A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 48
Atrocidades das bruxas


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Capítulo novo e preciso avisar que por conta do bloqueio criativo os capítulos podem demorar uns três dias ou cinco para serem postados. Outra coisa é que estou com uma nova história, se chama Sonhadores, caso queiram ler, já sabem. Enfim, vou tentar ser mais rápida com os capítulos em todas as fanfics. Espero que gostem pessoal. Boa leitura.



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Estava de dia, o relógio marcava quatro da tarde, mas o céu indicava outra coisa. Parecia noite. As luzes da metrópole estavam acesas. Ninguém ligava para aquele fato estranho. Estavam preocupados demais em cumprir suas obrigações e ganhar seu dinheiro. Os humanos continuavam vivendo suas vidas medíocres.

No centro da cidade um grupo de pessoas estranhas estavam caminhando. As pessoas no parque que olhavam para o céu atordoadas, não faziam ideia do tamanho da coisa que estava para acontecer. O que seria um grupo de pessoas góticas, estava muito longe disso.

Invocadoras de damas da noite. Usavam roupas escuras e carregavam armas nas costas, pareciam foices com mais lâminas que o normal. Cada uma carregava no pescoço um medalhão negro e brilhante. Nove damas da noite estavam com elas. As bruxas de pele branca e veias aparentes. Os olhos totalmente negros, a procura de algo. Do momento perfeito para trazer mais delas. Suas irmãs. Mas ali também haviam cinco pessoas sobe o efeito de uma magia antiga, o ódio. E estas pessoas estavam cegas, agindo como as bruxas queriam.

Uma dessas mulheres subiu em uma vassoura. As crianças que brincavam de bola estavam de queixo caído e em seguida correram para as mães, que as pegaram no colo e correram para dentro das lojas. O que ninguém estava prestando atenção, começou a ser o foco de toda atenção. Os humanos se perguntavam o que estava acontecendo. Era impossível de acreditar, mas ali estava. Bruxas eram reais.

A invocadora de damas da noite carregava uma esfera negra na mão que não guiava a vassoura. Voava o mais alto possível, parecia ir de encontro com a lua vermelha no alto do céu. Mas na verdade ela estava procurando o ângulo perfeito e o pior, havia encontrado. Em seguida soltou a esfera, que ficou flutuando no céu, em frente a lua vermelha.

O céu ficou ainda mais escuro. Todas as pessoas sentiram um ar gelado passando. Era como uma onda de sensações ruins. E o que estava por vir era nada comparado aquilo. Se soubessem estariam correndo para suas casas, se escondendo. Indo embora do país. Mas não adiantaria. Logo elas estariam em todos os lugares.

As trovoadas começaram a soar. O portal estava se abrindo. Os raios começaram a surgir do lado de fora do portal. Não havia uma forma de impedir o que estava acontecendo. A morte era um processo lento. E o que estava acontecendo era uma tortura para todos.

Os humanos não conseguiam ficar sem observar o momento. A lua era hipnotizante. Era como se chamassem eles para uma grande ceia, um banquete final. Empresários observavam pela greta da persiana, comerciantes fechavam as portas das lojas e observavam pelas vitrines, se escondendo atrás de manequins.

O som se misturava. Gargalhadas aterrorizantes e trovoadas. Treze no total. Treze trovoadas para as bruxas. E os raios cruzavam o céu, mas não iluminavam, eram como veias faiscantes no céu. Foi então que de dentro do portal elas começaram a sair. As bruxas da gula.

Eram parecidas com as bruxas da inveja. Desceram do céu as nove damas da noite como se estivessem flutuando e estavam de fato. A pele excessivamente branca e veias aparentes, possuíam um sorriso mortal e ainda mais cheio de dentes, eram afiados. Sua língua ia de um lado para o outro, era comprida e um pouco mais grossa que a de uma cobra. Seus olhos eram totalmente negros e vazios. Eram mais encorpadas que as outras damas da noite, um corpo grande, escultural e tentador. Os homens se sentiam hipnotizados por elas. O vestido justo ao corpo e com uma abertura na coxa que descia até os pés descalços, tinha a renda azul escuro e por baixo era negro, porém um pouco transparente.

A líder das damas da noite da inveja abriu os braços. Estava recebendo suas irmãs. Ela sorria como se fosse a melhor coisa e para ela era sem dúvida, mas para os humanos era o fim do mundo no segundo estágio. As bruxas da gula foram de encontro a suas irmãs, a líder delas abriu os braços também. O grupo havia aumentado para o desespero de todos. Dezoito damas da noite e ali uma guerra se iniciaria oficialmente contra os humanos.

