Potens Summi escrita por Samantha


Capítulo 11
Aliados


Notas iniciais do capítulo

Muitíssimo obrigada, novamente, à Alice Prince, pelos reviews gigantes e maravilhosos! Ah, e pela capa linda diva detonadora pisadora *-*
Boa leitura!



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No Grande Salão, os alunos terminavam de tomar café. O barulho das conversas animadas e risos dos alunos enchia o local. Na mesa da Sonserina não era diferente. A não ser pelos carinhosos insultos matinais de certas pessoas.

– É impressão minha ou a cada ano que passa você fica mais feia, Lawrence? – Pansy Parkinson cruzou os braços e sorriu meigamente.

– É mesmo, cara de rato? – Isabelle retribuiu o sorriso e começou a fazer um cálculo com os dedos – Um, sobe dois, desce quatro, multiplica por três... Zero. A resposta é zero, Parkinson.

– Zero? – a menina franziu a testa, confusa - Do que está falando?

– Do número de pessoas que pediram sua opinião de merda. – Belle enfiou mais cereal na boca e sorriu sem mostrar os dentes. Lupe, que estava sentada ao lado de Parkinson, gargalhou.

– Você é muito engraçada, não é mesmo? – Pansy riu sarcasticamente – Devia ser comediante.

– E você devia parar de se meter na vida dos outros. – Belle empurrou a tigela de cereal para longe e limpou a boca com um guardanapo – Por que você se sentou aqui mesmo? Vai procurar sua turma.

– Porque gosto de te tirar do sério... – Pansy Parkinson abriu um sorriso – Estava sentindo falta de ver essa sua carinha ficando rosada de raiva.

– Estava sentindo minha falta, é? – Belle deu-lhe uma piscadela – Desculpa, meu amor, eu só gosto de rapazes. Mas quem sabe, quando eu quiser experimentar algo novo...

– Você é nojenta, Lawrence. – Pansy fechou a cara, se levantou e saiu.

– Então, você e essa menina com cara de roedor... – Guadalupe ergueu as sobrancelhas.

– Longe de mim. – Belle riu – Temos um passado cheio de brigas, discutir já virou rotina.

– E como virou. - Rachel fechou o livro que estava lendo e se pronunciou pela primeira vez naquela manhã – Já tive que separar tantas brigas que perdi a conta.

– Sim, você é mesmo um doce, não é? – Belle apertou as bochechas da amiga, que revirou os olhos.

– EU... NINGUÉM NO QUARTO... GATO... COMIDA... – Lupe pulou de susto quando uma mão bateu com força na mesa, derrubando seu chá.

Astrid, ofegante, se sentou ao lado da amiga exatamente quando toda a comida que estava na mesa sumiu. Ela tirou a torrada da mão de Guadalupe e praticamente a devorou, limpando a boca com as mãos.

– Eu estava comendo isso! – Lupe riu ao ver o olhar assassino de Astrid – Calma, dragãozinho. Infelizmente, vai ter que esperar o almoço. E bom dia para você também.

– Vocês podiam ter me acordado... – Trid pousou as mãos sobre a mesa.

– Nós tentamos. – Lupe disse.

– E como tentamos. Eu queria jogar água em você, mas Rachel não deixou. – Belle disse, e Trid murmurou um “obrigada” para Rach.

– Liam Winston passou entregando os horários. Eu peguei o seu. – Rachel entregou um pequeno pergaminho para a garota, que agradeceu novamente.

– Vamos, é aula da Minerva e não quero levar detenção por atraso no primeiro dia.

As garotas se encaminharam para a sala de Transfiguração. Astrid ficou feliz em saber que teriam essa aula com a turma da Grifinória, e sorriu quando viu Harry, Rony e Hermione sentados nas primeiras mesas. Harry deu-lhe uma piscadela, fazendo-a revirar os olhos.

As quatro ocuparam as mesas do fundo: Trid se sentou com Lupe e Rach com Belle. Quando viu Draco entrar na sala, acenou discretamente. O loiro acenou de volta e foi se sentar com Pansy Parkinson. Lupe cutucou sua costela, abrindo um sorriso malicioso.

– Maria Guadalupe! Isso dói, sabia? – Trid reclamou, passando a mão no local atingido.

