E Eu sou o Amor da Sua Vida? escrita por Lady Lupin Valdez


Capítulo 50
Indo a Algum Lugar, ou Então Fugindo...


Notas iniciais do capítulo

O segundo capítulo do primeiro dia do mês!!
É o capítulo 50...
E já digo de já; queria algo estupendo... Mas, eu me diverti tanto fazendo os diálogos e tals, que ele já ficou especial por isso mesmo♥ Ao menos para mim...
Dedicado para Aquela cherié que sabe que é minha Fã nº1
Você sabe que é a minha excepcional né? Obrigada por tudo♥

♪Avicii ~ The Days♫
♪Coldplay ~ Hymn for the Weekend♫
♪Ed Sheeran ~Bad Habbits♫
PS: Os capítulos de fim de semana não foram postados antes porque o computador simplesmente olhou pra mim e disse "Não quero" Amadoooo....

~Enjoy. ♥



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Victor

Eu sonho com você todos os dias, tenho que conhecer cada centímetro de você... Você vai fazer o meu sonho se tornar realidade?

Armin estava fora da cidade. Estava fora do país. Estava fora do continente. Simplesmente foi embora! E por algum motivo sem nexo, Luco estava furioso. Estávamos observando seu ataque de raiva no quarto dele, e devo admitir, meu quarto era muito sem graça.
 O quarto de Luco tinha inúmeras prateleiras, cinco em cada parede, com inúmeras fotos, alguns troféus, medalhas, globos de neve, dvd’s de filmes por ano de lançamento, pôsteres e algumas minis pelúcias inusitadas; imagino que um deles seja um ornitorrinco, uma águia, talvez um castor; eram muitos. Tinha algumas bandeiras de países, era um lugar divertido de se estar.

—Porque você não foi Conrado? – O outro deu ombros. – Porquê o Armin? Porque ele? Porque a exclusividade foi dele?

—Luco; não adianta me perguntar, não adianta berrar. – Ele havia parado de berrar a uns 28 minutos. – Eu e Igor também estávamos lá, falamos com todos. Porém; tem o “porém” não chamamos a atenção de ninguém. Não gritamos, fomos corteses, estávamos no nosso horário.

—Segundo a 4ª Monitora, “Ele implorou, como estava atrasado, ficou com medo, entrou em pânico; daí então; ele implorou. ” – Joana deu uma risada de estar saboreando aquilo: e ela disse: “Como um cachorro implora para o dono para ir passear. E nisso ele foi. ” – Ela repetiu.

—Ela disse isso mesmo? – Mi-Cha indagou-se.

—Claro que disse, eu perguntei pra ela, e ela me respondeu.

—Não faz sentido. – Ele começou a rodear o próprio quarto. – Ele deixou um trabalho aqui, deixou instrumentos. – Houve uma pausa. – Ou ele levou?

—Luco, pela última vez... – Conrado falou. – Ele saiu daqui ás 05 horas da manhã. Eu tava dormindo nessa hora, não tinha ninguém acordado a essa hora! Para de ser doido! Ele só foi! Aceita!

—Tá, mais, porque ele foi? Esse não era o plano. O plano era ele estar aqui para ver nossa vitória e NÓS expulsarmos ele daqui. – Max estalou a língua, estávamos nesse assunto á um tempo e não dava muito bem para entender o surto do Luco.

—Porém, já é meio caminho andado. – Falou Verônica. – Ele foi embora. – Stefano riu.

—Nós já temos a mesa de Elite, voltamos a ser os Coloré, Armin não está mais aqui. O que você quer mais Luco? – Pandora perguntou. – Praticamente é quase tudo o que você queria.

—Talvez ver Armin indo embora de “cabeça erguida” – Dégel fez aspas. – O deixou um pouco decepcionado. Estou certo? Você queria ver ele se contorcendo de vergonha. – Luco riu, era quase isso mesmo. – Foi o que eu imaginei.

—Perguntinha... – Max levantou a mão. – Quem ficou com o teatro?

(...)

Todos ficamos em silêncio e nos encarando por um tempo.

—Bom... – Audrey começou. –Lafayette e Pierre estavam no teatro Christopher William.