Tudo ficou silencioso. Era como se a vida estivesse indo embora. Tudo ficou ainda mais frio, era um vento gelado que tornou tudo mais azul, mais escuro. Os olhares curiosos estavam atordoados, sem entender o que estava acontecendo. Ninguém a essa altura acreditava em magia, os alienígenas também faziam parte de um mundo fictício. Ver aquilo se tornando real, era um pesadelo, não um sonho de criança.

Um grito ecoou. Todas as pessoas olharam para direção deste, mas parecia que o tempo havia congelado, viam tudo o que ocorria, mas não conseguiam se mexer. Apenas três seres podiam se movimentar. A líder da inveja e a líder da gula. E um adolescente de quinze anos que falava com a namorada no telefone, estava distraído. Era o alvo perfeito.

– Sangue jovem. – a bruxa da gula passou a língua nos lábios e sorriu. – Uma ótima primeira refeição.

– Olhe só para ele. – a bruxa da inveja sorriu. – Humanos idiotas.

O jovem não compreendia porque o celular havia parado de funcionar do nada. Até que se virou e viu as duas criaturas caminhando até ele. Seus olhos se arregalaram e ele se sentiu hipnotizado. O telefone caiu no chão. Não tinha mais importância para ele. Algo muito maior iria acontecer e mudaria completamente a sua vida.

– Vou devorá-lo. – disse a líder da gula caminhando rapidamente até ele, que tentou correr também.

Ele começou a flutuar. Tentou se mexer, se distanciar do que se aproximava, mas estava já preso pela dama da noite. Ela desapressou o passo e fechou o punho que antes estava erguido em direção ao rapaz. Ele caiu no chão. O impacto fez algumas de suas costelas se quebrarem, mas a dor que sentiria em breve era muito maior.

A gargalhada da bruxa fez os pelos dos humanos se eriçarem, mesmo não conseguindo se mover. Os olhos curiosos temiam onde aquilo iria chegar. Nenhuma mente humana havia imaginado antes tamanha atrocidade. Tudo tão inesperado.

O corpo flutuou até a frente da bruxa. Ela sorriu com sua boca cheia de dentes e sua língua foi de um lado para o outro. Estava se preparando para a primeira refeição em cem anos. Os olhos do humano se arregalaram, em seguida os fechou com força. Ele sentia medo e isso a deixava ainda mais forte.

– Humanos. – ela suspirou enquanto girava os dedos em direção ao humano, que se levantou e arrastou os pés pelo chão, estava quase morto. – Vocês parecem que ficam cada vez mais fracos. O ódio só aumenta em vocês. – a bruxa começou a gargalhar. – Chegou a hora de pagarem, por todos os erros de todos vocês. – ela respirou fundo e gritou. – E este é só o começo!

A bruxa trouxe o humano o mais próximo de si possível, quase colados. Ela sorriu novamente. Todas as bruxas ali gostavam do que iria acontecer.

– Há detalhes na vida, que a tornam insignificante. – a mulher sussurrou no ouvido do rapaz. – Eu sinto muito, mas sua namorada nem vai lembrar que você existiu. Sua existência é insignificante no mundo. Não sinta medo. – o rapaz tentou gritar, mas sua boca não se abria. – Eu serei rápida para te devorar.

As unhas enormes e de ferro da bruxa encontraram o estômago do rapaz. A bruxa retirou as unhas e lambeu o sangue. Seus dentes pareciam maiores e ela os cravou no estômago do rapaz, caindo sobre o corpo, o devorando.

O tempo descongelou, mas os humanos não se moveram, estavam em choque. Não era um assassinato como os que ocorrem. Era o mal personificado. Era a dor, o medo, o desespero com um novo rosto. E ninguém estava a salvo. Todos sabiam disso.

O sangue começou a jorrar pela rua. A gula estava se alimentando. Os humanos correram para se esconder. Fecharam as casas, foram para o porão. Mas adiantava, o destino não era crença de humano em parte, às vezes ele perseguia, exatamente como nesse dia. O caos tomava conta. As gargalhadas das bruxas ecoavam por todo lugar. Um a um, elas escolhiam suas vítimas. Escolhiam suas vítimas e as devoravam ali mesmo. Sem se importar com nada.

A inveja ria ao ver tudo aquilo acontecendo. Ela não se alimentava como a gula, que escolhia sempre as pessoas de maior apetite, a inveja queria pessoas invejosas. A carne desse tipo de gente a deixava mais forte. E a líder da inveja correu até uma garota que a observava atrás de uma vitrine. A garota não se movia, mesmo não estando paralisada. Seus olhos brilhavam por conta das lágrimas que desciam caladas, estava assustada. Sabia que aquele ser estava vindo até ela, mas não mexia um músculo. Ela havia cansado de ser a segunda em tudo, nunca ser boa em algo, por mais que tentasse.

