Deixei o relatório sobre a Seleção Natural de Darwin em cima da mesa pra professora Shizune. Sai rápido da sala, pois estava com medo de Sasori vim atrás de mim. A forma como ele me olhava, me causava arrepios, mas não de prazer, mas sim de medo.

Atravessei rapidamente os corredores, olhando para trás de vez em quando, para me certificar que ele não viria atrás de mim. Quando cheguei na rua, suspirei de alivio, pois tinha escapado de Sasori. Quando estou prestes a atravessar a rua, sinto mãos fortes segurando meus ombros.

_ Ai está você.

Merda!

Sasori me dá lança um sorriso caloroso, caloroso até demais. Meu corpo estremece com seu toque e um arrepio nada agradável corre pela minha espinha.

_ Sa.. Sasori – digo gaguejando. Droga, mantenha a calma – pensei que já tinha ido embora.

_ Estava esperando você. Quer ir tomar um café? – diz com simpatia, mas quando olho em seus olhos, vejo uma sombra passar por eles, e algo me diz que não seria bom ir tomar esse café.

_ Na verdade, hoje eu não posso. – Nunca vou tomar café com você Sasori.

_ Vamos Sakura – chan, é só um café. – sua mão se fecha mais em torno do meu ombro.

Sakura – chan? Quando ficamos tão íntimos? Meu inconsciente abaixa os óculos meia lua e me encara aflito. Olho em volta e vejo que a poucas pessoas, realmente poucas pessoas na rua.

Da o fora da daí Sakura

_ Sasori, realmente hoje eu não posso – digo com toda a calma que pude, desvencilhando- me de sua mão em meu obro.

Ele me olha, com o olhar duro mas eu o ignoro e lhe dou um sorriso casto.

_ Tudo bem então, até amanhã Sakura – chan.

_ Até. – dou um aceno com a mão e caminho em direção ao ponto de ônibus, deixando Sasori parado na calçada.

Caminho apressadamente e quase caio na tentação de olhar para trás. Meu coração está tão acelerado que sinto que ele vai sair pela boca a qualquer momento. Dobro a esquina e me encosto na parede de um prédio.

_ Nossa, essa foi por pouco. – sussurro. Coloco a mão no peito e respiro fundo, preciso me acalmar.

Olho em volta e vejo que as pessoas começam a encerrar seu expediente, ansiosas para chegar em casa. Me recomponho e decido ir embora andando, aproveitar tarde de sexta-feira. O sol finalmente decidiu aparecer, e recebo seu calor de bom grado. Apesar de estarmos no verão, o clima frio e cinzento predomina. Tiro meu jaleco e o guardo, e deixo o sol aquecer minha pele, quem sabe essa palidez desaparece? Estou torcendo por isso.

Me aproximo do meu prédio e vejo pais indo passear com seus filhos, levando seus bichinhos de estimação para brincar. Lucas abre o portão para mim assim que me vê chegando. Ele é o novo porteiro, chegou a um mês, pois o senhor Rodrigues conseguiu sua tão sonhada aposentadoria e decidiu viajar pelo mundo. Ele vai fazer muita falta, mas pela simpatia e carisma de Lucas, a saudade do senhor Rodrigues não vai ser tão dolorosa.

Subo as escadas divagar, pois a caminhada da faculdade até aqui foi bastante cansativa, mas em compensação, pude aproveitar a rara tarde de sol e ficar com um ar saudável. Chego ao meu andar e minha boca fica seca. Será que Sasuke está em casa? Meu inconsciente me encara com uma expressão séria, por que estou pensando se Sasuke está em casa? Ai meu Deus, eu não posso me apaixonar agora, tenho que me concentrar na faculdade. Apago os pensamentos sobre Sasuke e entro em casa.

Depois de um banho mega relaxante, ouço os recados da minha secretaria eletrônica. A um de Ino.

“Oi gata, aqui vou dar uma festa amanhã à noite na Domínius House e sua presença é FUNDAMENTAL, que você aqui amanhã okay?

A não, uma festa. Meus planos de ficar em casa sábado, vendo tv e tomando chá se foram.

E, já tava esquecendo, vou ai arrumar você. Noite das garotas uhuhuhu”

Como? Vim me aprontar? A não Yamaka, eu posso fazer isso sozinha.

Pego o telefone e ligo para ela. Eu mesma posso me arrumar, meu inconsciente abaixa o óculos de meia lua e me olha com ironia, Não, você não sabe Haruno, não quando se trata das festa de Ino Yamaka.

Ignoro –o e clico em chamar, ela atende na terceira chamada.

_ Oiiii gata, a que devo a honra? – atende brincalhona.

_ Oi Ino, nossa que saudades. – digo sincera, nossa estou morrendo de saudades das minhas amigas. Faz um tempinho que não nós vemos, mas por causa da faculdade, não temos mais muito tempo livre.

_ Você virá na festa ne? Você sabe que sua presença aqui é FUNDAMENTAL. – ela fala, frisando o fundamental.

Reviro os olhos e contenho uma risada.

_ Claro Ino, vou estar ai.

_ Que ótimo, pois já está tudo preparado. A desse ano vai bombar. – diz ela dando um gritinho, e posso jurar que ela está pulando de expectativa.

_ Com certeza. Ino, não precisa vim aqui me “produzir”, eu consigo sozinha.

_ Não, nem pense em se arrumar sozinha. – Ela ficou zangada.

_ Ino, sério, não precisa. – digo suplicante.

_ Haruno Sakura, eu vou produzir você e não se fala mais nisso.

Não vou discutir, quando Ino Yamaka diz uma coisa, é lei.

_ Tudo bem então, te vejo as 4 horas?

_ Sim, as 4. Como nos velhos tempos. – fala com ternura.

