Legami Di Amore escrita por Tahii


Capítulo 12
Andata di non ritorno


Notas iniciais do capítulo

QUE SAUDADE QUE EU ESTAVA, MEUS AMORES ♥ Eu sei, demorei pra caramba para atualizar, mas eu tenho uma boa explicação para isso: Escola. É, gente, vocês sabem... Escola toma um tempão da gente — principalmente no terceiro ano. Eu fiquei sem tempo, sem inspiração e sem tempo² de sequer entrar no Nyah. Porém, eu tomei a decisão de pegar firme com as minhas histórias e de agora em diante dedicarei mais tempo às minhas fanfics lindas. Eu prometo ♥ Peço desculpa a todos que acompanham e que são obrigados a acompanhar também a minha 'irresponsabilidade', sei que se eu assumo um compromisso devo honrá-lo. E é o que vou fazer daqui para frente.

EU FIQUEI SUPER FELIZ COM TODOS OS COMENTÁRIOS QUE EU RECEBI ♥ Não sei se respondi a todos, mas responderei ainda essa semana, ok? Quarta as minhas provas terminam e eu estarei mais de boa para trocar um lero com vocês ♥

OBRIGADA A TODOS QUE COMENTARAM, QUE FAVORITARAM E QUE COMEÇARAM A ACOMPANHAR. Vocês deixam o meu coração mais feliz a cada dia, muito obrigada MESMO! VOCÊS SÃO INCRÍVEIS ♥ ♥ ♥ E eu amo todos vocês ♥ (espero que me amem também, mesmo com os meus atrasos e.e)

UM OBRIGADA ESPECIAL A BELLY MELLARK QUE RECOMENDOU A FANFIC ♥ MUITO OBRIGADA, LINDONA ♥

Espero que gostem desse cap, fiz ele com muito carinho (hehehehehehehe) ♥

Boa leitura ♥

► PLAYLIST
https://www.youtube.com/watch?v=tNx1y8AXZxw&list=PLm_bv0SbG68UdaGyxvje2S6Vyd79Z5tmc

*Andata di non ritorno = Ida sem volta



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Duas e quarenta e cinco da madrugada.

Scorpius abriu os olhos assustado, com o coração batendo forte a ponto de despertar uma leve dor em seu peito. Ele estava suado, com a respiração ofegante e sentia todo o seu corpo estremecer de frio, mesmo que estivesse debaixo de grossos cobertores. Engoliu a seco e respirou fundo em uma tentativa falha de se acalmar.

As imagens turvas de seu pesadelo ainda estavam frescas em sua mente, como se quisessem realmente deixá-lo fora de si. Ele ainda conseguia ouvir os gritos de Rose e sentir todo o tremor do seu corpo. Medo, pânico, desespero. Sentou-se na cama e passou as mãos pelo rosto, odiando-se por ser tão fraco.

A última coisa que Scorpius entendia, era como Rose Weasley tomou um espaço na mente dele, como ela entrou em seus pensamentos e não saiu mais. Se ele fechasse os olhos, veria todas aquelas pequenas coisas que fizeram juntos e então o seu coração bateria forte sem doer, suas mãos ficariam mais geladas e a sua cabeça ficaria mais confusa.

Ele não entendia mais, definitivamente, quem era Rose Weasley.

Há pouco tempo ela ainda era sua rival. A típica garota chata, mesquinha e grossa que frequentava as aulas de Poções, História da Magia e outras que eram tão entediantes quanto ela. Cabelo desgrenhado, rosto sem sombra de emoções além de raiva e ira, grifinória. Rose Weasley implicava com ele desde a segunda semana de aula do primeiro ano, competia em todas as provas e fazia questão de lembrá-lo o quão ridículo ele era somente pelo fato de existir. Vivia na biblioteca, sem muita vida social e era metódica em relação a tudo que fazia. Ela era entediante, mas ele não negava que era divertido implicar com ela e até, às vezes, ofendê-la de verdade.

Na época em que ele achava garotas nojentas, Rose Weasley era realmente a sua rival. Depois de um tempo, quando ele percebeu que não havia dois sexos por acaso… Ela continuou sendo sua rival, porém de um jeito diferente. Eles chegaram a conversar algumas vezes, até mesmo porque Alvo era muito próximo dela, mas evitavam ficar sozinhos e serem simpáticos um com o outro. Há mais ou menos um ano, eles se tornaram indiferentes.

