Um Passo para o Amor escrita por LeticiaHeinzmann, Emilisluize


Capítulo 3
O Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, hoje trago para vós o segundo capítulo. A partir de agora terá um novo toda sexta e segunda, podendo sofrer alguma alteração de dia durante as minhas semanas de provas. Espero que gostem c:



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—Para a próxima aula, leiam a página 394. — O Sr. Allen comunica antes de finalizar a aula.

É óbvio que eu deveria ter prestado atenção no conteúdo, mas ainda não conseguira tirar aquele par de belos olhos verdes da mente. É mesmo possível que um homem que eu sequer conheço possa mexer tanto comigo em tão pouco tempo? Recolho meus livros de cima da classe e vou para fora. Hoje era quarta-feira, o que significa que não tenho trabalho na biblioteca, então combino de me encontrar com o John pra tomar um café.

Ele está parado do lado de fora da sala, esperando-me em frente ao meu armário já com dois copos na mão.

—Aqui está o seu, extraforte como pediu. — Ele me entrega o café logo depois de um selinho. Passa a mão na minha cintura e vamos caminhando em direção à saída. — Como foi seu dia?

—Como sempre. Só mais aulas desinteressantes e monótonas. E o seu?

—Estava chato, mas agora que estou com você está melhorando um pouco. — Vejo que ele dá um sorriso, e ao olhar para frente novamente deparo-me com uma cena inacreditável.

Era ele, novamente. A fonte da minha perturbação constante. Apenas alguns metros a nossa frente vinha caminhando Ethan Bradley, e ele estava encarando-me, sério. Até tento, mas não consigo desviar os olhos, e aqueles momentos parecem deslocar-se em câmera lenta. Consigo observar com precisão cada um de seus passos, sua postura perfeitamente ereta, sentindo seu olhar penetrante que parece conseguir enxergar até minha alma.

Quando ele finalmente passa por mim e John, sinto um alívio enorme, mas meu namorado parece ter percebido algo de diferente e não está muito feliz.

—Quem era aquele cara?! — Pergunta-me, olhando para trás, na direção de Ethan.

—Eu não sei.

—Ele olhou para você como se fosse... Como se fosse um objeto que ele está louco para adquirir.

—John, eu realmente não sei quem ele é, e você está exagerando demais. — Falo, tentando tranquiliza-lo. Após um suspiro dramático, ele me olha e tranquiliza-se um pouco.

—Me desculpe, mas você sabe que eu morro de ciúmes. Você é tão linda, parece que todos os caras te olham com segundas intenções. — Explica ele, olhando para mim.

—John! — Repreendo-o, rindo. — Ninguém olha para mim desse jeito, e mesmo que olhassem, estou com você porque é com você que quero ficar. Agora pare de ser bobo. — Ele finalmente sorri de modo verdadeiro, então o beijo, passando os braços ao redor da sua nuca e tomando o cuidado de ao fazer isso não derramar o café. — Não precisa se preocupar, está bem? Ele não é ninguém.

Mas mesmo depois de dizer isso, eu mesma tenho que reconsiderar. Um cara por quem eu passei as últimas quatro horas, pelo menos, refletindo sobre, realmente não é ninguém?

***

Meu namorado me larga em frente à república. Depois de me despedir, vou direto para a cozinha comer um pedaço de bolo que Amy Johnson, uma colega de república minha, havia feito. Era de chocolate com cobertura de brigadeiro e granulado, estava delicioso.

Depois de satisfeita, subo para o quarto. Lucy tinha saído, provavelmente passeando com seu namorado misterioso que ela insistia em manter escondido de mim, então o quarto estava magnificamente silencioso.

Aproveito para repassar a matéria que o professor ensinou hoje já que não prestei atenção em sequer uma palavra durante toda a explicação. Pego o livro da mochila e faço uma leitura atenciosa em todo o capítulo. Repito isso com todas as matérias do dia, e lá pelas oito horas da noite finalmente consigo assimilar alguma coisa.

Infelizmente, já estava também muito cansada por causa do conteúdo maçante. Vou para o banheiro escovar os dentes e tomar um banho morno. Coloco um pijama e me enfio debaixo dos cobertores, aproveitando o calor delicioso que só uma cama pode proporcionar. Okay, talvez eu esteja exagerando um pouco.

Porém, logo depois de quase pegar no sono, ouço um bipe alto vindo do meu computador. Após alguns relutantes minutos, levanto e vou ver o que causou esse som. Descubro que se trata de um e-mail.

De: John ♥

Para: auroramack@mail.com

Mensagem: Oi, amor! Está afim de sair esse final de semana? Amanhã podemos decidir um lugar para ir, o que acha? Beijos, e desculpe por incomodar você. :c

Reviro os olhos, sorrindo como uma boba. Como poderia ficar incomodada com alguém tão fofo? Não o respondo, mas decido que amanhã falarei com ele para marcar algo. Volto para a cama e só então me lembro de Lucy. Ela já estava fora havia um bom tempo, esse namorado novo deve ser muito bom mesmo. Rio sozinha imaginando o que ela deve estar fazendo no momento.

