Oberlin), assim ela poderia participar de ambos.

Contudo, o memorando dizia que ela deveria ir sozinha, então nem Harry nem Pete poderiam ajuda-la, o que a deixou levemente apreensiva.

Entretanto, tudo estava tranquilo demais para ser verdade. Na noite anterior ao passeio que finalmente iria trazer suas respostas, ela voltou a visitar a misteriosa sala negra repleta de prateleiras com esferas enevoadas em seus sonhos. Quando estava prestes a dar o primeiro passo em direção a um dos corredores, alguém tocou seu ombro, fazendo-a se virar.

— E então... Conseguiu suas respostas? – assim como a sala, o enigmático rapaz também estava de volta.

— Algumas. Mas vou consegui-las para valer amanhã... – disse Astrid, franzindo a testa – Mas se eu não estou pronta ainda, por que me chamou?

O rapaz riu.

— Eu não te chamei, Astrid Black. Acredito que seu subconsciente gostaria de me fazer uma visita, e aqui está você. Também senti saudades. – Astrid revirou os olhos, envergonhada – Isso, minha querida, são seus dons se manifestando.

— Uma Potens Summi pode fazer isso? – perguntou a moça, perplexa – Controlar os sonhos?

— Controlar sonhos. – ele fez um aceno com a cabeça, concordando – Invadir mentes, um dia, se praticar muito...

— Isso é parecido com legilimência...

— É muito mais que isso, bonita. Com a legilimência é possível extrair sentimentos e lembranças da memória de outras. Mas isso qualquer bruxo com prática pode fazer. Contudo, para você... - pessoas – o rapaz aproximou-se e acariciou seus cabelos com a mão direita – Quase não há restrições, quase não há limites. Você pode ser tão grandiosa...

— Não sei se é isso que estou buscando. – ela disse timidamente.

— E o que seria, se não isso? Ah, Astrid Black! – o jovem tomou-a em seus braços e a rodopiou, fazendo-a rir – Você tem muito o que aprender. A sua sorte é que eu estou prontamente disposto a lhe ensinar a valorizar o que possui.

Trid hesitou por uns instantes, mas concordou:

— Então nos vemos no próximo sonho.

— Isso é um encontro? Achei que nunca fosse me convidar. – o jovem deu-lhe uma piscadela – Combinado.

Astrid parou de sorrir repentinamente, contemplando o rapaz dos pés a cabeça com extrema curiosidade.

— Quem é você, afinal?

— Pode me chamar de Tom.

“Tom”.  O nome proferido começou a ecoar dentro da sala com cada vez mais potência. Astrid levou as mãos aos ouvidos. Pediu que o rapaz parasse, mas ele deu de ombros com um pequeno sorriso e deu-lhe as costas, desaparecendo na escuridão. A jovem, levemente zonza, se desequilibrou e caiu: Mas não alcançou o chão instantaneamente. Era como se estivesse descendo rapidamente por um abismo sem fim.

Quando sentiu suas costas tocarem algo sólido, se levantou da cama desesperadamente com o rosto coberto de suor.

— Tom.

— Quem é Tom, sua maluca? - Isabelle gritou.

 Ela, Rachel e Guadalupe estavam sentadas em sua cama observando Trid com expressões similarmente assustadas. Lupe se levantou e foi até ela.

— Você está pálida... Está tudo bem?

— Acho que sim. – Astrid passou a mão pelos cabelos, nervosa - Foi só um pesadelo. Esqueçam, ok?

As outras garotas se entreolharam e assentiram mutuamente. Um silêncio constrangedor se instalou no quarto enquanto todas começavam a se arrumar. Tinham aproximadamente uma hora até o passeio (elas já haviam perdido o café da manhã, o que gerou uma discussão entre Isabelle e Rachel, a primeira afirmando que Rach tinha a obrigação de acordar todas), mas terminaram de se aprontar usando metade desse tempo.

Mais tarde, Trid, Lupe, Belle e Rach compareceram à reunião no Cabeça de Javali. Convencidas pela ideia de Harry, acabaram por assinar um pergaminho que exigia total sigilo em relação a tudo o que aprenderiam e fariam dali para frente; o movimento ficara conhecido por Armada de Dumbledore.

No final da reunião, Lupe se despediu da amiga, pois tinha marcado de encontrar Alec Lewis - um sextanista da Sonserina – no Três Vassouras. Belle e Rach saíram sem se despedir. Trid procurou Harry no meio dos alunos que deixavam o Cabeça de Javali e o encontrou rindo de algo que Cho Chang – uma garota oriental de cabelos negros, da casa Corvinal – estava dizendo.

O moreno olhou para Astrid de relance e pediu licença para Cho. Caminhou até Trid e parou em sua frente, colocando a mão nos bolsos.

— Está pronta?

— Claro. – mentiu Astrid, abrindo um sorriso – Vai ser moleza.

— Harry! – o rapaz ouviu Cho chama-lo perto da porta.

Harry passou a mão pelos cabelos, levemente envergonhado. Astrid ergueu as sobrancelhas, com um olhar de curiosidade.

— Eu tenho que ir, me desculpe. Me conte tudo no jantar...

A jovem assentiu com a cabeça e o observou caminhar até a garota oriental e passar pela porta depois dela, enquanto algo estranho martelava em seu peito. Não sabia o que era, mas a fez se sentir desconfortável.

Esperou que todos os alunos saíssem para procurar por Oberlin. O último a sair foi Dino Thomas da Grifinória. Enquanto ele fechava a porta, Astrid viu um galeão cair de seu bolso. Pegou-o para devolver, mas o rapaz já havia saído.

De repente, sentiu a moeda esquentar incomumente em sua mão. Olhou para ela e arregalou os olhos ao ver algo escrito no lugar do valor.

