Anjo da Salvação escrita por Ayka Uchiha


Capítulo 13
Capitulo 13 - Guardião


Notas iniciais do capítulo

Oii amados...
Como programado, mais um cap.
Boa leitura e nos vemos nas notas finais.



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Entro na sala e fecho a porta devagar. Sakura não notou minha presença e continua a fitar o horizonte através da parede de vidro. Fico olhando a garota a minha frente. Como alguém pode querer machucar um anjo desses?

Hesitante, caminho sem fazer barulho para perto dela. Seu perfume de flores invade minha sala, fecho os olhos e inspiro a doce fragrância e tenho uma sensação que a muito tinha esquecido, é como se eu estivesse em casa. Sorrio com essa lembrança.

— Bonita vista. – digo.

Sakura se virá para mim, o rosto sem cor, os olhos opacos.

— Muito bonita. – murmura.

Coloco as mãos nos bolsos da calça. Tenho que contar a ela que serei seu guardião e que a agora ela ficará comigo 24h por dia. Abro a boca para falar, mas minha voz some. Cara, por que é tão difícil? É só dizer que agora ela ficará presa a você.

Limpo a garganta e começo

— Sakura, se lembra quando eu sai com Kakashi e Naruto.

Ela balança a cabeça.

— Nós fizemos uma reunião para decidir como você ficaria daqui pra frente.

— Como eu ficaria? – indaga com o cenho franzido.

— Sim. Nós decidimos que seria mais prudente se alguém tomasse conta de você.

— Eu não sou um bebe para ninguém tomar conta, eu me viro sozinha. – sua voz sai fria. O que aconteceu com a garota doce de minutos atrás?

— Consegue mesmo? – falo com sarcasmo apontando para os ferimentos em seu corpo.

Ela abaixa o olhar e seu rosto fica rubro. Parece estar pensando. Céus, como eu daria tudo para saber o que ela está pensando.

— Desculpe. – murmura.

— Você vai ficar numa casa afastada da cidade com seu guardião.

— Eu não posso, e minha faculdade?

— Não se preocupe, Kakashi cuidará disso.

— Mas por que não posso ficar na minha casa?

Caralho, como é questionadora. Seria bem mais fácil se ela parasse de fazer perguntas.

— Porque ela está praticamente destruída e Sasori colocaria as mãos em você de novo.

Vejo uma sombra passando por seus olhos esmeraldinos. Seu olhar escurece e seu corpo treme levemente. Com força, aperta a manta. Fico preocupado.

— Destruída? – fala num emendo de voz.

— Eu sinto muito. – sussurro me aproximando do ser rosado. Seguro seus ombros e a abraço.

— Eu sinto muito – digo mais uma vez. Levo as mãos até seus cabelos róseos e o afago com carinho. Sua respiração fica pesada e seus ombros tremem. Merda ela está chorando.

— Ei – seguro seu queixo e a faço olhar para mim. Seu rosto está molhado e lagrimas caem de seus olhos. Com o polegar, limpo seco suas lagrimas. A raiva toma conta de mim quando olho nos seus olhos e vejo o pânico. Maldito Sasori, eu vou pega – ló, custe o quer custar eu vou pegar aquele miserável.

— Não chore mais, eu vou proteger você. – minha voz sai rouca.

— Você?

— Sou seu guardião anjo.

Ao ouvir, seus olhos brilham. Não sei por que mais fico contente por isso. Ela está tão próxima que eu podia beijar sua boca esperta, toma-la para mim.

Controle –se Uchiha, você será o guardião dela.

— Iremos partir agora. – digo indo em direção a minha mesa. Me castigo mentalmente por pensar essas coisas. Concentre – se, concentre – se e você ficará bem Sasuke, concentre –se.

— Agora? – exclama confusa.

— Sim, algum problema?

— É que – ela aperta a manta e seu rosto enrubesce, isso sempre acontece quando está nervosa e tímida.

— É que... – incentivo a continuar.

Ela toma folego, com certeza criando coragem, passa as mãos no cabelo róseo e faz uma expressão séria. Seguro o riso, nunca vi cena mais engraçada na minha vida.

— Eu não tenho nada para vestir. Não trouxe nenhuma mala.

É só isso? Tudo aquilo só por roupas. Olho incrédulo para ela, que fita o chão com o rosto vermelho. Tão linda e inocente como uma criança.