A bruxa quebrou o vidro da loja e ficou frente a frente com a garota. Os olhos negros e vazios pela primeira vez brilhavam. E dava medo, mas a garota não demonstrava isso direito, apenas chorava calada. No fundo da loja as pessoas saíam correndo.

– Quantos anos têm? – a dama da noite perguntou.

– Dezessete. – a garota loira soluçava. – O que vai fazer comigo?

– Eu faço as perguntas. – a bruxa gritou. – Sabe o que sou?

– Não. – mais lágrimas desciam do rosto da garota, ela não fazia ideia do que poderia acontecer a ela.

– Sente medo? – a mulher sorriu.

– Não. – a garota respondeu pela primeira vez firme, a bruxa a encarou atordoada, como aquilo era possível.

– Deveria sentir. – a voz da mulher era sussurrada, mas ela sorriu logo em seguida. – Gosto de pessoas como você, não são boas para devorar, mas do meu lado tem um futuro que não é a morte.

– O que vai fazer comigo?

– Limpe as lágrimas criança. – a bruxa segurou o rosto da garota e limpou suas lágrimas. – Você não vai mais precisar disso.

As unhas da inveja perfuraram o colo da garota. Ela não gritou, nem voltou a chorar. Seu corpo começou a se tornar pedra. A alma da garota não pertencia mais aquele corpo. Uma energia azul escuro saiu do corpo da garota, a dama da noite girou os dedos e a aura era se tornou um fantasma, uma energia em forma humana. Uma criatura que é obrigada a servir as bruxas, fazer tudo que elas quisessem.

O corpo de energia ficou observando a inveja caminhando pelo local. A bruxa olhava nos olhos de cada pessoa que estava tentando escapar daquilo se escondendo atrás de manequins e pilares. Ela riu e caminhou até um homem. Ele estava visualmente desesperado, seu psicológico nunca havia imaginado aquilo.

– Fracos. – a dama da noite disse com desprezo.

Os raios começaram a sair das mãos da bruxa. Estes raios levaram os humanos a cair no chão, tremendo e gritando de dor. A criatura foi até o homem e mordeu seu braço, comendo toda a carne e deixando rapidamente só o osso. Logo, o homem era só um monte de órgãos e ossos.

O fantasma da garota caminhou até a bruxa. Seus pés não tocavam o chão e ela estava mais alta. Alguns humanos ainda estavam vivos, quase morrendo, pediram ajuda ao espírito, mas ela servia apenas a uma pessoa.

– O que vamos fazer agora mestra? – a alma perguntou.

– Sair para achar mais pessoas como você. – a bruxa limpou os lábios sujos de sangue. – Estes daqui, cedo ou mais tarde ainda vão servir, mas zumbis. Vamos os deixar apodrecendo.

As duas saíram de lá, logo as bruxas da inveja já tinham escolhidos algumas almas. A gula também. Eram almas em geral parecidas, o olhar não demonstrava medo, apenas uma entrega a morte.

Mais gargalhadas e mais raios no céu. Os cinco não pertencentes ao grupo continuavam calados e observando tudo silenciosamente, sem demonstrar sentimento algum. A líder da gula lançou raios em direção ao céu e sua voz aterrorizante ecoou em todos os cantos do planeta:

– Vão! Escandam-se como ratos! Nós estamos chegando. Gostamos muito de uma caçada e vamos achar cada um de vocês. E quando se darem conta, suas vidas não serão mais suas. Não existirão mais. Suas forças de Estado logo cairão. Não estão lidando com um pesadelo, tudo isso é real. E nós viemos para destruir a todos. Porque o ódio de vocês, nos deu a vida.

Durante toda aquela comoção, todo aquele medo, ninguém seu deu conta que havia menos uma pessoa naquele grupo. A garota de vestido comprido subiu em sua vassoura. Seus olhos estavam marejados e ela saiu voando pelo céu, indo em direção a uma caverna. Tirou a lanterna de luz negra que estava presa a perna e abriu o portal.

Limpou as lágrimas e ajustou a arma nas costas. Estava abalada e frágil. Havia sofrido desde sempre, encarou seus medos e se tornou sem sentimentos. Mas sua vida não poderia ser daquele jeito. Ela ainda era uma garota sonhadora. Queria ter uma vida diferente, sem ter matar e provocar o mal. Queria liberdade e lutar contra quem lhe deu tanta dor psicologicamente.

A invocadora atravessou o portal. As lágrimas insistiam em cair, ela as limpou novamente. Fechou os punhos e quebrou a lanterna que carregava. Nunca mais queria ver o motivo de ter perdido todos que amava.

E a garota que estava fugindo era Eudora Dark.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal. Gostaram? Eudora de volta e surpreendendo. Queria fazer logo isso, quero saber o que acharam. Hora de comentar então. E que tal uma recomendação? kkk Já está na hora né? (ignorem).