Dastan & Tâmina escrita por Katherslyn


Capítulo 4
Comitê de Boas-Vindas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/656730/chapter/4

No Colégio Style, a cada semestre saía uma relação das turmas. Subiu suas notas? Sobe de turma. As notas desceram? Desce de turma.

No 1° dia de aula, todos os novatos eram levados para o refeitória. Chegando lá, os alunos se deparavam com fileiras de carteiras, e em cada uma das mesas, uma pilha de folhas.

Uma recepção de boas-vindas calorosa, não? Os alunos seriam distribuídos nas turmas A, B, C, D, E e F do 1° ano, de acordo com as notas desse teste.

Como só era permitido entrar na turma AS alunos do 3° ano pra frente, Dastan mirou a turma A. Ele e Tâmina foram colocados em turmas diferentes, mas isso não impediria de terem contato.

O AUTOR

–-----------------------------

Dastan sabia que tinha bons adversários, bastava olhar para a postura e frieza de alguns pra perceber. Muitos queriam começar com o pé direito e ir para a turma A. E dentro desse grupo, com certeza havia aqueles que se não conseguissem, provavelmente levaria uma bronca dos pais.

Assim que deram o sinal, todos os alunos de sentaram em suas respectivas carteiras e começaram a prova.

"220 folhas, frente e verso. Cada folha tendo em média 30 perguntas, 5 horas de prova, 300 minutos, 180 mil segundos", pensava Dastan enquanto assinava seu nome.

Ele folheou a prova toda, focando nas informações mais importantes de cada questão. Levou uma hora pra decorar as perguntas, e 30 minutos pra preencher o gabarito. Foi o 7° aluno a sair.

Foi para a quadra esportiva e ficou sentado na arquibancada, esperando as notas serem divulgadas. Sua cabeça latejava. Era como se ainda tivessem letras e números e textos enormes e contas desfilando na sua frente, de um lado para o outro. Era um preço a se pagar por tanto esforço feito.

Uma garota desmaiou, dois garotos dormiam. Dastan queria fechar os olhos e tirar nem que fosse um cochilo, mas não queria passar a imagem de fraco.

Resistiu por três angustiantes horas. A arquibancada estava cheia e duas enfermeiras de prontidão. Dastan queria bloquear aquele burburinho de vozes, mas não conseguia. Resolveu se distrair, ouvindo o que eles estavam dizendo.

– (...) apareceu um bichinho no ombro da Ellen, e ela gritou feito uma louca.

– (...) ficou correndo de um lado pro outro, e aquela garota do cabelão...

– (...) vomitou na mesa e melou a prova toda.

– (...) a menina do cabelão pegou a borboleta e disse que iria cuidar dela.

Dastan tentou se concentrar nas conversas, mas era muita gente falando ao mesmo tempo. Ficou imaginando se a garota do cabelão era a menina de dias atrás. Teve sua suspeita confirmada quando a viu entrar na quadra.

Ela segutava algo nas mãos e vinha sendo acompanhada por um homem. O homem, provavelmente um professor, disse alguma coisa e a menina concordou. Ele se afastou, e logo ela foi cercada de alunos.

– É a garota da borboleta, olhem! - era o que alguns gritavam.

Alguns minutos se passaram, e logo aquela multidão se dispersou. A menina olhou para a arquibancada, como se procurando um lugar pra ficar.

Seus olhos se encontraram, e ela sorriu. Correu por uma rampa e foi até onde ele estava.

– Olá. - ela disse, se sentando ao lado dele.

– Oi. - ele disse, olhando para o lado.

– Teste chato, não é? Tava um tédio lá. - ela comentou enquanto acariciava a borboleta.

– Tanto faz. - ele comentou enquanto voltava a analisar os nomes nos painéis.

– Eu só queria ter terminado a prova. Parece que é contra a ética se levantar durante a prova, então pediram pra que eu saísse. - ela ia explicando - só não entendo por que não tiraram a outra menina. Ela também levantou, e aos berros. Acho que ela tem borboletafobia.

Dastan não disse nada. Ficava ouvindo, olhando as notas.O painel já mostrava as notas de quem tinha terminado, e ele por enquanto estava em 1° lugar. Trabalho feito. Só precisava esperar que todos terminassem e que nenhum aluno tivesse superado ele.

Um nome que chamou sua atenção foi Alderan Style. O garoto começou em 3°, mas quanto mais notas apareciam, ele caía. Agora estava em 12° lugar.

– Ei, olha, meu nome apareceu! - a menina disse, se levantando, fazendo com que a borboleta voasse. - Ah, não...

Dastan revirou os olhos com o fato dela ter ido atrás da borboleta, e procurou o nome dela no painel. Tâmina, 145 pontos, turma C. Dependendo da quantidade de perguntas que ela tinha feito, não era uma nota tão ruim. Se tivesse feito metade da prova, ela tinha acertado a maioria das respostas.

Tâmina não ligava pra isso. Deu uma olhadinha no painel e voltou para o seu lugar, radiante.

– 145 pontos. Legal, ne? Papai vai ficar orgulhoso. Dizem que é difícil atingir 100.

Dastan olhou pra ela com desdém.

– Eu tirei 315. - disse, querendo intimidá-la. Não funcionou.

Tâmina olhou para o painel e fez cara de choque.

– Uau... Você é Dastan Mace? Puxa, olha só sua nota! - ela exclamou, e o sobrenome Mace foi ouvido. - seus pais vão surtar. Você é tipo um gênio?

Alguns alunos que estavam por perto começaram a cochichar.

– Você ouviu? Ela disse Mace.

– Dastan Mace? É verdade, parece ele.

– Mace? Onde?

– Aquele não é o filho de Nicolalis Mace? O que está em 1° lugar?

– Sim, é ele, herdeiro das Indústrias Mace.

O burburinho só aumentava, e Dastan rapidamente se viu cercado de alunos. Tâmina foi puxada do seu lugar e empurrada pra cada vez mais longe dele.

Ela se sentiu culpada. O garoto, Dastan, não pareceu nem um pouco contente com aquela atenção. Precisava fazer algo pra ajudá-lo.

– Uma ratazana, uma ratazana! - gritou, fazendo com que várias meninas saíssem gritando e a quadra toda se transformasse num ringue de confusão.

– Vem! - pediu Tâmina, puxando o braço dele e correndo.

Saíram de dentro da quadra, ouvindo os gritos lá de dentro.

– Ordem, ordem ! - gritava alguma supervisora.

Tâmina começou a rir.

– Você deve ser bem famoso, hein? - ela pergunto, mas não obteve respostas. - O nome Mace... Acho que vi um daqueles quadros enormes com esse nome na cidade. Não conheço tanto porque eu vivia no interior. Bom, eu vivia, até que...

– Você não cala a boca? - Dastan perguntou, furioso. - Para de me seguir e me deixa em paz.

– Eu só... - Tâmina começou, mas parou. Seus olhos se enxeram de lágrimas, e Dastan se sentiu culpada.

– Olha, garota, sinto muito. Não quis ser rude, mas se está procurando um amigo, veio no lugar errado.

Os dois se encararam e ela se virou, voltando para a quadra. Dastan colocou as mãos no bolso, se forçando a olhar pra qualquer coisa, menos pra ela. Precisava controlar os batimentos cardíacos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dastan & Tâmina" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.