—Como você sabe? – Joana a encara.

—Eu fui lá ensaiar. Esperava ver o Armin. – Ela amarrou o cabelo. – Mas, então me deparo com um sorridente Lafayette. Ele é bem mais legal do que eu imaginava; mas, não ensina tão bem quanto o “Faz Tudo de Paris”. Ele ainda é aluno. E bem; Pierre, é apenas Pierre.

—Guys! – Luco exclama sentando em um puff. – Parem de falar um minuto. – Ficamos em silêncio.

Audrey, Pandora, Verônica, Joana e Mi-Cha estavam sentadas na cama do Luco; Conrado e Dégel estavam sentados na mesa de estudo e poltrona dele, nessa ordem; já Antonie e Steffano dividiam espaço no baú de roupas preto que estava no pé da sua cama. Agora, eu, Jay e Maxwell estávamos sentados no carpete, esperando Luco refletir.

—Ocorreu muita coisa, preciso ter certeza que não estou enlouquecendo. – Ele começou a esfregar os olhos.

—Mais?! – Mi-Cha quis rir.

—Bom, o seu desejo se realizou. Isso é ruim? – Mi-Cha falou, porém, ele negou.

—Sim. Quero dizer, não; é que realmente foi muita coisa de uma vez. – Ele começou a contar nos dedos. – Mateus foi demitido e Kathy achou que foi culpa minha. Me jogou umas pratarias... – Ele riu. – Então Mateus veio trabalhar aqui como Monitor, ele me bateu; foi divertido!

—Você é muito masoquista...

—Young beijou a 4ª Monitora. – Ele continuou contando nos dedos. – Teve as aulas “particulares” com Armin, que dificultava seu descanso. Mackie deu em cima de Armin. Young deu em cima da favorita de Armin. Teve a carta apavorante e cruel da Verônica. A confusão de data e horário para atrasar o Armin. – Ele mordeu o polegar. – E depois ele vai embora para Nova York. A minha New York! Qual o motivo para ele ter feito isso?

Conrado respirou fundo.

—Escuta seu doido; foi apenas DESESPERO! – Ele resmungou. – Não tem nenhum outro motivo; erro é algo inadmissível para ele! Você vai embora quando não pode mandar em um grupo grande; e foi o que ele fez. ERRO e DESESPERO! – Conrado pulou da mesa.

—Você tem certeza?

—Não precisa ficar procurando motivos. Não teve! – Ele estava furioso com Luco. Porém, o outro não parecia ligar muito. – Ele não pensou muito...

—Não foi por causa da Mackie? – Luco o interrompeu. Conrado arfou e se sentou de volta na mesa revirando os olhos.

—Acho que não. Ela é peixe pequeno. – Diz Joana. –Não o irritaria a ponto disso.

—Nos irrita. Talvez o irritou também. – Disse Pandora.

—Cansaço?

—Como se em Nova York, as coisas fossem mais calmas que em Paris. – Comentou Verônica emburrada.

—Será que você não o assustou muito? – Ele apontou para Verônica.

—Aquilo era quase uma carta de amor. – Murmurou Stefano. – Se não, ele teria ido embora antes. Verônica foi gentil.

—E se foi o que você falou pra ele no dia da apresentação? – Ele se virou para Conrado que o encarou por uns segundos dando ombros depois.

—(...) Pode ser. – Disse Conrado depois de um tempo não falando nada. – Uma possibilidade.

—O que você falou Conrado? – Joana se levantou da cama e o encarou.

—Nada demais...

—NÃOO. – Audrey elevou a voz. – Sem essa de “nada demais”.

—O que exatamente você falou para Armin? – Perguntou Antonie.

—Exatamente? Hãn, eu disse “Armin, seu terror vem poraí; porque o Sir Goldblum está aqui. E ele te repreendeu, sabemos que estará fora.  Tá na sua mão, sinto muito. ” – Ele fez aspas.

—Quem é Sir. Goldblum? – Mi-Cha franziu a testa.

