L'amour Existe Encore escrita por AhPalasAthena


Capítulo 3
Um Passado Tenebroso


Notas iniciais do capítulo

Cheeeeeeeguei agora de cabelo cacheado!! Mas quem importa com isso mulher??? Eu me importoooo kkkkkk Enfim, ainda não respondi os comentários anteriores de todas as minhas fics, mas hoje mesmo, assim que postar esse capitulo lindo, irei respondê-las com muito, muito muito gosto hehehehehehehe
Esse é um dos meus capítulos favoritos... Preparem os corações... que rufem os tamboreeeeeeeeees (e ignorem os erros ortográficos kkk) Comeceeeeee Grillows nessa lindezaaaa!



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–Mas até com talas você consegue ficar linda, sua marrenta. – Nick disse quando eu apareci no topo das escadas, prontinha, linda e cheirosa.

Sorri e fui descendo devagar. Eu estava com uma tala daquelas que cobrem desde os pés até quase no joelho e uma tala no punho. Tinha torcido o tornozelo e aberto o pulso na trombada com Gilbert, que por sinal cuidou de mim lá no hospital e quando chegamos a minha casa.

–Obrigado! Mas... Acho que estamos atrasados!

Ele riu e me ajudou a andar mais rápido enquanto eu caia na gargalhada. Assim que entramos no carro ele disse:

–Dizem que vai ter alguns desafios lá... Para TODOS que estiverem lá.

Ele frisou bem no TODOS porque sabia que eu estava incluída ali. Escorei-me no encosto do banco e fechei os olhos resmungando:

–Sabia que eu ia me ferrar...

Ele riu e eu permaneci de olhos fechados. Previa que aquela noite seria longa... Muito longa...

–Oi Cathy! Saudades. – Sara disse saindo dos braços de Warrick e vindo para perto de mim.

–E aí, tampinha? Como você está?

–Ótima. E esses machucadinhos aí? Como estão?

Sentei-me ao seu lado e falei:

–Melhorando. Logo estou novinha em folha, mas não pronta para outra, principalmente com o ogro abominável – sussurrei a ultima parte.

Ela soltou uma gargalhada e logo Nick voltou. Estava feliz por eu estar ali, ao contrário de mim que queria muito estar na minha casa fazendo qualquer outra coisa.

Com o passar das horas todas as brincadeiras começaram e até aquele momento tudo que eu e Gilbert tínhamos feito fora uma troca intensa de olhares desafiadores e mortíferos a qual até eu, pensando depois, fiquei com medo. Aqueles olhos azuis exerciam algo em mim que... Não sei bem explicar o que se trata, mas que da vontade de arrancá-los daquele rosto horrendo, ah dá! A festa estava até tolerável – era muita diversão para mim sabe – até que começaram um jogo onde se rodava uma garrafa e as pessoas escolhidas iam ter que pagar uma prenda – que era sorteada pela apresentadora do programa – e desde dançar alguma coisa até ficar num cativeiro por um determinado tempo X com outra pessoa tinha dentro daquela urna. No final eu já estava mais aliviada porque nem eu nem Nick tínhamos sido sorteados e quando a moça disse:

–Ultima rodada, hein? Boa sorte para todos.

Eu senti que aquela maldita garrafa ia parar em mim. Orei para que caísse em qualquer outro, menos em mim! Ou então que caísse em mim, mas não caísse em Gilbert... Só que, como de praxe, a garrafa – em câmera lenta para mim – parou com a boca aprontando para mim e o fundo para Gilbert. Naquele momento eu quase saí correndo, mas ninguém precisava saber que eu o odiava, não é mesmo?

–Catherine e Gilbert... Vamos ver... – a apresentadora pôs as mãos dentro da urna e logo o meu olhar se cruzou com o de Gilbert.

Ele simplesmente me olhou de cima embaixo e voltou a olhar nos meus olhos.

–E o que saiu... – a moça disse pegando o papel e não pude evitar deixar aquela pequena guerra de olhares de lado.

Quando ela leu olhou para nós dois e sorriu. Isso quer dizer... Lascou-se Catherine!

–Então... A prenda de vocês será... Gilbert terá que passar um mês na cola da Cathy o dia inteirinho gravando alguns pedaços do dia dela.