Até a noite em que Scorpius Malfoy resolveu ser legal com ela e a recíproca acabou sendo verdadeira. O resultado? Noites de insônia, dilemas internos e, naquele momento, pesadelos. Nada que viesse de Rose Weasley faria bem a ele, Scorpius sabia bem disso.

Jogou-se no travesseiro de novo quando conseguiu controlar a sua respiração e tentou tirar a garota de seus pensamentos. O pior de tudo era que ele não havia contado para ninguém e então, como consequência, teria que guardar o que estava sentindo para si mesmo. Talvez Scorpius não quisesse entender o porquê de passar a necessitar da presença dela, apenas quisesse ficar com Rose novamente para acabar com todo o problema de uma vez.

A imagem dela e Ryan conversando não agradou nada Scorpius, e ele sabia que foi exatamente a cena que desencadeou o pesadelo perturbador que teve. Ele não queria pensar, queria apenas dormir, porém não foi o que aconteceu.

Scorpius não pregou o olho desde então.

Antes que o sol nascesse, Scorpius levantou e foi tomar um banho quente para se preparar para a aula. Quando saiu do dormitório, Adam e Alvo ainda estavam dormindo sem nenhuma perspectiva de acordar mais cedo do que o usual. Nem eles, nem o tal sol.

O garoto arrastou-se até o salão principal, sentou-se no banco e fez o esforço de abrir um livro que pegou nas coisas desarrumadas de Adam. Ele não fazia ideia do que estava lendo ou de qual assunto o livro tratava, apenas estava disfarçando as suas olheiras com um óculos e esperando que o café da manhã fosse servido. Ainda iria demorar bastante, mas ele estava disposto a ficar ali ao invés de permitir-se ser torturado pela sua própria mente enquanto não tinha nada para distrair sua cabeça.

— Porra, Malfoy. — a voz aguda que ele conhecia bem o despertou da suposta leitura entediante depois de uma ou duas horas. Ergueu os olhos, molhou a ponta do dedo indicador com a língua e virou a página enquanto observava Alvo andando em sua direção. — Qual é o seu problema? Custa esperar eu e o Adam? — ele estava claramente nervoso. Talvez não fosse um bom dia para ninguém. — E mesmo se custasse, você é rico, eu não te entendo, na boa.

— Bom dia para você também, Potter. — respondeu cínico marcando a página e deixando o livro ao seu lado. Alvo sentou-se no banco em frente a ele e debruçou os seus braços.

— Sabe qual é o problema das pessoas? É exatamente isso! — Scorpius franziu o cenho temendo pelo o que teria de escutar. — Colocar coisa boa em lugar que não deve. O dia, claramente, não está bom. Está chovendo, minha alergia vai atacar, eu e a Alice brigamos ontem à noite e os meus dois supostos amigos nem prestam atenção no que eu falo.

— A vida é triste, Potter, acostume-se. — resmungou escorando a cabeça em sua mão em cima da mesa. Alvo bufou de raiva ao tentar arrumar a sua gravata. — O que aconteceu com você e a Alice?

— Eu não vou repetir, Malfoy. Se tivesse prestado atenção ontem saberia do que estou falando.

— Uma pena que eu não estava no dormitório ontem à noite. — encarou-o tediosamente. — Ou você me ama e me vê onde não estou ou, ah é, não percebe a minha ausência. — foi então que Alvo quase explodiu de ódio.

— Pra você ter noção de como ela me deixou atordoado.

— Ela? Ela quem? A Alice? — a resposta foi um olhar raivoso. — Pensei que já soubesse que garotas fazem isso. E você deveria saber que ela não é exceção.

— É, eu deveria saber muitas coisas, Malfoy, isso eu já entendi. — olhou para os lados e escorou os seus braços na mesa para se aproximar do amigo. — O que eu não entendo é como ela pode ser tão inescrupulosa.

— Inescrupulosa? A Alice? — perguntou contrariando o tom de sussurro do Potter. — O que ela fez de tão ruim para acabar com o namoro de quatorze dias?

