Imperador Negro escrita por Mrs Fox


Capítulo 9
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Nem sei como dizer o quanto ri com vocês, não irei demorar pois estou postando e vendo o Oscar, kkkkkkkkkk Aproveitem a leitura!

PARA MELHOR ENTENDIMENTO DA LEITURA!
Shapu: afiado
komodo-san: seu filho/filha
oku-san: sua esposa
Imperatriz Jingu: Lendária guerreira japonesa
musume-san: sua filha

PS.: Eu simplesmente amo o clã Haruno nessa história.



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Parado, Sasuke observava a cabeleira rosa que encobria o rosto da garota, espalhando os fios pelo tatame. Ao seu lado o rapaz se mantinha do mesmo modo, um pouco atrás no lado direito, tão curvado que testa tocava as mãos pousadas no chão. Incrédulo com a situação, virou-se para Kizashi esperando encontrar algum sinal que lhe mostrasse que aquilo não passava de um mal entendido, uma brincadeira de péssimo tom, entretanto, a preocupação misturada ao medo, cuidadosamente escondidos nos seus olhos, deixava claro que ali não havia truque algum. Suspirou o mais baixo possível, buscando o olhar de seu sensei, este estava com a habitual expressão de tédio, mas pelo tempo de convivência podia dizer que sua tão confusão era tão grande quanto a própria.

 

— Haruno Sakura, - chamou sua atenção - por que atacou-me na floresta?

— Para proteger o meu Clã. - a voz, mesmo abafada pela proximidade com o tatame, era firme.

— E por que mudou de ideia ao descobrir quem sou?

— Para proteger o Japão.

 

Sua resposta desarmou a todos na sala, mesmo Kizashi conhecendo a anos o temperamento forte da garota sentiu-se tocado com a declaração. Sasuke fixou seu olhar sobre os fios rosas, queria que o rosto estivesse levantado para poder avaliar o que se passava dentro daquela mente, que até então considerava insana, entretanto ela continuava na posição de reverência. Isso sem se esquecer de seu ego ferido, no instante que percebeu a verdade sobre a Haruno julgou suas habilidades, talvez por isso não conseguira salvar seu pai, era tão bom que uma pequena mulher fora capaz não só de derrotá-lo, como também enganá-lo. Julgava que o tal líder da Elite era um garoto, o que justificaria a voz oscilante, ora grossa, ora fina, e a pouca estatura, mas outra vez foi enganado pelo próprio tato. Kakashi, mesmo se saber, compartilhava os pensamentos do Príncipe, quando viu a figura que os auxiliava achou se tratar de algum adolescente, talvez de quinze ou dezesseis anos, surpreendo-se com o provável talento, já que este ocupava claramente o posto de líder.

 

— E você, o que faz aqui?

 

Kiba tremeu com a pergunta, nunca imaginara estar de frente ao guerreiro mais jovem e bem afamado de seu povo, mas lembrando de todos ensinamentos de sua líder foi capaz de se manter firme. Tinha que se manter firme como foi ensinado desde que se tornou um protegido dos Harunos, para si aquela era sua forma de demonstrar lealdade. As marcas vermelhas pintadas em seu rosto lembravam o passado que sua mente resolvera apagar, e a perseverança em ser útil a gratidão aqueles que o salvara.

 

— Gostaria de perdi-lhe perdão, Príncipe-sama, por ter atacado o Uzumaki-san na noite anterior. - se levantasse a cabeça, Kiba poderia vislumbrar a sobrancelha erguida de Sasuke.

— Interessante, seu subordinado Haruno pede perdão por ter atacado um membro da antiga Família Real, enquanto você não mostra arrependimento por atentar contra a vida de um Príncipe, mais especificamente o herdeiro de direito do trono. Este é o exemplo de subordinação que dá aqueles em seu comando?