Não pude controlar meu ar de frustração sobre isso. Juro para vocês! Não deu para não por a mão no rosto e segurar as lágrimas de ódio que queriam tomar vida própria e escorrer por meu rosto borrando minha maquiagem, mas eu não daria esse gostinho para ele. MAS NÃO DARIA MESMO BABY! Depois de todas as reações exageradas de todos ali presentes fomos para um rápido – muito rápido mesmo – intervalo comercial e durante ele Nick disse:

–Desculpa amor! A culpa é minha...

–Nick... Aconteceu o que tinha que acontecer, meu amor. A culpa não é sua. Uma hora ou outra alguma coisa assim ia acontecer né? Talvez até pior.

Ele abaixou a cabeça e falou:

–Eu sei amor... Mas é que... Tem uma coisa que ainda não te contei. Ia contar quando nós chegássemos.

Olhei para ele já sentindo meu coração acelerar.

–Nick. O que...?

Ele fechou um único olho e coçando a cabeça disse:

–Amanha... Eu viajo e só volto daqui quarenta dias... Viajem de ultima hora. E

–Vamos voltar pessoal! – o diretor exclamou – No ar em três... Dois... Um...

O resto do programa para mim não existiu porque eu não conseguia prestar atenção em nada, minha cabeça entrou num mundo de preocupações que nem eu sabia que existia e no fim do programa Gilbert olhou para mim esperando que eu falasse qual o horário para ele chegar à minha casa e fui bem direta:

–Vou sair amanha às sete e meia, no máximo as oito, então, por favor... Não se atrase.

Nem esperei por uma resposta, somente virei às costas e fui para o meu carro esperar por Nick. O caminho de volta foi silencioso – não porque eu estava brava com ele, longe de mim! – porque ele já sabia que quando eu colocava musica clássica era porque eu realmente não estava para papo. Estava tensa por ter que passar trinta e um dias ao lado daquele idiota. É claro que eu ia dar um jeito de convencê-lo de faltar algumas vezes para ver as filhas e tal, mas ainda assim gente... Um mês tendo que olhar para aquela cara de pitbull todos os dias... Não é fácil. E o pior... Quarenta dias longe do Nick. Realmente eu era uma guerreira, na boa. Mereço o premio Nobel por ser tão forte assim!

Assim que chegamos a nossa casa eu fui direto para o banheiro, enchi minha banheira e fiquei ali dentro de olhos fechados aproveitando aquela bela e maravilhosa hidromassagem... Algum tempo depois senti mãos maravilhosas fazendo uma massagem em meu pé e não pude não sorrir. Ficamos em silencio e confesso que naquela noite tudo que fizemos foi namorar.

Às seis da manhã Nick se despediu de mim e eu fui para a cozinha comer algo. Fiz um suco de maracujá e tomei um copo acompanhado de umas bolachas, depois comi uma fruta e fui me arrumar. O dia ia ser longo e eu tinha tomado a decisão de que não iria ser grossa com Gilbert, ia tentar amenizar o clima pesado para que tudo corresse bem – é claro que se ele ajudasse tudo seria melhor... – e as sete e vinte o porteiro anunciou a chegada de alguém, mas não era dele e sim de Sara, que veio com duas malas já se justificando:

–O Nick pediu e eu vim... Vou ficar aqui com vocês okay?

Estreitei os olhos e falei:

–Amiga o Nick tá viajando... Vou ficar aqui sozinha.

Ela me olhou com aquela cara de “Ela não Sabe” e completou:

–Não amiga. Naquele acordo que você e Gilbert assinaram ele tem que dormir aqui também. Você não leu?

Revirei os olhos e deixei meu corpo cair sobre o sofá falando:

–Só li a parte que me interessava... Quanto eu pago caso eu desista...

Ela riu e falou:

–Beleza. To aqui para salvar sua vida como sempre... Vou subir lá para o meu quarto de sempre, tá?

Assenti, mas ela já estava subindo as escadas da minha casa. Fechei os olhos por um momento e logo o interfone tocou de novo. Agora era ele. Assim que liberei a entrada dele Sara desceu e falou:

–Me da uma carona para o set?

–Claro. Já tomou café da manha? – ela assentiu e logo a porta se abriu.

Eu não gostava muito de ter mil empregados, só tinha mesmo a moça que arrumava minha casa, passava minhas roupas e as vezes cozinhava para mim. No mais eu gostava mesmo de cozinhar e ter um pouco de liberdade na minha casa, que não era tão grande assim.

–Bom dia. – ele disse educadamente.