—(...) Em resumo, é um senhor elegante, que investiu no programa de cênicas, porém, ele detesta atrasos, interrupções... – Ele respirou fundo. – Ele é um dos contribuintes mais relevantes do teatro, que leva seu nome, assim como os outros que estavam no local ontem.  Por um pouco, Armin quase não subiu naquele palco.

—Como você sabe disso? – Indagou Audrey. – Já aconteceu com você?

—Eu nunca me atraso. E visivelmente Sir Goldblum, detesta o Rowell.

—Como você sabe?

—Apresentações anteriores. Ele sempre tem o azar de se apresentar bem quando o Sir está; e bem... Ele encara bem o Armin. Como se dissesse: “espero que fracasse.

—Mas, ele fez o trato com quem?

—Com Sir Goldblum. Pode ser que fora do continente, ele esteja fora dos cuidados dele Sir.

—Mas, não tem motivo! – Retrucou Luco. – Porque raios, Armin ia querer ir embora?

—Jovem. – Mi-Cha se espreguiçou. – Tem um grupo doidão ameaçando ele, tem um velho que ele detesta e vice e versa. Você acha mesmo que depois de um fracasso, ele ficaria aqui? Eu não ficaria.

—Um grupo doidão? – Joana levantou as mãos. – Somos exóticos. E agora, livres! – Ela riu. – S’il vous plaît, Seward; esquece Armin.

—O tapete vermelho está estendido para nós! – Antonie soltou. – O que nós vamos fazer agora?

—Me sinto na máfia agora. – Jay riu. Porém, Luco ainda estava em silêncio, focado em alguma coisa, em algo. Então Dégel se esticou e se aproximou de Luco.

—Sei que você queria uma “merecida” vingança, ver tristeza e desgraças por tudo que você passou. Sabemos o que você planejou.

—Só que no final tudo saiu melhor que o planejado. – Verônica diz sutilmente. – Então, é só uma questão de você querer.

—(...)

Ele não quer mais? Armin não era somente a pedra no sapato de Armin, era um rival que dava o propósito de vida, talvez morte e vingança dele. E sem um objetivo ele parecia estar chateado. Eu entendo; talvez eu também esteja.

(...)

—Bom... – Luco falou depois de um bom tempo. – Hoje eu não tenho nenhum plano.

—A real pessoal... – Dégel diz estralando os dedos. – Ele está de luto pelo fracasso no plano enlouquecido dele. – Luco ri.

—Ah, mas, é uma meta a mais na nossa vida. Gostamos de entretenimento!

—Você gosta de entretenimento? –Joana retrucou. – Quero rendimento!

—Mas, os Coloré são entretenimento mon ’amour. – Pandora riu. – Tem o rendimento e o aproveitamento, mas, também tem o rendimento, que vem bem depois. – Luco Seward estralou os dedos.

—E simples assim, estamos sob nova direção!

—Nós nunca precisamos dele, apenas, queríamos provoca-lo. – Verônica sorriu. – O que nós queremos fazer agora?

♫♪What’s your name, man? Alexander Hamilton! ♪♫ - Ele canta após um belo tempo em silêncio, e não sei porque, tem algumas palmas para ele. – Teremos rendimento Joana. – Conrado então se levanta e vai em direção a porta.

—Aff. Eu só quero almoçar; vocês vão ficar aqui? – A gente ficou aqui por tanto tempo assim? Cara, eu não acredito!

—Ninguém vai ficar aqui! – Pandora riu. – Tecnicamente é um dia de triunfo, não vamos ficar só nesse quarto.

—Vamos realizar nosso Beau Revê! – Exclamou Steffano.

Beau Cauchemar... – Dégel diz rindo bem baixinho. – Eu só não quero me envolver em nenhuma briga.

—Caro Rosseau; quem disse que vai ter alguma briga hoje? – Luco disse se aproximando dele. Na verdade, sempre tinha briga. Ou rola uma pequena discussão seguida de uma pequena briga, era o que seria esperado, já que todo mundo estava bem animado.

—Estou falando, caso tiver, eu estarei fora.

Porém, nós não precisamos fazer nem falar nada; já havia uma boa confusão no hall de entrada em direção ao refeitório. Eram outros residentes que parecia estarem indignados com alguma coisa. Me virei para Dégel.