 

Sentiu parar de respirar, sabia o quanto aquelas palavras eram incômodas a sua líder, como seu braço direito já a virar enfurecer-se por questões menores, dentro da Shapu todos reconheciam e respeitavam a autoridade arduamente conquistada por Sakura. Se uma decisão tomada desagradasse a alguém não haveria reprimidas, porém esta também não voltava atrás, sempre sendo provada pelos próprios acontecimentos como a mais sensata. Ela sabia que na batalha não haveria tempo para voltar atrás, nem para perdões, tendo como única opção seguir em frente.

 

— Eu não seria merecedora de confiança se voltasse atrás quando algo não se saísse bem, não teria nem ao menos a qualificação para liderar alguma coisa. Tomei a decisão que me pareceu melhor no momento, e se esta estava errada mudei a direção, entretanto Uchiha-sama, nunca exemplificarei como se volta atrás.

 

Sorriu orgulhoso pela resposta de sua superior, ao mesmo tempo que agradecia aos deuses por terem controlado o temperamento da mulher para uma resposta educada, ainda que levasse a característica ponta de desafio.

 

— Sakura-chan, não acho que essa seja a melhor forma de expor suas ideias ao nosso Príncipe. - Kizashi ralhou-lhe, temendo que a resposta temperada de desafio complicasse a situação perante a Sasuke. - Gomenasai pelo comportamento de nosso Líder.

— Não preocupe-se, esta é a verdadeira postura de um comandante. - mesmo sem se comunicar, Kiba sabia que por trás daquela postura inabalável, Sakura ficara aliviada com aquela frase proferida por uma figura tão importante como o Uchiha. - Mas gostaria de voltar a nossa conversa particular.

 

Sabendo que aquele era o momento de saírem, Kiba e Sakura se levantaram, curvaram-se antes de sair da sala, gratos pela compreensão do Príncipe em não puni-los. Mais uma vez os espertos olhos verdes analisou a figura imperial antes de se afastar. Admirada com a postura compreensiva do comandante, ainda que agressivo na sua maneira de lidar, inteligente ao saber dosar aonde empregar isso em suas perguntas. Silencioso, Kakashi observou as duas figuras saindo da sala, voltando em seguida para seu aluno, sabendo que este estava lhe dando espaço para falar.

 

— Kizashi-sama, com toda segurança posso lhe falar que estamos surpresos com o que acabamos de ver aqui. Como o senhor foi capaz de permitir uma coisa dessas?

— Kakashi-sama, nada para o clã Haruno é simples, - paciente o outro falou - entendo que em outras famílias as mulheres ganham outros papéis, porém aqui se tornou diferente.

— Já pensou no risco que essa mulher corre, dá pra se notar que mesmo com o cargo que ocupa ela ainda é jovem, provavelmente com uma família lhe esperando, o que acontece se um dia ela vim a ser casar e seu komodo-san ficar sozinho em casa, como irá cuidar de seu otto? Isso sem mencionar a desonra perante outras família que esse posto a traria, difícilmente o otou-san dessa menina conseguirá cumprir o papel de lhe arranjar matrimônio. Não importa o quão desesperados estão para segurarem sua casa, como deseja fazer isso mandando a quem deve ser protegido para batalha?

— Não temos distinção quanto a isso Kakashi-san, - Sasuke ergueu uma sobrancelha, ao notar o tom tanto que agressivo que a voz do homem tomava - nenhuma mulher foi mandada para a Shapu obrigada, foi a vontade, luta e escolha de cada uma, se essa é a vontade dos deuses não posso interferir. Quanto a Haruno Sakura, posso lhe garantir como seu otou-san que não falta homem querendo tomá-la como sua oku-san, do mesmo modo que suas habilidades são tão inquestionáveis quanto sua beleza.

 

Envergonhado com a resposta que ouvia, Kakashi preferiu se calar, ainda que não entendesse costume tão peculiar. Sasuke não o condenava, sabia que os hábitos dos Harunos seriam visto por mal olhos em muitas família, e que ele próprio não tinha visão tão drástica sobre aquilo graças a educação de Mikoto, nas diversas vezes que a acompanhou para tratar de assuntos diplomáticos com outras famílias de tradição diferente da sua, e as raras histórias sobre a Imperatriz Jingu .

