Uma Semideusa escrita por Maria Fernanda


Capítulo 4
Capítulo 4: Eu vi minha mãe!


Notas iniciais do capítulo

Fim do mistério...



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Uns sentaram-se na frente e outros mais atrás, e eu? No mais fundo possível, óbvio. Quíron foi o último a chegar. Ele foi na frente da fogueira e me chamou. Levantei, minhas pernas estavam tremulas. Fui até ele e no momento em que fiquei ao lado dele todos começaram a aplaudir, não entendi o motivo até perceber que não estavam olhando para mim, e sim para algo mais acima de minha cabeça olhei para cima e vi o motivo dos aplausos. Um pouco a cima de minha cabeça havia uma coruja prateada, logo ela sumiu. Quíron pegou minha mão, a ergueu e disse:
– Charlotte Collins, filha de Atena!
Todos aplaudiram eufóricos. Muitos estavam assoviando e gritando. Quanta animação! Até parecia eu comendo pizza! Não consegui segurar um sorriso quando vi Chris aplaudindo sorridente junto com os outros.
Depois de todos os aplausos, quando eu estava começando a me mexer para ir para meu lugar, uma luz branca muito forte começou a brilhar no meu lado. Vi todos virando os rostos e fiz o mesmo, quando a luz cessou olhei para o lado e havia uma mulher alta e bonita. Todos começaram a se ajoelhar.
Espere! Era a mulher que estava ao lado de meu pai naquelas fotografias! Era minha mãe.
– Levantem-se! Não estamos em formalidades – Ela olhou para mim – Olá minha filha. Pegue, isso a ajudará!
Ela entregou um anel para mim e em seguida olhou para Quíron com uma expressão mais séria e entregou um papel a ele. Depois, começou a desaparecer naquela mesma luz. Todos viramos os rostos novamente. Ela sumiu. Olhei para Quíron, ele estava tão atordoado quanto eu. O que acabara de acontecer?
Voltei para meu lugar ainda tonta. Uma garota loira foi até mim. Eu e ela éramos parecidas. Ambas com cabelos loiros e olhos cinzas.
– Oi, eu sou Annabeth, líder do chalé de Atena. Seja bem-vinda!
Os olhos dela irradiavam inteligência. Será que eu também tinha esse olhar?
– Oi, obrigada.
Ela se sentou ao meu lado.
– Será que eu poderia ver?
Entreguei o anel para ela. Ela o examinou por um tempo.
– Como um anel poderia me ajudar?
– Coloque ele no dedo indicador e gire o rubi.
Fiz como mandado. No instante que girei, no lugar de um anel, uma espada estava em minhas mãos. Sua lâmina era prateada e tinha uma linha dourada no meio. O cabo era da cor do rubi. E na ponta dele havia algo escrito, em grego. “A filha da Sabedoria”. Como eu sabia? Não faço a mínima ideia
– Uau! É linda.
– É muito raro alguém receber um presente de seu pai, ou mãe, quando é reclamado.
– Você recebeu algo?
– Sim, um boné dos Yankees. Quando o coloco fico invisível.
– Que incrível.
– Você é a primeira que recebemos desde que derrotaram Gaia.
– É já soube. A quanto tempo isso aconteceu?
– Apenas 2 Meses.
– Qual deus a derrotou?
– Na verdade, não foi nenhum deus. Foi um meio-sangue.
– Sério? Ele está neste acampamento?
– Sim é aquele ali. – Ela apontou para um garoto que estava abraçando uma garota muito bonita.
– Aquele baixinho e magrelo conseguiu derrotar Gaia?
Ela riu.
– Sim.
– Ok, acho melhor não subestimar baixinhos e magrelos por aqui.
Ela concordou.
– Amanhã teremos Caça à Bandeira, pedirei para Percy ensinar um pouco para você amanhã.
– O que é essa Caça? O que eu tenho que aprender? E quem é Percy?
Ela deu uma risadinha.
– Calma! Caça à Bandeira é um jogo que fazemos uma vez por semana, onde há duas equipes. O objetivo é pegar a bandeira do inimigo. Todos estarão com armas como espadas e lanças. Percy é meu namorado e é meio que um instrutor de esgrima. Vou pedir para ele te ensinar um pouquinho.
– Ok, eu nunca nem toquei numa espada.