— Podemos ir na minha casa buscar? – pergunta esperançosa, os olhos brilhando tornando o tom verde mais intenso, único.

Como vou dizer que Sasori rasgou suas roupas? Que no apartamento não restou nada além das paredes em pé? Droga. Sakura me encara, ainda com o olhar esperançoso. Me perco na imensidão verde em seu olhar, sinto – me ser penetrado cada vez mais fundo, me sinto exposto. É como se ela visse todos os meus medos, traumas, temores e isso me apavora. O controle foge de minhas mãos.

Não, não, não. Grita meu inconsciente.

— Não podemos. – digo saindo do torpor.

Sua expressão fica confusa e nervosa, morde o lábio inferior. Meu pau reagi com um espasmo. Caralho, que porra é essa?

— Não? – questiona.

— Não podemos voltar, pois seu apartamento agora é uma evidencia. O departamento de criminalística está trabalhando, procurando qualquer pista que nos leve ao paradeiro de Sasori. – digo.

Não pensem eu menti, apenas omiti que suas roupas estão praticamente destruídas. O departamento de criminalística está trabalhando nele. Eu não tinha o direito de trazer mais dor e sofrimento a ela.

— Então o que vou vestir?

É Sasuke, o que ela vai vestir? Bom minha mãe tem algumas peças de roupa e acho que ela não se importaria em emprestar algumas a ela. Uma imagem de Sakura vestindo as roupas de minha mãe me vem à mente e rapidamente as descarto. Que horror.

— Depois vemos isso. – digo exasperado, ainda com a imagem de Sakura com as roupas de minha mãe. Apanho as chaves do carro e uma mochila com meus pertences que pedi para Naruto buscar em meu apartamento. – Vamos.

Sakura olha para mim antes de sair. Abro a porta para que ela passe e depois saio da sala. Os ANBUS que ainda estão no departamento olham para nós com um misto de curiosidade e incredulidade. Como são irritantes, me olham assim por que nunca me viram com uma garota antes. Ridículos.

Ao chegarmos perto do elevador, Naruto está a nossa espera.

— Vou acompanhar vocês até a toca. – diz chamando o elevador.

Sakura franze o cenho e olha para mim. Olho dela para Naruto e digo, erguendo uma sobrancelha.

— Toca?

— É cara. – diz sorrindo maroto.

O elevador chega e nós entramos. Que diabos é Toca?

— Naruto, o que significa Toca? – digo pensando em todas as possibilidades possíveis para o que Naruto acabou de dizer.

— Teme, a casa para onde vocês vão. – diz como se fosse obvio.

Sakura ri da cara que Naruto fez. Um estalo, é isso que sinto ao ouvir minha amada casa ser chamada de toca. Se um olhar matasse, Naruto estava morto agora. Quem deu esse direito de chamar minha preciosa de toca? Caros leitores, saibam de uma coisa sobre mim: Sou extremamente ciumento do que é meu e do que pode ser meu, então se eu não der liberdade, não brinquem com minhas coisas.

— Credo Teme, desfaz essa carranca, está me assustando droga. – ele quase grita. – Chegamos.

E como uma criança, sai do elevador e vai em direção ao meu Jeep Gran Cheroki 4x4 preto, pois para onde vamos, um 4x4 é melhor. Assim que saímos do elevador, o vento gelado da madrugada bate em nossos rostos, olho para Sakura e vejo que ela está enrolada na manta, ainda bem. Ela caminha com dificuldade e suspeito que é a culpa seja das faixas que Tsunade enrolou a perna dela.

— Precisa de ajuda?

— Não obrigada, estou bem. – responde amável.

Naruto conversa com 3 ANBUS perto de um outro carro preto. Ao nos aproximarmos, Naruto me apresenta os 3 rapazes.

— Sasuke, esses aqui são equipe de apoio. O próprio Kakashi os recomendou. São de extrema confiança.

— Olá, sou Shino o líder da equipe e esses são Deidara e Nagato. É um prazer conhece – ló senhor Uchiha.

— O prazer é meu. – digo educado.

O líder da equipe é discreto, um pouco mais baixo que eu e usa um sobretudo verde musgo que esconde metade do seu rosto. Um óculos esconde seus olhos, o que impossibilita eu tentar descobrir qualquer coisa sobre ele. Nagato é calado e é tão branco quanto eu, seus cabelos são vermelhos vivos, como sangue. Ele é mais alto que Shino. Já Deidara tem uma expressão marota no rosto, me parece ser o mais impulsivo do grupo. Assim como Naruto, seus cabelos são loiros, mas em vez de serem curtos, são compridos onde um pouco é presa num rabo de cavalo. Ele olha fixamente para Sakura, me irritando.