— Não terminamos ainda. — Alvo se recompôs e tornou a olhar para os lados. — Ontem eu tive a maravilhosa imagem da minha suposta namorada conversando com o imbecil do Thomas após ser obrigado a presenciar o Creevey cantando ela. E sabe o que é pior? Ela não cortou nenhum dos dois.

— Hm, e daí?

— Daí que isso não é comportamento de namorada minha, é um absurdo.

— Potter. — Scorpius sorriu divertido. — Não tente esconder o que você realmente é. Qual o problema de ter chifres um pouco maiores do que de um veado normal?

Alvo conteve-se para não fazer alguma loucura inconsequente como, talvez, quebrar dente por dente do palhaço que estava com um sorriso besta na cara.

— E você falou isso pra ela?

— Com outras palavras. — engoliu a seco claramente nervoso. — Mas a essência é a mesma.

— Essência de um maluco, com certeza. — Alvo lançou um olhar de indignação. Em seu conceito, Scorpius não era tão diferente dele assim. — O quê? É verdade.

— Você fala como se eu fosse pior do que você.

— E é mesmo.

— Não sou.

— É sim.

— Não sou.

— É sim.

— Não sou. Olha, tá bom então, se você prefere ficar contra mim, ok, tudo bem, mas não venha me encher o saco quando-

— Quando o quê? — Scorpius interrompeu-o cerrando os olhos. — Quando eu for reclamar de alguma coisa? Da minha namorada? Do meu irmão? Dos meus pais? Ou quando eu for choramingar porque levei um fora? Hm, ah é, quando eu me sentir sozinho? Sentir vontade de falar? — Alvo calou-se querendo esganar Scorpius Malfoy e sua maldita política de reciprocidade. — Eu te escuto sempre que você quer falar asneira, como essa que você está falando agora, então é a sua função me escutar também.

— Não é asneira, eu só acho que não é o comportamento certo, cara. — Alvo rendeu-se no ápice de sua irritação. Scorpius negou com a cabeça suspirando fundo.

— Olha, você pelo menos ouviu a conversa dela com o Thomas?

— Não.

— E a suposta cantada, você ouviu?

— Mais ou menos. — Alvo cruzou os braços quando Scorpius rolou os olhos. — Mas consegui ver a reação dos dois.

— Hm, claro. — Scorpius repousou a sua cabeça no braço em cima da mesa. — Ela é legal, Alvo, não faça ela terminar esse lance de vocês só porque você é um idiota. Apenas converse com ela ou sei lá.

O Potter decidiu não falar mais nada enquanto ainda estava sob o olhar responsável e maduro de Scorpius — algo completamente inédito. Como que um cara como ele poderia falar para Alvo não ser um idiota? Alvo analisou essa hipótese até a hora em que Adam chegou também reclamando que os dois não haviam lhe esperado.

Scorpius suspirou profundamente, já conseguia sentir as consequências da noite mal dormida e o dia mal sequer havia começado. Passou a mão pelo rosto, cansado, e tentou fingir que estava prestando atenção no que o Zabine falava.

Quando realmente acordou para o que estava em sua volta, Scorpius percebeu que o salão vazio de horas atrás já estava lotado de alunos histéricos. Sentiu o seu peito apertar quando Rose entrou sozinha, indo em direção à Dominique e Roxanne. Ela estava cabisbaixa, mas olhou para os lados e até passou os seus olhos por ele. Não fez nenhum gesto, apenas tratou de andar mais rápido.

[...]

— Posso te ajudar com os seus livros?

Rose quase derrubou todos eles quando ouviu a voz que a despertou dos seus devaneios. Após tomar o café da manhã, percebeu que havia esquecido-se de pegar os livros de Poções e foi correndo buscar em seu dormitório. O resultado, então, era que a aula já iria começar e seus braços já estavam cansados por causa dos diversos livros que segurava. Algumas pessoas eram boas com poções, outras tinham que ler livros para, talvez, entender mais ou menos.

— Por favor. — riu depositando os livros nos braços de Ryan. — Obrigada.

— Apesar de você ser muito inteligente, esses livros são muito pesados para você, com esses braços frágeis, carregar. — Rose forçou-se a sorrir, ele estava lhe fazendo um favor, afinal.