– Ficaria com medo se tivesse! No mundo mortal não saímos com espadas e lanças gritando “This is Esparta” ok?
Eu ri.
– Ok.
O pior é que eu estava imaginando exatamente isso.
– Como reagiu ao saber que é uma Semideusa?
– Bom ao saber que sou uma Semideusa reagi normalmente, mas ao ver Quíron desmaiei e fui parar na enfermaria.
Ela levou um susto.
– Sério? Por que?
– Bom, eu nunca vi um cara que da barriga para baixo fosse um cavalo.
– É, acho que deve ser estranho.
– Você não se assustou quando o viu pela primeira vez?
– Eu não lembro, quando cheguei no acampamento tinha apenas 7 anos. Afinal, quantos anos você tem?
– 14.
Uns campistas pegaram violões e começaram a tocar.
– Eu vou lá para frente você não quer vir? – Perguntou ela.
– Não, vou ficar por aqui mesmo. Obrigada!
– Ok.
Ela seguiu até uma mesa pegou duas bebidas, foi até a fogueira e se sentou ao lado de um garoto. Devia ser Percy, seu namorado.
Quase todos estavam cantando e rindo felizes. Eles tinham algumas músicas meio estranhas, mais típicas de acampamento. Acho que vou me acostumar facilmente com este lugar.
Me encostei e parei para pensar. Que dia! Acordo, vou para escola, saio da escola, subo num Pégaso, vou para Nova Iorque, conheço um acampamento que humanos normais não conseguem vê-lo, descubro que sou filha de uma deusa e a conheço, desmaio e vou parar na enfermaria por ver um centauro. Nunca aconteceu tanta coisa em um dia só na minha vida. Bom, até ontem o único evento importante da minha vida tinha sido o meu nascimento. O que não era tão importante assim.
– Está melhor? – Perguntou Clarisse.
Nem tinha visto ela chegando.
– Sim, muito melhor.
– Fiquei preocupada quando desmaiou.
– É que, sabe, eu nunca tinha visto um centauro antes.
– Entendo. Ah, e eu falei que era de Atena.
Eu sorri.
– É, falou.
– Você não quer se sentar mais próxima da fogueira?
Acho que naquele acampamento não existem essas pessoas (tipo eu) que gostam de ficar no seu canto, pensando na vida. Eu estava prestes a dizer não, mas comecei a achar que se fizesse isso outra pessoa iria lá me perguntar a mesma coisa.
– Pode ser.
Ok, quem é você e o que fez com a Charlotte que eu conheço? Você se enturmando?
Segui ela até mais perto e sentei não muito perto da rodinha. Sentar lá na frente junto com os outros já é demais para mim. Ela se sentou um pouco mais a frente, ao lado de um cara moreno e alto. Logo quando ela sentou ele a abraçou.
Começaram a cantar outra música. Olhei para as pessoas na roda, tinham MUITOS casais. Fui olhar para as pessoas que estavam tocando violão e vi que Christopher era um deles. Quando olhei para ele, ele estava olhando para mim e quando notou que estávamos ambos se olhando desviou o olhar e ficou corado. Ele tocava muito bem. Algumas pessoas já estavam indo para os chalés.
Fiquei mais um tempo lá e depois fui para o chalé. Acho que me lembro de como chegar lá. Andei um pouco e logo cheguei. Já tinham mais pessoas indo para seus chalés.
Quando abri a porta haviam poucas pessoas lá no chalé de Atena. Annabeth já estava lá, nem tinha visto ela sair da fogueira. Ela estava arrumando sua cama.
– Oi! – Disse ela quando me viu.
– Oi.
– O que achou da fogueira?
– Bem legal, mas vocês têm algumas músicas meio estranhas.
Ela riu.
– É também pensei isso no início. A sua cama é aquela ali – ela apontou para uma cama perto da porta.
– Ok.
– Amanhã arranjarei roupas novas para você!
– Obrigada.
Ela fez um sinal tipo “Ah, não foi nada! ” Ou poderia ter sido um tipo “Só estou fazendo meu trabalho, vai dormir”. Acho mais provável a primeira opção.
Arrumei minha cama e deitei nela. Estava bem cansada então não demoraria muito para pegar no sono. Dito e feito.


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