GRÉCIA, Santuário de Atena

Saori tentava processar o que estava acontecendo com sua cabeça. Aparentemente, ter viajado para o passado tinha a feito despertar algumas das memórias de suas vidas passadas e todas pareciam estar falando com ela. Então ela tentou se concentrar e não pensar nisso por enquanto. Os santos estavam nervosos com a batalha que estava por vir. Mais do que nervosos, todos temiam pela vida de Atena, pelas suas vidas e de todas as pessoas que habitam a Terra, pois sabiam que não possuíam poder suficiente para lutar contra os deuses. Após um silêncio incômodo, Seiya tenta animar a todos:

–Então, precisamos treinar bastante, não? Só temos 3 anos e não podemos perder tempo. -ele parecia ser o mais confiante entre todos os presentes que estavam nos jardins do santuário, pois confiava plenamente nas palavras de Saori. Contudo, ele não sabia que a própria Saori estava questionando sua decisão.

–Seiya tem razão, não temos tempo a perder! -disse Shiryu, que parecia calmo- Mas não sei como vamos conseguir treinar para chegar ao nível dos deuses. Mal controlamos do 7º sentido e só despertamos o 8º recentemente.

–Concordo com o Shiryu, segundo as lendas sobre os tempos mitológicos, existiram homens capazes de despertar o 9º sentido ou a Grande Vontade e, por tanto, se tornaram deuses. -falou Hyoga, mostrando, como sempre, seu extenso conhecimento sobre a mitologia.

–Se os deuses já foram homens como nós, então nós podemos despertar o 8º sentido!- disse Seiya, retomando seu ânimo.

–Mas Seiya, como vamos despertar o 9º sentido se nem controlamos os 7º e o 8º totalmente? -Shun se expressava com insegurança.

–Nós daremos um jeito, Shun, nós precisamos proteger a Terra e a Saori! -Seiya falava como se estivesse tentando mais se convencer do que convencer ao outro.

–E eu sei quem irá treiná-los -falava Saori em com seriedade, ela já havia se concentrado e pensado em como iria fazer para que os seus queridos santos pelo menos tocassem o 9º sentido e conseguissem ter uma chance de derrotar os deuses.- Serão os santos de ouro!

–Mas Saori, você está abatida, com a ultima batalha, mesmo com seu cosmo... -falou Hyoga, preocupado.

–Cisne, se esquecesses que sou Atena?... Me perdoe, Hyoga, não sei o que deu em mim. Mas, sim, serão os santos dourados que irão treiná-los.

–Mas como isso é possível? Eles estão mortos... -falou Shun, com desânimo.

–Andrômeda... Quer dizer, Shun, depois da morte de Hades e dos deuses gêmeos, as almas não tem mais ninguém que as impeça de virem ao mundo real. Apesar disso, nem mesmo aqueles que despertaram o 8º sentido, como os santos de ouro, podem voltar sozinhos, pois eles não possuem mais um corpo físico, são apenas almas... -Saori parou por um momento, realmente tinha algo ou alguém querendo falar com ela, mas ela conseguiu se conter- Por ser a reencarnação de Atena dessa era, eu posso usar meu cosmo para trazer as almas dos santos de ouro de volta a vida por um tempo reduzido, já que eles, como você disse, Shun, estão mortos e os mortos devem repousar, principalmente meus queridos santos que lutaram por mim.

–Saori... Tem certeza que não quer ajuda, uma água... -o afeto que Seiya tinha pela moça era inegável.

–Não! Quer dizer, não precisa, Seiya, eu irei para o templo de Atena, lá, reviverei os 12 cavaleiros de ouro dessa era e irei repousar, acho que não estou muito bem, mas não é nada que precise de cuidados a mais, só estou cansada -Saori avistara uma das empregadas do santuário e a chamou- moça, qual o seu nome?

–Senhora, mil perdões! -disse a moça se ajoelhando para Saori- meu nome é Ágata e estou a sua disposição.

–Ágata, pode se levantar, pode me fazer companhia até o Templo de Atena?

–Será meu maior prazer, minha senhora! -disse Ágata, feliz porque, apesar de ser uma simples serviçal da casa de Áries, estava sendo designada para tal função.

Mas antes, tem algo que eu preciso fazer -disse Saori, aumentando seu cosmo de forma descomunal, a ponto que todos sentiram seu cosmo calmo, quente e divino.