 

— Kizashi-sama, mesmo estando desacostumado com as tradições do Clã Haruno não estou aqui para julgá-lo, na verdade, dada a minha atual situação eu devo agradecer por toda lealdade de sua família. Arigatou.

 

Espantado Kizashi assistiu o Príncipe Uchiha curva-se ao agradecer, sem jeito com a situação repetiu o gesto do outro, murmurando agradecimento pela confiança do jovem, feliz por saber que nenhuma punição cairia sobre os segredos escondidos a anos. Retirou-se do aposento desculpando-se, pois teria assuntos do vilarejo a resolver, Sasuke achou cômica a reação do homem, podendo até mesmo sorrir caso encontra-se em outra situação.

 

— Mesmo com essas peculiaridades, os Harunos são verdadeiramente fiéis. - Kakashi comentou depois que o homem saíra.

— Foram leais e obedientes mesmo sabendo que sem exército ou meu posto sou um homem comum. Poderiam ter me usado para criar alguma aliança com Madara, fortalecendo seus próprios interesses, mas foram honrados em nos salvar e ajudar. Quando tudo estiver em seu devido lugar, isso não será esquecido.

— Quando? - Kakashi repetiu a palavra, sabendo que se seu aluno a escolhera era porquê tinha algo planejado - O que tem em mente Sasuke?

— Os Hyugas, Kakashi, são segundo maior clã com poder militar após as força Imperiais. São orgulhosos demais para jurarem confiança a um traidor e estão longes o suficiente para se prepararem contra um ataque de Madara. Lógico que uma situação dessas é favorável para eles próprios tentarem subir ao trono, todavia caso isso aconteça temos as tropas marítimas, que não devem ter sido atacadas, o que significa que pode-se deslocá-las até os seus territórios para conter qualquer tentativa de tomada de poder. Além que Hyuga Hiashi pode até saber comandar seu Clã, mas todo o Japão são proporções diferentes, e pelo que conheço ele tem consciência disso, além de ter uma dívida com meu otousan pela ajuda prestada naquele inverno rigoroso de cinco anos atrás. Eles nos ajudarão. - Kakashi acompanhou o raciocínio, vendo a eficácia de planejamento.

— Isso sem mencionar que Hiashi não há herdeiros, diria que seu sobrinho irá assumir a liderança do Clã, mas ouvi dizer que há controvérsias em relação a isso. Tem somente duas filhas, sendo que a mais velha é prometida a Naruto, o  trono no final se voltaria para os Uzumakis. - completamentou vendo as possíveis sequências de acontecimentos - Ainda assim, nossas tropas marítimas não são o suficiente para tomamos o trono de volta, Sasuke. Além que não contra atacar com agilidade dará mais espaço para Madara avançar, mesmo conseguindo formar uma aliança com os Hyugas os homens estão longe para conter as forças inimigas.

— E deslocar um grande exército por uma distância tão longa irá denunciar nossas intenções e posições. - pensativo o jovem apoiou o rosto nas mãos cruzadas, sustentando o peso nos cotovelos apoiados na mesa, traçava rápidas estratégias assim como seu professor. - A Tríade pode ser a solução, agora e eles estão sobre o comando dos Yamanakas.

— Hai, uma excelente alternativa, Sasuke, juntando as forças dos Akimichi, Nara e Yamanaka pode ser possível montar uma boa linha de frente. Sem falar que Shikaku é um excelente estrategista e saberia muito bem conduzir sem ser necessária a sua presença, já que seria um grande risco.

— Isso é claro, se eles não preferirem jurarem lealdade ao Usurpador, suas sedes são próximas as áreas do Palácio, talvez para se protegerem prefiram não se envolver. - seu olho se fechou, lembrando-se dos pequenos detalhes que poderiam serem necessários, como seu pai ensinara - Não, mesmo unindo-se a Madara eles seriam obrigados a lutar, formariam uma linha de frente contra invasões vindas do noroeste do Palácio, além que os Naras tem um grande conhecimento da floresta daquela região, seria ideal.