Ryan era um rapaz legal na concepção de Rose. Ele era simpático, sorridente, tinha um senso de humor bacana e era, talvez, o resto de cavalheirismo que havia restado em Hogwarts. Porém, ainda era um estranho. Passar o ano novo na mesma casa que ela, puxar alguns assuntos e elogiá-la às vezes não fazia dele sequer um amigo.

E isso a preocupava.

Suspirou profundamente enquanto caminhava em um silêncio um pouco constrangedor com Ryan. Não que Rose ainda fosse uma menininha de onze anos que sonhava com um príncipe encantado, ou melhor, com o garoto que ela gostava sendo um príncipe, mas sentia que se fosse Scorpius no lugar do McLaggen ela sentiria-se mais confortável. E ela achava isso definitivamente estranho.

Passar o ano novo junto, puxar assunto, elogiar. Scorpius havia feito a mesma coisa e Rose sabia que estava à beira de um precipício sem chances de voltar a pisar em terra firme. Ela não entendia como, mas Scorpius conseguiu — sem nenhuma explicação cabível — despertar coisas nela fazendo, basicamente, a mesma coisa que Ryan estava. Scorpius havia conseguido primeiro, mais rápido e mais intensamente. A única coisa diferente entre os dois era que Ryan, definitivamente, não era um terço de Scorpius.

Scorpius era… Scorpius. Não havia uma definição para ele exceto o seu próprio eu. E Rose sentia medo quando pensava que talvez estivesse prestes a dar um passo em um caminho sem volta. Admitir que gostava de Scorpius estava fora dos seus planos, porque sabia que mesmo que ele lhe causasse tudo de melhor que ela já havia sentido em toda a sua vida, eles, juntos, seriam um verdadeiro caos.

— A única coisa boa dessa aula de poções é que logo vai acabar. — comentou Rose quebrando o gelo. — Bom, pelo menos eu não sou a maior fã.

— Entendo. — riu o garoto. — É difícil gostar mesmo. Eu me dou bem em poções, acho que de todas as matérias é a que eu me saio melhor.

— Sério? — Rose sorriu ao entrar na sala onde haveria a aula. Como era de se esperar, eles pareciam ser os últimos a chegar.

— Seríssimo. — respondeu deixando os livros em cima da última carteira que restava. Roxanne e Dominique estavam um pouco mais para frente. — Desculpe, mas você vai ter que me aturar nessas duas aulas.

— Eu que deveria dizer isso.

Os dois sentaram-se com um sorriso que foi classificado como “ridiculamente ridículo” pelo observador que não estava nem um pouco contente em vê-los juntos e escutar as risadinhas irritantes. Scorpius respirou fundo e decidiu ignorar o fato dos dois existirem, já era perturbador o suficiente ele estar na mesma sala que Ryan.

Durante a aula inteira, Scorpius ficou dando uma olhada, disfarçadamente, para o fundo para checar o que estava acontecendo. E a raiva lhe subia à cabeça quando via aquele monstro do lado da Weasley. Na verdade, ele já se sentia desconfortável apenas pelo fato de tê-lo por perto, e era preocupante Ryan ficar próximo de qualquer um. Até mesmo o Fofo poderia ficar na posição de vítima perto do McLaggen.

— Você está me desconcentrando. — sussurrou Adam encarando o professor, que ia de um lado para o outro explicando sobre a poção que fariam na próxima aula.

— Quê? — Scorpius respondeu em som baixo, claramente indignado.

— Você fica olhando para trás toda hora e não para de se mexer. — resmungou ajeitando-se na cadeira. — Está me desconcentrando.

— Você fala como se essa matéria fizesse alguma diferença na sua vida.

— Talvez não faça mesmo, mas preciso passar nela para me formar.

— Se estivesse prestando tanta atenção não estaria incomodado comigo. — Scorpius começou a mexer em sua gravata. — E se precisasse passar não estaria escrevendo uma… — ele esticou o pescoço para o lado do amigo. — Carta? — sorriu divertido. — Não me diga que é uma cartinha de amor.

— Não é cartinha de amor, imbecil.