A aula correu relativamente bem. Grande parte dela foi teórica (Minerva introduziu alguns conceitos importantes e conversou com os alunos sobre os Níveis Ordinários em Magia, que seriam aplicados aos alunos do quinto ano). Astrid gostou da matéria e achou a professora Minerva uma mulher muito elegante. Já Lupe detestou ambos, principalmente quando recebeu bronca de McGonagall por derrubar um tinteiro no chão. Quando a aula acabou, a morena saiu da sala reclamando.

– Que aula vocês têm agora? – Rachel perguntou – Eu vou para Adivinhação.

– Deixe-me ver... – Lupe consultou seu horário – Eu também.

– Não sabia que tinha se inscrito para essa matéria. – Astrid franziu a testa. – Você odiava nossa professora de Adivinhação na A.M.B.

– A professora, amiga minha, mas não a matéria. É até interessante. – Lupe disse.

– Mas você era horrível na matéria.

– Eu sou uma pessoa muito persistente, Astrid. Adoro conhecimento e essas coisas...

Astrid ergueu a sobrencelha.

– Adora é?

– É! – Lupe abriu um sorriso amarelo – Bolas de cristal, xícaras e tudo o mais...

– Vou fingir que não sei que você vai fazer a matéria por causa de algum garoto. – Trid disse inocentemente.

– Eu? Que petulância a sua! – Lupe fingiu estar ofendida – Eu não faço isso...

– Você nem sabe o que significa petulância!

– Não deboche de mim, Astrid Black. – Guadalupe colocou a mão na cintura.

– Está certo... – Astrid riu – Eu tenho um tempo livre agora, vou dar uma volta. Onde está Belle?

– Nem se preocupe com ela. Some assim sempre. – Rachel disse – Vamos logo, Lupe. Até mais, Trid.

Astrid se despediu das duas amigas. Esperou que elas sumissem do corredor para que começasse a andar na direção contrária: Ela precisava encontrar a biblioteca. Mas o castelo era gigante.... Perderia seu horário livre inteiro só para achar onde ficava a maldita sala cheia de livros.

Tentou espantar a preguiça o máximo que pôde e decidiu que perguntaria para o primeiro fantasma que encontrasse. Ela precisava saber mais sobre Potens Summi. A curiosidade a estava matando desde que tivera aquele sonho esquisito.

Perdida em seus pensamentos, levou um susto quando alguém cutucou seu ombro. Virou-se e se deparou com Harry sorrindo timidamente para ela.

– Tudo bem, Trid? Você parece meio... Desorientada.

– Oi, Harry. Eu só estou um pouco perdida. – Astrid fez uma expressão confusa – Você sabe onde fica a biblioteca?

– Se quiser, posso te levar até lá. – o moreno disse.

– Você não tem aula agora?

– Tenho Adivinhação, mas eu realmente não estou no pique para ler pontinhos em xícaras de chá. Rony muito menos, ele acabou de ir para a cozinha comer alguma coisa. – Harry disse desanimadamente, Trid riu – Posso te acompanhar, se não houver problema, é claro.

– Nenhum. – Astrid abriu um sorriso animado – Estava querendo companhia mesmo.

Harry guiou-a para o local em poucos minutos. Trid arregalou os olhos ao ver a grandeza da biblioteca de Hogwarts. Ela devia conter dezenas de milhares de livros, milhares de prateleiras e centenas de corredores estreitos. Passou por uma senhora de cabelos acinzentados e olhos verdes, que a olhou com uma expressão severa.

– Essa é a bibliotecária, Madame Pince. – Harry sussurrou para Trid – Não faça barulho e ela não grita loucamente com você.

– Vou me lembrar disso. – Trid sussurrou de volta.

– O que a senhorita procura? – Harry perguntou.

Trid olhou para os lados, insegura. Puxou o moreno para um corredor vazio e disse em tom baixo:

– É uma longa história, mas eu procuro por um termo chamado... Potens Summi. Já ouviu falar?

Harry franziu a testa.

– Nunca. Você devia perguntar a Hermione, ela lê todo o tipo de coisa.

– Bom, não custa nada procurar, não é?

– Sobre o que fala o livro? – perguntou Harry - Precisamos começar por alguma seção.

– Esse é o problema... Eu não faço ideia do que se trata.

– Então vai ser meio difícil de procurar. – o moreno fez uma expressão confusa – Mas por que quer saber o que significa?