–Bom dia. – eu e Sara respondemos.

–Já tomou café da manha? – perguntei pegando a chave do meu carro.

–Já sim, obrigado. Estou pronto para ir.

Levantei-me e peguei minhas duas bolsas e a pasta do meu notebook.

–Vamos então porque ainda tenho que passar lá no set para deixar a Sara.

–Okay. Antes me deixa só começar a registrar, por favor.

Ele pegou a câmera e direcionou para ele.

–São sete e meia da manha e vamos agora para o nosso primeiro dia de gravação.

Ele começou a gravar a gente e depois de um tchauzinho para câmera logo ele parou.

Saí na frente e fui indo para garagem. Entrei e Sara entrou no banco do carona enquanto eu dava graças a Deus por ela ter obrigado Gilbert a ir atrás. O caminho para o set foi rápido e só eu e ela conversamos. Ele gravou um pouco e depois só observou. Assim que chegamos ao escritório do banco Marjorie já veio até mim com uma serie de papéis e de repente ela disse:

–Ele... Está com você?

Assenti lendo um papel. Durante a manhã nós quase não nos falamos já que eu passei a manha toda lendo relatórios e mais relatórios e só parei uma da tarde prevendo que ele estaria com fome. Olhei bem para o relatório e falei:

–Quer almoçar aqui ou quer ir a um restaurante?

–Podemos comer por aqui mesmo. Você é quem sabe.

Eu não estava nem um pouco afim de sair do escritório então tirei o telefone do gancho e disquei o ramal de Marjorie.

–Sim? – ela perguntou como sempre.

–Pede nosso almoço, por favor. No restaurante de sempre. No meu nome tá?

–Okay!

–Aproveita e pede uma para você também. Eu pago. Seja rápida okay?

Desliguei e voltei a ler meus relatórios... E durante quinze dias ficamos assim. Às vezes trocávamos algumas palavras pesadas, mas nada que já não estivéssemos acostumados. Em casa ele gravava o tempo todo e às vezes isso me irritava bastante. Sara era quem acalmava os ânimos geralmente, mas no décimo sexto dia ela não foi pra casa porque tinha que fazer não sei o que com Warrick e eu fiquei lá, sozinha com aquele ogro. Cheguei e subi para tomar banho, quando voltei para a cozinha ele estava falando ao celular com filha Lola que estava doida para vê-lo. Quando ele desligou, eu já estava começando o jantar e preferi nem falar nada. Ele parou de gravar e falou:

–Ouvi Marjorie falar que amanha é seu dia de folga... Será que eu poderia trazer Lola pra cá? Minha casa está uma zona e ela já está cansada de ir para lá... Mas se você não quiser tudo bem, eu dou um jeito.

Olhei para ele por alguns segundos enquanto mexia a carne. Quando se tratava das filhas dele realmente Gilbert se tornava outro...

–Claro. Traga-a pra cá! Não tem pWarlema algum.

Ele me abriu um sorriso encantador e num piscar de olhos ele estava me abraçando.

–Obrigado Catherine! – falou me apertando naquele abraço.

Quando eu ia abrir a boca para protestar meu celular tocou. Ele me soltou e peguei meu iPhone em cima da bancada da cozinha. Ao ler “AMOR” no identificador de chamadas um sorriso bobo se abriu em meus lábios.

–Ooi! – falei como quem não quer nada.

–Oi boneca! Boa noite! Tudo bem com você?

–Tudo sim, e com você? – respondi enquanto picava um tomate em cubinhos.

–Agora sim estou bem. Ta sozinha?

–Não! Por quê?

Ouvi um suspiro do outro lado da linha e logo Nick respondeu:

–Mais tarde, quando você deitar, me mande uma mensagem que eu quero falar com você em particular...

–Nick... O que aconteceu? – perguntei preocupada.

–Nada meu bem! Não se preocupe! Só quero ter uma conversinha melosa com você sem ninguém por perto.

Ele não estava em casa, mas eu fiquei vermelhinha de vergonha. Sara sempre dizia que eu e Nick juntos podíamos abrir uma fábrica de açúcar porque nós éramos melosos demais.

–Ta bem! Assim que eu me deitar te ligo ta, meu bem? – falei.

–Tá! Vou ficar esperando.

–Ok! Então até mais tarde. – falei e logo ele se despediu também. Desliguei e alguns minutos depois o jantar ficou pronto. Quando nos sentamos à mesa ele pegou a câmera, filmou a comida no prato dele e focou a câmera nele falando:

–Vamos ver se essa comida está comível.