—O que eles estão falando? – Era um francês frenético, que eu não conseguia traduzir. Dégel observou e ouviu por algum tempo; até que sua expressão ficou mais suave.

Explications. – Ele respondeu. – Os testes são semana que vem, e Armin foi embora. – Dégel me olhou. – Estão querendo saber como vão prosseguir a partir daqui. (...) É complicado você se comprometer com algo e simplesmente sumir.

—Troque sumir por, “ir embora”. – Alguém disse atrás de nós. – Quando me viro me deparo com Marjorie, a namorada de Leo; sem o Leo; ela parecia bastante aflita. – Acho que estão se divertindo com isso. – Dégel abaixou a cabeça negando com uma curva nos lábios.

—Sou totalmente contra.

—Mas, qual é o problema? – Ela me olhou assustada. Porém, sua expressão mudou para surpresa.

—Você... – Ela apertou os olhos, como se eu estivesse muito longe. – Victor?

—(...) Marjorie!?

—Como você está diferente.  – Eu dei um sorriso. – Uau. Mas, diferente do que eu poderia imaginar. – Então ela se votou para Dégel. –Bonjour Rosseau; você sabe se o Rowell vai voltar, se ele vai aparecer? Sabe alguma coisa, ele deve ter lhe falado alguma coisa.

—Pardon Marjorie. Ele não me falou nada.  Nem vi ele. Na verdade ninguém viu ele saindo. – Dégel deu ombros e sorriu. – Fale com seu Monitor. – Ele apontou para Cainan que estava no hall, com um monte de residentes do seu andar em sua volta. – Pode tentar resolver algo, ele pode saber de alguma coisa.

—Se você não viu ele, acha que Cainan vai? – Ele deu ombros.

—Pode tentar!? – Marjorie negou com a cabeça.

Ela me ignorou.

Completamente.

E saiu.

(...)

Respirei fundo.
Mikaele passou pela minha cabeça, será que ela seria capaz de me ignorar como Marjorie fez? Mas, eu não devo me preocupar com Marjorie; aliás, nem converso com ela, nem mais com Leo.  Então, não sei porque me importei, apenas foi um choque, foi estranho.
Dégel pigarreou pra multidão para poder passar.

 Ele começou a abrir espaço entre os estudantes revoltados para o refeitório, eu o acompanhei. Enquanto passávamos pelas pessoas, ele parecia calmo, não estava nem triste, nem feliz ou esboçando qualquer emoção. Dégel estava tranquilo, pegou seu café da manhã, escolheu uma fruta e se sentou na mesa refeitório com tranquilidade.

—Então, ele ter ido embora não te incomoda...? – Puxo conversa; mas, ao mesmo tempo sinto que não deva ter puxa, pois, ele me encara e eu me afasto um pouco. E nem estávamos tão próximos. – Digo.

—Luco é dramático! Ele planeja as coisas, ensaia, tem seu “Ato de Herói”, mas, quando falha, ele fica abalado. Talvez em dois dias, nós tentemos novamente. – Ergo as sobrancelhas.

—Quanto tempo você o conhece?

—Á muito tempo... Ou um bom tempo. – Ele morde sua torrada. – Tipo, Luco e eu não conhecemos Armin ao mesmo tempo. Porém, ele era quem mais andava com Armin. Então, eu conheci Luco ao fundo quando as coisas iriam começar a ficar complicadas.

—Quando foi isso? – Ele me encarou.

—Armin ter ido embora do nada não me incomoda. Aliás, ele é livre. – Dégel deu ombros, não ia me responder mesmo. – Mas, voltando ao Luco... Sei que; ele faz inúmeras promessas e não costuma cumpri-las.

Nãooo.... – Tentei soar sarcástico. Ele apenas sorri.

—Ele te prometeu algo muito bom, não foi?

—Que?

—Ele deve ter te hipnotizado da forma mais “caprichada” que ele tem. – Reviro os olhos. E Dégel faz um som de riso. – Você faz acordos com pessoas erradas.

—Que?

—Luco te prometeu algo, não foi? Tipo, algo que você almejava muito, ele descobriu, te fez uma proposta, você aceitou; por isso ele colocou você no grupo. – Então engasgo com meu pão, Dégel mexe a cabeça. – Calma.  