Astrid abriu a boca para falar, mas hesitou. Será que devia contar a Harry? Ou contar a alguém? Contemplou o garoto com uma expressão pensativa: observou toda a sua fisionomia, como um aparelho de raio-X. Ele tinha cabelos pretos bagunçados no topo da cabeça e a famosa cicatriz avermelhada em forma de raio em sua testa. Pensou em como devia ser ruim ostentar aquele símbolo todos os dias, como um lembrete do acidente em que perdera os pais. Analisou seus brilhantes olhos verdes com extrema atenção. Eles eram valentes, gentis e doces. Um par de olhos que transmitiam muitas qualidades.

Ao voltar de seus devaneios, Harry a encarava também, extremamente envergonhado.

– Desculpe interromper seu momento de admiração a minha pessoa, mas... Você pode me responder?

Trid riu, sem graça. Sentiu as bochechas queimarem.

– Foi mal, Harry. Eu estava só... Ah, deixa pra lá. – Sentou-se em uma cadeira e puxou uma para Harry – É melhor se sentar, é uma longa história.

E então Trid contou tudo sobre seu sonho: A sala cheia de esferas, o garoto estranho e o momento em que o termo desconhecido fora proferido. Ao fim do relato, Harry franziu a testa.

– Você não conhecia o garoto?

– Não. Não conhecia nada no sonho. E eu só tenho pensado nisso. – Astrid fechou os olhos e massageou as têmporas.

– Eu também tenho sonhos estranhos... O tempo inteiro.

Harry descreveu um dos sonhos perturbadores que se passou em um corredor escuro no Ministério da Magia. No meio do relato, Trid sentiu algo estranho, como se o local lhe fosse familiar. Decidiu omitir aquilo, até que soubesse o bastante para dizer algo.

– Podíamos perguntar para Madame Pince. – disse Harry.

Os dois foram até a mesa da bibliotecária. A mulher fechou o livro que segurava e soltou um pigarro.

– Pois não?

– Queria saber onde posso encontrar um livro sobre Potens Summi. – Astrid disse amigavelmente.

Madame Pince se engasgou.

– O que a senhorita disse?

– Potens Summi. Você teria...?

– Isso é conteúdo da seção restrita. – Madame Pince olhou para os lados, inquieta – Sem mais.

– E não podemos entrar lá? – perguntou Trid, com uma expressão desapontada.

– Ora, é claro que não. O que significa a palavra “restrita” para a senhorita? Ah, Merlin... O que os dois jovens querem com um livro desses? – Harry abriu a boca para falar, contudo, Pince o interrompeu, visivelmente perturbada – Esqueçam. Por favor, vão para suas aulas. Irei fechar a biblioteca para almoço.

– Mas a senhora só fecha às oito da noite...

– Silêncio, Potter. Por favor, vão para a aula. – Madame Pince disse, cerrando os dentes – E peço que não perguntem mais sobre esse assunto. Tenham um bom dia.

Os dois se entreolharam com uma expressão confusa. Saíram da biblioteca o mais rápido possível. Andaram em silêncio até estarem longe o bastante para que não fossem ouvidos por Madame Pince.

– Isso foi estranho. – Harry comentou.

– Muito. – Trid concordou – Mas eu não estou pronta para desistir. Isso só me deixou mais curiosa.

– Parece que vamos ter que fazer uma visita à seção restrita depois das oito. – Harry disse – Vamos precisar da capa.

Astrid olhou para o moreno, que lançou lhe um olhar significativo. Ela não pôde deixar de sorrir e abraçar o garoto, agradecendo-o. Enquanto os dois andavam em direção ao Grande Salão, pensou com animação que havia acabado de arranjar um aliado para repartir informações e segredos, alguém em quem podia confiar. Não era nada demais visitar a biblioteca escondido, ela sabia, mas todo aquele assunto era muito intrigante para Astrid. Ela não admitiria para ninguém, mas sentia medo do que poderia vir a descobrir. Aliviou-se ao saber que teria alguém junto dela, por livre e espontânea vontade, para ler páginas e páginas mofadas de livros antigos. “Harry Potter é um tanto interessante”, pensou com um sorriso.

Eles iriam descobrir que raios é uma Potens Summi. Ah, se iriam.


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Notas finais do capítulo

E então? TridxDraco ou TridxHarry?