Eu simplesmente o matei com os olhos sem ele ver e quando ele comeu um pouco de tudo respondeu:

–Meu Deus gente! A Catherine sabe cozinhar! Pelo menos isso né? Brincadeira! A comida é boa gente. Acho que vou filar a bóia aqui todo dia!

Ele soltou uma gargalhada que foi gostosa demais. Acabei rindo junto sabe... Foi incontrolável. Daí ele parou de gravar e fomos comer. Depois disso ele me ajudou a lavar as louças e começamos a conversar. Do nada eu perguntei:

–Mas porque a Heather se separou de você? O que aconteceu?

Ele olhou para o prato que lavava e respondeu:

–Ah... É mais ou menos assim, ela não era feliz e não queria me deixar ser feliz. Sempre gostei de ser engraçado, mas ela achava isso incômodo e daí quando eu propus o divorcio ela preferiu me amarrar na dela sabe, o que foi terrível. Um dia a Lola virou para ela toda inocente e pediu para ela ser feliz e nos deixar ser feliz. Daí, finalmente, nos separamos. Mas ela sempre foi do contra. Era o normal dela.

–Nossa Gilbert... – falei meio boba. Quem olhava para Heather não imaginava isso.

Ficamos em silencio e depois ele me perguntou:

–E você? Como virou dona de um banco? Ninguém sabe nada do seu passado...

Olhei para ele com um olhar triste e falei:

–Quando eu tinha cinco anos algumas pessoas da minha família mandaram matar meus pais porque meu tio, Luiz, iria passar os trinta por cento do banco para eles e minha família sempre fora muito gananciosa. Fui criada por uma tia distante num casebre, mas meu tio sempre mandou dinheiro para mim sem ninguém saber e era ele que pagava meus estudos e tudo que eu precisava. Quando completei quinze anos ele faleceu e daí já me mandaram para cá de imediato, para essa casa que era do meu tio, mas ninguém sabia porque quem morava aqui mesmo era uma mulher de total confiança dele que me ensinou tudo que sei hoje sobre o banco. Assim que tomei posse no banco mataram a tia que me criou e mais na frente mataram a moça que ficava aqui comigo. Na verdade ela morreu no meu lugar e... – lágrimas escorreram por meu rosto... Era duro demais lembrar-me das cenas de Jully morrendo no meu lugar, na minha frente... – eu me lembro todos os dias dela me escondendo segundos antes de morrer na minha frente. O assassino não me achou e... Desde então prefiro ficar sozinha aqui com todos esses guardas ao redor que você viu. Para mim já deu de perder tanta gente. Saber que essas pessoas morreram por minha causa...

Não consegui segurar um choro dolorido. Coloquei o prato e o pano de prato em cima da bancada e cobri o rosto lembrando-me de Jully caindo na minha frente, morta. Senti os braços de Gilbert ao meu redor e me virei de frente para ele, bastante vulnerável. Ele me apertou fazendo carinho nos meus cabelos.

–Xiiiu... Está tudo bem agora.

Passei meus braços ao redor dele chorando mais ainda, com lembranças invadindo minha mente de uma forma tão absurda e dolorosa que eu nem sabia bem o que fazer... Apenas me abracei a ele para tentar me sentir segura.

–Vem comigo... – ele disse me pegando no colo enquanto eu ficava chorando e escondendo meu rosto na blusa dele.

Não protestei, não tinha clima para protestar. Eu estava me sentindo segura ali nos braços dele e eu não queria que ele saísse de perto de mim... Não agora que tínhamos dado uma trégua. Gilbert não era chato como eu achava, mas também não era tudo aquilo que Nick falava. Ele amava me irritar e debochar de mim e isso me deixava pé da vida, mas aquele momento era como um parêntese na nossa historia. Era uma trégua necessária. Ele sabia bem que eu precisava daquilo, precisa me recuperar de toda essa dor para poder voltar a guerrear com ele.

Gilbert me levou para o meu quarto, me deitou em minha cama e perguntou:

–Posso me deitar com você?

Apenas assenti sem nem pensar. Ele tirou a camisa e se deitou ao meu lado, aninhando-me naqueles braços bem definidos que ele tinha. Ali eu me acalmei e capotei pesado...


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Notas finais do capítulo

Mereço comentários né?