—Estou bem! Eu só...

—Acertei? – Mordo os lábios disfarçando. – Não é tão ruim ser observador assim...

—Você se considera um observador? – Ele dá ombros.

—Eu estava pensando; você devia estar muito desesperado pelo seu objetivo que se envolveu na ambição de Luco. – Estreito os olhos. – O que ele te prometeu, ele cumpriu?

—O que? –Luco não me prometeu nada. Eu apenas fui na ilusão de...

—Luco disse algo para você? Quando se conheceram? Promessas?

—Ele emitia poder. – Dégel me olhou surpreso. – Tipo, ele era confiante, soava que tudo que ele planejasse desse certo. E bem (...) Houve uma mera ameaça para nos sermos amigos.

—Ah, claro. – Ele bebeu seu suco. E me encarou. – E porque você queria poder? – Meu rosto queimou.

—Porque? – Eu ia começar a gaguejar. – Ué, porque alguém quer poder? Ué!? Porque né? – Aih que vergonha.

 -D’accord. – Ele fez sinal pra eu parar. – Então eu estava pensando... E se, eu ficar devendo um favor para você?

 -(...) Um favor? Como assim? – Ele afastou sua bandeja.

—Promessas são palavras vagas. Ás vagas não dá para cumprir, certo? – Acenei. – Porém, um favor é um favor. Eu teria que cumprir. Estou lhe devendo. Entende?

—Quase.

—Pode entregar uma carta pra mim?!

—Sou correio e não sabia? – Dégel riu.

—Nunca pensei nisso. Ora, você é o garoto de recados dos Coloré.  – Afastei um pouco. –. Minto?

—Aan... – Olhei para o lado. Realmente. – Bem...

—Eu gostaria de estar te devendo um favor... – Ergui uma sobrancelha.

—Então qualquer favor que eu te pedir, você tem que fazer?

—Obviamente.

—Mesmo se parecer muito absurdo?

—Isso.

—Pode ser. – Digo rindo. – Entrego a carta e?

—Vai ficar um pouco complexo.

(...)

No di seguinte, perto do almoço, saio com uma carta no bolso, indo em direção à biblioteca. Mas, sou parado de súbito.

—Vocês estão felizes? – Kathy passou por mim puxando meu topete roxo para trás, dando uma volta ao redor de mim.

—Aih! – Quando eu olhei para trás, ela estava na minha frente.

—Vocês devem estar pulando de felicidade!

—Aan... Pardon!?

—Pardon? Não... – Ela colocou as mãos na cintura. – O que vocês disseram pra ele?

—Ele quem?

—Você sabe...

—Armin?

—Lógico...

—Ninguém disse nada.

—Eu tava no teatro na hora que Conrado disse alguma coisa pra ele. Repito a pergunta. Estão felizes agora?

Desvio o olhar.

—Não sei... – Ela respirou fundo. – Se “felizes” é uma palavra aceita, sabe?

—Não, não sei! Só sei que aquele idiota me deixou indignada. Sabe porquê? Ele tinha umas mil oportunidades; e foi mendigar outra. Mateus não teve uma oportunidade nova. E voltou para onde começou! Sabe como isso é humilhante?

—(...)Não sabia que se importava com ele. Aliás, é seu ex e...

—E?

—Você está saindo com o Jay.

—E daí?

—Luco gosta de você...

—Problema dele! – Mordi os lábios.

—Eu não sei o que você quer que eu diga... – Ela segurou a minha blusa.

—Começa dizendo o que Conrado disse para ele.

—Eu não sei.

—Ah, você sabe. Sabemos que você sabe...

—E porque você quer tanto saber?

—Artes Cênicas é uma competição. – Ela diz devagar. – Já não basta Armin ser um privilegiado, ele simplesmente deixa tudo para trás!

—Isso é inveja?

—Raiva. – Ela se afasta. – Repetirei a pergunta; o que Conrado falou?

—Ele ressaltou que “Sir Goldblum” estava no teatro, ele odeia o Armin, e o provocou. – Kathy revirou os olhos e jogou a cabeça para trás.