— É para você-sabe-quem? — insistiu sorrindo irritantemente para o amigo, que rolou os olhos com o seu “código” estúpido. — Quem sabe você não passa em poções com essa cartinha aí.

— Poções talvez não, mas — Adam olhou de canto maroto — quem sabe não passo do estágio um, hum?

— Eu acho que você vai precisar de muitos pergaminhos para chegar a algum estágio.

— Não seja pessimista, Scorp. — Adam colocou a pena no tinteiro e olhou o seu trabalho satisfeito. — Que garota não gosta de uma declaração de amor?

— Hm, várias. Algumas preferem, sei lá, que um idiota carregue os livros e fale coisas bestas. — resmungou torcendo o nariz.

— É, Alvo não é bom mesmo com mulheres. — o Zabini olhou na direção de Alvo, que estava concentrado fazendo algumas anotações. — Talvez por isso que o Creevey conseguiu tão fácil.

— Conseguiu o quê?

— Até agora nada, né. — deu ombros fingindo-se de desentendido. — Mas vai saber.

O barulho de um livro sendo batido na mesa impediu que Scorpius falasse.

— Senhor Malfoy e senhor Zabine, eu estou atrapalhando o papo dos senhores? — Scorpius se endireitou na cadeira enquanto o seu amigo se incumbia de negar com a cabeça. — Então fiquem quietos.

Os dois trocaram um olhar e abaixaram a cabeça. Como se não fosse um dia ruim o suficiente, o professor ficou andando na frente dos dois para garantir, de alguma forma, que ficassem quietos. Não foi uma boa conduta.

Adam resolveu fingir que prestava atenção, até abriu o livro e concordava com o professor nas vezes em que ele o olhava. Por outro lado, Scorpius tratou de ficar mexendo os pés e olhando um ponto fixo — que seus amigos apelidavam de “além”.

— Senhor Malfoy, já que o senhor já sabe como fazer a poção do Morto-Vivo de cor e não precisa abrir o livro para acompanhar a aula, o senhor pode nos dizer quais são os ingredientes?

— Losna, raízes de valeriana, vagem sudorífera e… — olhou para o professor para responder o último ingrediente na tentativa, falha, de exalar confiança. — Pó de chifre de unicórnio.

— Raiz de asfódelo em pó, Senhor Malfoy, não pó de chifre de unicórnio. — corrigiu-o irritado. — Página 178 se não quiser ir para a detenção.

[...]

Scorpius andava um pouco sonolento em direção à Torre de Astronomia, havia acabado de acordar do seu cochilo pós-jantar e sentia-se quebrado de canseira. Poderia até parecer estranho de primeira mão, mas desde o dia anterior em que teve o pesadelo não conseguia dormir muito bem e precisava aproveitar as decaídas do seu organismo para recompor um pouco de suas energias. Todas às vezes que pregava o olho, o pesadelo parecia continuar em sua mente como se fosse uma novela que não havia chegado ao fim. E Scorpius estava receoso quanto ao verdadeiro fim de tudo aquilo que acontecia. Ele, na verdade, nem entendia, só ouvia gritos e o choro de Rose.

Ele acordou, verdadeiramente, quando esbarrou com alguém, que por algum acaso era Rose, no caminho.

— Desculpe. — ele balbuciou forçando os seus olhos a ficarem abertos para encarar a garota, que estava com uma expressão talvez pior do que a dele. — Estou meio sonolento.

— Quem não está? — sorriu com o comentário e voltou a seguir o seu caminho.

— Onde você está indo? — perguntou percebendo que ela estava indo para o lado oposto à Torre.

— Buscar a minha pena, procurá-la na verdade. Não sei se está na biblioteca ou se ficou com o… — ela interrompeu-se ao virar-se para encarar o Malfoy, que estava um pouco longe dela.

— Com o…? — mostrou-se interessado.

Rose até poderia falar que estava estudando com Dominique ou Roxanne, mas não colaria nem com o fantasma mais estúpido de Hogwarts. E para passar em cima de todas aquelas coisas que estava sentindo, engoliu a seco e decidiu falar como se fosse algo normal. Mesmo sabendo que não era.

— Ryan.

