Dastan & Tâmina escrita por Katherslyn


Capítulo 3
Baile dos Brics




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Vamos sair da primeira vez que eles se encontraram, para a primeira vez em que foram a um encontro.

Certas famílias mantém uma tradição no mínimo ultrajante. Elas oferecem um baile anual cujo objetivo é noivar seus filhos solteiros com alguém cujas raízes sejam de alta classe. Me faz lembrar um leilão de gado.

Dastan só havia ido em alguns desses bailes, e por sorte, apenas como mero espectador. Porém, no seu aniversário de 17 anos, seu pai exigiu que ele fosse.

– Está na hora de começar a pensar em casamento. Um rapaz com sua índole precisa decidir com antecedência seu futuro.

Nicolalis Mace queria que o filho fosse com Ellen Degenour ou Akira Spielberg, duas das jovens mais cotadas e prestigiadas. Ainda bem que ele estava quase desistindo e se conformando com Tâmina, porque assim, não se surpreendeu tanto quando o garoto disse quem seria sua parceira.

Pelo que me consta, Dastan e Tâmina já tinham ido a bailes e outros lugares juntos. Mas eu considero esse o primeiro oficial, porque foi a primeira vez que Dastan admitiu que Tâmina era mais do que sua melhor amiga.

O AUTOR

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Tâmina vinha triplicando sua rotina de estudos nos últimos meses. Isso porque era seu último ano no Colégio Style, e ela queria conseguir uma bolsa para alguma grande faculdade. Sabia que não podia contar com o fator dinheiro, mas podia ir com sua inteligência e esforço.

O que era meio desnecessârio, pois ela jâ havia recebido convite para ingressar em universidades tais como Harvard e Princeton. Dastan achava todo aquele esforço desnecessário.

– Você já tem vaga garantida. Quantas vezes vou ter que dizer que vão te admitir na mesma faculdade que eu for? - era o que ele vivia perguntando.

– Vou conseguir entrar pelos meus próprios méritos. Quando eu passar nos exames de admissão, aí sim vou considerar a vaga como minha. - era o que ela vivia respondendo.

Certo dia, enquanto Tâmina pulava corda e lia em voz alta o Guia do Estudante de Geografia que havia decorado, Dastan recebia um convite para o Baile dos Brics e um telefonema do pai.

– Você vai sim a esse maldito baile, ou eu...

Sim, Dastan sabia o que aconteceria. Vinha recebendo a mesma ameaça nos últimos anos.

– La documentation Française la présence des forces armées américaines dans le monde em 2006.

– Pode parar de estudar geografia e espanhol por um minuto? - Dastan pediu, se sentando numa espriguiçadeira. - Precisamos conversar.

Tâmina largou a corda, pegou uma garrafinha de água e se sentou do lado dele.

Não se sentia constrangida por estar toda suada ao lado do filho de um dos melhores empresários do país. Achava tão idiota toda aquela pomposidade. Por que as pessoas tratavam pessoas ricas e pobres de forma diferente?

– O que foi? - ela perguntou depois de beber água.

– Nós vamos ao Baile dos Brics. - ele anunciou, mostrando o convite a ela.

Tâmina se sentou e pegou o convite, seus olhos brilhando. Tinha ouvido falar daquele baile e não entendia o motivo de Dastan sempre recusar ir.

– É um convite tão bonito! Me manda algumas fotos de lá? - ela pediu, mas por receber apenas um olhar dele como resposta, pensou um pouco. - quando você diz "nós"...

– Me refiro a nós dois. Eu e você.

A princípio, Tâmina o abraçou e começou a falar da festa. Da comida, decoração, música. Dastan só ouvia tudo, calado. Até ela perceber uma coisa.

– Dastan... - ela começou, desanimada. - você não disse uma vez que rapazes da sua idade vão acompanhadas de futuras pretendentes a esposa?

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, se encarando, até ele responder.

– Sim, é verdade. Porém, não pretendo me casar tão cedo.

– Nesse caso... Tenho que começar a procurar um vestido. Que cor sugere? A gente podia ir combinando. Que tal verde? Cairia bem em nós. Que nem no baile de formatura do 4° ano, lembra?

Dastan fechou os olhos, ouvindo a voz dela e seus planos. Só voltou a abrí-los quando notou que ela desanimou de novo.

– O que foi? - ele perguntou.

– Seu pai. Ele me disse... Ele só... Ele vai querer que você vá com a Akira.

– Eu queria sair dirigindo um trator pelas ruas. Não podemos ter tudo, sua boba.

Tâmina ainda não tinha se dado por vencida. Ficou pensando no que as pessoas diriam se ela fosse acompanhante dele. Não ligava nem um pouco para o que os outros diziam, mas Nicolelis deixava bem claro que só seria bem-vinda desde que não envergonhasse o nome da família Mace. Não ia querer que acontecesse como da última vez.

– Mina, pare de se preocupar. É só um baile.

Ela forçou um sorriso ao ouvir o apelido. Quem sabe tudo desse certo.

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No baile, eles foram um dos destaques. Tâmina tinha feito um vestido lindíssimk, verde cintilante. Seu cabelo, longo, estava preso num rabo de cavalo. Ela parecia uma réplica da princesa Jasmin.

– Ela não é encantadora? - Nicolalis se gabava para os convidados. - É linda, inteligente, educada. Uma joia rara que foi cuidadosamente lapidada.

Tâmina ficou feliz por ter feito um bom trabalho, mas não se importava muito com esses elogios. O único comentário que queria ouvir veio de uma pessoa especial.

– É. Você até que está um pouco acima do habitual. - Dastan havia dito e feito o coração acelerar.

Depois de duas horas rodopiando pelo salão, os dois se dirigiram para o terraço.

– Não é lindo? - Tâmina olhava para o jardim, no térreo. - é tudo tão belo!

– Sai da berada antes que caia. - foi o que Dastan respondeu.

– Olhe essas estrelas! Só falgava uma estrela cadente cair pra ficar perfeito.

– Seria uma catástrofe se um meteoro ou cometa caísse aqui.

– Dastan, e o vento? Tão forte e fresco! Como se nos dissesse para aproveitar a noite.

– Ou talvez estejam dizendo pra irmos embora que vai chover. Falando nisso, cadê sua jaqueta? Trouxe ela?

Ficaram nesse diálogo por um tempo, até que se sentaram em um banco e Tâmina deitou a cabeça no ombro dele.

– Dastan, posso te fazer uma pergunta?

– Acabou de fazer uma. - ele respondeu, colocando os braços ao redor da cintura dela.

– Por que não me deixou sair do seu lado? - ela perguntou, corando.

– No baile?

– É. Você nem me deixou ir no banheiro sozinha.

– Deixei sim.

– Com você na porta ! Foi constrangedor.

Os dois riram e ela bocejou.

– Quer ir pra casa ? - ele perguntou.

– Não. - ela respondeu, sonolenta.

– Vai acabar dormindo no meu colo e eu vou ter que te carregar até o carro.

Tâmina saiu do abraço dele e se espreguiçou, dando pulinhos.

– Super acordada, viu?

Meia hora depois estavam dentro do veículo, com ela quase dormindo.

– Dastan...

– Vai dormir, Mina.

– O que você acha que as pessoas estão dizendo sobre você?

Dastan suspirou e começou a fazer um cafuné nela. Quando Tâmina fechou os olhos, ele finalmente respondeu.

– Que escolhi bem minha futura esposa.


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