—Mr. Gold. – Ela riu indignada. – Ele já o conhecia! Que filho da puta!

—Isso te incomoda demais. – Sou interrompido.

—Lógico, mesmo que ele seja um bocó, da pior espécie, criatura asquerosa,  – Ela não está economizando nas ofensas. – ele é importante para uma pessoa, que também é especial para mim. – Ela me encara. – Sim, eu me preocupo com Mateus; os que outros se explodam!

—Uau... – Estou surpreso.

—Era só isso que eu queria saber... – Ela deu as costas.

—Aan. Estamos de bem? – Ela me encarou.

—Lógico que não!

—Kathy, qual é; não pode ficar brava comigo para sempre.

—Não estou de mal; estou apenas desapontada com o que você se tornou.  

—Você não entenderia...

—Talvez. Mas, essa semana, eu não quero entender nada. Bonjour!

Quase amigos...

~>

Achei que ninguém viria para a biblioteca em plenas férias de primavera; mas, tem bastante gente, incluindo alguns alunos do Depardieu. (...) Eu devia estar aqui também?
Dou uma breve olhada ao redor, entro e começo a procurar pela ex de Dégel, Niedja.

Aquela biblioteca é enorme, e demorou um pouco achar ela; isso foi até bom para eu poder planejar o que dizer antes de entregar a carta. Avisto ela perto de algumas prateleiras, e me aproximo.

—Niedja! – Ela se vira com tudo. – Bonjour!

—Bonjour. – Ela não me reconhece. – Ça va?

—Oui. Eu sou do dormitório Depardieu.

—Claro. No que eu posso ajudar?

—Eu tenho uma carta para você. – Ela me olha estranho. – Mandaram eu entregar para você, claro.

—Ah! Entendi! – Ela riu constrangida, e se afastou da prateleira. Para receber a carta.

Era m envelope azul escuro, com o desenho de um floco de neve de um lado, e uma chama do outro. Niedja respirou fundo, ela parecia tensa.

—Obrigada. – Ela disse abrindo a carta. Tampando a boca em seguida.

“Sabe aquela música que só nós dois gostamos? Ainda é o toque do meu celular! Se você precisar de ajuda quando algo der errado, estarei aqui para lhe ajudar. Será que poso acreditar que você faria o mesmo por mim? Eu faria tanto por você...
 Querida Cleópatra, eu ainda te amarei por muito, muito tempo; estou me rendendo honestamente, você fez tanto por mim...
Como cada floco de neve que contamos, cada nota que tocamos, cada sintonia que cantamos. Você é meu suporte, a minha base, meu ponto de partida, minhas veias, é a minha aorta, cada ventrículo meu, e a pulsação que eu tenho, e sempre precisei.
Como um espetáculo, não pare de brilhar, não pare de se apresentar, não pare pois, eu tenho muito o que aplaudir, meu coração sempre vai parar por você.


Seigneur des Glaces.”

—Oh... – Ela abraçou a carta contra o seu peito, estava entre emocionada e feliz. Então ela sorriu para mim. – Obrigada. – Dei um sorriso de volta.

—De nada. – Niedja começou a dobrar a carta. – Então... Você não poderá ficar com a carta. – Ela me encarou.

—Porque não?

—Ele me disse que você não poderia ficar com ela. – Sua expressão era de desapontamento.

—Claro... Ele é bem inteligente.

—Por isso, pediu que escrevesse lhe uma carta de resposta...

—Escrever?

—Se você puder, também! – Novamente apertou a carta contra seu peito. Então ela se virou para trás procurando alguma coisa.  

—Mikaele! – Segui seu olhar, e me deparei com um anjo; ela estava linda como sempre; fez cachos nos cabelos, suas mechas caiam sobres seus ombros, e se movimentavam com ela; fazendo meu coração acelerar.

—Oui? – Ela estava segurando uma pilha de livros.

—Preciso de uma folha!

—Folha?

—Folha de caderno, bonita, igual daquele roxo que você tem!

—Q?

—Me traz! Por favor!

—D’accord! – Ela deixou os livros em uma mesa e saiu correndo; Niedja me olhou novamente.  