Passados alguns minutos olhando para o teto no escuro, finalmente adormeço.

***

No outro dia começo a ficar preocupada, pois ao acordar não encontro Lucy nem na sua cama nem em nenhum outro lugar da casa. Na escola, também não a vejo em parte alguma, mas tento tirar isso dos pensamentos por enquanto e decido procurá-la mais tarde.

Vou para a sala e acabo conseguindo me concentrar bem mais nas aulas, o que me deixa animada, acreditando que finalmente estou conseguindo esquecer aos poucos o homem que me deixou tão absurdamente perdida em devaneios.

Entretanto, tudo isso vai por água abaixo quando entro na biblioteca para mais um turno de trabalho e vejo-o sentado em uma das mesas de leitura do local, lendo tranquilamente aquele livro que nos conectou pela primeira vez dois dias antes.

Ele levanta os olhos da leitura para o meu rosto e arqueia as sobrancelhas. Só então percebo que fiquei paralisada ali, no batente da porta, observando-o sem a mínima discrição. Fito o chão e finalmente me locomovo para trás do balcão, ligando e mexendo no computador tentando ignorar sua presença.

Mesmo sem saber ao certo se ele estava me olhando, era como se seus olhos carbonizassem-me até que eu fosse transformada em cinzas. Ouço o livro ser fechado, seu corpo se levantando, a cadeira sendo empurrada e seus passos em minha direção. Rezo para que seja coisa da minha imaginação e ele esteja apenas indo embora, mas quando levanto os olhos, encontro-o parado ali, na minha frente, com um sorriso presunçoso no rosto.

—Aurora, então nos encontramos novamente.

—Olá pra você também. — Respondo tentando manter-me calma. — Como você está?

—Oh, desculpe minha indelicadeza. Estou muito bem, e você? — Com certeza não era a resposta que eu esperava, e isso me deixa um pouco desestabilizada, então assumo uma expressão mais séria.

—Estou bem também. Precisa de alguma coisa?

—Não, só me lembrei que te encontrei aqui outro dia e você parecia legal, então resolvi vir conversar.

—Obrigada, acho, mas estou em período de trabalho agora, seria interessante se eu pudesse prosseguir com as minhas tarefas. — Retruco em tom ríspido tentando fugir da situação.

—Okay. Vou te deixar trabalhar com uma condição. — É sério?, penso, mas respondo com a maior delicadeza que consigo demonstrar.

—E qual seria?

—Saia comigo. Vamos comer alguma coisa, tomar um café ou dar um passeio. — Não consigo segurar e solto uma gargalhada. Ele só podia estar de brincadeira.

—Não. Por que motivo eu iria sair com você? Mal o conheço, e aí está, atrapalhando-me no meu ambiente de trabalho.

—Não seja tão chata, não é como se eu estivesse flertando com você. Achei que fosse uma menina culta com quem seria agradável conversar por alguns minutos, mas está se mostrando bem mais desagradável. Sendo assim, vou embora. — E ele realmente faz isso. Vira-me as costas e se dirige para a saída.

Relutantemente, cogito a possibilidade de aceitar. Afinal, que mal faria? Eu que estava sendo idiota ao acreditar que ele tinha segundas intenções. Corro atrás dele e chamo-o.

—Tudo bem, desculpe. Que tal sábado, às duas da tarde? Podemos ir até uma cafeteria aqui perto. — Falo, o que o faz parar e virar-se para mim.

—Mudou de ideia? — Responde-me ele com aquele sorriso presunçoso novamente, fazendo meu estômago revirar. — Está marcado. Sábado.

—Okay, mas se você pudesse me deixar em paz agora seria bom, tenho bastante trabalho para fazer. — Olho para ele emburrada. Podia até ter aceitado sair, mas continuo não gostando muito da companhia dele.

—Tudo bem, já estou saindo. Até qualquer hora, docinho. — Diz-me ele de forma irônica.

Ele vai saindo de costas enquanto continua me encarando. De repente, tropeça numa cadeira e cai de costas no chão, levando com ele além da cadeira uma pilha de livros.

Eu saio correndo em sua direção, recolho os livros e a cadeira e coloco tudo de volta no lugar. Só depois o ajudo a se levantar.

—Sério, você tem que ter mais cuidado! — Falo, prendendo o riso.

—Na maioria das vezes sou mais cuidadoso, não é qualquer coisa que me faz perder a concentração, mas admite: foi o tombo mais ridículo que você já viu na vida! — Diz ele, rindo.

De repente, nós dois começamos a rir. É um som tão agradável que tenho vontade de continuar eternamente ao seu lado, apenas rindo e perdendo-me no verde daqueles olhos. Porém, essa sensação boa logo acaba quando percebo que tem mais alguém ao nosso lado com uma expressão totalmente descrente. É Lucy.


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Notas finais do capítulo

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