Scorpius assentiu e Rose o imitou. Ele desviou o olhar, um pouco constrangido por ter ouvido algo que não esperava. Ela observou a reação dele, que era de quem não estava se importando. Talvez, naquele momento, Rose deu um passo para trás do precipício sem volta que era Scorpius Malfoy e pisou em terra realmente firme.

Rose não tinha tempo para ficar ali naquela situação patética, virou-se e tentou seguir o seu caminho até a biblioteca novamente.

Ela sentiu a ponta dos seus dedos gelarem, o seu coração bater mais forte e algo lhe sufocar pela garganta. Instintivamente, colocou as mãos sobre a barriga para conter o seu estômago que passou a revirar. Respirou fundo para se acalmar, eram apenas os efeitos colaterais de Scorpius Malfoy.

— Rose, espera. — ele pegou em seu pulso puxando-a para trás.

Ele poderia falar muitas coisas, dentre elas que Ryan não era uma boa companhia, que ele lhe faria mal, que ela deveria se afastar. Porém, conhecendo Rose Weasley como ele conhecia, ela responderia que a vida dela não era de sua conta e o que era para ser uma oportunidade de se aproximar dela, poderia tornar-se uma discussão. Ele sabia, era tão óbvio. Também tinha noção de que ela era de quem ele precisava. Scorpius também não entendia, mesmo estando um degrau acima na escada de entendimento sobre o pseudo-relacionamento deles, o porquê, mas sentia tudo diferente quando ela estava no mesmo lugar que ele.

— Posso ir com você?

— Claro. — ela sorriu ao ser solta e continuou o seu caminho com o rapaz ao seu lado.

Diferente do que aconteceu entre ela e Ryan no dia anterior, o silêncio estabelecido entre os dois era mais confortável do que deveria ser. Após virarem um corredor, um sorriso divertido começou a aparecer no rosto do Malfoy, que foi observado curiosamente pela Weasley. Ao vê-lo rir, também permitiu o surgimento de sinais de diversão.

— O que foi? — perguntou aproximando-se mais.

— Nada. — ele riu passando a mão nervosamente pelo rosto. E gargalhou quando ela o olhou novamente com um olhar questionador. — É sério. — não conseguiu tirar a expressão do rosto sob a falsa repreensão dela. — Eu só acho engraçado, quer dizer, esquece.

— Ou está rindo de tão nervoso que está.

— Talvez. — colocou as mãos para trás. — Mas eu não tenho motivos para ficar nervoso. Eu, a Weasley chata e um longo caminho até a biblioteca. Nada demais.

Rose desviou o olhar e apertou o passo, talvez não chegasse a tempo e não gostaria da experiência de levar uma bronca ou, pior, uma detenção. Scorpius engoliu a seco.

— Faz tempo que nós não nos falamos, hun? — questionou, recebendo um balançar de cabeça como resposta. — Eu até que gosto de falar com você.

— Não foi o que pareceu. — Rose olhou para o chão. — Mas, isso são águas passadas. Como vocês estão? — Scorpius franziu o cenho desentendido. — Você e a Britney.

— Ah, a Britney. — ele lembrou-se do episódio em que inventou que sairia com a garota. — Não estamos. Era óbvio que não funcionaríamos.

— Hm. — murmurou. — Uma pena.

— Há pessoas mais interessantes do que ela por aí, sabe. — Scorpius não se permitiu olhar para a ruiva. — Para conhecer e sair, quem sabe, para tomar um chá.

— Ou uma sopa. — ela sorriu ao entrar na biblioteca. — Eu lembro que deixei por aqui, nós estávamos sentados nessa, ah, achei.  — mostrou a pena que acabara de pegar em cima da mesa para o Malfoy, que sorriu. — Tomara que cheguemos a tempo.

Rose passou por Scorpius para voltar à aula de Astronomia, mas foi puxada para perto. Scorpius a encarou, com seus olhos sedentos pelos dela. Ele queria ver seu rosto, sentir a sua pele e todos os efeitos que ela lhe causava. Scorpius sabia que estava, de certo modo, gostando dela e que era tortuoso não a ter por perto.

— Nós vamos chegar atrasados.

— Eu não saí com a Britney. — confessou engolindo a seco. — Eu só fui beber mesmo. Eu estava confuso, precisando tomar um ar e, sei lá, ficar um tempo sozinho.