— Sasuke, nós vamos atrás do pelotão, tudo bem? – Naruto pergunta, mas assim que vê minha expressão, ele fica tenso.

— Algum problema? – digo ríspido para o tal Deidara, que não desvia um segundo sequer os olhos de Sakura.

— Nenhum senhor. – diz com a cara mais lavada do mundo. Ele olha para mim, com um sorrisinho cínico nos lábios. A vontade que eu tenho é de quebrar a cara desse cara.

— Ótimo, podemos ir? – minha voz sai autoritária. Esse cara conseguiu me tirar do sério.

— Quando quiser senhor. – diz Shino indo em direção ao outro 4x4.

Abro a porta traseira para Sakura entrar. Com um pouco de dificuldade, ela entra e se senta, rapidamente coloco o cinto de segurança nela. Olho em volta, e a não ser por nós, a garagem está deserta. Entro no carro e Naruto já está sentado no banco ao meu lado. Giro as chaves e assim que o outro 4x4 deixa a garagem, eu o sigo. As ruas estão vazias e o vento gélido do outono faz balançar as folhas das arvores, é uma madrugada fria. Pelo retrovisor vejo Sakura, adormecida.

— Sasuke, como se sente em relação a isso. – Naruto quebra o silencio, tocando novamente no assunto.

— Não sei. – digo olhando para a estrada.

— Sabe que pode conversar comigo não sabe.

— Sei, e estamos conversando.

— Você sabe o que eu quis dizer. – sua voz sai baixa.

Olho para ele e sei o que ele quer dizer. Não quero falar sobre isso, ele sabe o quanto sofri e ainda sofro. Fixo o olhar na estrada, minhas mãos tremem e aperto o volante com mais força.

Controle Sasuke, mantenha o controle.

— Não. – minha voz sai rouca.

— Sasuke, uma hora ou outra você vai ter que superar. – sua voz é gentil.

Superar? Como você ficaria se encontrasse sua namorada, até então o grande amor da sua vida, na cama com seu irmão? Na mesma cama onde nos amávamos intensamente, loucamente, trocando juras de amor. Como superar a traição por parte de meu irmão? Eu o idolatrava, fazia de tudo para agradar, ser como ele. Itachi era meu ídolo, meu melhor amigo, era meu irmão.

— Eu não consigo Naruto, simplesmente não consigo. – murmuro.

— Não posso imaginar o tamanho da sua dor, mas Sasuke, eu posso dividir com você, somos amigos.

— Eu sei, mas é difícil pra mim Dobe, mesmo passado 2 anos. Pra mim é como se fosse ontem.

— Me deixe ajudar.

Olho pelo retrovisor e vejo que Sakura ainda está dormindo. Seus cílios tremem fracamente e sua respiração é lenta, suave. Naruto disse para dar uma chance, e eu quero dar essa chance, mas o medo de reviver aquela dor é mais forte que minha vontade, é mais forte do que eu.

— Você acha que ela pode me salvar? – pergunto.

— Só se você deixar. – murmura.

Será que o amor de Sakura pode me curar, me salvar de todo esse sofrimento, essa dor. Sinceramente, eu não sei. Meu coração é da escuridão, eu sou da escuridão. Deixei de amar a muito tempo.

— E se acontecer de novo?

— Não vai acontecer de novo.

Não? Como tem certeza?

— Como sabe?

— Ela é diferente Sasuke.

Ela é diferente. As palavras de Naruto me ecoam pela minha cabeça. Como ele pode saber que ela é diferente? No fundo são todas iguais, são como vampiras. Só querem se aproveitar, tirar o que você tem de melhor e quando conseguem, te descartam como se fosse algo insignificante. Olho mais uma vez para Sakura, pelo retrovisor. Tão linda, tão serena. Me pego imaginando se ela seria como as outras, como Karin. Aquele sentimento surge dentro de mim novamente, como uma flor querendo desabrochar e eu sinto, Sakura não é como as outras. Mas eu posso confiar nesse estranho sentimento? E com esse pensamento, o medo surge, e faz com que a escuridão impere dentro de mim. Como garras, ela se arrasta por meu corpo e cobre meu pescoço e devagar, começa a aperta. Está me estrangulando. Não consigo respirar, o ar tão precioso foge do meu corpo, me deixando sozinho no abismo. O controle aos poucos se esvai como areia escorrendo por entre os dedos.