_ Vejo você amanhã.

_ Até amanhã.

Coloco o telefone no lugar e vou olhar meu guarda roupa. Tenho que ter algo descente para vestir, pois as festas de Ino são as mais badaladas de toda a cidade. As pessoas reservam ingressos pelo menos 7 meses antes da festa. E a cada ano, ela se supera. Às vezes me questiono o por que dela fazer paisagismo sendo que ela manda muito bem, mas muito bem mesmo em produzir festas.

Caio sentada na cama, não tenho nada para vestir. Meu couro cabeludo coça, se Ino ver meu guarda roupa, ela vai surtar, e não é de surpresa, mas sim de pânico. Não tenho nenhum vestido bonito, então terei que improvisar, vou montar um look top. Depois de horas pensando em que look montar, escolho um “sexy comportada”. Abro as gavetas e encontro uma camiseta branca, que eu usei pouquíssimas vezes. Coloco-a em cima da cama e vou em busca da segunda peça. Vasculho os cabides e nada, abro outras gavetas e encontro um short preto de paetês que nunca usei. Vai servir. Coloco ele junto a blusa branca, agora só falta os sapatos. Pego minha bota preta de camurça cano curto omoplata e coloco junto com as outras roupas. Ficou lindo. Meu inconsciente aprova com um aceno de cabeça e um sorriso provocante.

_ Ufa – suspiro aliviada, agora é só esperar pelo furacão Yamaka.

Pov. Sasuke

Depois da reunião, decido tomar um café em minha sala. Estou sentado na minha mesa observando as fotos do nosso suposto assassino e me pego observando um ser rosado no fundo das fotos. Tão graciosa. Sentada no ponto de ônibus com o jaleco branco, a blusa um pouco apertada nos seios, calça justa. Me lembro de quando nós vimos, quando estava chegando em casa e ela saindo, sua reação quando me viu, a respiração saindo entrecortada. Me lembro de quando a cumprimentei, e o rubor, há... aquele rubor tomando conta do seu rosto, ela pisca nervosa e me cumprimenta gaguejando. Depois olha para as mãos e morde a boca. Meu pau reage com um espasmo.

Porra, quantos anos eu tenho, quatorze? A reação do meu corpo é irritante. Controle – se Uchiha, ela é só uma garota.

Coloco as fotos dentro do envelope e tomo meu café, determinado a esquecer esse pensamento que acabei de ter. Começo a fazer o relatório que Kakashi pediu, assim vou manter minha mente longe da Haruno. Mas por alguma razão, eu não consigo.

_ Que porra. – digo irritado, não estou conseguindo me concentrar no trabalho.

Uma batida na porta me distrai da minha irritação e Naruto entra na sala.

_ E ai Sasuke – diz se sentando na cadeira a minha frente. Ele me observa por alguns segundos. – Estou atrapalhando alguma coisa?

Merda, controle-se Uchiha.

_ Não, só estava fazendo o relatório pro Kakashi. – pego os papeis e os coloco num canto da mesa. – Aconteceu alguma coisa?

_ Não cara, vim te fazer um convite.

Um convite? Olho para Naruto e ele está com aquela cara de “Você não sabe o que te aguarda”.

_ Um convite? – indago.

_ É cara, e você não vai se arrepender. – diz cruzando as pernas e as colocando sobre a minha mesa.

O fuzilo com o olhar, detesto que coloquem os pés na minha mesa. Ele fingiu não ver e continuou falando:

_ Sabe Ino Yamaka? – começa.

_ Sim, a herdeira das industrias Yamaka, o que tem?

_ Todo ano ela dá uma superfesta, e a desse ano é amanhã. – ele me lança um olhar enviesado.

Festa? Amanhã? Não estou muito no clima de festas.

_ E daí? – digo desinteressado

_ Como e ai caralho? Nós vamos nessa festa.

_ Não, você vai nessa festa. Eu tenho que trabalhar.

Naruto olha para mim como se eu tivesse recusado trepar com uma supermodelo.

_ Sasuke, você vai nessa festa, já até coloquei nossos nomes na lista. – diz com um sorriso petulante.

_ Lista? Desde quando você conhece a Yamaka?

Ele olha para mim e me dá um sorriso malicioso, seus olhos azuis brilham como se ele tivesse lembrado de algo, algo prazeroso.

Que porra!

_ Não me diga que – olho pasmo para ele e seu sorriso aumenta anda mais – você é um filho da puta Naruto.

_ Eu sei Uchiha, eu sei. – sorri ladino – E nós vamos a essa festa.

_ Konan vai também? – lanço um olhar para ele.

_ Não, nós não estamos mais ficando. – balbucia.

Isso é novidade.

_ Não aguentou ficar com uma só? – instigo.

_ Cara, sou do tipo ame-as e deixe-as. Você sabe disso. Nada de compromissos. Depois que soube que eu era um AMBU, ela começou a ter ideias malucas. – ele me olha enviesado – faz bem em guardar seu pau.

_ Acho que essa conversa não é sobre meu pau, e sim sobre o seu.

Naruto dá uma risadinha.

_ Meu pau já descansou demais, preciso me divertir sem roupas. – diz se levantando. – mas acho que você não sabe o que é isso.

Que porra é essa?

_ Como? – lanço um olhar gélido.

_ É cara, desde Karin, você não sabe mais o que é a verdadeira “diversão”.

Ele tinha que tocar nesse assunto. Desde que descobri que minha namorada me traia com meu irmão, eu nunca mais tive outra. Passei um inferno por causa disso e desde então, não tive outro relacionamento, sei lá, penso que pode acontecer de novo.

Quer saber, que se foda.

Eu vou nessa festa, Naruto me convenceu. Passo a mão pelo cabelo e pergunto:

_ A que horas é essa festa?