Última mesa, perto do porta guarda-chuvas.

Astrid engoliu em seco. Virou-se em direção à ultima mesa e prendeu a respiração por alguns segundos. Sem pensar muito, caminhou até o local com passos firmes, sentindo o coração bater mais rápido.

Haviam duas cadeiras, contudo, a primeira já estava ocupada pela pessoa que fizera o convite. Apesar de aparentar ter sessenta anos de idade com sua pele branca levemente enrugada, Aurelia Oberlin ainda possuía belos e suaves traços faciais, olhos cor de mel e sobrancelhas bem feitas. Seus cabelos loiros - que caíam até a altura dos ombros - estavam cobertos por um chapéu, que era negro assim como suas vestes: um vestido simples de manga longa que ia até os joelhos, um par de luvas e sapatos de salto. Astrid achou-a muito elegante.

— Aurelia Oberlin?

— Vai se sentar ou está esperando um convite formal, querida? – a senhora bebericou um gole de sua cerveja amanteigada.

Astrid se sentou silenciosamente. Respirou fundo e desatou a falar:

Eu já sei o que significa, basicamente. Li em Potens Summi Através dos Tempos, de R.O. Mas minhas perguntas são, para começar: Quem é R.O.? Por que estavam faltando páginas? E o seu livro? Por que estava vazio? Quem é você, afinal?

Aurelia riu secamente.

— Foi direto ao ponto, gostei. Assim você não perde tempo e nem eu. Mas vamos responder uma coisa de cada vez, certo? – Astrid concordou e Oberlin continuou – R.O., minha querida, é Ralph Oberlin, mas pode chama-lo de meu falecido marido.  - Trid franziu o cenho – Ele sempre desconfiou que eu era diferente. Quando me pediu em casamento, revelei a ele tudo o que precisava saber sobre a coisa... Ralph merecia a verdade, afinal, íamos passar o resto de nossas vidas juntos e, caso se sentisse intimidado comigo e minha confissão, ainda havia tempo para desistir. – a senhora fez uma pequena pausa – Me surpreendi com uma aceitação tão rápida. Ele parecia tão apaixonado e eufórico... Queria que nos casássemos o quanto antes.

— E se casaram?

— Sim, querida. Em uma bela tarde de primavera... Foi uma cerimônia para poucos. – Aurelia bebeu mais um gole de cerveja – Eu queria tranquilidade, então nos mudamos para Godric’s Hollow e ele arranjou um emprego no Ministério, no Departamento de Transportes Mágicos. Nos primeiros meses, a vida de casados era belíssima. Cozinhávamos juntos, fazíamos passeios a luz do luar... Essas coisas bem clichês de filmes trouxas. – sua expressão se tornou dura – Mas, com o passar dos dias, parecia que havia se tornado uma pessoa completamente diferente. Começou a me evitar e dizer que estava cheio de trabalho, se trancava no escritório por horas... Um dia o peguei mexendo em meus livros e anotações pessoais. Nunca havia ficado tão zangada, afinal, eu havia contado tudo o que precisava saber. O maldito encontrou muita informação... Muito mais do que ele podia ter conhecimento. Coisas que descobri enquanto aperfeiçoava meus dons e que apenas gente como nós tem o direito de saber.

Aurelia tirou de sua bolsa um pequenino frasco de vidro com um conteúdo negro e viscoso. Derramou um pouco em sua cerveja amanteigada e o guardou novamente. Astrid franziu a testa, mas nada disse. A senhora Oberlin continuou.

— Foi então que ele revelou o que andava fazendo todo aquele tempo: O Ministro da Magia havia prometido uma fortuna em galeões a quem achasse a próxima Potens Summi. Ralph sempre fora ambicioso, mas eu não imaginava que fosse capaz de fazer aquilo comigo... Fui uma idiota. Enquanto imaginava o motivo de ele estar me evitando, pensando que havia feito algo errado, ele estava trabalhando para o Ministro, coletando todas as informações possíveis sobre mim e pesquisando sobre as Potens passadas. – Aurelia cerrou os dentes - Ele escreveu Potens Summi Através dos Tempos, contudo, antes que cópias e cópias fossem publicadas, eu o deti.

— Como fez isso? – perguntou Astrid, curiosa.

— Eu...

— Aurelia? – Astrid e Oberlin se viraram para a voz feminina que as chamava e viram Minerva McGonagall parada perto da mesa, surpresa e perplexa. – O que faz aqui?

— Continuamos depois, senhorita Black. Não se preocupe, eu a encontrarei. – Astrid abriu a boca para protestar, mas Aurelia já havia se levantado e ido até Minerva, beijando-lhe as bochechas e fazendo-a bufar – É uma longa história, Minnie. Por ora, não assuste a garota Black com perguntas.

— Já está de saída? – perguntou Minerva, franzindo a sobrancelha.

— Achei que ninguém viesse nessa espelunca, mas, se me encontrou aqui, sei que provavelmente outros o farão. – Oberlin disse, enquanto caminhava em direção a saída - Não quero trazer problemas. Lhe enviarei um corvo em breve, eu prometo.

— Qual o problema em enviar uma coruja? – perguntou Astrid.

— Corujas estão sendo interceptadas. – disse Aurelia. Antes de sair, completou – E corvos são inegavelmente mais sofisticados.

Segundos depois da saída da feiticeira, Astrid sentiu o olhar de Minerva sobre si.

— Professora McGonagall, eu...

— Não estamos no local apropriado para discutir isso, senhorita Black. – disse Minerva, com uma expressão sombria – Devemos fazê-lo na sala do Diretor.

Astrid engoliu em seco.                 


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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