— Porém não sabemos se os líderes da Tríade conseguiram escapar do ataque. Tenho a vaga lembrança de ter visto Yamanaka Inoichi saindo junto de sua musume-san e os outros dois rapazes que a acompanhava, mas se saíram com vida não pode-se afirmar. - os olhos castalhos se desviaram para os desenhos de dragões vermelhos dançando gravados aos no papel de arroz que delimitava o cômodo - Ainda temos o Clã Sabaku, entretanto o musuko-san de Sabaku no Rasa, Gaara, é muito misterioso. Pouco se sabe sobre ele desde que assumiu o posto de chefe do Clã após a morte do otousan. Não temos como ter ideia de como eles se posicionariam em relação a esses eventos, o mais prudente é esperar a situação evoluir e ter certeza de que são confiáveis.

 

Por um momento Sasuke se calou. O barulho de alguém passando pelo corredor ao lado da sala em que estavam chamou a atenção, temendo que fosse alguém interessado resolveu se calar até os sons do passos sumissem de seu alcance. Desconfiado, era assim que se sentia a cada momento desde que aquela tachi atravessara o corpo de seu pai, até mesmo o homem de cabelos prateados que conhecia durante toda sua vida era-lhe alvo de dúvidas. Na situação em que se encontrava não ter em quem confiar era quase tão perigoso quanto confiar em qualquer um, precisava de alguém que ajudasse a conduzir a situação, os planos, e talvez até mesmo um exército, e mesmo sabendo disso, mesmo forçando sua mente a acreditar naqueles em que um dia já confiara a vida, não sentia-a totalmente seguro.

 

— Precisamos entrar em contato com os Yamanakas e os Hyugas o mais rápido possível, porém sem levantar suspeitas.

— Provavelmente os Harunos possuem pássaros mensageiros, as sede dos Yamanakas não fica longe do palácio, porém enviar um pergaminho desse cunho corre um grande risco de ser extraviado. Podemos codificar a mensagem que será enviada para os Inoichi, Shikaku entenderá a mensagem, porém entre os Hyugas não conheço nenhum que possua tal habilidade.

— O mais seguro seria ir pessoalmente falar com Hiashi, - os olhos negros se fecharam, as memórias do estado de Mikoto voltando a sua mente - haha não está em condições para uma viajem assim.

— E nem você deve ir, Sasuke. É um fugitivo agora, e devem ter homens ainda na floresta te caçando desde que saímos do palácio. O melhor é aguardar alguns dias para termos certeza que o grupo terá reagrupado, e então eu irei. Naruto já estará recuperado para fazer sua segurança.

— Kakashi, também não é seguro para você ir sozinho, qualquer um sabe de sua aproximação comigo e do seu cargo. - espanto abateu sobre seu corpo, sabia do risco em que seu sensei se colocava.

— Sozinho será mais fácil para passar despercebido. Preocupe-se em achar uma forma de convencer Inoichi a aceitar que a Tríade forme uma linha de frente.

— Não preciso pensar em nada, - Sasuke levantou-se, querendo maior segurança sobre sua decisão - tenho uma proposta que ele não irá recusar.


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Notas finais do capítulo

Explicação cenário geográfico: o palácio fica no centro do Japão, tomando ele como ponto de referencia, você tem os Hyugas beeeem ao norte, a Tríade (Nara, Yamanaka e Akimichi) em terras ao noroeste, próximo do palácio. Ao Sul temos os Sabaku, e os Harunos ao sudeste.

Eu preciso dizer que o Clã Haruno não obedece em nada a posição da mulher na sociedade japonesa, porém eu me inspirei em filmes sobre guerreiros e guerreiras, eu tinha que colocar isso. Mas eles são com certeza meu clã amorzinho