— E achou melhor falar que ia tentar voltar com a sua namorada? — perguntou incrédula. — Qual é o seu problema?

— Você. — disse espontaneamente. A Weasley soltou o seu pulso e encarou-o com os olhos semicerrados.

Eu? — Scorpius desviou o olhar para o chão. — Por que eu? — cruzou os braços olhando-o seriamente.

Se Scorpius Malfoy não fosse um completo covarde, colocaria para fora tudo o que estava sentindo, jogaria todas as cartas na mesa e tomaria uma atitude de homem para resolver o problema. Estava na cara dele, bem embaixo do seu nariz empinado que Rose Weasley tinha tomado a droga do seu coração há uns dias. Não importava se ela despertou uma paixonite transando com ele, maltratando-o ou tirando-o do sério. Não importava. A única coisa clara que ele sabia era que não conseguiria dormir enquanto não a tirasse da cabeça. O problema era que ele não conseguiria fazer isso, logo, não conseguiria derramar nela todos os seus dilemas.

Por outro lado, Rose esperava uma resposta convincente. Ela esperava que ele falasse algo bonito, sincero, que a tirasse do vendaval que ela havia causado. Ao mesmo tempo em que se sentia ansiosa para ele responder e fazer com que ela voltasse à terra firme, queria dar um passo à frente e encarar tudo o que Scorpius realmente era e provar de todos os seus efeitos colaterais.

No entanto, Rose viu no olhar de Scorpius que ele seria incapaz de realmente assumir que, talvez, estivesse sentindo algo mais forte por ela.

— Você, Malfoy, é um covarde. — a Weasley disse chamando a atenção de seu olhar claramente magoado. — Você não assume o que você fez ou o que quer fazer. Você faz, mas não é homem o suficiente para lidar com as consequências.

— E o que você acha que eu tenho para assumir?

— Eu não acho nada.

Considerando as hipóteses de continuar a conversa ou não, ela preferiu virar-se para tentar chegar à aula a tempo. Quando ela virou-se, foi pega novamente pelo pulso.

Rose Weasley estava cansada de ter que encarar Scorpius Malfoy para brigar, para se ofenderem e, pior, cansada de pensar nele. Era irritante o fato dele não tomar nenhuma iniciativa. E o pior era que os seus sorrisos irritantemente brancos, a sua risada malvada, os seus olhares insistiam em permanecer em sua mente. Era óbvio, ela fechava os olhos e conseguia ainda sentir o calor que Scorpius lhe causava, o ápice das melhores e das piores sensações. Lembrava-se da noite da festa, do natal, do pequeno incidente no banheiro e até mesmo do dia em que foram tomar café. E quando tudo isso vinha em sua mente, ela sentia-se quase caindo de vez em uma armadilha, porque Scorpius Malfoy era uma verdadeira cilada. E ali, no momento em que estavam encarando-se, os seus olhos arderam em lágrimas. Ela odiava aquela situação, ela odiava Scorpius Malfoy e odiava-se por permitir-se sentir algo por ele.

— Deixe-me ir, por favor.


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Notas finais do capítulo

Scorpius e Rose são um verdadeiro dilema, não? Espero que todos tentem entender o lado deles. A minha intenção com LDA é mostrar esses conflitos internos que às vezes nem nos damos conta que temos. É confuso? Sim. Mas é importante para eles se conhecerem e, talvez um dia, amarem-se.

Agora sobre a polêmica: Como que Alice Longbottom consegue dar trela para outros boys tendo o Al como namorado? Ou será que é a imaginação dele? Tchararararam, Capitu traiu ou não Bentinho? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Espero que tenham gostado do capítulo, tentei fazer ele em um tamanho legal para (1) não decepcionar vocês e ao mesmo tempo (2) não cansar vocês.

Não esqueçam de comentar, adoro/preciso saber o que vocês estão achando da fanfic. Sem contar que gosto muito de trocar um lero com vocês e.e Sem dúvidas, vocês são a fonte da minha inspiração.

Aliás, quero agradecer a Angel por ter me feito refletir sobre o desenvolvimento da história, obrigada ♥

FANFIC NOVA: https://fanfiction.com.br/historia/710322/Freaking_Out/

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