Então 7 luzes douradas foram vistas em direção a casa de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Escorpião, Capricórnio e Peixes. Porém, apenas na primeira casa em que uma luz prateada e fantasmagórica foi vista e, quando ambas as luzes, a dourada e a prateada, se encontraram, houve um brilho intenso na casa de Áries e dela, indo em direção aos jardins da entrada do santuário, veio vindo uma pessoa rodeada de uma luz branca intensa e de um cosmo conhecido, o de Mu de Áries. Ao chegar nos jardins, onde todos os santos de bronze ficaram atônitos e derrubavam lágrimas, assim como a própria Saori. Nesse momento, não foram necessárias palavras para que o forte sentimento de amizade que todos sentiam pelo jovem guerreiro de Jamiel fosse expresso. Mu também estava em lágrimas, mas não comentou nada também.

–Mu -disse Saori, recuperando dos choro- é muito bom te ter aqui com nós todos. Eu preciso te pedir que você examine Seiya e os outros a procura de restos das armaduras de ouro que foram enviadas aos campos Elíseos, elas podem estar no corpo deles, nem que seja apenas pó.

–Certo, rapazes, se me permitem... -disse Mu, olhando para os santos de bronze.

De repente, todos sentiram o poder de telecinese de Mu em vagando por suas peles a procura de restos das armaduras de ouro. Mu então tirou de cada um pequenas quantidades de pó dourado.

–Atena, não sei porque está me pedindo isso. Essas armaduras estão mortas e não podem ser recuperadas por nenhuma técnica que eu tenha em reparo de armaduras. -disse Mu, voltando a chorar. As almas dos seus amigos dourados não estavam presentes alí.

–Mu, não se preocupe, não é você que ressucitará as armaduras, serei eu.

Mas como... -disse Mu, que foi interrompido pelo sensível som de Saori cortando um de seus dedos com seu báculo sagrado.

Ela deixou pingar em cada um dos montes de pó flutuantes uma gota de seu sangue e então, como passe de mágica, ela não possuía mais corte algum no dedo. Então ela ordenou: "Sagradas armaduras de ouro, obedeçam ao chamado de sua deusa e renasçam nos corpos dos santos que as pertencem". A poeira dourada imediatamente partiu para o corpo de Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun e, de repente, todos estavam trajando as armaduras de ouro de Sagitário, Libra, Aquário e Virgem, todas com um design original, porém semelhante ao antigo. Contudo, a armadura de Leão não obedeceu a Atena. Então, sabiamente, a Saori pediu a Ágata uma ânfora qualquer, a qual ela trouxe imediatamente. Então, ela colocou a poeira na jarra e se direcionou a Ikki.

–Você é a fênix imortal, o único guerreiro que, desde a era mitológica teve a autorização de vestir a sagrada armadura de fênix. Por isso, você é diferente dos outros, cujo destino sempre foi se tornar santos de ouro -ela se virou para todos os outros, que estavam surpresos e não conseguiam dizer uma só palavra- descansem hoje. Precisei reviver Mu antes do que eu esperava, então, o treinamento de todos começará amanhã. Estou muito fraca, amanhã conversarei com vocês sobre tudo isso que está acontecendo. Ágata, por favor, me leve para o templo.

Então ambas saíram.

–Estou muito orgulhoso de vocês, meus amigos. Contudo, parece que as armaduras de ouro ainda não os reconheceram como mestres... -pronunciou-se Mu.

–Como assim, Mu, o que você quer dizer? -perguntou Shiryu que, dos cinco, era o único que já tinha digerido toda aquela informação.

–Observe -disse Mu.

As Armaduras de ouro de Sagitário, Libra, Aquário e Virgem saíram dos corpos dos santos e se dirigiram cada uma a sua casa zodiacal, cada uma como um raio luminoso.

OLIMPO, Templo de Zeus.

–Não acredito!! -gritou Hera, assustando suas serviçais- como ela ousa cometer mais esse crime contra os deuses! Atena pagará pelo que fez em breve, quando ela perder todos os seu amados santos -então a deusa dá uma risada maligna.

Todas as serviçais observam com medo a fúria de Hera, que não é conhecida como uma das deusas mais equilibradas entre os olimpianos. Todas elas apenas observavam a deusa rir insanamente sentada em seu trono no templo do marido, luxuoso, com mesclas de branco, marfim e dourado.