Não, não, não. Eu tenho que me curar.

— Como eu me curo Naruto? – minha voz sai rouca.

Sinto o sorriso de Naruto enquanto aperta meu ombro com carinho. Olho para ele e seu olhar é reconfortante, sorrio com isso.

— Dando uma chance ao seu coração.

POV SAKURA

Acordei com o carro parando. Abri os olhos e tudo que vi foi um breu e no instante seguinte, minha porta foi aberta. Sasuke estava do lado de fora, me estendendo a mão para que eu saísse do carro. Segurei firme a manta e desci, sendo recebida pelo vento gelado da madrugada. No carro da frente, os homens que se apresentaram ainda na garagem do departamento estão a postos com as armas em punho.

— Como está? – pergunta Sasuke, com a voz gentil.

— Bem. – dou um sorriso amarelo.

Ele sorri, mas o sorriso não chega aos seus olhos. Ele vai em direção ao batalhão a nossa frente e me deixa com Naruto.

— Está frio não. – diz esfregando as mãos.

— Bastante. – digo me enrolando mais na manta.

Observo Sasuke conversando com os ANBUS ao longe. Ele será meu guardião agora e eu estarei presa a ele. Sorrio com a ideia. Sasuke é digamos, diferente dos outros garotos. Bonito, muito bonito, gentil e misterioso.

— Sasuke contou que será seu guardião? – Naruto pergunta como quem não quer nada.

Franzo o cenho. Do que será que Naruto e Sasuke conversaram? Olho para o loiro e sua expressão é serena, normal. Mas seu olhar, a seu olhar é zombeteiro, como o olhar de alguém que esconde um segredo sobre você. Minha vontade é de bombardear- ló com perguntas.

— Sim. – murmuro. Ele está jogando comigo e o único modo de ter minhas respostas é entrar no jogo dele.

— Vocês vão se dar bem, ele é uma pessoa maravilhosa.

— Não duvido.

Ele dá um sorriso de canto, satisfeito com minha resposta, acho. Olho para ele e mesmo no escuro, vejo um brilho diferente em seu olhar.

— Só tenha paciência, ele é temperamental. – diz olhando para Sasuke.

Temperamental? Sasuke? Ergo uma sobrancelha e olho confusa para Naruto. Sasuke não parece nem um pouco temperamental. Vendo minha confusão, Naruto tenta explicar.

— Como eu posso dizer, em alguns momentos ele pode ser muito aberto, sorridente. – sua voz sai baixa, como se fosse um cochicho. – E em outras, ele se fecha e simplesmente não conversa, não fala nada, fica frio. Entende?

Balanço a cabeça afirmando. Comigo ele sempre foi tão comunicativo, aberto. Me pego pensando se essas mudanças bruscas de personalidade não são causas de algum trauma do passado.

— Naruto – chamo, tendo a completa atenção do loiro para mim – esse temperamento não vem de, sei lá, algum trauma do passado? Digo, de algo que aconteceu e o marcou de alguma forma.

Ao ouvir, o semblante de Naruto se fecha e seus olhos azuis escurecem. Ele abre a boca para falar algo, mas a voz não sai. Meu pensamento estava certo, aconteceu algo com Sasuke e pelo jeito que Naruto ficou, foi sério.

— Sakura – chan, eu posso falar desse assunto por que eu prometi que nunca falaria disso para ninguém.

Observo Sasuke conversa com os ANBUS ao longe. Que tipo de trauma ele pode ter sofrido? Um menino tão lindo, e doce. É até injusto isso terá acontecido com ele.

— No momento certo e se o Teme confiar em você, ele vai dizer. – diz com doçura colocando uma mecha solta do meu cabelo atrás da orelha.

No momento certo.


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Notas finais do capítulo

E ai amados, o que acharam?
Não deixem de comentar, please.
Muito obrigada pelos reviews do cap anterior, amei todos. E muito obrigada pelo carinho de vcs.
Assim, se quiserem recomendar eu icaria muitisssimo feliz... mas so se quiserem.
Obrigada por lerem e acompanharem...
Amo todos vcs amados.
Superbjuuuuuss e nós vemos nos reviews.



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