—Você se importa de esperar?

—Não me importo... – Então eu me sentei em uma cadeira, enquanto ela continuava de pé admirando sua carta, e esperando a Mika.

—Mon Dieu! – Mika chegou arfando, Mal se aguentava em pé; Niedja pegou a folha agradecendo. – De nada...

Niedja estava feliz, então começa a escrever. Já Mika sentou-se na mesa do lado debruçando-se na mesa descansando.

—Você está bem?

—Sim. – Ela me responde formalmente. – Apenas (...) respirando. – Me aproximo um pouco dela.

—Se me permite... – Ela me olha, suas mechas caem sobre seu rosto. Estou encantado.

—Parle.

—Você está magnifica hoje! – Mika me olha surpresa, como se não esperasse meu elogio.

—Obrigada.

—Estive pensando. – Tenho atenção dela. – Você leu o bilhete que eu lhe entreguei? – Ela    respira fundo e se levanta.

—Sim, eu li. Obrigada pelo convite. – Ela se arruma. – Mas; isso seria estranho. – Prendo a respiração.

—Estranho? Nós já saímos e.

—O momento... Será estranho. – Antes que eu pudesse dizer algo, Niedja me chamou entregando o papel.

—Eu; não posso ficar com a carta. – Ela apontou para Mika. – Mas, a carta não pode ficar com ela?

—(...) Eu, não sei.

—Que carta? – Mika parou imediatamente. – Nieh... não...

—É só guardar pra mim... Por favor... – Ela me olhou. Bom, Mika não era Niedja; acho que não havia nenhum mal já que Armin nem estava mais aqui. Porém, ela estava relutante.

—Tudo bem. – Mika esticou a mão, e eu dei a carta para ela.  

—Obrigada. – Niedja agradeceu mais uma vez. As duas pedem licença para voltar ao trabalho. Eu apenas fico observando Mikaele se afastar. Porque foi estranho? Eu não me lembro de ter sido estranho.

Eu chego perto dela, que para de empilhar os livros e me encara.

—Pois não?

—Me explica o que seria “estranho” se nós saíssemos de novo? – Ela morde os lábios. – Não é algo que não fizemos mais de uma.

—Para! – Ela me interrompe respirando fundo. – É que, será estranho para mim, não para você.

—O que?

—(...)Victor; agora você me parece tão diferente. – Prendo a respiração. – Como explico? eu sabia que você era um doce. Eu não estarei um doce! A gente não iria se encaixar nesse seu novo nível. Bem grande, e colorido.

—Não faz sentido... – Me aproximo de seu ouvido. – Aquele beijo

—Que foi surpreendente! Mas, não é...

—Certo... Mas (...) Nós gostamos do beijo? – Ela abre a boca.

—Eu... E. – Sua voz some, ela fica confusa. – Pardon.

Ela mexe um dos braços e fechando os olhos, se afasta de mim. Engulo em seco, controlo minha respiração. Nunca pareceu tão estranho, nunca pareceu tão complicado. E de repente, é embaraçoso...

*

Quando chego ao dormitório, não vou direto ao quarto de Dégel, porque não sei exatamente onde é. Por isso opto por entregar a folha para ele no jantar; ele parecia bem empolgado.

—Victor!! Então, como foi lá? Deu tudo certo?

—Sim; como você falou.   

Parfait! Merci beaucoup! – Ele sorriu estendendo a mão.

—Então Dégel... – Entrego a folha que Niedja escreveu de volta. – Seria cedo demais para, eu cobrar o meu favor?

—Essa não foi a carta que eu mandei...

—Você não vai acreditar se eu te contar o que houve com ela... Mas, então é cedo demais para.

—Sim. 

Droga.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por simplesmente lerem...
Ás amoras e amores, residentes parisienses que habitam no Brasil; agradeço ao seu tempo :3
Obrigada pela leitura. J'adore vous tous.
Até o próximo capítulo ♥♫♥


~♠~Eu sempre digo, estou aqui para vocês. ~♠~
~♦~E Paris sempre vai estar pronta para nós. ~♦~

J'aime vous!!


~♥Beijos da Autora♥~



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